O dia de fazer de conta
sábado, dezembro 25, 2004
O feriado do Natal é um dia estranho. O movimento das ruas reduz-se ao indispensável. Os jornais não saem e as notícias dão lugar às missas. As criancinhas, para quem as tem, passam o dia a mostrar a todos os adultos da família os brinquedos da véspera. Come-se normalmente de forma alarve garantindo a não existência de "tempos mortos". Só o cinema e algum teatro são a excepção a esta incomodativa modorra. Faz-se, finalmente, um breve intervalo na "soap opera" da vida pública portuguesa. O ano, a dias de acabar, não teve nada de "espírito de Natal". Culmina, aliás, com a revisitação da velha "teoria da facada nas costas" retomada pelo mártir número um da já praticamente velha maioria. Para um ano absolutamente medíocre, eis um dia à sua altura. No quentinho das nossas casas ou de visita às casas dos outros, asseguremo-nos que nada se passa à nossa volta e façamos apenas de conta. Não foi isso que andámos afinal a fazer o ano todo?
Publicado por João Gonçalves 11:01:00
O neo-ateísmo - que redescobre o ódio ao Natal - é um dos fenómenos mais estranhos do nihilismo da fartura. O sinal da nossa desgraça.
eu acho muita piada por isso mesmo. A grande estopada reunida assim numa noite e num dia e na companhia da família é coisa que não sucede todos os dias... convenhamos ":O)))
pedia asilo político ":OP
":O))))