A simple twist of fate
quarta-feira, maio 23, 2007
Os fedorentos copiaram uma ideia completa de um cantor francês dos anos sessenta, e serviram-se dela para o genérico do seu programa de tv, Diz que é uma espécie de magazine.
Não, não foi uma simples cópia de uma ideiazinha avulsa e inspiradora para mostrar o início do programa fedorento: foi o ideário todo. Tudinho, excepto a letrinha que interessa para nada. Foi a música, a coreografia, e o espírito inerente a um vídeodisco ( como dantes se dizia), à solta no YouTube e que mostra um cantor francês dos anos sessenta, do género pimba na caneca, a saracotear uma musiquita medíocre e ritmada em yé yé de twist, copiado por sua vez, dos êxitos ingleses e americanos da altura.
Os fedorentos tinham milhentas alternativas para o copianço e foram logo buscar um Clo-Clo, diminutivo carinhosamente acolhido pelas fãs de Claude François, celebrizado nos anos sessenta e início dos setenta em revistas de grande fôlego gráfico tipo Salut les Copains, Ciné Revue e outras para teenagers sessentonas, em parceria com outros vultos imensos da cultura francesa como um Michel Sardou, um Adamo ou um Christophe e também uma Sheila e Silvye Vartan, para o gosto comum...
Hoje, no Diário de Notícias, sai a explicação esfarrapadinha e que tresanda a chico- espertice por todos os lados, de…Zé Diogo Quintela.
Diz aquele que é uma espécie de humorista que os fedorentos sempre assumiram que “ a ideia não é deles” e “se fosse para copiar fazíamos a coisa minimamente diferente”. Minimamente diferente?!!! Ó Quintela! Mas tu, por acaso, já viste outra vez o vídeo do Clo-Clo?! Estás gozar connosco, ó pá?
Logo a seguir, de mansinho, a explicação tipo Clara apanhada no gamanço de ideias, com muito carinho Correia: “A chuva de estrelas e o não se esqueça da escova de dentes adaptaram música dos Abba”. Pois adaptaram e no caso da Chuva, até tinha a indicação explícita de que se tratava do Thank you for the music… que é o que falta de todo no genérico do programinha do Diz que é uma espécie de imitação.
E explica o processo criativo: “Mais do que uma música estávamos à procura de um tipo de dança”. Pois, a dança é que lixou tudo, porque a cópia é mesmo da dança, para além da música. É uma cópia de tudo, voilà.
Eu não sei se os fedorentos têm que pagar direitos de autor. O que sei é que têm de pagar o preço da fama e esta é implacável com este tipo de chico-espertices. Como dizia o Dylan, para viver fora da lei, é preciso ser honesto. E o que resulta desta anedota é uma desonestidade que fica nada bem a quem anda sempre a gozar com os outros.
Ora ponham lá o nome ao rapazito Clo-Clo, dizendo que lhe copiaram a ideia e mostrem o vídeo original. É o mínimo que a decência impõe.
Notazinha: o título deste postal é uma cópia de uma canção de Bob Dylan...
Publicado por josé 10:22:00
É cópia descarada e é demasiada lata. A música está copiada, os fatos com gravata, a dança e até o cenário.
Plágio? Cópia? Isso é só rir. Já agora avisem o Pedro, o Marcelo, o Anibal, o José e todos os que porventura venham a surgir para poderem reclamar os respectivos direitos de autor.
Imaginação, muito trabalho são alguns dos ingredientes para se obter sucesso.
Eu sei, é aquela dorzita entre o braço e o ante-braço, não é?
Porque é que não se lembraram de copiar esta? Tinha muito mais piada e a cópia seria ainda mais original...
SETE E PICO
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No Baile da D. Ester
Feito a semana passada
Foram dar com o Chaufer
A dançar com a criada
Dizia-lhe ela baixinho
Na prise és bestial
Eram pr'aí sete e pico
Oito e coisa nove e tal
Eram pr'aí sete e pico
Oito e coisa nove e tal
A D. Inês sequiosa
Não resistiu ao Wiski
E pra se tornar famosa
Quis ir dançar o twist
Ao dar um jeito partiu-se
A cluna vertebral
Eram pr'aí sete e pico
Oito e coisa nove e tal
Eram pr'aí sete e pico
Oito e coisa nove e tal
O D. José de Vicente
Que é de S. Pedro da Cova
Pra mostrar que ainda é valente
Foi dançar a Bossa nova
Escorregou no soalho
Caiu, foi pro hospital
Eram pr'aí sete e pico
Oito e coisa nove e tal
Eram pr'aí sete e pico
Oito e coisa nove e tal
Quando o serviço abundante
No baile se iniciou
O D. Grilo num instante
A alface devorou
Diz-lhe a Locas ao ouvido
Pareces um animal
Eram pr'aí sete e pico
Oito e coisa nove e tal
Eram pr'aí sete e pico
Oito e coisa nove e tal
Faltou a luz e gerou-se
A confusão natural
E a Locas encontrou-se
Nos braços do Amaral
Logo esta grita aflita:
Acendam o castiçal!
Eram pr'aí sete e pico
Oito e coisa nove e tal
Eram pr'aí sete e pico
Oito e coisa nove e tal.