[Rodrigo Moita de Deus]
PS: Temo que no dia 20 de Fevereiro, quando tiverem que arrumar os caixotes, continuem sem perceber esta explicação tão simples.
Este não era seguramente o post, que eu algum dia, pensei poder escrever como último post do ano.
Lá por fora e depois de um ano de 2004 com os atentados de Madrid, com as eleições norte-americanas, com a guerrilha quotidiana no Iraque, com a morte de Arafat, com a tentativa de ocidentalização na Ucrânia, muito mas mesmo muito haveria por escrever.
Cá por dentro, tivemos de tudo, desde um presidente indeciso que não dissolve quando o deveria ter feito, e que decidi dissolver quando tal era improcedente e criando um precedente enorme na governação daqui em diante. Só por isto e só isto daria “ pano para mangas “.
Mas nada disto, faz sentido ou quase nada disto faz sentido, depois do sucedido na manhã do dia 26 de Dezembro na costa do Índico.
Hoje, e a medida que o novo ano vai chegando de acordo com os fusos horários, algumas cidades substituíram o tradicional fogo de artifício por um silêncio sepulcral em memória da tragédia que um tsunami criou.
Hoje, o mundo e como o Venerável Manuel aqui em baixo escreveu, é claramente uma aldeia global, mas isto não basta parecer, tem que ser demonstrado.
E a melhor forma de demonstrar é ajudar, ajudar e reflectir.
Para todos vós, um bom ano de 2005.
Publicado por António Duarte 19:45:00 2 comentários
In these photos released Thursday, Dec. 30, 2004 by DigitalGlobe, the shoreline of Banda Aceh in Indonesia, is shown on June 23, 2004, above, and Dec. 28, 2004 below, after the tsunami attack. (AP Photo/DigitalGlobe)
Publicado por Manuel 18:52:00 0 comentários
2004 foi um ano mau, péssimo, que o futebol, qual droga, de certa forma palatou [ler mais aqui]. Vale o desemprego andar baixo e as as taxas de juro serem as que são para garantir a paz social num país de brandos costumes. 2005 não será, pelo menos no seu início, melhor. Vai-se, suspeito, descer ainda mais fundo, antes de se começar a recuperar, se é que isso ainda é possivel, o tempo perdido.
Dito isto, um bom 2005.
Publicado por Manuel 17:16:00 1 comentários
O Diário de Notícias de hoje, numa hilariante prosa, tenta exumar a carreira política do Prof. Marcelo, enterrando-a ironicamente ainda mais. Alegadamente um grupo de cavaquistas tem-se reunido e quer Marcelo na liderança do PSD no day after. Eu leio, releio, e só me apetece rebolar a rir. Quantas vezes, quantas vezes, nos últimos meses, anos, já sairam notícias destas? Almoços, jantares, vagas de fundo ? E ainda há quem acredite... Diga-se, em abono de Marcelo, que desta vez o Professor aparenta estar inocente. A rapaziada da central de comunicação anda a perder qualidades.
Publicado por Manuel 11:23:00 0 comentários
Parece que Jorge Sampaio, na mensagem de Ano Novo, vai defender um "contrato", vulgo "pacto", entre os maiores partidos sobre as chamadas questões "duras". Alguém verdadeiramente acha que as questões "duras" se podem resolver com propostas "moles"? Começa bem, não haja dúvida.
Publicado por João Gonçalves 01:14:00 1 comentários
Mais uma vez tenho que tirar o chapéu ao Dr. Portas. Confesso que não percebia a lógica de o homem abandonar Aveiro, que entrega a Bagão Félix, e rumar, como cabeça de lista, para Viana do Castelo. Não percebia mas já percebi. É genial, tudo graças ao método de Hondt. Viana tem 6 deputados, actualmente 3 do PS, 3 do PSD... Não é dificil a Portas ser eleito, o PP ficou a escassos votos nas últimas legislativas de meter um deputado e o mediatismo de Portas há-de render..., pelo que o PP elegerá, com toda a probabilidade, em Viana do Castelo, metade, leram bem metade, dos deputados do PSD (3 - PS/2 - PSD /1 - PP), isto obtendo muito menos de metade dos votos deste. É o método... de Hondt.
Entretanto, para contrabalançar Manuel Pinho, porta voz para as finanças do PS, cabeça de lista em Aveiro, Portas faz mover Bagão Félix para Aveiro. Fá-lo na premissa de que faça o que fizer Marques Mendes o PP ganha. Ganha se Marques Mendes enlouquecer e se puser a defender com unhas e dentes a actual política do titular das finanças, ganha se Marques Mendes não o fizer com entusiasmo suficiente porque então o PP passa a ter o pretexto, definitivo, para poder declarar guerra aberta ao PSD, perante tão grave "queda de solidariedade". É a vida, é o que é...
Publicado por Manuel 17:04:00 3 comentários
Está prestes a acabar a Quinta das Celebridades. Está prestes a começar a campanha eleitoral. Entre as tropelias do Eng. Pina Moura, em alta no PS, e do seu protegido, Mexia, mentor (!) do programa de governo do PSD, e as prelações do Sr. Frota e do Sr. Castelo Branco que venha o Diabo e escolha. Eu, confesso, sempre admiro mais o estilo declaradamente kitch mas genuinamente teatral do Sr. Castelo Branco que a gravitas estudada de Pina e da sua invenção António Mexia ... É esta a ditosa Pátria, nossa amada.
P.S. bom, bom era o Dr. Mexia ser cabeça de lista pela Guarda...
Publicado por Manuel 16:24:00 3 comentários
Depois da recusa de Manuela Ferreira Leite, convidada em nome da unidade (!), esta Venerável Loja está em condições de assegurar que também Henrique Chaves não será número dois das listas do PSD em Lisboa.
Publicado por Manuel 14:58:00 0 comentários
(...) Esta tendência acentua a fragilidade do PSD e castra a capacidade de pensar a política fora dos jogos locais e da realidade autárquica, as únicas sobre as quais existe experiência na direcção partidária. O partido está debilitado, entregue a dirigentes de secção promovidos a presidentes de distritais, que, desde que entraram na JSD, têm carreiras de profissionais políticos. Pensam que exagero? Publiquem e analisem os currículos, retirem-lhes os cargos públicos de nomeação governamental, ou de acesso por listas em lugares electivos e secundários - vereadores, membros de assembleias municipais, deputados do meio da lista - e vejam o que sobra de "vida" profissional. Estas pessoas nas direcções partidárias fazem aquilo que sempre souberam fazer: preservar o seu "espaço", que é também o seu emprego, para o que aliás não precisam necessariamente de "ganhar", basta-lhes permanecer numa quota razoável de poder e de cargos, que o estatuto de um partido nacional como o PSD tem garantidamente. (...)
José Pacheco Pereira in Público
Publicado por Manuel 12:21:00 0 comentários
Quando não há mais ideias ou sobretudo quando não há ideia nenhuma, nada como recorrer a conceitos "para-cinematográficos" para impressionar. O Fisco vai ter umas "brigadas de elite" para combater as famosas fraude e evasão fiscais, duas práticas consuetudinárias relativamente pacíficas entre nós. Agora calhou ao Serviço de Bombeiros e Protecção Civil vir a possuir umas "equipas de elite" para prevenir, presume-se, as labaredas. Ao insistirem nestas "brigadas", "equipas" ou noutras coisas similares de que as "fundações" são o exemplo mais nobre, os governos lançam na opinião pública a dúvida sobre a utilidade da administração e dos serviços públicos que os seus impostos sustentam. Para que servem tantos "serviços" e tantas "competências" e "atribuições" quando é preciso criar ao lado ou por cima qualquer coisa diferente para fazer o mesmo, perguntará o cidadão contribuinte? E a "reforma do Estado", algo que a coligação tão gloriosamente ia executar, afinal reduz-se ao conceito de "elite", metido agora à pressa em todo o lado? É de exemplos destes que Álvaro Barreto fala quando diz que "fizemos muitas coisas estruturais"?
in Portugal dos Pequeninos
Publicado por Manuel 07:04:00 1 comentários
A palavra castração é exacta para descrever o actual estado PSD. É espantoso como um partido que sempre soube reagir perante a possibilidade de chegar ao poder ficou parado frente à grande probabilidade de o perder.
Toda a gente perde muito tempo com Santana Lopes. Nos jornais, nas rádios nas televisões, os comentadores encartados e desencartados. Por mim, já escrevi aqui que Santana Lopes, felizmente para o país, é um problema do PSD. Todavia, quando tal escrevi ainda tinha a esperança de ver o PSD reagir e encontrar uma solução que lhe permitisse recuperar alguns dos estragos provocados pela sandice de Santana Lopes e da sua equipa.
Passado algum tempo, concluo que o PSD está mesmo manietado, sem capacidade de recuperação com toda a gente, no partido, a confiar numa coisa espantosa: na capacidade de "combate" do Pedro. Francamente! o homem até a ler os papéis que lhe dão se engasga... E quando fala de improviso só lhe vem lixo à boca!
Os profissionais do marketing político não fazem milagres e alguns, de tanto se esforçarem, acabam mesmo por conseguir os efeitos contrários ao que programaram.
Este PSD está mesmo castrado e isso não é bom para a democracia portuguesa, até porque, depois das eleições, os ajustes de contas não vão ser rápidos. Santana Lopes não é o único responsável. Quem o deixou chegar à liderança também vai ser julgado. Por quem? haverá gente limpa neste processo de destruição de uma força política com a história do PSD?
in A Toupeira
Publicado por Manuel 01:22:00 0 comentários
Publicado por Manuel 19:48:00 0 comentários
As pessoas não têm memória. Nem os novos, nem os velhos. Há muito, muito, tempo, ainda era o Prof. Cavaco primeiro-ministro, um então líder distrital apareceu num Congresso do PSD, que decorreu no Porto, no Palácio de Cristal, a propor em moção um referendo à regionalização. O Prof. Cavaco não aceitou. Muitos anos mais tarde, aquando, então sim de um simulacro de referendo a um simulacro de regionalização, esse mesmo personagem, Luís Filipe Menezes, confessava que afinal até nem era um regionalista. A sua proposta de referendo na era do Prof. Cavaco mais não era do que uma manobra, dizia ele, com vista a desconversar o PS. Ontem, o mesmíssimo Luís Filipe Menezes, paraquedista em Braga, virou regionalista outra vez. É pena. Não pelo Dr. Menezes Lopes de quem se espera tudo mas pelo tema. Porque uma reforma administrativa e política do país - da qual a regionalização faz parte mas não é o todo - é imperiosa e porque o assunto merece ser tratado com outra dignidade, e sobretudo com outra seriedade. [A este propósito ver ainda o editorial de Manuel Carvalho no Público]
Publicado por Manuel 14:49:00 0 comentários
Absolutamente notável, pelo retrato que dá da forma amadorística e casuística como é gerido o país, a entrevista de hoje de Álvaro Barreto ao Público. É só recados, recados e mais recados... Pelo meio já deu para perceber que a Petrocer já era.
Publicado por Manuel 11:44:00 3 comentários
Chicks for young children to pet are kept at the country's largest amusement park in Yongin, near Seoul, as Koreans prepare to celebrate the 'Year of Chicken' in 2005. (AFP/Jung Yeon-Je)
Publicado por Manuel 04:59:00 0 comentários
Menezes não esclareceu é se fica na câmara ou no Parlamento. Mas defendeu que é em Braga que «deve ficar a capital de uma região de cinco distritos que acabe com a desconfiança de que o Porto possa ofuscar o interior». O presidente da distrital, Virgílio Costa, disse que a escolha de Menezes se deve ao facto de ser «um homem conhecido da opinião pública e com experiência política».
do DN
Publicado por Manuel 01:35:00 2 comentários
Publicado por Manuel 01:25:00 1 comentários
Sim, passava aqui frequentemente há vinte anos...
Nada está mudado — ou, pelo menos, não dou por isto —
Nesta localidade da cidade ...
Há vinte anos!...
O que eu era então! Ora, era outro...
Há vinte anos, e as casas não sabem de nada...
Vinte anos inúteis (e sei lá se o foram!
Sei eu o que é útil ou inútil?)...
Vinte anos perdidos (mas o que seria ganhá-los?)
Tento reconstruir na minha imaginação
Quem eu era e como era quando por aqui passava
Há vinte anos...
Não me lembro, não me posso lembrar.
O outro que aqui passava, então,
Se existisse hoje, talvez se lembrasse...
Há tanta personagem de romance que conheço melhor por dentro
De que esse eu-mesmo que há vinte anos passava por aqui!
Sim, o mistério do tempo.
Sim, o não se saber nada,
Sim, o termos todos nascido a bordo
Sim, sim, tudo isso, ou outra forma de o dizer...
Daquela janela do segundo andar, ainda idêntica a si mesma,
Debruçava-se então uma rapariga mais velha que eu, mais
lembradamente de azul.
Hoje, se calhar, está o quê?
Podemos imaginar tudo do que nada sabemos.
Estou parado físisca e moralmente: não quero imaginar nada...
Houve um dia em que subi esta rua pensando alegremente no futuro,
Pois Deus dá licença que o que não existe seja fortemente iluminado,
Hoje, descendo esta rua, nem no passado penso alegremente.
Quando muito, nem penso...
Tenho a impressão que as duas figuras se cruzaram na rua, nem então nem agora,
Mas aqui mesmo, sem tempo a perturbar o cruzamento.
Olhamos indiferentemente um para o outro.
E eu o antigo lá subi a rua imaginando um futuro girassol,
E eu o moderno lá desci a rua não imaginando nada.
Talvez isso realmente se desse...
Verdadeiramente se desse...
Sim, carnalmente se desse...
Sim, talvez...
Álvaro de Campos
Publicado por Manuel 22:58:00 0 comentários
Indicamos aqui um site que poderá ser útil quer para as autoridades portuguesas quer para as famílias que procuram informações acerca do paradeiro dos seus familiares que estão internados nos hospitais de toda a região de Phuket, Tailandia. Ver aqui. Este site reproduz nomes de todas as pessoas internadas nos hospitais de Phuket e infelizmente daqueles que padeceram já no hospital.
Publicado por António Duarte 19:11:00 2 comentários
Uma raiva incontida
Deixem-me exprimir a minha indignação. Ante a tragédia, o horror, o sofrimento, as vidas perdidas aos milhares, a destruição de cidades inteiras, «portugas» chegavam a Bangkok, em bando, para férias de que não desistiam, alguns sorridentes na TV com comentários do género, «uma vez que já aconteceu, já não voltará a suceder agora», «já falei para o hotel está tudo bem e sempre podemos ir à praia». Que bom não é?
É a maltosa do «eu quero saber é do meu», a multidão da ganância, do egoísmo, da falta completa de humanidade, os que estão na vida para «curtir», nem que seja atropelando os outros.
São estes os que geram o país que temos e o mundo em que vivemos.
No rodapé da televisão, enquanto as imagens confrangedoras de devastação passavam, seguia uma «fita» noticiosa: «Madeira e Brasil são agora alternativas turísticas ao Oriente».
Uma raiva incontida atravessou-me a alma! Filhos da puta! Com todas as palavras: filhos-da-puta! É o mínimo que se pode dizer. Desculpem, eu detesto palavrões, mas não encontro palavras que melhor me sirvam. Filhos da puta!
José António Barreiros
Publicado por Manuel 16:19:00 1 comentários
Estabelece uma primeira fase de privatização da Galp Energia, até ao final do primeiro semestre de 2002. O acordo estabelece ainda que caso a privatização não aconteça a ENI Spa poderia exercer o direito de compra de mais 12 %, ficando tacitamente a Parpública obrigada a vender.
O primeiro erro, foi do EngºAntónio Guterres, que assinou um acordo que iria colocar a Galp Energia em caso de incumprimento por parte do Governo Português, nas mãos de um accionista estrangeiro, neste caso a Eni Spa.
O segundo erro, foi do Engº António Guterres novamente, pois toda a gente que uma operação IPO,está sempre subjacente ao comportamento dos mercados de capitais, que em Maio de 2000 já estavam em fase descendente e de correcção, face à bolha especulativa que rebentou em Março de 2000, ou seja em Maio de 2000 já se sabia que uma IPO de um sector estratégico como a Galp Energia poderia ser arrematado em baixa e com consequente quebra na receita apurada.
Ou seja se por um lado é efectuada a separação do negócio do Gás e do Petróleo, por outro lado, fica sem aparente explicação e uma vez mais sem que ninguém seja responsável pelos sucessivos rombos que o Estado português sempre que efectua uma reorganização da estrutura accionista da Galp Energia, senão vejamos :
Tudo corria bem até que a Comissão Europeia chumbou o processo de integração do gás. Sem ele não há EDP Gás para ninguém. Sem a EDP Gás , a ENI volta a ser accionista da Galp. E ao voltar no dia 1 de Janeiro pode obrigar a Parpública e vender os 12,00 % a preços de 2000, conforme acordado.
Para finalizar três perguntas em jeito de conclusão :
Publicado por António Duarte 13:35:00 0 comentários
Continuamos hoje a análise do mundo em 2004 :
Publicado por António Duarte 10:59:00 0 comentários
Segundo o DN, as negociações com a italiana ENI para a resolução da questão do sector energético em Portugal vão ser concluídas «até final de Janeiro», citando o ministro das Actividades Económicas, Álvaro Barreto. O ministro disse ainda que «oportunamente» dará a conhecer «as conversações tidas com a administração da ENI», com a qual se reuniu na semana passada. Seria pertinente saber a posição do PS e do Eng. Sócrates sobre tão delicada matéria, isto, assumindo, claro, que o Dr. Pina Moura o deixa falar...
Publicado por Manuel 03:11:00 0 comentários
Eu sei que a guerra, a crise, e o diabo a quatro, desculpam e servem de justificação para muita coisa, mas o facto de o preço do gasóleo estar cada vez mais próximo do da gasolina, aumentando mais quando há aumentos e diminuindo menos quando os preços caem, é motivado por que peculiar regra de mercado? Aguarda-se uma explicação, se não deste governo, pelo menos do João Miranda, no caso de ser apenas o peculiar mercado lusitano a funcionar...
Publicado por Manuel 23:17:00 1 comentários
Fundamental, o balanço do ano televisivo por Eduardo Cintra Torres.
Publicado por Manuel 21:59:00 3 comentários
Marcelo veta Menezes em Braga
«Não lhe conheço uma avó que seja no distrito» afirmou o Presidente da Assembleia Municipal de Celorico de Basto
Publicado por Manuel 20:22:00 0 comentários
Quinta-Feira passada o Ministro da presidência, Morais Sarmento, garantiu, no final da reunião do Conselho de Ministros, que o relatório da Inspecção Geral das Finanças sobre os motivos que levaram ao atraso do início deste ano lectivo, dados os erros na colocação de professores, iria ser divulgado nesse dia. Mas ao final da tarde, uma nota do gabinete de comunicação social do Ministério da Educação esclarecia que o relatório "é confidencial" e não pode ainda ser tornado público. Um bocadinho de transparência não fazia mal, pois não? Ou será que não se pode atrapalhar a campanha, mas a culpa não era de injfiltrados socialistas?...
Publicado por Manuel 19:19:00 0 comentários
O Público de hoje integra meia dúzia de folhas de publicidade à Polícia Judiciária. Quem a pagou? O Orçamento Geral do Estado? As empresas que fazem publicidade no pasquim e são fornecedoras de serviços e equipamentos à Polícia Judiciária? Para além desses equívocos, sobressai o mau gosto da frase garrafal da primeira página, a fazer lembrar outros tempos: 60 anos ao serviço da Nação. Se a moda pega...
in Direitos
Publicado por Manuel 19:04:00 2 comentários
O Sr. Relvas, ex secretário de estado da administração autárquica e actual secretário geral do PSD, presenteia, hoje, os leitores do Público com um inusitado desafio ao PS. A prosa pomposamente entitulada "A Regionalização divide, a descentralização une" é um bom resumo de tudo o que está mal no debate sobre a matéria. Mal, de um lado e doutro da barricada. O Sr. Relvas desafia agora o PS, e o Eng. Sócrates, a um novo referendo sobre a regionalização, não sem antes explicitar as alegadas virtualidades das suas reformas. Sejamos claros - o modelo de regionalização defendido em tempos pelo PS é tão imbecil como as reformas do Sr. Relvas. Ambos falham no essencial que é aproximar eleitores de eleitos e dar mais transparência à gestão da coisa pública. Se no modelo de regionalização do PS, com um mapa mirabolante, se criava um layer novo - as regiões - apesar de tudo democráticamente eleito, no do Sr. Relvas temos não um mas dois layers adicionais - as CCDRS e as áreas metropolitanas/ajuntamentos de munícipios - cuja democraticidade e escrutínio público são pouco menos que nulas. É fácil perceber a atracção do Sr. Relvas pelo seu modelo, tem todas as "vantagens" da regionalização e nenhum dos inconvenientes, afinal os autarcas adoram o modelo que no fundo mais não é do que uma espécie de "(Associação de) Municípios S.A.". É provável, expectável até, que o Eng. Sócrates, ou alguém por ele, vá dá dar troco ao Sr. Relvas. É assim que se nivela o discurso por baixo. O que infelizmente já não é provável é que a menos de um anos de autárquicas alguém com aspirações políticas apareça a dizer, alto e bom som, aquilo que é óbvio - que o problema não está nem na regionalização do PS nem na cosmética administrativa do PSD, mas sim na inadequação do actual sistema administrativo às realidades actuais. Que o problema está na existência de layers a mais, mal dimensionados, e sem qualquer espécie de controlo democrático. A defender uma reforma administrativa e territorial, a sério, que acabe com o mito deste municipalismo, que já mostrou não ser a cura para todas as panaceias. A propor uma reforma do sistema político que não passe por bandeiras mirabolantes mas que passe por coisas óbvias como limitar os mandatos presidenciais a um só (7 anos por exemplo) e autárquicos/regionais e por fórmulas que permitam uma real interação entre eleitores e eleitos. Com reformas que permitam, à inglesa, e depois de redimensionados, aos meta-minícipios/regiões/àreas metropolitanas/whatever cobrar impostos directamente, sem prejuizo do príncipio da subsidariedade, de modo a que o contribuinte saiba exactamente o que paga, a quem e para quê, e constate in loco da boa ou má aplicação dos fundos. Isto é debate, e reformas, a sério, o resto é puro folclore... O circo segue dentro de momentos. O défice também.
Publicado por Manuel 17:04:00 0 comentários
Publicado por António Duarte 15:09:00 2 comentários
... "Leitura em Progresso", a que o Paulo Gorjão está a fazer. Há para aí muitos aprendizes de feiticeiro que deviam fazer o mesmo.
Publicado por João Gonçalves 13:46:00 0 comentários
Iniciamos hoje uma revista sobre o ano que passou.
A primeira parte começa na letra A de Arafat e termina na letra D de Darfur.
Clonagem – No dia 12 de Fevereiro, surgiram as primeiras notícias relativas à obtenção de células mãe a partir de embriões humanos clonados.
Publicado por António Duarte 13:08:00 0 comentários
Thai astrologer Phinyo Phongchareon shows an audience a chart predicting Thailand's political outlook during a seminar on the country's astrology under the new government at Thammasat university in Bangkok, Thailand. Phinyo forecasting Thailand's fortunes in 2005 said it will be the year of the 'fighting cock', one with a weaker, less stable government, of stepped up use of force to quell the growing threat of Islamic militancy in southern Thailand, and the country could lose 'two prominent leaders', political or spiritual, in October. (AP Photo/Apichart Weerawong)
Publicado por Manuel 00:31:00 0 comentários
Publicado por Manuel 21:28:00 0 comentários
Ao que parece, o PSD adoptou como banda sonora da sua campanha a música que acompanha o filme Alexandre, o Grande. Já o PS preferiu a do Gladiador. A única explicação para a escolha do PSD só pode ser uma - de tão ocupados, ninguém viu o filme, ou então só ligaram ao nome da Angelina Jolie na ficha técnica. Escusado será dizer que enquanto o Gladiador limpou vários óscares, o Alexandre não passa de um flop, de bilheteira e não só (onde só se safam mesmo Angelina Jolie e Anthony Hopkins). Escolhas.
Publicado por Manuel 19:14:00 1 comentários
Ora uma auto-estrada em obras não oferece qualquer comodidade nem conforto...
Finalmente a anedota nacional ou se preferirem o roubo nacional...
Um cliente que entre na Ponte Vasco da Gama com destino ao Algarve, num veículo classe 1, paga 16,35 €. Se porventura o utilizador e por azar o cliente perder o título de portagem, e mesmo que na portagem de Paderne, diga que vem da Ponte Vasco Gama - o trajecto mais comprido possível de efectuar na A2 - é contemplado com o pagamento de € 47,00....
Sobre isto o site da Brisa nem uma palavra....
Publicado por António Duarte 18:39:00 3 comentários
1. Confesso perplexidade atrás de perplexidade com as confusões em torno da Caixa Geral de Depósitos. Parece que Vitor Martins não terá gostado do expediente usado pelo Dr. Bagão para embelezar o défice e, conjuntamente com a restante administração, se demitiu. Já foi, ao que parece, reconduzido (!) duas vezes em 48 horas, na própria quinta feira e ontem, dia de Natal pelo actual Governo. Continua-e sem se saber se fica ou sai. A CGD é só e apenas o maior grupo bancário indigena e é o garante da estabilidade do nosso sistema financeiro. No meio disto tudo há algo de verdadeiramente estranho - a Dr.a Celeste Cardona, essa mesma, pôs realmente o lugar à disposição em solidariedade com Vitor Martins ? Ela ?! Por causa do défice e do fundo de pensões ?... Aguardam-se cenas dos próximos episódios.
2. O Dr. Lopes, primeiro-ministro em exercício, fez a habitual comunicação natalícia ao país. Por uma vez podia passar uma imagem sóbria, de estadista, honrar o cargo mas não, não foi desta. [ver mais aqui]
3. Parece que o Dr. Menezes, aquele que não ia ser mas depois voltou a ser recandidato à Câmara Municipal de Gaia, vai ser cabeça de lista do PSD às próximas legislativas por Braga depois de se ter falado em Aveiro. Escolha pessoal do Dr. Lopes. Reconheça-se que o líder interino do PSD faz tudo o que pode para descredibilizar o actual sistema político.
4. O dr. Portas privatizou as OGMA por tuta e meia. Passe toda a prosápia do Dr. Portas é um negócio no minimo curioso. O Estado, vendedor, assume o passivo e vende as OGMA por uma verba que nem cobre 10% deste. O mais espantoso é que a horas do negócio ser fechado o que se pensava é que o passivo seria assumido pelo comprador. Por aqui aguardamos que o Ministério da Defesa torne pública toda a documentação relevante, afinal não haverá nada a esconder.
Publicado por Manuel 17:20:00 0 comentários
Do Brasil não vêm só os marketeiros do PSD. Vem muito mais. O aviso, premonitório?, é do Francisco José Viegas e fica aí, para memória futura.
CORRESPONDÊNCIA DO BRASIL. Resumo da história: uma semana antes da segunda volta das eleições municipais, o publicitário Duda Mendonça (conselheiro particular de Lula; responsável pela campanha, marketing e crê-se que ideologia do PT; responsável pela campanha de Marta Suplicy em São Paulo; proprietário da agência de publicidade que canaliza mais contratos vindos do governo, de Brasília ou de empresas estatais) foi preso num recinto de brigas de galos (rinha de galos, aqui), ilegais no Brasil. Telefonou a Lula e ao ministro da Justiça, mas ninguém pôde fazer nada – as lutas de galo são ilegais e ele estava lá. Marta Suplicy, entretanto, perdeu. O PT, pelo meio, não ficou bem visto. Um mês e meio depois, a notícia continua: dois dos polícias (Polícia Federal) que participaram na detenção de Duda Mendonça (e de mais um dirigente do PT, que também estava lá), foram afastados do Rio de Janeiro para um município do interior. Quanto ao responsável da delegacia que coordenou a actuação policial, foi agora demitido de funções sem explicação. «Permanece na delegacia», diz a Polícia Federal; mas foi demitido um mês e meio depois.
in Aviz
Publicado por Manuel 14:00:00 0 comentários
A 2: está a passar "Do Céu caiu uma estrela", simplesmente um dos melhores filmes de todos os tempos. Serviço Público.
Publicado por Manuel 23:02:00 0 comentários
Pewit gulls are hand-fed by a visitor at Ueno Zoo in Tokyo on Christmas day, December 25, 2004. REUTERS/Toshiyuki Aizawa
Publicado por Manuel 16:10:00 0 comentários
O feriado do Natal é um dia estranho. O movimento das ruas reduz-se ao indispensável. Os jornais não saem e as notícias dão lugar às missas. As criancinhas, para quem as tem, passam o dia a mostrar a todos os adultos da família os brinquedos da véspera. Come-se normalmente de forma alarve garantindo a não existência de "tempos mortos". Só o cinema e algum teatro são a excepção a esta incomodativa modorra. Faz-se, finalmente, um breve intervalo na "soap opera" da vida pública portuguesa. O ano, a dias de acabar, não teve nada de "espírito de Natal". Culmina, aliás, com a revisitação da velha "teoria da facada nas costas" retomada pelo mártir número um da já praticamente velha maioria. Para um ano absolutamente medíocre, eis um dia à sua altura. No quentinho das nossas casas ou de visita às casas dos outros, asseguremo-nos que nada se passa à nossa volta e façamos apenas de conta. Não foi isso que andámos afinal a fazer o ano todo?
Publicado por João Gonçalves 11:01:00 7 comentários
Vimos, por este meio, agradecer a todos aqueles que, com a sua assiduidade, as suas críticas, indignações e apoio, assim como com as suas sugestões, têm permitido o sucesso continuado desta Grande Loja, e desejar-lhes um Santo e Feliz Natal, extensivo às respectivas famílias.
Publicado por Manuel 03:12:00 8 comentários
Publicado por Manuel 22:31:00 0 comentários
DEPRIMENTE: Clara Ferreira Alves ao Independente hoje: "Ando há anos a educar este povo". Não sei o que será pior: pessoas como esta estarem de facto convictas do que dizem ou o que dizem ser de facto verdade.
in Mar Salgado
Publicado por Manuel 20:17:00 1 comentários
Um destes dias, queixava-me amarguradamente de ter falhado este curso de pós-graduação. Uma alma amiga explicou-me que tal não fazia de mim nem um inculto, nem um selvagem, antes um rústico. Gostei da expressão, que seja um rústico, pois.
Publicado por Manuel 18:34:00
Souto Moura, Procurador Geral da República, vai demitir, já com bastante atraso, Francisca Van Dunnen, "Coordenadora" do DIAP de Lisboa, ou vai esperar que ela se demita, como esta já confidenciou aos próximos, com estrondo, ajudada no marketing pelo lobby "B" ? Nestas coisas o timing é tudo, e a Chica leva bastante vantagem...
Publicado por Manuel 16:03:00 5 comentários
PSD tem acordo pré-eleitoral com PPM e Partido da Terra
O PSD segue para as legislativas com um acordo pré-eleitoral com o Partido Popular Monárquico (PPM) e com o Movimento Partido da Terra (MPT), avança esta quinta-feira a RTP.
O anúncio deverá ser feito esta noite, por Pedro Santana Lopes, num jantar que reunirá os três partidos.
Na sequência deste acordo, cada um dos partidos (PPM e MPT) terá direito a dois deputados na próxima Assembleia da República.
segundo o Portugal Diário
Publicado por Manuel 13:53:00 0 comentários
a anormal normalidade dos anormais
Às tantas, a meio do jogo Guimarães-Sporting (2-4 para a posteridade), a “aguerrida” “massa associativa” do Vitória insurgiu-se contra sabe-se lá o quê e desatou a arrancar cadeiras e a arremessá-las para dentro do “terreno de jogo”. Juntamente com as cadeiras, choveram isqueiros, moedas, porta-chaves e corta unhas, ao mesmo tempo que se ouvia um massivo bombardeamento de “impropérios”. No intervalo, “à saída para as cabines”, o árbitro teve que ser escoltado pela polícia de choque de escudos erguidos. Os “árbitros assistentes” também.
No fim do jogo, por alturas da “Flash-Interview”, o treinador da “equipa vimaranense”, ao ser confrontado com o comportamento da “sua massa adepta”, e questionado sobre se esperava “represálias por parte dos órgãos competentes da Liga”, afirmou, “serenamente”, que não - que nada de anormal se havia passado; que nada contrário ao que está estipulado “no regulamentos” se tinha verificado. Perante tal resposta, o jornalista, pois está claro, abandonou o assunto.agora que isto está a acabar
Há que reconhecer que nem tudo foi em vão. Por exemplo, algumas expressões de uso meramente local foram adoptadas em pleno pelo léxico nacional. Estou a lembrar-me de santanice: um misto de sacanice com trapalhada. Ou de sacanagem com trapalhice.
Eduardo Nogueira Pinto
Publicado por Manuel 09:53:00 6 comentários
The world looked away when evil swept through Rwanda. Ten years later, a movie demands that we finally open our eyes.
Ler aqui.
Publicado por Manuel 01:34:00 1 comentários
A Lusa avança que Joaquim Pina Moura, ex-ministro e actual Presidente da Iberdrola Portugal, vai ser nomeado membro do Conselho de Administração da EDP. Podia ser apenas um caso avulso, mais uma pirueta deste governo mas não é. more later
Publicado por Manuel 23:27:00 0 comentários
É das regras: matematicamente, a única maneira de não se perder num casino é apostar sempre na jogada seguinte o dobro do que se apostou anteriormente (pressupondo fundos ilimitados...). Hoje à tarde, escrevia que o Dr. Portas tinha um problema no Dr. Bagão. Ora o Dr. Portas e o seu gurú, o Dr. Guedes, podem não perceber de números, mas sabem uma coisa ou outra de teoria de jogos. Agora à noitinha, ficámos a saber que o Dr. Nobre Guedes se picou com o Dr. Lopes. Demasiados voluntários para anunciar coisas a menos. O Dr. Lopes pôs-se a jeito, como habitualmente. O Dr. Guedes, e o PP, têm assim uma oportunidade soberana de fazer um hat-trick: fazem esquecer as trapalhadas do Dr. Bagão, humilham, e põem no sítio, o Dr. Lopes e o PSD, e marcam pontos numa área sensível e muito cara ao Eng. Sócrates - o Ambiente. Perverso, mas genialmente eficaz. [Ler mais aqui.]
P.S. a resposta à questão levantada por nós ontem sobre o Sr. Miguel Almeida, parece estar afinal no DN aqui... Nos entretantos, o Dr. Lopes rachou. Quem pode, pode.
P.S. 2. A Não perder os comentários, onde um expert em finanças públicas disserta sobre matemática orçamental...
Publicado por Manuel 21:20:00 12 comentários
Há factos menores que por ser Natal se calhar passam mais despercebidos. No mesmo dia em que se fica a saber que este Governo estourou 200.000 €uros com o já célebre encarte publicitário de propaganda ao Orçamento, ficamos a saber que esse mesmo Governo doou 20.000 €uros para a integração dos ciganos. Prioridades.
Publicado por Manuel 18:39:00 1 comentários
Marco António, o inenarrável Presidente da Distrital do Porto do PSD, que vai viver mais quatro aninhos à pala dos contribuintes, é citado pelo Público a afirmar...
Vamos procurar nomes que nunca envergonhem o Porto, mas vamos fazê-lo em todos os actos eleitorais. Até nas autárquicas. E há concelhos onde as listas vão ser aprovadas na distrital nome a nome. E não haverá nessas listas quem dá entrevistas que envergonham o partido e insultam os militantes com responsabilidades institucionais e políticas na vida autárquica.
Publicado por Manuel 16:17:00 0 comentários
As coisas são o que são mas, por estes dias, Paulo Portas deve estar mesmo arrependido de ter tido a peregrina ideia de vender Bagão Félix ao Dr. Lopes como Ministro das Finanças... A brincar, a brincar, o Dr. Bagão, que tem revelado uma incontinência verbal notável, está-lhe a estragar todas as premissas em que ele se baseava quando decidiu correr sozinho.
Publicado por Manuel 14:54:00 0 comentários
João Miranda, um blasfemo, afirmou que ...
É uma má ideia usar o voto para punir a performance passada. Os eleitores devem decidir com base em conjecturas acerca da performance futura de cada candidato. O passado já passou.
Publicado por Manuel 13:55:00 2 comentários
Mandam os costumes que se ofereçam coisas nesta época. A maldita tradição judaico-cristã que nos cruxifica diariamente, exige a mais radical hipocrisia. Eu, por norma, não ofereço nada ou muito pouco. Gosto, no entanto, de sugerir leituras. As que mais gosto, naturalmente. O excerto que coloco aqui de seguida pertence a um livro a que regresso amiúde. Não está "na moda" nem acabou de ser lançado. Tem o oportuno título de A Derrota do Pensamento e o seu autor é o filósofo francês Alain Finkielkraut (Dom Quixote, 1988). Serve para reflectir enquanto se deambula pelos corredores anónimos dos centros comerciais ou pelas ruas com luzinhas irritantes a tremeluzir por todo o lado. Passaram os anos porém a "mensagem", incómoda mas verdadeira, permanece.
Com a condição de trazer a assinatura de um grande estilista, um par de botas vale o mesmo que Shakespeare. E tudo em conformidade: uma banda desenhada que combima uma intriga palpitante com belas imagens vale o mesmo que um romance de Nabokov; o que as lolitas lêem vale o mesmo que a Lolita; um slogan publicitário eficaz vale o mesmo que um poema de Apollinaire ou de Francis Ponge; um ritmo de rock vale o mesmo que uma melodia de Duke Ellington; um bom jogo de futebol vale o mesmo que um bailado de Pina Bausch; um grande costureiro vale o mesmo que Manet, Picasso, Miguel Ângelo; a ópera de hoje - "a da vida, do clip, do jingle, do spot" - vale à vontade o mesmo que Verdi ou Wagner. O futebolista e o coreógrafo, o pintor e o costureiro, o escritor e o visualizador, o músico e o rocker são, com o mesmo direito, criadores. É preciso acabar com o preconceito escolar que reserva esta qualidade a alguns, e que mergulha os outros na subcultura. Ao desejo de humilhar Shakespeare, opôe-se assim o enobrecimento do estilista de calçado. Já não é a grande cultura que é dessacralizada, implacavelmente reconduzida ao nível dos gestos quotidianos realizados na sombra pelo comum dos homens - são o desporto, a moda, o ócio que forçam as portas da grande cultura. A absorção vingativa ou masoquista do culto ( a vida do espírito) no cultural (a existência costumeira) é substituída por uma espécie de alegre confusão que eleva a totalidade das práticas culturais à posição de grandes criações da humanidade.
Publicado por João Gonçalves 13:32:00 2 comentários
Muito interessante a desmontagem do tutano do encarte sobre o Orçamento feito pelo Pura Economia.
Como eu dizia, o governo correu novamente o risco do ridículo e obtem assim o resultado "com mérito e distinção".
Publicado por Rui MCB 13:31:00 1 comentários
Como complemento ao texto anterior este outro do Estados da Nação.
Publicado por Rui MCB 13:15:00 0 comentários
Sim, talvez eu me possa indignar um bocadinho com a revista do orçamento que o governo pagou para sair hoje com alguns jornais. E a indignação virá muito mais da conjuntura política actual - a dois meses de eleições, com o governo em gestão, ter esta originalidade - do que do facto em si de se promover o orçamento na imprensa escrita.
Imagino que um governo possa recorrer aos media para sintetizar a lei do orçamento, nada de muito chocante desde que os custos da operação sejam conhecidos e o conteúdo não se fique pelo folheto propagandístico. Ainda assim preferia um maior investimento na melhoria da acessibilidade dos cidadãos a meios que lhes permitissem o acesso directo à lei.
O que me interessaria perguntar era se a dita revista trará valor acrescentado face ao que os jornais já decifraram? É um risco que o governo corre: fazer papel ridículo e apresentar mais uma prova de desperdício das parcas verbas públicas.
Não sei é se o PS que conta com Edite Estrela entre os seus executivos de topo terá os telhados bem protegidos para vir falar de cátedra.
Mas quem é que ainda se lembra do que se passou em Sintra nas últimas eleições autárquicas com uma célebre revista da Câmara Municipal onde figuravam imagens de campanha da então presidente (ver aqui e aqui)? Até houve sub-sequente condenação em tribunal...
É por estas e por outras que há muito tempo por aqui defendo que há matérias e percursos políticos que devem, no mínimo, ser sujeitos a quarentena sob pena de se transformarem em exemplos que destroem a tão preciosa integridade de quem quer ser crítico e apresentar-se como alternativa. Por isso não me venham agora acusar de deslealdade orgânica ou coisa que o valha, a mim também.
Fazer este sublinhado é fundamental para manter a minha integridade e um mínimo de coerência. Algo que eu gostaria ver ser tentado com mais afinco pelos nossos políticos.
Publicado por Rui MCB 11:51:00 3 comentários
Sobre o encarte de hoje
Não foi Jorge Sampaio, não foi Henrique Chaves, não foi o orçamento, não foi a falta de coordenação política, nem sequer o défice de credibilidade. O governo caiu porque acreditava genuinamente que o “povo” é parvo. Porque se julgavam muito melhores, porque se julgavam mais "espertos" que os outros. Constato hoje que insistem no mesmo erro.
[Rodrigo Moita de Deus]
PS: Temo que no dia 20 de Fevereiro, quando tiverem que arrumar os caixotes, continuem sem perceber esta explicação tão simples.
in Acidental
Publicado por Manuel 10:23:00 0 comentários
Ouço o senhor Edir Macedo, perdão o Dr. Bagão, no Jornal Nacional da TVI. Um chorrilho de lugares comuns a fazer lembrar o discurso de um pregador da Igreja Universal do Reino de Deus. Isso, e muita hipocrisia, amnésia e defaçatez. Agora a culpa é de Manuela Ferreira Leite, que cativo verbas em 2003 de 2004. O Dr. Bagão, o beato, declarou-se surpreendido com a prática como se não tivesse feito o mesmo enquanto Ministro da Segurança Social já para 2005... Detalhes. O circo segue dentro de momentos .
Publicado por Manuel 20:15:00 2 comentários
Juanita, a three-month mutt, dressed as Santa Claus is carried along a street in Porto, in northern Portugal, during a Santa Claus march, Sunday, Dec. 19, 2004. More then five thousand people dressed as Father Christmas marched in the second Portuguese city. (AP Photo/Paulo Duarte)
Publicado por Manuel 19:03:00 1 comentários
A informação económica sobre os principais parceiros comerciais de Portugal aponta para a manutenção do perfil de abrandamento do crescimento económico. No plano interno, o indicador de clima económico estabilizou em Novembro, após três meses de abrandamento contínuo, e o indicador de actividade, com informação até Outubro, permaneceu em desaceleração, o que se observa desde Junho passado.
A informação quantitativa disponível revela um arrefecimento generalizado aos principais sectores de actividade. Ainda assim, o consumo privado apresentou alguma aceleração, que não aparece reflectida na confiança dos consumidores e dos empresários do comércio a retalho.
O indicador sobre o investimento estabilizou em Novembro, depois de ter apresentado evoluções menos desfavoráveis nos três meses anteriores. Os dados sobre o comércio externo, com informação até Setembro, revelam novos abrandamentos em ambos os fluxos, mantendo as importações um ritmo de crescimento superior ao das exportações. No mercado de trabalho, o indicador de emprego apresentou uma evolução ligeiramente menos desfavorável em Outubro, mas as expectativas dos agentes económicos agravaram-se mais uma vez em Novembro.
A inflação acelerou 0,4 pontos percentuais, por via de movimentos no mesmo sentido tanto na componente de bens como na de serviços, atingindo uma taxa de 2,5%.
in INE - Síntese Económica de Conjuntura
Publicado por Rui MCB 17:37:00 0 comentários
Publicado por Manuel 14:30:00 1 comentários
As Notícias que Nunca Saem na Primeira Página
(nem na última...)
Mohammed al-Durra é nome de poema e é também o nome do rapaz da foto. Vezes sem conta, as televisões mostraram-nos as imagens do rapaz aterrorizado e assassinado pelos impiedosos israelitas num dia de Setembro do ano 2000. Mohammed al-Durra foi capa de todos os jornais, assunto de todas as conversas e transformou-se num mártir e símbolo da nova Intifada palestiniana.
Talal Abu Rahma, o cameraman que captou os dramáticos momentos da morte da criança, acumulou prémios, entre eles o de "Best Cameraman of the Year", o "Prémio da Comunicação Cultural Norte-Sul", o Rory Peck Award e a Medalha de Bravura da Associação de Jornalistas Palestinianos.
Mais tarde, quase ninguém viu um documentário de uma cadeia de televisão alemã que demonstrou que o rapaz não podia ter sido morto pelas balas de Israel. Eu vi. Foi na SIC-Notícias, uma noite qualquer em 2002 ou 2003. A verdade inconveniente porque politicamente incorrecta é que o mártir palestiniano não teria sido morto por balas de Israel mas por balas palestinianas. Outros testemunhos apontavam no mesmo sentido. A notícia teve pouco impacto para lá das fronteiras de Israel. Encontrar notícia pró-Israel na Europa é como ver bom futebol no Estádio da Luz: só se vier de fora.
Levantaram-se então dúvidas sobre o cameraman. Do local onde ele se encontrava deveria ter sido capaz de perceber que os tiros que mataram Durra não poderiam ter sido disparados pelos soldados de Israel. No entanto, o laureado Talal até assinou um testemunho sobre o assunto.
O que se passou afinal? Um jornalista do Wall Street Journal garante que estamos em presença de uma falsificação: "it was nothing but a hoax". E conta-nos a história da manipulação, que teve total cobertura da cadeia de televisão France 2.
Talal Abu Rahma já se retratou e desmentiu o seu próprio testemunho e já passaram 20 dias sobre o assunto. E por cá? Nada nos nossos jornais... Afinal, o que é que interessa a verdade se a verdade contraria as nossas convicções?
no jaquinzinhos
Publicado por Manuel 12:02:00 1 comentários
Publicado por Manuel 05:37:00 2 comentários
Ia escrever qualquer coisa sobre o Dr. Barroso, aquele que se pirou para a Comissão Europeia. Ia, mas já não vou. Lembrei-me que este é um espaço para toda a família.
Publicado por Manuel 02:16:00 0 comentários
Todos os Homens honestos mataram César. A alguns faltou arte, a outros coragem e a outros oportunidade mas a nenhum faltou a vontade
Marcus Tullius Cicero, Philippicae
Henrique Medina Carreira
José
Mangadalpaca
Nicodemos
André
jg -João Gonçalves
Viúva Negra
Visconti
Il Assessore
Irreflexões
Contra-Baixo
I San
K. Zagalo - M.I. secretário do Conde de Abranhos