O silêncio é de ouro
domingo, maio 27, 2007
Fartaram-se de gozar com o Fernando Pereira e com as imitações. Porém, nem uma palavrinha, sobre o plágio do vídeotube do Claude François...já aprenderam as técnicas de comunicação, pelo silêncio. Mau sinal.
Publicado por josé 22:25:00
26 Comments:
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E se o genérico fosse um "plágio" do "New York, New York" do Sinatra? Se calhar despromoviam o plágio a pastiche...
Estes indivíduos continuam a contribuir para a manutenção do estado democrático. Eu agradeço-lhes porque têm sido capazes de aguçar o espírito crítico a diz que é uma espécie de nação (perdoem-me o plágio...ou será pastiche...ou remake...ou se calhar não passo de um palerma...mas se calhar assumir a palermice em público também é plágio...mesmo assim é construtivo...)
Para mais informação: http://artederoubar.blogspot.com/2007/05/tomates.html
A Bem da Nação
As 2 versões em causa podem ser vistas em
http://obsecado.blogspot.com/2007/05/grandes-momentos-do-direito-de-autor.html
O comentário do autor do blogue pode ser lido em:
http://obsecado.blogspot.com/2007/05/sobre-um-comentrio-ao-cromo-anterior.html
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No essencial, a questão é simples:
O «Gato Fedorento» é um grupo de humoristas profissionais.
Sucede que as duas palavras são indissociáveis e o profissionalismo tem regras (nomeadamente em que condições se pode usar o trabalho de outrem) que, aqui, não foram respeitadas.
O facto de se apreciar o humor dos rapazes (como é o meu caso), não impede que o problema seja levantado.
Já tive um «modelo de utilidade» (vulgo "patente") pirateado (apesar de devidamente registado no INPI!!), e sei quanto é revoltante ver gente (humorista ou não...) a ganhar dinheiro com o nosso trabalho.
Foi, é e continua a sê-lo.
E os gajos sabem muito bem que assim é.
Se a tivessem até conseguiam mostrar a tal "adaptação" sem a esconderem.
Se fosse uma encomenda (como há-de ter sido), tipo, crie-me aí um bom genérico para o programa, o criador não vendia uma treta destas mostrando ao que encomendou o original.
Ia para trás. Estava mal feita a suposta citação. Só passava se passasse por original.
Pegue-se, por exemplo, no genérico do Mulholland Drive do David Lynch e veja-se a diferença.
Apanhar o "espírito" ou "moda de uma época" não é papel químico.
Quem é que comprava este genérico tendo o original ao lado para confrontar?
É que até consegue ser muito inferior. Nem a piada dos tiques que o Clo Clo fazia com o corpo, eles conseguem. E a dança das meninas do orignal está mil vezes mais conseguida.
Ainda hoje vendia melhor que o deles, mesmo sem ser como genérico.
Um dos meus filmes preferidos de sempre, é uma trilogoa- a dos salteadores, o Raiders of the lost Ark.
O primeiro episódio tem uma série de citações e pastiches de filmes clássicos de aventuras. Algumas sequências, passagens, personagens e ambientes, são pura e simplesmente plágios de outros.
Ainda assim, o filme foi feito nesse presuposto e os autores nunca o esconderam e até se dá o caso de se tornar interessante onde e como determinadas situações e personagens aparecem no filme.
A questão porém, nesse filme e aqui, é outra e a diferença ressalta à vista de quem quiser ver.
Parace que há quem não queira...
É um fenómeno corrente em cinema, bem conhecido e aceite, e o "plagiado" até agradece.
Não é o caso do genérico dos GF, pois o trabalho "plagiado" não era conhecido - e a prova está na discussão que o caso causou, na medida em que foi surpresa, mesmo para os entendidos.
O Duchamp há-de ter conhecido bem as gravuras do Lequeu. Ele ia para a Biblioteca do Arsenal fazer pesquisas. Não foi aquilo a que se costuma chamar a "piscadela de olho" por que o próprio Lequeu nem estava divulgado e todas estas gravuras estavam (e estão) nos reservados.
No entanto, ainda há alteração e actualização. Mas, a verdade é que o grande mérito está no Lequeu.
Citar é fazer piscadela de olho; copiar é outra coisa. Se não lhe querem chamar plágio, pelo menos não confundam com o que não é.
Não o conhecia quando fiz esse post, nem outros que andam à volta de outras derivações do Duchamp.
Foi-me indicado muito recentemente. É excelente.
“No dia em que apresentámos o genérico [de ‘Diz Que é Uma Espécie de Magazine’] à imprensa, explicámos de onde tinha surgido a ideia e a razão pela qual decidíramos manter, no início, a frase ‘Un, deux, trois, quatre’, um bocadinho bizarra estando nós em Portugal”, lembra Ricardo Araújo Pereira ao CM, sublinhando: “Não escondemos nada, porque não pretendemos ser músicos. Era óbvio que não tínhamos sido nós a compor a música e dissemo-lo.
O motivo pelo qual, no genérico, não há referências a Claude François é muito simples: a canção que ele canta é, basicamente, a conhecidíssima música tradicional inglesa ‘Three Blind Mice’ (http://youtbe.com/watch?v=kPNC1WsVxdU), que existe pelo menos desde o século XVI. Sendo uma música popular, o autor é, naturalmente, desconhecido. Não tem direitos de autor. Como foi o maestro Ramón Galarza a fazer os arranjos, é ele que assina esta versão. Nós somos os autores do programa mas não percebemos nada de música. No entanto, quem percebe explicou-nos que era assim e, portanto, foi assim que fizemos.”
“Peço desculpa às pessoas que estavam convencidas de que nós compúnhamos música. E os Painéis de São Vicente, que utilizámos no genérico da série ‘Lopes da Silva’, também não foram pintados por nós. E confesso que também não pedimos autorização ao autor para os usar”, diz ao nosso jornal Ricardo Araújo Pereira, acrescentando: “Há quem diga que somos humoristas, mas cá no fundo nós sabemos que não há desculpa para esta falta de originalidade nas músicas e nos quadros que utilizamos. Se queremos usar quadros e músicas, devemos pintá-los e compô-las. Também vamos passar a costurar a roupa que usamos. Neste momento, estamos a usar fatos cuja autoria é de uns senhores italianos. Vamos acabar com esta falta de originalidade.”
Quanto à nova temporada, que arrancará em Setembro, Ricardo Araújo Pereira só revela um pormenor: “Seja o que for que fizermos, o genérico será copiado.”
in Correio da Manhã, 28 de Maio de 2007
Obrigada, GF, por trazerem alguma sanidade a este "diz que é uma espécie de país"!
Eles foram apanhados desprevenidos.Isto tinha passado.
Este caso, além de outros,- como o o de Sousa Tavares- prova-o.Hoje no Público, Filomena Mónica descobre um plágio a Eça de Queirós.
No caso dos Fedorentos, há uma agravante, agora que leio as declarações do humorista: quanto mais explica, mais complica.
A verdade, verdadinha, está aí, para toda a gente ver: uma cópia descarada. Feia e que piora de cada vez que falam nela.
Podem fazer a roupa e até copiar a Mona Lisa. Do genério copiado não se livram.
Além disso, é muito duvidoso que a música antiga e sem dono, seja a inspiração directa do Clo Clo.
Quem inventou esta, só se enterra na explicação: antes tinha dito que não percebia nada de música...
E o Elvis, o Anka e o Sinatra com a "comme d'habitude".
Estou a ver é que os GF acabaram por fazer justiça ao Claude que ninguém conhecia e que copiou os Three blind mice.
OLLLÉ!!!
entrevista de MARIA JOÃO ESPADINHA a Ricardo Araújo Pereira
Dizem que é uma espécie de plágio. Como reage?
Com o dicionário. Plágio é a apropriação do trabalho alheio sem indicação da origem. Quando apresentámos o genérico à imprensa, indicámos a origem da ideia e a razão pela qual mantivemos o Un, deux, trois, quatre. Não há referências a Claude François porque a canção que ele canta é, basicamente, a conhecidíssima música tradicional inglesa Three Blind Mice. Sendo uma música popular, o autor é desconhecido. Como foi o maestro Ramón Galarza a fazer os arranjos, é ele que assina. Já agora, poupo trabalho futuro ao DN: também não compusemos a música do genérico do nosso programa da Radical. E os Painéis de São Vicente, que usámos na série da RTP, não foram pintados por nós. E também não pedimos autorização ao autor para os usar. Uma coisa garanto: no dia em que queiramos fazer-nos passar por compositores, com todo o respeito pelo François, optaremos por Bach.
Acha que estão a exagerar o assunto por inveja?
Não. É um assunto importante. Estamos a falar de um genérico cuja música é a adaptação duma canção popular. Dá primeira página em qualquer parte do mundo. Parabéns ao DN por se ter adiantado ao Le Monde.
Se tivesse só cem mil espectadores, davam conta do episódio?
Não percebo a pergunta. No DN de dia 23 assina uma notícia em que afirma: "Os humoristas assumem, desde o início, que a ideia não é deles." Agora, diz-me que alguém "deu conta do episódio". Se assumimos desde o início, de que "episódio" é "deram conta"? Só se for este: nós, não sabendo compor música, usámos uma que já existia (isenta de direitos de autor). Depois, explicámos o modo como o genérico foi concebido. Seis meses depois, inspirado por blogues, o DN faz manchete revelando ao País o que nós nunca escondemos. Só houve um pormenor que o DN se esqueceu de revelar: que a música em causa está isenta de direitos de autor.
Não deixa de ser curioso que seja no YouTube, onde o Gato tem os vídeos mais partilhados, que se tenha descoberto o original...
O facto de termos indicado o original a partir do qual fizemos o pastiche é capaz de ter facilitado a "descoberta". Curioso é que, no YouTube, se encontrem também várias versões do Three Blind Mice, como esta (http/youtube.com/watch?v= kPNC1WsVxdU) e o DN não tenha dado por isso. Talvez quando um blogue fizer esse trabalho.
Acredita que o assunto pode ter algum impacto no sucesso do programa?
Claro. No sucesso do programa e também no futuro do País.
O Gato Fedorento pagou os direitos ou obteve o consentimento do autor original da música para utilizá-la no genérico do programa?
Nem uma coisa nem outra, na medida em que o autor original da música é um inglês não identificado que terá vivido no século XVI. Não digo que seja impossível obter o seu consentimento, mas nós achamos complicado. Manias. No entanto, se o DN o encontrar, teremos todo o gosto em pagar-lhe.|
Dn, 29 de Maio de 2007
Em primeiro lugar, nunca foi indicada a origem da ideia e que seira concretamente a indicação precisa que se tratava de uma coreografia encenada e da autoria de Claude François. A história do um deux trois, não serve de referência a ninguém que nunca tenha visto o Claude François. Aliás, nenhum dos indivíduos do grupo viram no seu tempo o Claude François, pela simples razão que nem eram nascidos.
Por outro lado, vir agora com a explicação interessante de que ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão, só mesmo para quem não tem outra melhor. Mas ainda há mais: não foi o Ricardo Araújo Pereira ou qualquer outro dos Gato Fedorento que descobriram que a música do CloClo era uma cópia ( que nem é) da cançoneta popular Three Blind Mice. FOI AGORA que alguém se lembrou dessa justificação coxíssima!
Enfim. Não seria melhor assumir de uma vez por todas que houve um plágio; que é descarado e que afinal não têm vergonha de copiar uma ideia e trabalho alheios apresentado-o como próprio?
É que é isso exactamente o que se passou.
«Não seria melhor assumir de uma vez por todas que houve um plágio; (...)?»
Seria a primeira vez que isso sucederia, pois faz parte da "ética" de todo o plagiador nunca reconhecer que o é.
E depois os outros é que são frustrados
ehehe
Há gente que não se enxerga