Absolutamente notável, pelo retrato que dá da forma amadorística e casuística como é gerido o país, a entrevista de hoje de Álvaro Barreto ao Público. É só recados, recados e mais recados... Pelo meio já deu para perceber que a Petrocer já era.
Publicado por Manuel 11:44:00
3 Comments:
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A Galp, para todos os efeitos, é uma mina de dinheiro a rodar daqui para ali e até mecenato exerce, ao apoiar outras pequenas e médias empresas, dos media, da publicidade, das artes, dos espectáculos, etc. etc. que dela precisam como os seus gestores de pão ( é um modo de dizer...) para a boca.
Assim, vemos como figura de proa nesta embrulhada de privatiza e não privatiza um tipo que há pouco mais de uma década, só jurava pelo abate do capitalismo ao efectivo dos amanhãs a cantar. Fazia até de controleiro dos movimentos de quem cantava os mesmos amanhãs.
Mudou o rumo de leste para oeste e pelos Estados gerais entrou pela porta grande na política económica, pela mão do engenheiro que fugiu do pântano.
O povo costuma dizer no seu senso comum que "não sirvas a quem serviu...". Pois o senhor Pina serviu bem o partido anticapitalista e era dos mais aguerridos pelo que a sua tendência radical continua agora a manifestar-se, só que com um sinal oposto. Ao perder a vergonha dos seus pergaminhos antigos, todo o mundo da economia política capitalista se tornou seu. E por isso foi ministro, negociou com capitalistas dos tais que antes só jurava abater e juntando-se a eles, tornou-se mais papista que o Papa e depois de ministro, integrou-se como gestor de alto coturno por conta de espanhóis.
Agora, pelos vistos, regressa à Galp e presume-se que deve ser para gerir... interesses portugueses. Os espanhóis lá saberão.
Na Galp ainda temos a intervenção de grandes escritórios de advocacia: Morais Leitão e a PLMJ de José Miguel Júdice. Há uma revista que esta semana traça o perfil dos quatro maiores escritóriso de advocacia em Portugal. Lá estão os dois.Segundo notícias, o escritório da PLMJ com o negócio da privatização da GAlp terá empochado quantia que de acordo com requerimento efectuado na AR pelo deputado António Galamba do PS, rondará os 400 mil contos mensais em consultadoria.
O artigo da tal revista nem disso fala e contudo, tal "avença" deve ser a mais estapafúrdia que alguma vez algum escritório de advocacia em Portugal conseguiu.
Estou para ver os resultados de tal "avença".
Pelo andar da carruagem e se se confirmar o fiasco anunciado, será assunto de investigação criminal, já que ao tal requerimento, do deputado do PS, não houve resposta conhecida. É demais!
"Linklaters has advised oil and gas company, Galp Energia SGPS SA, on the EUR 1.2 million disposal of Gás de Portugal SGPS SA to Portuguese electricity companies, Electricidade de Portugal SA and Rede Eléctrica Nacional SA, and ENI Portugal Investment SpA, an Italian company with a stake in Galp Energia. Upon completion, ENI will sell its stake in Galp Energia to a holding company owned by the Portuguese state.
The disposal, which became public on April 1, 2004, was made following the restructuring of the energy sector in Portugal. According to recent legislation, gas and electricity businesses should be run together.
Linklaters' team was led out of Lisbon by corporate lawyers, Jorge M. Bleck and Teresa Anselmo Vaz, and included Marcos de Sousa Monteiro (corporate) and Teresa Nora (finance & projects).
PLMJ - A.M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins, Júdice e Associados provided legal advice to the Portuguese State and Morais Leitão, J. Galvão Teles & Associados and Vieira de Almeida & Associados to the purchasers. "
De um blog- http://agualisa.blogs.sapo.pt/- retirei este postal, ainda sobre o assunto de ex comunista:
"Pois a “discreta” entrada de Pina Moura na Administração da Galp Energia tem muito que se lhe diga. Por más razões.
Claro que Pina Moura entra, formalmente, para lugar não executivo e em representação da espanhola Iberdrola de que ele é presidente na filial portuguesa (e a Iberdrola tem 4% do capital da Galp).
A questão está para além do formal. Pina Moura foi o estratega da célebre, embrulhada e nunca esclarecida entrada da ENI no capital da Galp. Além de ter sido o génio que descobriu esse génio chamado António Mexia, foi-o buscar à banca (BES) e meteu-o, primeiro no negócio do gás natural e depois à frente da petrolífera nacional. Ora, a entrada de Pina Moura para a administração da Galp dá-se exactamente no dia seguinte ao da visita de Mincato (o presidente da ENI) a Lisboa para conversações sobre a Galp com o ministro Álvaro Barreto e de onde terá saído um acordo de protelamento da decisão sobre a petrolífera para ultrapassar o chumbo de Bruxelas (como qualquer negociador de peso, Mincato terá dito sim ao adiamento mas, deduz-se, deverá ter obtido contrapartidas que, obviamente, são segredos de negócio).
(segundo constou, Mincato, quando no PCI, terá sido camarada de curso de marxismo-leninismo em Moscovo - antes da tragédia de Domingos Abrantes - de Pina Moura, então delfim de Cunhal, de onde terão regressado como camaradas e amigos, o que é naturalíssimo entre colegas de curso que criem empatia)
Por outro lado, politicamente, Pina Moura apareceu ligado à organização do Novas Fronteiras de Sócrates, pelo que se presume que, hoje, tenha voltado a ser figura influente no círculo que se prepara para dirigir o previsível próximo poder rosa.
As dúvidas e as conjunturas têm aqui pano para mangas. Mas, claramente, é um mau prenúncio que o estratega que armou a barafunda guterrista sobre o sector energético nacional, uma trapalhada de tamanho tal que não há meio de se deslindar nas voltas e reviravoltas que tem tido, acabe por se sentar na Administração da Galp no preciso momento em que o poder laranja está por um fio e o poder rosa (neo-guterrismo?) se prepara para trepar para os lugares dos ministros santanetes.
Pina Moura vale 4% na Galp (percentagem da Iberdrola no capital da petrolífera)? É isso que está para se ver. "
Eu acho que estamos bem fodidos com esta gente. COm a que está e com a que aí vem...