As pessoas não têm memória. Nem os novos, nem os velhos. Há muito, muito, tempo, ainda era o Prof. Cavaco primeiro-ministro, um então líder distrital apareceu num Congresso do PSD, que decorreu no Porto, no Palácio de Cristal, a propor em moção um referendo à regionalização. O Prof. Cavaco não aceitou. Muitos anos mais tarde, aquando, então sim de um simulacro de referendo a um simulacro de regionalização, esse mesmo personagem, Luís Filipe Menezes, confessava que afinal até nem era um regionalista. A sua proposta de referendo na era do Prof. Cavaco mais não era do que uma manobra, dizia ele, com vista a desconversar o PS. Ontem, o mesmíssimo Luís Filipe Menezes, paraquedista em Braga, virou regionalista outra vez. É pena. Não pelo Dr. Menezes Lopes de quem se espera tudo mas pelo tema. Porque uma reforma administrativa e política do país - da qual a regionalização faz parte mas não é o todo - é imperiosa e porque o assunto merece ser tratado com outra dignidade, e sobretudo com outra seriedade. [A este propósito ver ainda o editorial de Manuel Carvalho no Público]

Publicado por Manuel 14:49:00  

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