Plano Tecnlogico
quinta-feira, maio 31, 2007
A Grande Loja, revela em primeira mão, os computadores que o Governo pretende dar aos portugueses por 150 euros.
Publicado por António Duarte 18:01:00 4 comentários
A propósito do debate mensal sobre o estado da nação...
(ou a outra face do 'choque' tecnológico, e da educação para as estatísticas)
Publicado por Manuel 17:34:00 1 comentários
Saneamento insano
quarta-feira, maio 30, 2007
A avaliar pelo que tem vindo a público, o caso “Prof. Charrua” tem, no plano formal, duas vertentes.
Uma, é consubstanciada num processo disciplinar, que está pendente. A outra, prende-se com a inopinada cessação da requisição do Prof. Charrua para exercer funções na DREN, depois de instaurado o dito processo disciplinar.
O conspícuo silêncio do Ministério da Educação sobre as razões dessa cessação, veio credibilizar a suspeição pública de que se trataria de uma sanção atípica, de um desvio de poder, que, à revelia de processo disciplinar, visava castigar um técnico malquisto por delito de opinião.
O tempo das suspeitas acabou ontem. A certeza de que a cessação da requisição do Prof. Charrua se tratou de um saneamento político, puro e duro, foi dada, de viva voz, na Assembleia da República, pelo insuspeito Deputado do PS João Bernardo.
O preclaro (e até então obscuro) parlamentar, afirmou, como se lê no “DN” de hoje, que o Prof. Charrua foi afastado por falta de confiança política. Isto porque “... foi requisitado à sua escola para desenvolver uma política educativa de determinado Governo...” e esse regime de requisição “...pressupõe um elo de confiança”.
Estou em crer que o Senhor Deputado é pouco versado na legislação que delimita as funções da administração pública que pressupõem confiança política. Esse pressuposto não é matéria de opinião, está regulado na lei. E não há nenhuma disposição legal que permita – com fundamento exclusivo em razões de confiança política – fazer cessar as funções que eram exercidas pelo técnico em causa, ao abrigo da requisição. Ao invocar um tal fundamento, o Deputado João Bernardo limitou-se a comprovar, de forma insofismável, a ilegalidade e o carácter persecutório do acto. No plano político, a insensatez está consumada. No plano jurídico, o Governo ainda vai a tempo de repôr a legalidade.
A excepcionalidade e a transparência que devem vigorar em matéria de nomeações sujeitas ao crivo da confiança política foi, aliás, uma das bandeiras reclamadas pela actual maioria. Esse propósito, esteve na base, designadamente, da aprovação do novo regime das nomeações para altos cargos dirigentes da administração pública.
O Deputado João Bernardo, calhando, não esteve presente - ou terá estado particularmente desatento – na sessão plenária de 23 de Junho de 2005. A bernarda em que se meteu, poderia ter sido evitada, se tivesse em mente as enfáticas palavras então proferidas pelo Ministro dos Assuntos Parlamentares:Esta lógica de comissariados político-partidários na estrutura dirigente da
Administração Pública acaba hoje: porque, por um lado, o Parlamento definirá com
rigor o tipo de funções que, por estarem investidas da execução de políticas
definidas pelos Governos, devem ter os respectivos mandatos vinculados aos dos
executivos; e isentará todas as restantes funções dessa mesma
vinculação.
A Democracia faz-se com leis. Mas não existe sem democratas e sem uma genuína prática democrática. Não basta andar de cravo ao peito no ofício anual do 25 de Abril.
Publicado por Gomez 18:37:00 3 comentários
a ribalta da justiça
Publicado por josé 11:06:00 14 comentários
Sinais dos tempos
Publicado por Carlos 01:37:00 5 comentários
As cópias rasteiras
terça-feira, maio 29, 2007
Em 1999, o grupo americano de rock, ZZ Top, accionou judicialmente, a fábrica de carros Chrysler Corp. Num dos vídeos de promoção de um novo modelo de carro, o Plymouth Prowler, a música que acompanhava as imagens frenéticas de movimento, vinha do tablier, bem ritmada, mas sem nome audível. Era precisamente o LaGrange, dos “plaintiff” e que se acharam legitimados a pedir responsabilidades em sede judicial por violação de direitos de autor da música que lhes pertencia. Só a música e que se ouvia num fundo de vertigem rotativa.
A defesa da Chrysler, foi ainda mais interessante: sim, a música era o LaGrange, dos ZZTop, mas também eles a copiaram de um outro artista negro dos anos cinquenta: John Lee Hooker, um dos grandes do blues e que compôs Boogie Children com os mesmos riffs de guitarra que os ZZTop copiaram. E ainda citaram outro artista copiado nessa mesma canção: Norman Greenbaum e Spirit in the Sky.
A argumentação jurídica era simples: como o direito de autor pressupõe o requisito de originalidade, na ausência desta e perante a cópia…nicles deveria ser a resposta do tribunal.
Mas não foi. O juiz entendeu que a composição dos ZZTop, embora parecida, tinha elementos de originalidade e assim decidiu não atender à filosofia agora em voga, de extenso relativismo moral de que “ladrão que rouba a ladrão, tem cem anos de perdão”. E vai daí, decidiu que a questão tinha rodas para rolar.
A história original que agora copiei, vem aqui e até se pode ver o vídeo e escutar o LaGrange.
As imagens foram vergonhosamente copiadas de sítios na net.
Publicado por josé 23:23:00 3 comentários
a laranja mecânica
Uma decisão da secção criminal do STJ, de 3 de Maio corrente, encontrou eco junto de uma jornalista do Correio da Manhã, na edição de hoje.
Tânia Laranjo, depois de escrever sobre assuntos de polícia, judiciários e judiciais, no Jornal de Notícias e Público, sempre com o denodo próprio de quem desencanta novidades extraordinárias, feitas de pormenores frequentemente desmentidos, reincide hoje na nova “loca infecta”. No Correio da Manhã, a contribuição para esta “feira cabisbaixa” é de tomo: escreve na primera página que o Supremo atenua a pedofilia.
Como isso? !, perguntará o mais perplexo.
Na notícia do jornal, não se explica muito bem e a ideia base que fica, é intencionalmente ignominiosa para um colectivo de juízes que assinaram o acórdão. São eles Artur Rodrigues da Costa que relatou e também assina postais no blog Sine Die e ainda Arménio Sottomayor, Reino Pires e Carmona da Mota.
O que passa da notícia resumida que foi ecoada nos noticiários das tv´s e comentada já por Cluny , do MP e Rui Rangel, juiz da Relação, é aparentemente muito simples:
Os juízes do Supremo, em conjunto, desvalorizam a pedofilia. Nas entrelinhas e direitinho ao subconsciente dos leitores, a mensagem explícita: o STJ reduz as penas a condenados por abuso sexual de menores. A mensagem implícita: um escândalo em forma de notícia de primeira página.
Como é habitual nos textos da jornalista Laranjo, ao notícia falha o contexto; o texto é parco de factos e amplo de subtextos e o julgamento sumário dos juízes do STJ, faz-se com base em duas ou três frases tomadas como evidências avassaladoras e que afinal merecem reflexão mais séria.
Como de costume, ao ler-se o acórdão descobre-se outro mundo de significados e outro modo de ver os problemas. Qualquer decisão do STJ pode merecer crítica, mas que se critique apresentando os factos todos. Alguns, muitas vezes, são poucos, como agora.
Mesmo assim, a mensagem já passou: os juízes atenuam a pedofilia. Assim, tal e qual. Tomem nota que tarda nada virá outra, da mesma fonte. E muitas como esta, ajudam a um estado de espírito geral: os tribunais são um antro de malandros, dissociados da sociedade em geral.
Há sempre alguém que porfia nesta senda e aprecia este estilo. Os jornais chamam-lhe um figo.
Publicado por josé 22:25:00 9 comentários
A linha recta não é necessariamente o caminho mais rápido entre dois pontos
Depois de ter percebido que não ia lá pelas distãncias entre os vários pontos, estamos a ir lá pela densidade populacional. Daqui a pouco, estamos a ouvir que a Ota tem mais horas de sol que qualquer outra alternativa.
A verdade caro Vital Moreira resume-se a isto :
- Não é necessário nenhum aeroporto novo, de raíz em Portugal. Esqueça.
- Não me recordo de em 1997 ou em 2000, quando foi construída a Ponte Vasco da Gama, ou quando comboio da ponte - Fertagus - foi inaugurado, de ter ouvido o Prof.Vital Moreira, atacar o contrato leonino celebrado entre a Lusoponte e o Estado Português, ainda por cima firmado pelos seus conterraneos políticos.
Vital Moreira, faria melhor em não insistir em vender gato por lebre aos portugueses ( embora ele assuma que a lebre até é de óptima qualidade). Não lhe fica bem, dadas as responsabilidades que tem.
Publicado por António Duarte 15:04:00 2 comentários
se já não for tarde de mais...
... à atenção de Manuel Pinho e outros que tais.
Publicado por Manuel 14:39:00 1 comentários
Aprendizes de Política
Publicado por António Duarte 14:16:00 1 comentários
'mundo novo'
Dutch TV station BNN is rejecting calls to axe a TV programme in which a terminally-ill woman will choose one of three contestants to receive her kidney, the BBC reports.
The Big Donor Show - spawn of Big Brother creator Endemol - is due to screen this Friday. The 37-year-old organ benefactor, known only as Lisa, will select the lucky recipient "based on the contestants' history, profile, and conversation with their family and friends". Viewers can chip in their two cents' worth by sending advisory SMS's during the 80-minute spectacle.
Reaction to the planned airing has been predictable enough. Joop Atsma, of the ruling Christian Democrat Party, decried: "It's a crazy idea. It can't be possible that, in the Netherlands, people vote about who's getting a kidney."
BNN has defended the project, and claims "it will highlight the country's shortage of organ donors". The station's former director died of kidney failure after spending years on a transplant waiting list, the BBC notes.
Alexander Pechtold of Dutch social liberal party D-66 agreed with the need to raise the organ donation issue. He told Radio Four's Today programme: "For years and years we have had problems in the Netherlands with organ donations and especially kidney donations. You can have a discussion about it if this is distasteful, but finally we have a public debate."
Publicado por Manuel 13:18:00 0 comentários
um retrato
A Assembleia Geral do BCP que ontem decorreu, deu uma boa amostra do estado geral do País. Jardim Gonçalves que, do nada, e a pulso, construiu o maior banco privado português, foi mais ou menos humilhado, e enxovalhado, com um tal de Joe Berardo a sair por cima e a cantar de galo. Quanto ao resto, e a Paulo Teixeira Pinto, pela pequena amostra que são as campanhas publicitárias, cada qual a mais pindérica, do BCP, terá um grande futuro à frente - pragmatismo não lhe falta. Ou muito me engano, ou o BCP não dura em mãos portuguesas mais que 18/24 meses. As coisas são o que são.
Publicado por Manuel 12:40:00 3 comentários
sobre uma aparente imbecilidade
Uma violação aos 13 anos é menos grave do que aos sete. Segundo a edição desta terça-feira do Correio da Manhã, é este o entendimento do Supremo Tribunal de Justiça, que considera estar-se a valorizar excessivamente a pedofilia, aplicando-se penas demasiado altas a indivíduos condenados por abusos sexuais de menores.
O Supremo entendeu ser menos grave violar um menor de 13 anos do que um de sete e, nesse sentido, acabou por reduzir em dois anos a pena de um homem condenado por crimes de abuso sexual de menor.
O indivíduo em causa tinha sido condenado a sete anos e cinco meses em cúmulo jurídico, com o tribunal de primeira instância a justificar a pena com a necessidade de «prevenção geral positiva» e com o facto de a «natureza do crime ser susceptível de alarme social, sobretudo numa época em que os processos de pedofilia têm relevância mediática e a sociedade está mais desperta para este flagelo».
Os juízes do Supremo consideraram que o tribunal de primeira instância foi influenciado pela relevância mediática que acompanha estes casos. No acórdão pode ler-se ainda «que há que ter em conta o grau de desenvolvimento do menor, não sendo certamente a mesma coisa praticar algum dos actos com um jovem de 13 anos, que despertou já para a puberdade e que é capaz de erecção e de actos ligados à sexualidade que dependem da sua vontade».
via Portugal Diário
Bom, ou o Correio da Manhã tresleu a sentença, pelo que se aguarda um esclarecimento do STJ, ou o Correio da Manhã não tresleu o acórdão, pelo que se aguarda um esclarecimento do STJ. Bem sei que a Justiça e o Direito não serão ciências exactas, e que será preciso contextualizar, a tempo e horas, o que restar do caso Casa Pia, mas, mesmo assim, a serem os factos como acima relatados, aquilo não me parece Justiça que se cheire, muito menos se deseje.
Publicado por Manuel 12:22:00 0 comentários
um chico-esperto ao seu dispor
“Estava tudo preparado para abrir concurso para se admitirem essas pessoas, que
ficariam numa situação nova que lhes garantia maior protecção”
In Correio
da Manhã
Se era para admitir "essas" pessoas para quê o concurso? Que eu saiba concursos lançam-se para se seleccionar os melhores e os mais capazes e não para legalizar a aldrabice.
Publicado por contra-baixo 10:58:00 2 comentários
O Fisco Imperial
segunda-feira, maio 28, 2007
As autoridades fiscais portuguesas, andam preocupadas com a capacidade e a possibilidade de famílias inteiras, estarem a fugir ao fisco, através de doações entre agregados familiares.
Em bom rigor, existe uma cláusula geral anti-abuso na Lei Geral Tributária que permite dizer que a primeira "doação" é simulada e se destina apenas a evitar o pagamento de impostos e, portanto, "desconsiderá-la" para efeitos fiscais, cobrando na mesma. Mas pasando-se tudo isto no remanso do lar , era bom saber se este Natal, temos que por mais um prato na mesa, para os fiscais das finanças.
Em bom rigor, alguém tem que pagar a Ota.
Publicado por António Duarte 11:47:00 9 comentários
O silêncio é de ouro
domingo, maio 27, 2007
Fartaram-se de gozar com o Fernando Pereira e com as imitações. Porém, nem uma palavrinha, sobre o plágio do vídeotube do Claude François...já aprenderam as técnicas de comunicação, pelo silêncio. Mau sinal.
Publicado por josé 22:25:00 26 comentários
continua a ser directora da DREN
Foto obtida via O Jumento
Publicado por contra-baixo 11:31:00 12 comentários
um retrato, nos dias do fim.
sábado, maio 26, 2007
Medo
Acabei agora de ver uma entrevista de Mário Lino no telejornal da RTP1 sobre as declarações do ministro relativas à Ota. Nada teria contra o estilo cauteloso das respostas do ministro após aquelas palavras sobre a "margem sul". De facto, após a bronca convinha humildade. Mas existiu algo mais na entrevista que, essa sim, é reveladora de um medo profundo e preocupante. Porque revela um medo que não é o medo da opinião pública.
Foi quando o ministro referiu que a sua piada sobre a licenciatura do primeiro-ministro não tinha sido uma piada mas umas palavras inofensivas dirigidas ao bastonário da ordem dos engenheiros presente nessa reunião. Esta desculpa pública (que mais parecia uma confissão num tribunal popular) de algo que ainda por cima foi manifestamente uma piada (até pelo sorrisinho malandro do ministro quando proferiu as referidas palavras) revela algo que é particularmente grave pois vem de quem está próximo do primeiro-ministro.
Se o ambiente não fosse, como é, de um crescente terrorismo sobre "quem não tem o devido respeito pelo primeiro-ministro", o ministro sentir-se-ia à vontade para dizer que sim, que tinha sido uma piada, e que o primeiro-ministro, pessoa com sentido de humor, em nada se tinha sentido afectado por tal piada. O ministro veio pedir desculpa "por não ter tido o devido respeito pelo primeiro-ministro". Melhor só Stalin.
Timshel
Publicado por Manuel 18:24:00 2 comentários
Uma questão em aberto
sexta-feira, maio 25, 2007
Sobre crianças desaparecidas, um especialista em investigação, declarou hoje o seguinte:
O presidente do Grupo Especialista em Crimes contra Menores da INTERPOL disse hoje em Lisboa que num caso de desaparecimento de crianças ou adultos as primeiras 24 horas são cruciais.
O comandante Alain Remue falava na II conferência europeia sobre Crianças Desaparecidas e Exploradas Sexualmente, que decorre em Lisboa para assinalar o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas.
Segundo este responsável, há três regras básicas de investigação iguais para todo o mundo: cada caso é um caso (não existe um desaparecimento igual), as primeiras 24 horas são cruciais e nunca se deve dizer nunca.
Lisboa, 25 Mai (Lusa) -
Enquanto cidadão que escreve neste blog, ainda estou à espera de uma explicação da polícia portuguesa ( GNR e PJ e ainda SEF), acerca do modo de operação, concreto, no caso do desparecimento da pequena Madeleine, no Algarve.
Li há uns dias uma declaração extraordinária do sindicalista da PJ, Carlos Anjos, a dizer que correu tudo muito bem porque a investigção da PJ começou... seis horas depois!!! Acrescentou que nem é costume ser assim tão rápido.
Pela minha parte, sinceramente, só pretendo que alguém da PJ ou da GNR venha explicar, se de facto aquilo que o especialista da INTERPOL, disse, hoje, será novidade para alguém naquelas polícias. E se o for, o que é que andam a fazer os elementos dessas polícias que fazem ligações com a Interpol ,etc.
Se não for, o que é que aconteceu, de facto, para se demorar seis horas ( se é que não foram mais) e ainda para saber se houve aquela rábula do costume que é a de desvalorizar os desaparecimentos de pessoas, confiados na estatística de que "isso não é nada", "ela aparece", "não se preocupe".
Acho que ainda ninguém colocou a questão nestes termos e é tempo de a colocar abertamente. Para que no futuro, este género de coisas, nunca, mas nunca mais aconteça.
Nota: Afinal, parece que nada haverá a esclarecer. O PGR, ouvido mesmo agora na SIC, declarou que a polícia nada tem a aprender de novo com este assunto. "É um crime muito difícil de decobrir", disse o PGR.
Publicado por josé 20:30:00 12 comentários
Nem pensar!
O ministro Mário Lino encontra-se neste momento a dar explicações na RTP1, numa entrevista de telejornal.
Mostraram-lhe os dois vídeos com imagens polémicas, relativas a duas das suas declarações que têm sido geralmente tomadas como anedóticas. Uma, sobre a margem sul; outra sobre a sua particular inscrição na Ordem dos Engenheiros. Depois da sugestão repetida do entrevistador, - José Rodrigues dos Santos- nesse sentido, o ministro admite facilmente que as interpretações dadas às palavras que proferiu, podem ser exactamente aquelas que todos compreenderam e que têm provocado riso geral. Até os plagiadores fedorentos pegaram no assunto...
Sobre a intervenção polémica em que se declarou alegremente ( é a palavra, ao ver o sorriso maroto que acompanha a expressão e a gargalhada que imediatamente provocou), engenheiro, sublinhando a inscrição na Ordem, Mário Lino declarou agora, urbi et orbi, que nessa altura, nunca lhe passou pela cabeça estar a gozar com a licenciatura do primeiro ministro.
Lembro-me de um antigo ministro de Cavaco Silva, Carlos Borrego e que numa infeliz tirada discursiva sobre os hemofílicos, contou uma anedota anódina. Foi imediatamente demitido, porque a TSF passou vezes sem conta a tirada fatal.
Agora, mesmo com imagens a desmentir na cara o próprio ministro, o mesmo ainda tem a lata de declarar que nunca lhe passou pela cabeça o efeito da declaração jocosa...
Publicado por josé 20:15:00 7 comentários
Oasis Alcochete
A primeira paragem será na Área de Serviço da Margem Sul, onde os nossos experientes motoristas necessitam baixar a pressão dos pneus, necessária à circulação nas dunas.
O trajecto até ao Oásis, onde serão servidos carapaus assados e enguias do Tejo, poderá ser feito, por escolha e conveniência dos participantes, quer continuando na caravana de jipes ou em dromedário (uma só bossa), o que torna a aventura muito mais excitante, pois tirando os beduínos tratadores e a areia, os participantes não encontrarão: "pessoas, escolas, hospitais, hotéis, indústria ou comércio"! Reunidos os participantes será servido o almoço, em tendas, com pratos tradicionais do Oásis Alcochete.
À tarde, a seguir ao pôr-do-sol no deserto - espectáculo sempre deslumbrante - será servido um chá de menta, após o que, a caravana regressa nos jipes, com paragem na área de Serviço da Ponte Vasco da Gama, para reposição da pressão dos pneus.
Publicado por António Duarte 17:29:00 1 comentários
o filho da mãe (II)
Mais um vídeo, do qual - aparentemente - ninguém contesta a veracidade...
(originalmente aqui.)
Publicado por Manuel 17:03:00 3 comentários
'superioridade e indiferença'
(via Apdeites)
Publicado por Manuel 15:46:00 0 comentários
Ota ou o Gato por Lebre - Interesse Público
Publicado por António Duarte 15:07:00 1 comentários
Director da polícia é citado em gravação que consta de inquérito
Não se assustem, rapazes, é no Brasil...
Publicado por Manuel 14:56:00 1 comentários
Cartas marcadas
Não é no povo que zurzo. É em mim próprio, enquanto observador descomprometido com partidos políticos ou grupos de influência política, por muitas vezes não entender este povo que virtualmente vota como vota.
Ao longo dos anos, aprendi a respeitar a vontade popular, mesmo contra as minhas ideias, por ter achado que afinal as escolhas que foram sendo feitas, tiveram sempre a sua lógica que denotava alguma inteligência colectiva que nos definia um perfil. Mesmo assim, acho que houve grandes erros cometidos, pelos quais ainda pagamos facturas elevadas.
No entanto, mesmo agora, com toda a perplexidade que estas sondagens apresentam, continuo a pensar que estes resultados derivam do estado actual a que chegamos: um Estado de dependências várias, com uma forte componente de funcionários e uma parte importante de empregados por conta de outrém que pensam de outro modo, diferente dos funcionários, mas não conseguem articular harmonias no sistema que temos e herdamos.
Não acredito na luta de classes, mas acredito na luta entre classificados do funcionalismo e dos privados das empresas. Este governo pode muito bem estar a governar como deve ser, embora todos saibamos que há várias formas de o fazer. Quem vai dizer o contrário, com suficiente autoridade para tal?
O PSD pode dizer com absoluta verdade que a alternativa que promete é diferente e melhor? Há alguém no PSD que faça esse discurso bem feito e de modo a convencer o povo?
Há alguma alternativa na Esquerda totalitária que ainda temos? O CDS constitui alternativa com crédito, depois do que fez na coligação com Santana?
Não será isto mesmo que o povo intui e vota em conformidade, indo ao essencial do que lhe parece ser o essencial?
Neste estado de coisas, a discussão séria que se apresenta sobre o carácter de um indivíduo como o primeiro ministro, ou sobre a competência mediática de um ministro como Mário Lino, será assim, no entender deste povo que vota, completamente despicienda. Não devia ser? Pois não, mas a verdade é que parece mesmo que é.
E no entanto, é por aqui que se tenta o desgaste, com toda a legitimidade dos princípios de rectidão moral e dos valores democráticos.
Mas…quem é que liga a isso, tirando os opinadores dos media, quando se sabe que muitas vezes, são eles próprios os interessados em fazer valer um discurso de método de apear o califa e tomarem o lugar do califa? Que crediblidade merece um discurso de método que se afigura cínico, acima de tudo?
Por que razão Mário Lino está completamente debaixo de fogo mediático, já gozado por plagiadores e um outro Mário, Gago de apelido, já o não está? Mistérios insondáveis da opinião pública e publicada.
Por que razão um fenómeno como o desaparecimento de uma menina estrangeira, no Algarve, atingiu o mediatismo global como atingiu? Mistérios insondáveis do imponderável mediático.
É neste jogo de imponderáveis, de incertezas mediáticas e de agendas impossíveis de programar que reside todo o interesse e acompanhar a realidade política.
Mas por outro lado, só é possível entrar neste jogo, com algum sentido de humor, porque uma boa parte das vezes, o jogo tem cartas marcadas e os truques não são visíveis. Et pour cause.
Publicado por josé 11:41:00 9 comentários
Um filme épico - Em exibição, num país perto de sí
Publicado por António Duarte 11:07:00 1 comentários
talvez sim, ou talvez não
Abaixo, o José zurze, a propósito das sondagens, contra o povo que somos e que temos. Talvez tenha razão, ou talvez não - é que me vem à memória o fim abrupto de Guterres, que nenhuma sondagem quis, ou soube, antever...
Publicado por Manuel 11:04:00 1 comentários
A frase
A Grande Loja está em condições de adiantar o teor exacto, e preciso, das afirmações que o Professor Charrua proferiu, à hora de almoço, a um colega, e que foram qualificadas como injuriosas, ofensivas e insultuosas ao bom nome de José Sócrates, primeiro-ministro de todos os socialistas, pela Directora Regional da Educação do Norte, e motivo da suspensão preventiva, de Charrua.
- O Sócrates que vá é para a Margem Sul, carago!
O que traduzido na mente da ortodoxa socialista, a Torquemada de Saias, significou que Charrua desejava é o envio do 'Engenheiro' (faxeado) para as urtigas do Deserto, da Margem Sul, Deserto esse onde como Mário Lino sabe só há camelos...
Publicado por Manuel 10:55:00 0 comentários
O povo que temos e somos
Hoje, as sondagens apontam para o reforço da maioria absoluta governamental. Quase 47%!
Está provado que quem vota maciçamente, aos milhões e ao mesmo tempo responde a inquéritos de sondagem, não lê jornais; vê a tv que lhe dão e muito menos lê blogs ou comenta assuntos do dia com propriedade e conhecimento de facto e de direito, dos assuntos.
Passadas dezenas de anos sobre o 25 de Abril que nos libertou da "longa noite fascista" e nos devolveu as mais amplas liberdades, o povo em geral, está-se nas tintas, para fenómenos de corrupção ou manigâncias sobre obtenção de diplomas de licenciatura de uma pessoa que chegou a primeiro ministro, sem se saber muito bem como nem porquê. Este povo quer saber nada de coisas substanciais como o carácter de um primeiro ministro ou a correcção de actuação de um governo ou dos seus ministros.
Os comentadores de jornal e demais pessoal intelectualizado nas letras e tretas, pode muito bem ficar ciente disto: vale quase nada o que escrevem e adianta muito pouco ou mesmo nada, a preocupação que possam ter com issso.
Mais: a influência real e efectiva de uma opinião sustentada em certos arquétipos morais e de coerência com princípios de comportamento e de carácter, vale mesmo zero.
Continuamos a ser um povo inculto, realmente analfabetizado e desinformado por vontade própria. Os contentinhos de hoje, serão os descontentes de amanhã, por motivos simétricos.
Publicado por josé 10:49:00 0 comentários
Um cinismo refinado
Podem cometer-se evidentemente todas as malfeitorias abusando da liberdade de expressão e de opinião. Mas, salvo quando haja violação do direito ao bom nome e reputação de outrem (que está também constitucionalmente garantido), num Estado de direito democrático só há um meio de combater ideias e opiniões: com outras ideias e opiniões! [Publicado por vital moreira] 25.5.07
Há um ano atrás, estava na ordem do dia mediático e político, uma questão fulcral para este poder implantado de estaca: a substituição rápida e indolor do então PGR, Souto Moura. As verdadeiras razões para tal iminência, esses poderes e os seus acólitos e núncios, sabem-nas muito bem: vingança pessoal e política, apenas.
Nessa altura escrevi um comentário num postal nesta Loja. Assim:
No dia em que o PGR esteve em Coimbra a falar sobre a proposta do governo sobre política criminal, o jornal onde Vital Moreira se aboleta ( O Público)publicou uma "notícia" dizendo que o PGR tinha afirmado que a PGR era um órgão de soberania.Qualquer pessoa bem intencionada que conheça o actual PGR sabe muitíssimo bem que esta calinada nunca poderia ser proferida por Souto Moura. Quand même! Com base na "notícia" do jornal , VM escreveu um postalzito a descascar directamente, ad hominem, no PGR Souto Moura e , claro, a exigir mais uma vez ( e as outras são incontáveis, sem que se perceba muito bem porquê) a demissão do PGR. E apontou o dedo à aleivosia publicada pelo jornal que acreditou e publicou como verdade absoluta engolida logo, com muito gosto, pelo blogger VM !Poucos dias depois, o Público publicou uma carta aberta do próprio Souto Moura em que este explicava que não tinha dito tal coisa e que dissera, sim, coisa bem diferente.
Sabe o que fez o blogger Vital no causa nossa, por causa dessa carta?Intitulou assim o postal: "E insiste!"E fugindo da explicação dada que lhe desmentia a ignomínia e a ofensa publicada, tergiversou sobre o tema do controlo da PGR pela Assembleia da República, tecendo os encómios habituais à excelência deste órgão (e ao funcionamente das suas comissões)!
Está à vista a coerência acerca dos ataques vigoroso às ideias e os rebaixados, ad hominem…
Publicado por josé 10:43:00 0 comentários
'jornalismo de sarjeta'
ASSIM VAI O JORNALISMO EM PORTUGALSó uma pequena nota: as sondagens referidas são NACIONAIS e, a partir delas, o ilustre semanário Sol (certamente encoberto pelas nuvens que neste momento pairam sobre Lisboa), extrapola as mesmas para Lisboa.
Este sim, este é jornalismo de sarjeta
Adenda - Entretanto o Pedro Magalhães já comentou aqui...
Alertado por um leitor e blogger, gostaria de chamar a vossa atenção para esta notícia da edição online do jornal Sol, onde se relatam os resultados de uma sondagem realizada a uma amostra representativa dos eleitores residentes em Portugal Continental, e onde o PS surge com 46,8% das intenções de voto válidas. O título da notícia resume "Sondagens dão maioria ao PS na Câmara de Lisboa". Errar é humano. Mas se há ministros que não deviam fazer discursos depois do almoço, há jornalistas que não deviam escrever notícias antes do pequeno-almoço.
Publicado por Manuel 10:08:00 2 comentários
sem qualquer espécie de redenção
As coisas são o que são - José Sócrates ascendeu a primeiro-ministro, nas condições a que ascendeu, por uma e uma só razão - do outro lado estava um 'senhor' chamado Pedro Santana Lopes, efeito secundário da fuga umbiguista do Dr. Barroso. Percebe-se por isso o carinho, a gratidão e a simpatia que sistematicamente altas patentes socialistas nutrem pelo 'Pedrinho' mas, já é mais difícil de explicar porque razão de cada vez que o PS e o Governo estão mais que em apuros, Pedro Santana Lopes, que continua a dizer ser do PSD, tem que aparecer a ganir, e a disparatar, num reflexo tipicamente pavloviano, contra a actual liderança laranja, (desta vez elevada a estalinista e nazi (!)) num frete óbvio, e explícito, ao PS e ao Governo, e numa tentativa óbvia de desviar as atenções dos portugueses do essencial. Para além do ressabianço, óbvio e evidente, a única explicação é que à crescente, e exponencial, lopização deste governo, onde o Primeiro Ministro já não tem qualquer autoridade e reina a rebaldaria, de facto Santana Lopes se identifica com os dramas que atingem Sócrates, o PS e o Governo.
Para os mais distraídos, Pedro Santana Lopes é, recorde-se, desde o 25 de Abril, o único Primeiro-Ministro, que teve um chefe de Gabinete, agora arguido, como informador da Polícia Judiciária, no âmbito de um processo (o Freeport) cujo alvo cirúrgico era o então candidato a PM - José Sócrates, e seu adversário político directo. Isto, que é público, e está em julgamento, devia ser suficiente, mas não é, para irradiar - de vez - Santana Lopes, no mínimo um irresponsável, da vida política activa. E, ao não ser, só reforça a ideia de que poder e 'oposição' são todos 'iguais'. Não são. Por isso entre o inferno do Dr. Lopes prefiro, apesar de tudo, o purgatório do Dr. Mendes. Como preferi, em 2005, o previsível purgatório do Dr. Sócrates, por estes dias também a derrapar, vertiginosamente, para outra coisa qualquer, sem qualquer espécie de redenção.
Publicado por Manuel 09:01:00 2 comentários
Singularidades do All garve
Publicado por Carlos 02:16:00 0 comentários
Giro, giro...
... era rever aquele Prós e Contras de há uns meses, sobre o Poder Autárquico e a Lei das Finanças Locais, em que participou o então ministro da Administração Interna e da Reforma da Administração Pública... António Costa.
O que diria o candidato à câmara de Lisboa... António Costa da prestação do então ministro?
Publicado por André 01:17:00 0 comentários
A Boa Moeda e Má Moeda...e os Camelos na Margem Sul.
quinta-feira, maio 24, 2007
Publicado por António Duarte 23:01:00 0 comentários
etiquetas Ota
Apanhados na Ota (I)
Almeida Santos, que falava à saída da reunião da Comissão Nacional do PS, é contra a construção do aeroporto na Margem Sul, mas invoca razões relacionadas com a defesa nacional, nomeadamente o risco de destruição de uma das pontes sobre o Rio Tejo.
O presidente socialista explicou que um aeroporto na Margem Sul do Tejo implica passar sobre pontes e que estas podem ser destruídas por terroristas.
Publicado por António Duarte 21:38:00 1 comentários
cinismo de ocasião
À primeira vista, até pode parecer muito virtuosa a crítica, vinda de dentro, à actuação da zeladora da DREN, por banda de Vital Moreira e outros que tais.
Nada mais enganador. O que esses críticos de ocasião sustentam na entrelinha, pouco tem a ver com a fé na virtude da liberdade de expressão. Tem tudo a ver com a inoportunidade de se voltar a falar de um assunto morto e enterrado e que para eles nunca passou de um fait-divers: a discussão do vergonhoso percurso académico do primeiro-Ministro que apoiam com unhas e dentes de fome e sede de poder.
Aliás, o blog em causa, é um exemplo flagrante deste tipo de chicuelinas. A blogger Ana Gomes, escreve no mesmo. A propósito de alguns seus colegas de partido, que fazem parte do núcelo duro de apoiantes do governo, tem escrito coisas de estarrecer. Vital Moreira escreve no mesmo sítio, por vezes um pouco mais acima; outras, um pouco mais abaixo.
O respeito pelo poder e a absoluta falta de noção do ridículo da situação, convivem alegremente, alternando postais, no blog da causa.
Publicado por josé 11:36:00 2 comentários
A pose
O advogado Proença de Carvalho, um instalado do Estado a que chegamos e que toca viola baixo em grupos de amigos, possivelmente canções tipo Beatles, dá entrevista extensa à Visão de hoje.
Proença de Carvalho é pessoa com experiência de vida, política. É um dos ícones reservados do Centro democrático social liberal e popular, partido da maioria do povo português e que tem conduzido o país, ao longo das últimas três décadas, a este belo quadro social. É um dos valetes de quase todos os governantes deste país que temos e nos deixaram. Sabe coisas de que não quer falar, sobre o processo Casa Pia e dá-se bem com alguns expoentes da sociedade portuguesa. É amigo de “todos os donos dos grandes escritórios de advocacia” e conhece todas as correntes transversais da sociedade de interesses portuguesa. Foi amigo de Champallimaud, defendeu Leonor Beleza à exaustão, contra os hemofílicos; É , evidentemente, amigo de Mário Soares e também de Cavaco Silva, como é de Dias Loureiro e de outros notáveis. Defende este governo e acha que não há perigo de qualquer poder pessoal do primeiro-ministro, apesar de entender que os jornalistas hoje, têm menos liberdade- mas por causa da “empresarialização” dos media.
As suas ideias têm, por isso, algum interesse. Que pensa Proença da esquerda e da direita, por exemplo?
“ Depende do que se entende por esquerda. O problema é este: haverá lugar para uma esquerda contra o mercado e que continue a pensar que o Estado deve intervir e regular a economia? Essa é uma óptica irrealista. Um partido que hoje se situe nesse espectro político pode continuar a enfatizar as bandeiras sociais, mas, no que toca à política económica e financeira, não pode ser diferente de qualquer outro partido realista. Claro que é sempre possível pensar uma esquerda como a do dr. Mário Soares, contra a globalização e antiamericana, mas essa é uma esquerda sem qualquer presente ou futuro.”
Uma das pedras de toque do discurso de Proença de Carvalho, desde sempre que o conheço a falar para os jornais, é o modelo de organização dos poderes de investigação e acção penal.
A Proença de Carvalho não se conhece nada de especial, em teoria e que seja consistente, sobre a lógica de organização do sistema jurídico-penal que temos e para cujo modelo muito contribuiu um seu antigo amigo, Salgado Zenha, do PS, ( tal como então o próprio Proença o era).
O discurso de Proença, ao longo dos anos, sobre este assunto, não sai disto:
“Temos tido, em Portugal, um grande défice de autoridade democrática e governos que não assumem as responsabilidades que lhes cabem nos vários domínios. Não considero que a segurança seja uma matéria da responsabilidade das polícias, como a Justiça não deve ser da responsabilidade dos magistrados. O Governo tem obrigações e deve assumi-las, até para que nós, cidadãos, posssamos pedir-lhe responsabilidades.”
Este discurso redondo, feito de inuendos não declarados, alberga alguma ideia concreta e precisa sobre a organização do poder jurídico-penal em Portugal? Alberga pelo menos uma: a de capar o poder judicial do poder que ainda tem. Em nome e interesses de quê e de quem? Do tal povo a quem pertence a soberania?
A ideia sempre repetida de “responsabilidade democrática”, já parece a velha e revelha cassette gasta, sem sistema Dolby.
A Proença nunca se lhe pergunta a ideia concretizadora do seu pensamento de algibeira. Tirando a frase feita da responsabilização e da submissão do poder judicial ( que não distingue quanto aos vários protagonistas) ao poder político, nunca se lhe dá oportunidade para esclarecer se conhece os modelos existentes e que modelo defende.
Já sabemos que o modelo português actual não o atrai. Não sabemos qual prefere e fica-se sempre nessas meias tintas de aparentar um saber mais do que duvidoso e mais do que suspeito, porque nunca explicado. Parece, por vezes, que tem saudades do tempo da velha senhora que instituiu os tribunais especiais plenários e arreatava o Ministério Público às nomeações de "responsabilidade". Das poucas vezes que fala sobre polícias, o modelo que apresenta lembra sempre o da PJ dos tempos antigos que tinha juízes privativos e autonomia dependente do ministro da tutela.
Já era tempo de alguém dizer a Proença de Carvalho que o que diz é pouco e gasto e precisa de explicar o que sabe do assunto, para que se perceba o que quer dizer. Porque o que parece realmente é que Proença de Carvalho é um apenas um...bluff, cujo truque reside na pose.
Publicado por josé 10:49:00 1 comentários
o day after
Agora que estamos conversados sobre a originalidade dos Gatos (fedorentos) há que convir que em matéria de criatividade e imaginação ninguém bate Mário Lino e Almeida Santos. Quando os argumentos a favor da OTA já vão em desertos e ameaças terroristas, estamos conversados. É o desespero, é o que é.
Publicado por Manuel 06:07:00 2 comentários
A chico espertice geral
quarta-feira, maio 23, 2007
Copiar é o nosso destino. Somos um povo de copistas de ideias alheias. Porém, creio que houve alturas em que não copiamos tanto e tenho saudades desse tempo, por esse motivo e porque nos devolve a memória de uma dignidade que já não temos.
Copiamos desgraçadamente em tudo e em todo o lado. Fazêmo-lo ainda com a desfaçatez da impunidade, porque quem copia sai sempre beneficiado. A cópia ri-se do original. E os basbaques complacentes, aplaudem.
No Google, procurei o sítio original onde terá vindo a mostra da cópia do genérico do Diz que é uma espécie de magazine, dos Gato Fedorento, a última mostra da nossa capacidade de copianço à larga e sem vergonha.
Fui dar aqui. O post é de 17 de Maio do corrente ano. No entanto, alguém deu por ela, no mesmo dia, mas nada disse do sítio onde viu primeiro e até mostrou admiração pela descoberta!! Outros seguiram e fizeram o mesmo. Apresentaram a "novidade" como descoberta própria, sem citar o descobridor. É assim, em Portugal, por isso não admira que tenhamos um primeiro ministro como temos e o país que temos: uma sítio de chicos espertos e pouco mais.
Nota complementar e correctiva:
Pedro Aniceto, do blog Reflexões de um cão com pulgas, respondeu na caixa de comentários para me chamar à razão de uma possível precipitação, negando a cópia e a chico-espertice. Fez bem. Ficam as desculpas, por essa interpretação possível do que escrevi.
Publicado por josé 23:23:00 16 comentários
o sentido do ridículo
«Só tenho notícia desse caso pelos jornais e lamento o que aconteceu. Mas quero garantir aos portugueses que nem o Governo, nem alguma instituição deste país, deixará que alguém seja sancionado por uso do direito à liberdade de expressão», declarou hoje o primeiro-Ministro, José Sócrates.
A afirmação foi produzida ainda hoje, en passant, sobre o caso estranho do professor Charrua, aliviado das suas ocupações na DREN por decisão da zeladora da insituição.
Parece uma afirmação inócua e de bom senso democrático, mas não é - antes pelo contrário.
Em primeiro lugar, o Governo não pode garantir nada a ninguém, para além das suas funções executivas e atribuições administrativas. A decisão da zeladora da DREN ou de outros zeladores semelhantes, não pode ser controlada directa e imediatamente por nenhum governo democrático, porque a separação de funções no Estado, implica que o Governo respeite as decisões dos órgãos administrativos inferiores, no âmbito disciplinar, respeitando a legalidade, enquanto estiverem nesses patamares administrativos.
Aliás, foi esse o discurso, ontem mesmo, do tal governo, que resolveu que nada tinha a dizer enquanto o processo não chegasse ao “ministério”.
Depois, não pode garantir nada pelas outras instituições, porque o Governo delas está separado em função da lei constitucional.
Não compete ao Governo garantir que o Provedor de Justiça, a Procuradoria Geral da República e os Tribunais, sancionem ou deixem de sancionar alguém por causa do “direito à liberdade de expressão”. Esse direito tem limites e não é o Governo que os define casuisticamente. Estão já definidos na lei democraticamente aprovada, aplicada pelos tribunais dos quais o governo está separado.
O que esta afirmação estranha do primeiro-Ministro revela, é algo bem mais simples e que parece o que é: este primeiro-Ministro quer mesmo garantir tudo o que lhe interessa garantir, principalmente o que instrumentalmente lhe serve para a boa imagem e a manutenção no poder pelo tempo mais longo possível. E quer garantir outra coisa bem mais prosaica e perigosa: a vontade de controlar tudo e todos, mesmo os que nunca poderá, de direito.
Assim, a afirmação acerca do amor assolapado à liberdade de expressão, na retórica do costume, soa a falso e oco, porque os indiícios que vamos tendo, apontam na direcção oposta.
E que ninguém se espante com esta declaração extraordinária. A aparência e a imagem, já tomaram há muito o lugar da essência, neste governo.
Um primeiro ministro que comenta deste modo, um assunto lateral e relacionado com a pouca vergonha do seu percurso académico, perdeu o sentido do ridículo.
Publicado por josé 22:17:00 2 comentários
Carta aberta a Luis Paixão Martins(1)
Ontem à noite, calhou-me assistir à performance, agora diz-se assim, de António Costa, no Jornal da 2:. Má, muito má, péssima. António Costa, mais frio que uma estátua de mármore, tinha manifestamente o script muito bem estudado, só que isso não chega. Não chega, porque naquele pretenso perfeccionismo formal e estético, fazia lembrar ... Santana Lopes. Ali não houve alma, um mínimo de convicção, apenas um pivot com o texto na ponta na língua. Só fachada.
Esta questão faz-me lembrar de um velho problema com a música (clássica) de síntese (gerada por computador). É tão perfeita, tão limpa, tão limpinha, que cheira a falso e a artificial, a qualquer melómano que se preze, porque é desumana, na medida que é excessivamente determinística e previsível. E isso, obviamente não chega.
(1) Dirijo-me a si, meu caro, porque - aqui entre nós - se você mandar o 'cliente' fazer o pino, ele faz mesmo... Não faz é milagres. Já agora, essa de achar uma boa ideia - one worth exploring - o Carmona avançar, não sei, não...
Publicado por Manuel 16:50:00 15 comentários
Quem não ofendeu a mãe de um governante que meta o dedo no ar!
para ler n'O Jumento
Publicado por Manuel 15:13:00 1 comentários
A Ota, segundo 'OTO'rrico Paraguaçú
(Via O Insurgente)
Publicado por Manuel 14:38:00 0 comentários
a filha da mãe
Abaixo segue a história da Guidinha, do Nandinho e do Santinho.
Guidinha é a chefe do Nandinho, português de gema, e que tem a verbe fácil, e não terá, dizem, papas na língua. Certo dia, depois do almoço Nandinho ter-se-à referido - suprema heresia - ao Ayatollah Supremo, Muhamar Ali S. , como, pasme-se, esse "filho da mãe" (um crime hediondo, já se vê).
Guidinha ouviu ? Não, não ouviu. Alguém se sentiu ofendido com a linguagem, aliás bem ao nível - diz quem sabe - da que Ali S., o Grande, usa em privado ? Pois, parece que também não. Nada que demovesse a Guidinha, que logo descortinou quem em nome da lealdade devida aos designados pelos Poderes Supremos, leia-se - para ser outro a levar 'porrada' e não ele - não tinha outro remédio senão o de assinar uma declaração a dizer que sim, que o Nandinho tinha dito que Ali S., o Grande, Muhamar Ali S., o Profeta, era um banal, vulgar, 'filho da mãe'. A Guidinha, essa, deu-se por satisfeita - o Santinho, que durante 20 longos anos almoçou e foi colega do Nandinho, foi-lhe leal a ela, aos Poderes Supremos e ao Grande E. Nandinho já era.
Moral da história - Eu não sei se a Guidinha é também ela uma 'filha da mãe', ou o que quer que o Nandinho tenha chamado ao Grande, ao Supremo, Ali S.. O que sei, tenho a certeza, é que se eu fosse (salvo seja) Ali S., o Grande, Muhamar Ali S., o Profeta, ou a mãe da Guidinha, bem que preferia levar com o epíteto que o Nandinho terá lançado, do que com a dúvida, terrível, e a suspeição, de que tinha sido eu a 'educar' assim filhinha como a Guidinha.
P.S. qualquer semelhança com os eventos glosados aqui é fruto das circunstâncias e pura coincidência. Aliás os eventos descritos acima passaram-se algures num triângulo imaginário, com vértices na Venezula, de Chavez, no Irão de Khamenei, e da Coreia de Norte, do Kim.
Publicado por Manuel 13:45:00 0 comentários
o caso DREN, e a 'boa' moeda
Enquanto o Ministério da Educação continua a achar que na DREN
não se passou nada de anormal e inusitado, já, no blog onde escreve o companheiro da Ministra da Educação, Pedro Adão e Silva, um ferrista que se a si próprio se vê como uma das mentes brilhantes que ululará no PS pós-Socrático, resolveu imitar Goebels, na tentativa de contextualizar, e relativizar, o caso.
Começando pelo fim, numa prosa intitulada 'Morder o Isco', Pedro Adão e Silva 'reduz' a questão a uma alegada armadilha, uma 'esparrela fácil' (sic) na qual a Torquemada de saias, directora regional, da DREN terá caído, por 'excesso de zelo e falta de inteligência' (sic). Para Adão e Silva o que tivemos na DREN foi mais uma cabala - a directora-regional terá sido 'provocada, provavelmente a sua liderança afrontada de modo sistemático'. Depois, "a história do Professor destacado na DREN que foi suspenso e recambiado para a escola de origem (onde, parece, não estava há dezanove anos – o que não deixa de servir para nos questionarmos sobre o fenómeno dos professores destacados para os serviços centrais e regionais do Ministério da Educação) tem todo o ar de estar mal contada. Basta saber que muitas das direcções regionais dos Ministérios são lugares de poder partidário por excelência, para perceber que o que esta história esconde é provavelmente uma luta entre novos e velhos poderes nos serviços. A este propósito, não é nada irrelevante que o professor em causa tenha sido até há pouco deputado pelo PSD" (sic).
Ora, nestes nacos de proza está todo um programa, todo um retrato daquilo que vai quer na cabecinha de Pedro Adão e Silva, quer na de uma boa parte do 'povo de esquerda' que nos pastoreia.
É que há de facto, e por estes dias, uma diferença de fundo, estrutural, entre a 'esquerda'/PS e a 'direita'/PSD em Portugal, uma diferença que vai muito para além de questões ideológicas. É que se no PSD há tentativas periódicas de 'mexicanização' do poder, mas onde ecumenicamente acaba por haver lugar para todos, de todas a cores, e mais alguns, já no PS o que há, nos últimos anos, e na pior tradição jacobina da Esquerda, é uma tentação 'afonso costista', de fatwas eugénicas e sistemáticas, contra, não só quem não é do PS, mas sobretudo contra quem não pensa da mesma forma que o (chefe do) PS. ("Quem não é do PS, leva!")
Tivesse Pedro Adão e Silva um módico de princípios, um módico de honestidade intelectual, não padecesse também Pedro Adão e Silva do mesmíssimo 'excesso de zelo e falta de inteligência' (sic) de que acusou a responsável da DREN de padecer e a conclusão que teria imperiosamente de tirar era uma e só uma - o professor da DREN não foi acusado por rigorosamente nenhuma das razões que Adão e Silva aventou, foi acusado por ter proferido um comentário sobre a licenciatura faxeada de Sócrates. São estes os factos, inilúdiveis, confirmados aliás pela tal Torquemada de saias, a qual, abone-se, não se escuda em quaisquer eufemismo ou subterrefúgio. Tudo o resto é assessório e só serve para esconder o essencial - um cidadão português foi perseguido por puro delito... de opinião.
Pedro Adão e Silva bem pode dizer que é de 'esquerda', não pode é dizer é que é, ou que sabe o que é, um democrata! Soubesse-o, e certamente saberia que, numa democracia, em qualquer democracia, mesmo de 'esquerda', somos, temos que ser, iguais, perante a Lei, perante a sociedade, perante o Estado, quer sejamos, ou tenhamos sido, deputados do partido A, B, ou C. Soubesse-o e não faria a figura pindérica que fez.
Em bom rigor, nada distingue Pedro Adão e Silva, o silencioso Ministério da Educação, a mole de dirigentes e deputados do PS que apareceram a contextualizar a questão e a falar no 'respeitinho' devido ao 'Grande Engenheiro' (faxeado), a própria Margarida Moreira - a Torquemada de saias da DREN, de alguém que há cerca de dois milénios 'conquistou', na horizontal e na vertical, o seu 'lugar' na história - Fulvia Flacca Bambula - uma 'senhora', e 'política', romana cujo maior feito, foi o de mandar cortar a língua a Cícero, depois deste assassinado, para depois a retalhar, à língua, com ganchos dourados do cabelo.
Publicado por Manuel 10:58:00 8 comentários
Diz que é uma espécie de segredo de justiça
Adenda: ou diz que é uma espécie de notícia?
Publicado por Gomez 10:49:00 0 comentários
A simple twist of fate
Os fedorentos copiaram uma ideia completa de um cantor francês dos anos sessenta, e serviram-se dela para o genérico do seu programa de tv, Diz que é uma espécie de magazine.
Não, não foi uma simples cópia de uma ideiazinha avulsa e inspiradora para mostrar o início do programa fedorento: foi o ideário todo. Tudinho, excepto a letrinha que interessa para nada. Foi a música, a coreografia, e o espírito inerente a um vídeodisco ( como dantes se dizia), à solta no YouTube e que mostra um cantor francês dos anos sessenta, do género pimba na caneca, a saracotear uma musiquita medíocre e ritmada em yé yé de twist, copiado por sua vez, dos êxitos ingleses e americanos da altura.
Os fedorentos tinham milhentas alternativas para o copianço e foram logo buscar um Clo-Clo, diminutivo carinhosamente acolhido pelas fãs de Claude François, celebrizado nos anos sessenta e início dos setenta em revistas de grande fôlego gráfico tipo Salut les Copains, Ciné Revue e outras para teenagers sessentonas, em parceria com outros vultos imensos da cultura francesa como um Michel Sardou, um Adamo ou um Christophe e também uma Sheila e Silvye Vartan, para o gosto comum...
Hoje, no Diário de Notícias, sai a explicação esfarrapadinha e que tresanda a chico- espertice por todos os lados, de…Zé Diogo Quintela.
Diz aquele que é uma espécie de humorista que os fedorentos sempre assumiram que “ a ideia não é deles” e “se fosse para copiar fazíamos a coisa minimamente diferente”. Minimamente diferente?!!! Ó Quintela! Mas tu, por acaso, já viste outra vez o vídeo do Clo-Clo?! Estás gozar connosco, ó pá?
Logo a seguir, de mansinho, a explicação tipo Clara apanhada no gamanço de ideias, com muito carinho Correia: “A chuva de estrelas e o não se esqueça da escova de dentes adaptaram música dos Abba”. Pois adaptaram e no caso da Chuva, até tinha a indicação explícita de que se tratava do Thank you for the music… que é o que falta de todo no genérico do programinha do Diz que é uma espécie de imitação.
E explica o processo criativo: “Mais do que uma música estávamos à procura de um tipo de dança”. Pois, a dança é que lixou tudo, porque a cópia é mesmo da dança, para além da música. É uma cópia de tudo, voilà.
Eu não sei se os fedorentos têm que pagar direitos de autor. O que sei é que têm de pagar o preço da fama e esta é implacável com este tipo de chico-espertices. Como dizia o Dylan, para viver fora da lei, é preciso ser honesto. E o que resulta desta anedota é uma desonestidade que fica nada bem a quem anda sempre a gozar com os outros.
Ora ponham lá o nome ao rapazito Clo-Clo, dizendo que lhe copiaram a ideia e mostrem o vídeo original. É o mínimo que a decência impõe.
Notazinha: o título deste postal é uma cópia de uma canção de Bob Dylan...
Publicado por josé 10:22:00 5 comentários
Diz que é uma espécie de Clo-Clo
Publicado por josé 00:17:00 46 comentários
revelação
terça-feira, maio 22, 2007
O Dr. Sampaio, ex-PR, fez hoje um revelador e comovente apelo ao eleitorado alfacinha - Ao pedir o voto em António Costa, pediu para o Governo não ser julgado. Revelador, porque se há razões para julgar mal o Governo, estas também se devem a António Costa, até à dias apenas número dois e 'super-ministro' do mesmo. Logo, em bom rigor não se percebe como podem os lisboetas dissociar o seu voto da análise que fizerem da acção governativa. Afinal, a força e o peso de Costa, enquanto candidato, vem, ou vinha, precisamente do facto de ser previamente o número dois deste governo, ponto.
Eu percebo que Costa se tenha querido pirar, a sério que percebo. À boa maneira portuguesa, conhece os indicadores, viu o caso da Independentíssima licenciatura faxeada, e resolveu tratar da vidinha e, Sócrates, esse que se lixe. Só que Sócrates por muito arrogante e autista que seja não dorme completamente. Costa será não só a candidatura do PS mas também a candidatura deste Governo, o de Sócrates. Ao contrário do que infere aqui uma alminha do Expresso que percebe tanto de política como eu de culinária (saberá comer e servir-se) Costa tem infinitamente mais a perder, que Sócrates. Se o resultado não for brilhante (e há milhentas razões para isso ser uma possibilidade real, desde o desencanto com o Governo até ao facto de Costa deslumbrado e cego pela vaidade ter transformado a sua campanha numa montra do pior e mais pérfido do 'regime' (de Júdice a Salgado...)) Sócrates poderá sempre alegar que o acto eleitoral ocorreu a meio da legislatura, que é normal os governos saírem penalizados (e é) e, em tese, recuperar nas legislativas. Mais, conhecida que a sua 'compaixão' (vide a atitude do PS nacional com Jacinto Serrão do PS/Madeira) Sócrates em caso de um mau resultado de Costa pode sempre alegar que foi António Costa - ministro - que fez questão de ser candidato, logo reforçando exponencialmente a associação da candidatura do PS ao governo, e não ele, Sócrates, lavando assim as mãos.
Já Costa, alegadamente o melhor da sua geração, com a sua entrada na campanha 'à matador' até agora a única coisa que provou é que não é tão inteligente quanto se pinta, e o pintam, ao não ter demonstrado qualquer réstia de humildade e arrogantemente se ter auto-proclamado como vencedor absoluto antecipado.
Publicado por Manuel 15:42:00 11 comentários
A palavra do Poder
O Público de hoje cita a revista americana Journal os Personality and Social Psychology, para nos apresentar uma opinião supostamente científica acerca do comportamento das “massas”: “A forma como avaliamos a opinião dos grupos afecta as nossas percepções da realidade”, cita-se .
O estudo citado, de uma dúzia de páginas, destinava-se a procurar entender o modo como alguém avalia a opinião colectiva de um grupo e como é que essa avaliação é influenciada pela repetição de mensagens.
Campo de manobra vastíssimo dos variadíssimos spinners e profissionais de mercado de opinião pública, estes estudos contém em si mesmos, um forte pendor opinativo, embora capeados pela autoridade de um inquérito estendido a cerca de mil estudantes universitários americanos, no âmbito de uma pesquisa curiosa: um grupo de estudantes leu uma opinião veiculada por uma só pessoa; outro, leu a opinião de três pessoas diferentes e ainda um outro, a repetição da opinião de uma única pessoa.
Acharam os estudiosos que a opinião veiculada por mais pessoas é prevalente, assim como aquela que é repetida por uma só. “Uma só voz repetida pode soar como um coro”.
Onde andará a novidade destas descobertas que concluem também que “a exposição repetida a uma opinião pode levar uma pessoa a alterar as suas atitudes em relação a um assunto”?
Desde tempos antigos que se conhece o valor da Propaganda, para formar opinião de massa e influenciar pessoas, conduzindo-as ao redil e por vezes ao abismo.
A retórica, o desembaraço discursivo e a eloquência verbal, por vezes fazem milagres. Mas também é sabido que ninguém consegue enganar toda a gente o tempo todo. E o desengano começa pelo dissenso de alguns que se apercebem da ilusão, do truque e da falsidade.
Para sapar dissensões, todo o poder contestado se tenta no recurso à repressão, sob variadíssimas formas. Desde a manipulação de informação, apresentada de modo edulcorado e selectivo, até à censura pura e simples do que não interessa divulgar, passando pela solerte repressão policial e administrativa, o poder conhece e utiliza mil e uma maneiras de influenciar a opinião geral.
A existência num país soberano, de uma opinião pública equilibrada no dissenso e no consenso, depende da evolução civilizacional. Chamamos democracia ao regime político que melhor define essa evolução e assegura as suas conquistas.
Em Portugal, por força de alguns decénios de propaganda genialmente conseguida, andamos atrasados em relação à evolução democrática de outros países.
Em Itália, o antigo primeiro-ministro Andreotti era apelidade abertamente de “belzebú”, na primeira página do La Repubblica, em escritos de Eugenio Scalfari.
Por aqui, alguém imagina a primeira página do Público apelidando, em modo de alcunha e em editorial, o actual primeiro ministro, José Sócrates de... “O mentiroso”?
Em Itália, sofredora dos males do autêntico fascismo, mas que rechaçou em devido tempo as sereias do anti-fascismo, mudando o nome ao partido comunista e expurgando-o de resquícios estalinistas, alguém da Administração Pública se atreveria a censurar, suspendendo-lhe as funções, a conduta de um funcionário que se atrevesse a apelidar de Belzebu, o primeiro ministro do país?
Alguém já se deu ao cuidado de ler de vez em quando o Charlie-Hebdo francês ou até o Canard Enchainé? Haja alguém que veja as caricaturas dos detentores do poder e compare com o caso português.
Não há desenhadores, em Portugal, para que o humor desenhado nos jornais, se fique pelas meias tintices correctas, de um Luís Afonso?
A claustrofobia democrática também passa por aqui. E a palavra do poder é muitas vezes a mentira.
Publicado por josé 11:25:00 2 comentários
Dos 7 aos 100
segunda-feira, maio 21, 2007
O ano de 1946, foi também o do aparecimento da revista Tintin, a original, belga.
Em Portugal, as aventuras de Tintin eram já conhecidas desde 1936, precisamente com a historieta As aventuras de Tim-Tim na América do Norte, versão de 1931, publicada na revistinha O Papagaio, em 1936 e 1937, por iniciativa de Adolfo Simões Muller. Este autor e divulgador emérito, tomou conhecimento com a obra de Hergé, autor de Tintin, por intermédio de um padre português, Abel Varzim, estudante de Lovaina, na Bélgica e que conheceu pesssoalmente Hergé, aliás, Georges Remi, nascido em 22 de Maio de 1907.
Hergé, se vivo fosse, faria agora 100 anos.
Fotos: Da revista francesa (A Suivre), número especial dedicado a Hergé, de Abril de 1983, por ocasião da sua morte. Revista Cavaleiro Andante de 8.12.1956, dirigida por Adolfo Simões Muller e revista Tintin, edição belga, de Dezembro de 1972. A informação sobre Adolfo Simões Muller e Hergé, foi obtida de um artigo de Carlos Pessoa, grande divulgador de BD no nosso país, publicado no Público de 13.9.2003.
Publicado por josé 22:18:00 1 comentários
A ditosa Pátria amada de José Sócrates
(Dias díficeis para a rapaziada do marketing comunicacional da LPM...)
Publicado por Manuel 17:31:00 4 comentários
é a vida, é o que é...
Pequena carta a José Sócrates
Senhor primeiro-ministro eu não conheço o caso senão pelas páginas dos jornais mas sei que Fernando Charrua é um professor de Inglês requisitado pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) e agora suspenso por ter gracejado sobre o processo da sua licenciatura. Mais de meio país, seguramente, fez "comentários" sobre o assunto - graçolas, piadas, anedotas, coisas soezes ou apenas risíveis e imbecis. O senhor sabe. É natural, somos portugueses e conhecemos a injustiça do humor de Gil Vicente, mesmo que o assunto seja tão irritante e tão menor como esse. O tema não é tabu e o senhor mesmo foi à televisão por causa dele.
A responsável pela DREN, avisada por alguém (que achou por bem denunciar o caso, sabe-se lá porquê) achou que o comentário do professor era um insulto ao primeiro-ministro e resolveu suspendê-lo de funções e instaurar-lhe um processo disciplinar, com participação - creio - ao Ministério Público. O que apurará o processo não se sabe ainda, mas prevejo um grande debate sobre o que é e não é insulto e sobre os deveres dos funcionários públicos. A coisa promete. Como em muitas situações semelhantes, vamos ter mais anedotas sobre o assunto. Ele merece.
De acordo com a directora regional de Educação - é, portanto, a posição oficial do Ministério da Educação -, "o Sr. primeiro-ministro é o primeiro-ministro de Portugal" e os funcionários públicos devem-lhe respeito. Ora, nem que não fosse primeiro-ministro. Em declarações ao jornal "Público", Margarida Moreira acrescentou que a sua decisão (a de suspender o professor, a de instaurar-lhe um processo disciplinar e a de participar ao Ministério Público) se deve ao facto de "poder haver perturbação do funcionamento do serviço".
Dado que o processo se encontra em fase de "segredo", uma figura jurídica que serve para tudo, não sabemos que insulto lhe terá Fernando Charrua dirigido, a si, senhor primeiro-ministro, que pudesse perturbar tão gravemente "o serviço". Imagino que o senhor também não saiba. Mas, andando na política há tantos anos, suponho que nenhum insulto lhe deva ser estranho. Basta aparecer na televisão, ter um nome e ocupar um cargo. O senhor sabe como essas coisas se passam. De tudo fazemos uma anedota. O mundo é cruel.
Há, evidentemente, a hipótese de a notícia não ser totalmente verdadeira. Mas não vejo como a directora da DREN confirmou-a e o ministério da Educação não a desmentiu até hoje. Se o processo disciplinar ao professor continuar a correr neste segredo, aumentarão os rumores e as suspeitas. A principal delas, mesmo sendo injusta, é a de que o senhor autoriza o Ministério da Educação, através da DREN, a fomentar o autoritarismo, o culto da personalidade ou a perseguição política a funcionários públicos que contem anedotas sobre José Sócrates.
Seja como for, acho que a directora da DREN se excedeu. Foi mais papista do que o papa e causou-lhe, a si, um problema o de poder passar a haver despedimentos por "delito de opinião", o que é muito grave. O senhor dirá que não se trata de um despedimento mas, na pobre linguagem da pequena política, já se sabe que não basta "ser" - é também necessário "parecer". Ora, isto parece, exactamente, "delito de opinião". Argumentarão alguns que o comentário foi feito "nas horas de serviço" e "nas instalações da DREN"; teria sido assim tão grave que as paredes da DREN coraram de vergonha?
Sei que o senhor primeiro-ministro não concorda com este tipo de perseguições. Não deixe que isso aconteça no seu, e meu, país. De contrário, o senhor será responsável pelo reaparecimento de milhares de pequenos ditadores e papistas, um pouco por todo o lado. Eles detestam-no a si porque o senhor é de uma nova geração de políticos que nasceu para a política já em liberdade; mas aproveitarão a boleia que este caso pode dar-lhes para satisfazer a pequena tentação portuguesa da intolerância.
Francisco José Viegas, no JN
O humor
Domingos de Andrade, hoje no JN
Não se sabe se a tirada foi pior do que a do ministro das Obras Públicas, que, em sessão de esclarecimento sobre o novo aeroporto da Ota, puxou dos galões e disse, para gáudio da assistência, ser engenheiro civil inscrito na Ordem. Pensa-se que Mário Lino terá passado incólume à graçola sobre o primeiro-ministro.
Já os contornos da notícia que se segue não são totalmente claros. Faltam elementos, falta perceber o contexto da piada e o contexto da delação. E o que se poderia saber mais está resguardado no silêncio do autor e enquadrado pelo segredo disciplinar. Mas o que se sabe, segundo o apurado pelo "Público", é suficientemente preocupante. Um professor, destacado há quase 20 anos na Direcção Regional de Educação do Norte, foi suspenso por ter gracejado com a licenciatura de José Sócrates.
Em primeiro lugar, é preciso perceber que o dito professor, Fernando Charrua, já foi deputado pelo PSD na Assembleia da República. E um ex-deputado, aos olhos do poder dominante, para mais do PSD, não tem estaleca para dizer piadas. Sucede que o humor sempre foi, à luz das teorias das ciências sociais, um tubo de escape para aquilo que nos aflige. Um relativizador. A forma possível de criticar a sociedade e de criticá-la nos seus próprios fundamentos, muitas vezes protegida pela máscara, pela figura do bobo.
Mas o bobo desta história não é o professor. Somos todos nós, que assistimos impávidos ao enquadramento e ao alinhamento pelo pensamento único desta sociedade civil já de si fraca de espírito crítico.
O Governo não tem culpa deste caso específico? Não teria se não assistíssemos, como nunca na nossa democracia recente, ao culto da personalidade, à concentração de poderes, ao controlo do que se diz e faz, na Função Pública, nas Forças Armadas, nas polícias, em suma, na vida dos cidadãos. Perante o exemplo, a cadeia hierárquica não faz mais do que prostrar-se com subserviência a quem manda.
P.S. - Nem de propósito. O primeiro-ministro deu ontem as boas-vindas a 324 novos portugueses na cerimónia de entrega dos certificados de nacionalidade. E justificou o acto por contribuir para um país "mais justo, mais pobre" perdão, mais evoluído. Bem-vindos e boa sorte". Desejamos o mesmo.
Publicado por Manuel 17:06:00 1 comentários