revelação
terça-feira, maio 22, 2007
O Dr. Sampaio, ex-PR, fez hoje um revelador e comovente apelo ao eleitorado alfacinha - Ao pedir o voto em António Costa, pediu para o Governo não ser julgado. Revelador, porque se há razões para julgar mal o Governo, estas também se devem a António Costa, até à dias apenas número dois e 'super-ministro' do mesmo. Logo, em bom rigor não se percebe como podem os lisboetas dissociar o seu voto da análise que fizerem da acção governativa. Afinal, a força e o peso de Costa, enquanto candidato, vem, ou vinha, precisamente do facto de ser previamente o número dois deste governo, ponto.
Eu percebo que Costa se tenha querido pirar, a sério que percebo. À boa maneira portuguesa, conhece os indicadores, viu o caso da Independentíssima licenciatura faxeada, e resolveu tratar da vidinha e, Sócrates, esse que se lixe. Só que Sócrates por muito arrogante e autista que seja não dorme completamente. Costa será não só a candidatura do PS mas também a candidatura deste Governo, o de Sócrates. Ao contrário do que infere aqui uma alminha do Expresso que percebe tanto de política como eu de culinária (saberá comer e servir-se) Costa tem infinitamente mais a perder, que Sócrates. Se o resultado não for brilhante (e há milhentas razões para isso ser uma possibilidade real, desde o desencanto com o Governo até ao facto de Costa deslumbrado e cego pela vaidade ter transformado a sua campanha numa montra do pior e mais pérfido do 'regime' (de Júdice a Salgado...)) Sócrates poderá sempre alegar que o acto eleitoral ocorreu a meio da legislatura, que é normal os governos saírem penalizados (e é) e, em tese, recuperar nas legislativas. Mais, conhecida que a sua 'compaixão' (vide a atitude do PS nacional com Jacinto Serrão do PS/Madeira) Sócrates em caso de um mau resultado de Costa pode sempre alegar que foi António Costa - ministro - que fez questão de ser candidato, logo reforçando exponencialmente a associação da candidatura do PS ao governo, e não ele, Sócrates, lavando assim as mãos.
Já Costa, alegadamente o melhor da sua geração, com a sua entrada na campanha 'à matador' até agora a única coisa que provou é que não é tão inteligente quanto se pinta, e o pintam, ao não ter demonstrado qualquer réstia de humildade e arrogantemente se ter auto-proclamado como vencedor absoluto antecipado.
Publicado por Manuel 15:42:00
E, ainda por cima, nós sabemos que é assim. Por isso acho que este tipo de almoços de circunstância, sobretudo no caso do João Soares, só podem ser negativos na opinião pública mais esclarecida.
www.maescoria.blogspot.com
«O PS não autoriza que a ministra da Educação seja questionada, no parlamento, sobre o caso do professor suspenso e alvo de um processo disciplinar por ter dito uma piada sobre a licenciatura de José Sócrates. Toda a oposição exige a presença de Maria de Lurdes Rodrigues no parlamento».
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Isto não podia vir em "melhor altura", pois poucas situações - como esta - mostram no que podem dar as "maiorias absolutas" que agora, e mais uma vez, são pedidas.
Eu também comecei por pensar que seria «há», mas estava errado.
Neste caso, o «À» está correcto (é a contracção da preposição «A» com o artigo definido «A».
Exemplos diversos:
«HÁ uns dias melhores do que outros» - está correcto.
«Até HÁ dias em que chove» - está correcto.
«Era assim até À dias...» - está também correcto.
E já agora, uma pequenina achega à discussão. Caiu o carmo e a trindade quando o governo anterior queria fazer uma central de comunicação. Aqui d'el rei que se limita a liberdade de imprensa, e que o governo se tenta imiscuir na vida dos jornais e dos jornalistas.
Pois bem, este que se governam a eles próprios, fazem-na às escondidas...
Como atrás digo, pareceu-me, de início, que devia ser «HÁ». No entanto, para não estar a fazer reparos desses em "Comentário", escrevi para grande.loja@gmail.com a sugerir que corrigissem.
Mas pouco depois, ao comentar isso com pessoa amiga (supostamente, mais sabedora do que eu), ela disse-me que eu fizera mal, pois a frase estava certa. A dar-lhe "razão", parecia estar o facto de ninguém, lá no blogue, corrigir o (que me parecia ser) o erro...
Assim, embora contrariado, "emendei a mão": voltei a escrever para lá, pedindo que esquecessem o que dissera. Mas fiquei a resmungar como o Galileu...
Entretanto, lancei a confusão entre algumas pessoas.
Mas, no fundo... no fundo... também acho que devia ser «HÁ».
A sua constância no reparo de pormenor, no que a mim me respeita, é sempre bem vinda.
A atenção ao detalhe pode muitas vezes ser um sinal de perfeccionismo que revela atenção ao rigor, seja na linguagem, seja na vida corrente, o que também se revela na sua indicação do site sobre os erros nas historietas do Tintin, aliás, muito bem feito e prova de que há pessoas atentas aos pormenores. Costumo dizer que essas pessoas são de ciências, por contraposição às de letras. Digo-o porque quem tem formação matemática de base, tem um espírito mais rigorista e de entendimento dos passos necessários para uma tarefa, sem saltar nenhum. Um letrista não é tanto assim e facilita.
Para dizer a verdade, nos blogs deixei de dar importância aos erros ortográficos, mesmo os gatos mais felpudos que aparecem.
Ontem ou hoje já corrigi um errito que passava sem me dar conta: escrevi edulcurado quando deveria ter escrito edulcorado. Mas para atinar fui ver ao dicionário porque fiquei na dúvida. O dicionário que tinha á mão, nada dizia. No ciberdúvidas fiquei sem dúvida.
No entanto, tive a percepção do erro potencial. O pior é quando não se tem essa percepção.
De facto, a atenção aos pormenores já é tique (deformação) profissional, na medida em que a maior parte dos problemas com que me defrontei nas obras (Centrais e subestações eléctricas) eram motivados por coisa mínimas:
Um fio mal apertado, um parafuso caído, um relé mal encaixado ou uma anilha esquecida podiam impedir o funcionamento da instalação toda, e até fazer morrer gente.
Embora na blogosfera as coisas não sejam assim (felizmente!), há que distinguir "gralhas" de "erros".
E eu julgo que uma troca de um "HÁ" com um "À" não pode ser aceite como uma gralha. Mas, mesmo que o seja, é daquelas que devem ser corrigidas.
Também no caso dos erros do Tintim, há-os sem importância (quase todos) mas há também outros graves. O pior de todos (pelas consequências que imagina no ensino da Física, nomeadamente da Óptica) é, talvez, o famigerado arco-íris desenhado ao contrário (com o vermelho em baixo!).
Não se percebe como é que Hergé o cometeu, mas o certo é que o tenho visto repetido em livros "educativos" (!).