A chico espertice geral

Copiar é o nosso destino. Somos um povo de copistas de ideias alheias. Porém, creio que houve alturas em que não copiamos tanto e tenho saudades desse tempo, por esse motivo e porque nos devolve a memória de uma dignidade que já não temos.
Copiamos desgraçadamente em tudo e em todo o lado. Fazêmo-lo ainda com a desfaçatez da impunidade, porque quem copia sai sempre beneficiado. A cópia ri-se do original. E os basbaques complacentes, aplaudem.

No Google, procurei o sítio original onde terá vindo a mostra da cópia do genérico do Diz que é uma espécie de magazine, dos Gato Fedorento, a última mostra da nossa capacidade de copianço à larga e sem vergonha.
Fui dar aqui. O post é de 17 de Maio do corrente ano. No entanto, alguém deu por ela, no mesmo dia, mas nada disse do sítio onde viu primeiro e até mostrou admiração pela descoberta!! Outros seguiram e fizeram o mesmo. Apresentaram a "novidade" como descoberta própria, sem citar o descobridor. É assim, em Portugal, por isso não admira que tenhamos um primeiro ministro como temos e o país que temos: uma sítio de chicos espertos e pouco mais.

Nota complementar e correctiva:

Pedro Aniceto, do blog Reflexões de um cão com pulgas, respondeu na caixa de comentários para me chamar à razão de uma possível precipitação, negando a cópia e a chico-espertice. Fez bem. Ficam as desculpas, por essa interpretação possível do que escrevi.

Mas mesmo assim, permanece o equívoco: afinal, onde é que descobriu primeiro o videotube, Pedro Aniceto?
A grande coincidência de datas e horas, entre a divulgação nos vários blogs, suscita perplexidades e dúvidas e como não vem indicada a fonte primitiva da informação... o que parece, muitas vezes, não é. Estou farto de saber isso e cada vez mais, e ainda assim...

Publicado por josé 23:23:00  

16 Comments:

  1. Pedro Aniceto said...
    Eu gostava de ter as suas certezas... Como nunca visitei esse blog, de onde me acusa de ter copiado, poderia reformular a sua teoria ou mesmo perguntar-me em vez de me apedrejar? Obrigado
    contra-baixo said...
    josé, Há tempos a directora de um museu da indústria a norte de Lisboa explicava-me que a indústria dos moldes em Portugal se desenvolveu como desenvolveu porque o País precisava de maquinaria para a indústria e não havia dinheiro para as comprar. Há quem lhe chame empreendedorismo, há quem lhe chame esperteza saloia e há quem fique satisfeito só por ter um motivo para insultar. Por acaso a indústria dos moldes é hoje uma das que temos mais desenvolvida. o facto é que a sua génese esteve na falsificação e na violação do direito de patente. Isto faz alguma diferença? Nenhuma! o importante é que os industriais trabalharam com competência. Para a história é isso que fica. Um outro exemplo,´A vez que estive em NY à porta de uns armazéns famosos vendiam-se falsificações de marcas com a polícia a assistir, pensa que esta se importou com o crime? o tanas! A contrafacção era irrelevante, pois os campeonatos do consumo eram diferentes. Deixe os Fedorentos em paz a final será o público que vai confirmar se aquela .... é uma imitação barata e sem interesse ou se tem qualidade.
    Esta foi a minha última contribuição para este peditório.
    josé said...
    Muito bem, Pedro Aniceto. Aceite as minhas desculpas ( e a reformulação do postal, que segue)se de facto foi como conta.

    O seu postal é do dia 17, às 23h22. O postal do gaijasdatv é das 14h e 46. Objectivamente, é anterior. A coincidência da referência no mesmo dia, induziu-me ao erro que agora aponta e à escrita esquinada.

    Ainda bem que respondeu, porque assim fica esclarecido e sendo como diz, as orelhas de burros trago-as eu agora.
    Melo said...
    Mas de que forma e isso relevante? Os Gato Fedorento tinham desde logo assumido a referencia, ate pela forma como começavam a generico (em frances).
    josé said...
    mr. deluxe:
    se não sabe, porque pergunta?
    Gabriel Silva said...
    Numa pesquisa aos comentários inseridos no video do youtube, uma tal de «Joana» faz o primeiro comentário em língua portuguesa há mais de 3 meses, fazendo a primeira conexão aos GF.
    http://www.youtube.com/watch?v=U9Mz-NhZnHY&mode=related&search= (página 6)

    Pelo blogsearch chega-se á conclusão que o primeiro blog a referir tal video foi a 8 de Abril
    http://chuinga4.blogs.sapo.pt/111948.html

    O resto é história, como se costuma dizer.
    Anónimo said...
    Agora parece-me que quem está a ser se saloio são aqueles que acusam os Gatos Fedorentos de chicos espertos e homens do plágio.
    O genérico está mais que assumido pelos rapazes desde do inicio.Quem tivesse um pouco de cultura geral francofona logo se tinha apercebido que aquilo era uma parodia às coreografias do Claude Francois. Se por exemplo eles tivessem feito uma parodia a uma musica coreografada do Carlos Paião ninguém dizia nada...
    Agora os rapazes (e muito bem) não tem que dizer tudo.
    Essas acusações são típicas de quem não percebe nem um pouco o que é o processo de criação artística.
    Portuguesinho mesmo é esse dedo acusador...
    Pedro Aniceto said...
    De blog não foi, sei que recebi uma daquelas típicas do próprio Youtube com o URL (sei de quem veio mas isso não é relevante). Sei que a recebi algures a meio do dia, porque tinha acedido nesse dia ao mail em Beja antes de almoço e voltei a fazê-lo na viagem de regresso numa das áreas de serviço da AE. Só quando fiz o wrap up do dia é que fiz o post, já de regresso a casa. Apenas fiquei aborrecido com a insinuação de cópia porque raramente o faço e quando isso acontece, a origem está lá bem visível para quem a queira ler. Desculpas aceites, assunto encerrado.
    josé said...
    pedro:

    Está bem, pedrinho. O dedinho é tão portuguesinho quanto o hábito basbaque da nossa habitual complacênciazinha com quem nos vende ( repare no verbo) gato por lebre.
    Além disso, é menos portuguesinho do que a paródia sistemática nos tesourinhos deprimentes, com as piadazinhas com todos e que servem apenas para rechear a continha fedorenta lá no banquinho, para viver uma rica vidinha à sombra de gozar com os outros...sempre os mesmos aliás.


    Ao menos que o façam de modo claro, sem imitações baratas e sem plagiozinhos evidentes.
    É a história do argueirinho na vista alheia que nos encobre a travezinha que temos diante de nós.

    Evite o relativismo moral e vai ver que lhe passa, isso do dedozinho.
    josé said...
    Pedro Aniceto:

    Compreendo. Ganhei um blog a visitar.
    JPG said...
    Se me permite, trancreverei na íntegra este seu post no Apdeites. É um excelente exemplo daquilo que andamos a "dizer" há já uns anos.
    No dia 17, também nós publicámos um post sobre o assunto, no qual tentámos seguir o rasto da "cacha". E fomos dar a... 30 de Abril (blog Chuinga.L). Existem ainda duas outras referências anteriores a 17.
    A propósito de datas e horas dos posts: como todos sabemos, é possível "postar" antecipada ou postecipadamente...
    Gabriel Silva said...
    jpg,
    como indico acima, não é 30 de abril, mas sim 8 de abril.
    JPG said...
    Gabriel,

    Obrigado pela correcção; já emendei no post.

    Infelizmente, nem tudo dá para corrigir assim tão facilmente. São as gralhas, esses malditos pássaros de mau agoiro, como aquele "trancreverei", no meu comentário anterior: mas onde raio terá ido parar o "s"?
    Luís Filipe Rodrigues said...
    Se alguém plagiou foi o Galarza.
    No genérico diz adaptação da cancão genérico Ramon galarza, baixinho baixinho.
    josé said...
    Sim, sim. Pode ter sido o Galarza, até pela circunstância de os elementos do Gato Fedorento, segundo o tal "Zé" Diogo Quintela, nada perceberem de música. Mas também na mesma entrevista, ontem no DN, o mesmo dizia que viram todos o vídeotube e gostaram, tendo-o escolhido.

    Se eu fosse representante dos direitos do Clo-Clo, não seria assim tão fácil entalarem o Galarza e ficarem com o rabo de fora.

    O que tudo isto significa é uma imensa tristeza. Até estes tipos que tinham alguma piada, se dão a estas coisas! E depois vêm com os tesourinhos deprimentes...

    Estou certo que haverá mais plágios e isso nem é o mais importante. Importante é reconhecê-los quando se detectam e não virem com paleios de chico-esperto.
    Anónimo said...
    lol, e não é que fui a última a saber de toda esta 'polémica'?... descobri o clip do youtube, por acaso, no domingo de páscoa... - e no post que fiz, então, não me passou pela cabeça acusá-los de plágio, apenas achei graça ter ficado a conhecer a versão original. Aliás no genérico final dos 'gatos', reparei hoje, está escrito que é uma "adaptação" do Galarza.
    Abraço, IO (chuinga).

Post a Comment