As Notícias que Nunca Saem na Primeira Página
(nem na última...)



Mohammed al-Durra é nome de poema e é também o nome do rapaz da foto. Vezes sem conta, as televisões mostraram-nos as imagens do rapaz aterrorizado e assassinado pelos impiedosos israelitas num dia de Setembro do ano 2000. Mohammed al-Durra foi capa de todos os jornais, assunto de todas as conversas e transformou-se num mártir e símbolo da nova Intifada palestiniana.

Talal Abu Rahma, o cameraman que captou os dramáticos momentos da morte da criança, acumulou prémios, entre eles o de "Best Cameraman of the Year", o "Prémio da Comunicação Cultural Norte-Sul", o Rory Peck Award e a Medalha de Bravura da Associação de Jornalistas Palestinianos.

Mais tarde, quase ninguém viu um documentário de uma cadeia de televisão alemã que demonstrou que o rapaz não podia ter sido morto pelas balas de Israel. Eu vi. Foi na SIC-Notícias, uma noite qualquer em 2002 ou 2003. A verdade inconveniente porque politicamente incorrecta é que o mártir palestiniano não teria sido morto por balas de Israel mas por balas palestinianas. Outros testemunhos apontavam no mesmo sentido. A notícia teve pouco impacto para lá das fronteiras de Israel. Encontrar notícia pró-Israel na Europa é como ver bom futebol no Estádio da Luz: só se vier de fora.

Levantaram-se então dúvidas sobre o cameraman. Do local onde ele se encontrava deveria ter sido capaz de perceber que os tiros que mataram Durra não poderiam ter sido disparados pelos soldados de Israel. No entanto, o laureado Talal até assinou um testemunho sobre o assunto.

O que se passou afinal? Um jornalista do Wall Street Journal garante que estamos em presença de uma falsificação: "it was nothing but a hoax". E conta-nos a história da manipulação, que teve total cobertura da cadeia de televisão France 2.

Talal Abu Rahma já se retratou e desmentiu o seu próprio testemunho e já passaram 20 dias sobre o assunto. E por cá? Nada nos nossos jornais... Afinal, o que é que interessa a verdade se a verdade contraria as nossas convicções?

no jaquinzinhos

Publicado por Manuel 12:02:00  

1 Comment:

  1. Anónimo said...
    Aviso do Van Krieken com destinatário conhecido

    Primeira Página
    Basta!

    Há uma altura em que o mínimo que se exige aos jornalistas é um pouco de vergonha na cara. A cobertura do processo da Casa Pia tem constituído uma vergonhosa prova de incompetência jornalística, de falta de respeito pelos leitores e de crueldade mórbida para com os intervenientes no processo.

    Não é possível calar mais o que se passa nos bastidores deste processo, dada a infâme e vil campanha que pretende chacinar pessoas que se presumem inocentes até prova do contrário.

    Assistimos às conotações de bastidores entre magistrados, polícias, jornalistas, traficantes de armas, criminosos, violadores, pedófilos assumidos e não assumidos, políticos – especialmente estes -- tudo isto numa amálgama de inquinação e mentira mafiosa e cruel, como se vivêssemos todos numa itália mafiosa, com poderes ocultos e fácticos que usam o poder para seu proveito próprio. Negócios obscuros de armamento e comissões, de grupos financeiros aliados a interesses pouco claros, de corporações apostadas em transformar a Justiça – que é de todos - numa farsa ao serviço de meia dúzia de mafiosos que corrói o Estado de Direito. Basta.

    Numa notícia de hoje do Diário de Notícias intitulada 'Bibi' deve usar diário em julgamento como prova, assinada por um tal Carlos Rodrigues Lima, ex-jornalista do Portugal Diário (da Mediacapital de Paes do Amaral e influenciada por José Eduardo Moniz), escrevem-se um conjunto de alarvidades que, não fôssemos nós conhecer os meandros por onde se move o dito escriba, pensaríamos que o DN tinha alinhado pelo estilo do Correio da Manhã.
    Raul Vaz, novo director do DN, que conheço há longos anos, é um jornalista sério e integro, que espero ponha cobro a este marketing comunicacional que nada tem a ver com jornalismo.

    Primeiro, o escriba.

    Contactei pela primeira e única vez Carlos Rodrigues Lima em Março de 2003, era ele jornalista do Portugal Diário, em Braga, que conhecia muito bem um tal Mário Pompeu, testemunha do processo da Casa Pia, um dos jovens que apareceu nas TVs com rosto e voz distorcida a acusar Carlos Cruz, entre outros. O mesmo Mário Pompeu que confessaria ter recebido dinheiro para acusar Carlos Cruz.

    Carlos Lima disse-me (isto em Março de 2003) ter ido ver a famosa casa de Elvas, numa sua «investigação jornalística» (palavras dele). Quando lhe perguntei se tinha falado com algum dos vizinhos para saber se alguém vira Carlos Cruz, Ferreira Dinis, Ritto, jovens, etc, respondeu-me que «não».
    «Então o que foi lá fazer?» - indaguei, surpreendido. Resposta imediata: «fui ver o enquadramento da casa».

    Mais grave ainda, este Carlos Rodrigues Lima, que teve oportunidade de falar durante horas com Mário Pompeu, constatou que este mentia em vários detalhes, como por exemplo ao afirmar que sua família era amiga de longa data de Carlos Cruz, o que é falso. Mas não obstante ter constatado a mentira, o jornalista não publicou isso, sonegando informação aos leitores. Muito mais poderá esclarecer este jornalista sobre a inquinação que contaminou este processo. Quando, no final da conversa, lhe perguntei como tinha então a certeza de que era verdade o que Mário Pompeu lhe dissera, justificou-se assim: «O inspector Dias André confirmou-me que tudo isso é verdade».

    Ou seja: um polícia dá a informação, e o "jornalista" escreve, sem qualquer contraditório, tipo moço de fretes. Diga-se que a única atitude honesta deste jornalista foi o de ter-me divulgado a fonte de tamanha urdidura.

    No decurso da conversa que mantive com o sujeito, e ao aperceber-se que os dados que me revelava seriam tornados públicos, Carlos Lima ameaçou-me ao estilo de El Capone: «olhe que nós aqui por estes lados tratamos desses problemas de uma outra maneira» -- lançou-me em tom intimidatório. Mais recentemente, há poucas semanas, proferiu ameaças veladas sobre familiares meus, denunciando um conluio com outras pessoas do Porto, que pelos vistos lhe dão «força anímica», e que oportunamente divulgarei em local próprio, perante todos os visados.

    Este Carlos Lima pertence a um grupelho que reúne num blog chamado http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com

    Do grupelho fazem parte dois magistrados: Alberto Pinto Nogueira, procurador-geral adjunto do Tribunal de Relação do Porto e José Fortes, procurador do MP em Viana do Castelo. Um outro sujeito, alcunhado de Manuel, age como uma espécie de guru de serviço. É um blog de insulto fácil e análise do tipo extrema-direita justiceira, com pinceladas intelectuais e poesia copiada.
    Conheceram-se por altura das «investigações» daquele jornalista no processo de Felgueiras e reúnem-se amiúde no Porto.

    Recentemente Alberto Pinto Nogueira foi entrevistado pelo seu amigo e comparsa de blog, Carlos Lima, para o Diário de Notícias.

    Pinto Nogueira, valentão, ameaçou um ar musculado no processo Apito Dourado, onde tem influência.

    Alguns dias depois, Pinto da Costa era detido.

    Por altura do caso das gravações «roubadas» ao Correio da Manhã, o guru do grupelho, Manuel, escreveu detalhes sobre o conteúdo do DVD em causa, confirmando ter tido acesso ao mesmo. Curiosamente, o DN não foi visitado pela PJ nas buscas que efectuou a várias redacções. Protecção descarada?

    Em Novembro de 2003, o guru do grupelho, Manuel, cuja identidade parece estar envolta no segredo dos deuses, fazia um apelo (ou seria uma ordem?) à investigação dos meus [Jorge Van Krieken] rendimentos. Em Setembro de 2004, chamava-me um «agente a soldo das defesas [do processo Casa Pia]». Oportunamente, apresentei uma queixa-crime contra o sujeito e demais responsáveis pela divulgação do insulto, no Supremo Tribunal de Justiça, em Lisboa, que decorre.

    Em Novembro de 2004 fui alertado para a existência de «uma investigação» sobre mim.

    Desconheço se essa investigação é judicial ou mafiosa. Ou ambas, que em Portugal hoje em dia nada é seguro. Mas, alerta, sempre leio todos os sinais com atenção, aconselhável nestes dias de gansterismo descarado. É a típica tentativa de intimidação e chantagem mafiosa e reles. Para calar uma voz, tudo é possível, tente encontrar-se alguma coisa, algum detalhe, uma multa não paga, seja o que for, que possa servir de arma contra as vozes que incomodam. É a chantagem e a extorsão, fenómenos que não estarão muito distantes da génese do processo da Casa Pia.

    Perante o silêncio de muitos e a passividade de outros tantos.

    O que pode estar em causa nessa tal investigação mafiosa e manhosa é a existência de uma associação criminosa, com o intuito claro de obter poder e as vantagens que isso lhe confere.

    Descobrir-se-á quem a motiva.

    Sobre este blog lojista voltaremos em breve com uma análise detalhada do seu modus operandum, ramificações e influências.

    Mas voltemos ao tema inicial.

    Foi hoje publicada uma «peça» no DN, assinada pelo dito cujo Carlos Rodrigues Lima, que passamos a analizar:

    Diário de Notícias
    21-Dezembro-2004
    Original: http://dn.sapo.pt/2004/11/19/tema/o_processo_investigara_tudo_o_for_ne.html

    Título: 'Bibi' deve usar diário em julgamento como prova

    Autor: Carlos Rodrigues Lima

    Legenda de foto: confiança. Advogados de Bibi defendem que confissão é a melhor defesa

    O ex-funcionário da Casa Pia Carlos Silvino (Bibi) deverá recorrer ao seu diário para sustentar as acusações feitas aos restantes arguidos do processo de abusos sexuais de menores, que decorre no Tribunal de Monsanto. Na última sessão, Bibi garantiu ter em sua posse as datas e os locais para onde terá levado as alegadas vítimas. Um registo que, segundo diversas fontes contactadas pelo DN, só poderá constar do seu diário, um documento que nunca chegou a ser apreendido durante a investigação do processo.



    Um diário neste momento viria logo a calhar. O jornalista fala das suas diversas fontes, que se presumem facilmente a linha condutora, mas esquece-se de um pormenor simples: um diário é facilmente investigado, podendo saber-se com exactidão quando foi escrito cada uma das suas palavras, que tipo de tinta usou, etc. De modo que, primeiro, teremos todos de ter a certeza se tal diário, a existir, é ou não forjado e falsificado. Claro que agora aparecerá unicamente uma fotocópia. Mas a investigação forense faz maravilhas.

    O “jornalista” parece querer esquecer o que está aqui em causa. Carlos Silvino sabe que arrisca 25 anos de prisão.
    O seu advogado também sabe isso.
    O circo sobre os crimes que envolvem os restantes arguidos, fazem esquecer os que foram cometidos por Carlos Silvino em 2001 e 2002. Ora, nesses anos, Francisco era o seu braço-direito. Quem eram os clientes? É isto que se está a evitar descobrir?

    Sem dar-se conta, Carlos Silvino está a ser atirado para um poço sem fundo. Está a ser massacrado como um pedaço de carne atirado às piranhas.

    Nas acareações entre Carlos Silvino e restantes arguidos, o primeiro confessou à juíza que os agentes da PJ o ameaçaram com 25 anos de cadeia se não acusasse os restantes arguidos. Durante a acareação, recebia papelinhos do advogado, para compôr a discurso... O que significa isto?

    Ora, neste caso pouco interessa o que A ou B digam. Onde estão as provas do que dizem, esta é a questão essencial.

    Será que nada disto é questionado e investigado? OU as «fontes» do jornalista, ali à Praça do Chile, entre alguns bagaços, são suficientes para a sua "investigação"?



    Em declarações ao DN, Maria Almeida Pinto, que juntamente com José Maria Martins patrocina a defesa de Bibi, disse que «em princípio» o ex-funcionário da Casa Pia continuará hoje a prestar depoimento em tribunal. Questionada sobre a existência do diário, Maria Almeida Pinto disse apenas «Todas as dúvidas poderão ser esclarecidas durante o depoimento» do ex-funcionário da Casa Pia em tribunal.

    O diário de Bibi foi, durante um ano de investigação, uma espécie de «mito» do processo Casa Pia. Alguns antigos alunos da instituição e algumas das testemunhas do processo fizeram alusão a um caderno no qual Carlos Silvino tinha por hábito apontar o nome das crianças que violava, assim como outro tipo de episódios da sua vida. Aliás, durante a investigação, a Polícia Judiciária chegou a realizar algumas buscas para encontrar o caderno, mas as mesmas não tiveram qualquer efeito. O facto de Carlos Silvino ter garantido que possuía «datas, locais e matrículas dos carros» que utilizou para transportar alunos da Casa Pia para «festas e forrobodós» indicia que o ex--funcionário da Casa Pia manteve na sua posse (ou através de alguém da sua confiança) o diário com todas essas anotações.



    A única alusão a um diário, data de 1975. Adelino Granja fazia parte dos alunos que tirou o diário a Silvino (nessa data). Nunca mais se ouviu falar em diario algum.



    Hoje, Carlos Silvino continuará a prestar depoimento no Tribunal de Monsanto. As suas declarações poderão ser aprofundadas com as questões colocadas pelo procurador do Ministério Público (MP), João Aibéo, e posteriormente pelos advogados dos restantes arguidos, caso entendam questionar Bibi. Enquanto que o representante do MP tentará que Bibi seja mais preciso nas descrições, as defesas procurarão explorar eventuais contradições e tentarão descredibilizá-las.



    Ou seja: o bom da fita e herói do jornalista, colega dos seus comparsas de queijo limiano, quer maior precisão. Os outros, os maus, os vermes, só querem deitar abaixo... e descredibilizar.

    A questão está na precisão. Basta que os depoimentos sejam precisos para que a verdade se descubra facilmente. Mas quando Silvino responder que está com a cabeça zonza, que não se recorda bem e que tem problemas de memória ou psicológicos, o que escreverá este “jornalista” do queijo limiano? Que o coitadinho, não se encontra bem de saúde, dado ter sido vítima de abusos sexuais há 40 anos, e que por isso mesmo tudo o que diz é verdade?!

    Na última sessão, Carlos Silvino declarou-se culpado dos factos que constam do despacho de pronúncia. «Estou arrependido», disse, fazendo questão de contar o seu percurso na Casa Pia de Lisboa a entrada para a instituição e as sucessivas violações de que diz ter sido alvo. Bibi pediu ainda desculpa aos miúdos. Entretanto, Bibi terá sido alvo de uma tentativa de pressão para que altere as suas declarações em julgamento. José Maria Martins disse ao DN ter já conversado com o seu cliente sobre o episódio, escusando-se, contudo, a revelar quaisquer pormenores sobre o mesmo.


    Eis a defesa descarada de um estatuto de arrependido, suportada por alguns meios judiciais, e de uma incrível tentativa de pressão descrita por uma mais espantosa notícia à Correio da Manha. Até onde mais pode chegar a imbecilidade? Vejamos: uma mulher espera uma outra – que não conhece – à porta da prisão, enquanto uma outra (filha da cozinheira casapiana, que escreve no Diabo com o apoio de Pedro Namora...), passa por ali com uma máquina fotográfica à mesma hora, e depois, por acaso, até entrega uma foto ao CM onde se vislumbra a custo uma irreconhecível mulher a uns 100 metros de distância. É isso uma tentativa de «pressão», ou estará esta espécie nova de jornalista a investigar também o enquadramento do passeio pedestre?



    Nota pessoal:

    Um aviso à navegação: mafiosos, manueis, jornalistófilos, pintos e suas galinhas, salvados, pais, filhos ou espíritos santos não me intimidam. Em nenhuma circunstância deixarei de publicar as provas recolhidas. Cá ou lá.

    Uma segunda nota para dizer que o DN merece muito melhor do que isto. Muito melhor.

Post a Comment