"Poema que Aconteceu"



Nenhum desejo neste domingo
nenhum problema nesta vida
o mundo parou de repente
os homens ficaram calados
domingo sem fim nem começo.



A mão que escreve este poema
não sabe o que está escrevendo
mas é possível que se soubesse
nem ligasse.

Carlos Drummond de Andrade

Publicado por Manuel 22:33:00  



A polar bear opens a carved Halloween pumpkin that contained frozen fish at the Central Park Zoo in New York City, October 30, 2004. REUTERS/Jeff Christensen

Publicado por Manuel 16:25:00 3 comentários  



Bom e mau jornalismo

Arafat encontra-se hospitalizado em Paris. O ministro palestiniano dos Negócios Estrangeiros, Nabil Shaath, ao arrepio da cautela da equipa médica que não presta qualquer declaração, tomou a decisão política de anunciar à comunicação social que o ainda dirigente da OLP não sofre de qualquer cancro. Em primeiro lugar, toda a pessoa doente é merecedora do respeito, estando os profissionais de saúde e os demais conhecedores da situação clínica do doente obrigados ao sigilo médico. Por outro lado, nenhum médico no mundo pode asseverar que um doente não tem cancro com base unicamente em análises sanguíneas, como é referido. Enquanto o jornal Le Monde prefere destacar a prossecução dos exames médicos e a transferência pacífica do poder palestiniano, o Diário Digital opta por transcrever no título da notícia referente as palavras de Nabil Shaath numa omissão clarividente da fonte, credibilizando dessa maneira uma simples suposição de um político comprometido.

Publicado por Nino 13:35:00 4 comentários  



Quantos morrerão amanhã?

A Estrada Viva, uma rede de associações cívicas e profissionais pleiteando a segurança rodoviária e a prevenção do trauma, revela que, para o mesmo nível de gravidade traumática, a mortalidade dos sinistrados rodoviários em Portugal é o dobro da do Reino Unido. Em escólio, os especialistas denunciam o amadorismo dos tripulantes das ambulâncias e o excesso de transferências hospitalares, propugnando pela formação superior de paramédicos, pela criação de centros de trauma especializados, para onde seriam directamente encaminhadas as vítimas de acidentes de viação, e de equipas médicas especializadas em urgências.

Publicado por Nino 11:29:00 1 comentários  



Sabedoria popular...

Quem prende a água que corre
é por si próprio enganado:
o ribeirinho não morre,
vai correr por outro lado.

António Aleixo

Publicado por Gomez 01:22:00 2 comentários  



A pair of Lemur catta (ring-tailed lemur) play with a jack-o-lantern made from pumpkin by visitors on the eve of Halloween at the Dvur Kralove Zoo, Czech Republic, on Saturday, Oct. 30, 2004. (AP Photo/CTK, Alexandra Mlejnkova)

Publicado por Manuel 19:27:00 0 comentários  



Juiz desconfia que motorista transporte crianças na sua própria viatura

Um condutor de autocarros de S. João da Madeira foi interceptado pela PSP quando transportava crianças com uma alcoolemia de 1,72 g/l - uma taxa muito superior a 1,2 g/l, a partir da qual o estado de embriaguez é qualificado no direito penal como crime de perigo abstracto - e posteriormente conduzido a Tribunal, onde o juiz sentenciou a sua condenação em sanção de inibição de conduzir qualquer veículo motorizado, com excepção de veículos pesados de passageiros, por um período de seis meses, alegando não pretender “perigar a subsistência económica do arguido”.

Publicado por Nino 18:04:00 4 comentários  



"C o m p r o m i s s o   D e f i n i t i v o"


Se o livro referido no post "Do Portugal Profundo" foi, como se diz, apreendido, sem mais nem menos.

Se o computador referido ali, o foi do mesmo modo, devo concluir muitas coisas.

Refiro algumas.

Em primeiro lugar, estou farto de ver o livro nas livrarias que frequento e, não apreciando esteticamente o título, não posso aceitar esta forma violenta de actuar que me parece de censura.

Sobre a blogosfera e sua relevância na comunicação entre os cidadãos teorizaram Pacheco Pereira e o Prof. Vital Moreira.

A liberdade de expressão é, na liberdade, um dos direitos mais importantes que se tem. Sem ela, nada.

Está na Declaração Universal Dos Direitos do Homem, na Convenção Europeia dos Direitos do Homem, na Constituição da República e em tudo quanto é lei neste país.

Fui, na ditadura, e mesmo já na democracia, objecto de perseguições por me exprimir como penso.

Não aceito um Ministério Público que não defende, como deve defender, a legalidade democrática, aí inclusa a mesma liberdade.

Não sou melhor nem pior do que outros, mas há matérias em que sou radical. A minha magistratura do MP pertence aos muitos que defendem a liberdade, não sendo instrumentos de opressão. Jamais aceitarei isso, seja lá com que consequências.

Tem havido "fumos" de tentativas autoritárias com que não posso colaborar, ainda que pelo meu silêncio.

Assumo aqui o compromisso solene e público de mais nada dizer em público, enquanto aqueles factos não forem esclarecidos com toda a clareza.

Porto,30/10/04

Alberto Pinto Nogueira

Publicado por josé 15:41:00 10 comentários  



Energia renovável assusta indústria nacional

Haverá um plano de evacuação e protecção das populações raianas em caso de acidente nuclear nas centrais espanholas de Almaraz, Aldeadávila e Saelices, a escassos quilómetros da fronteira? Teriam os hospitais distritais adjacentes capacidade de resposta? Como foram seladas as minas de urânio abandonadas no distrito da Guarda? Por que não se aprofundam estudos epidemiológicos sobre a incidência regional de cancros digestivos e hematológicos? São questões que se me levantam quando alguns empresários de ânimo leve arrazoam a solução nuclear em Portugal.

Publicado por Nino 09:27:00 1 comentários  



"Sou o Espírito da treva "


Sou o Espírito da treva,
A Noite me traz e leva;
Moro à beira irreal da Vida,
Sua onda indefinida
Refresca-me a alma de espuma...
Pra além do mar há a bruma...
E pra aquém?
há Cousa ou Fim?
Nunca olhei para trás de mim...

Publicado por Manuel 02:04:00 0 comentários  



"Do Portugal Profundo"


Em Leiria, um autor de um blog mereceu a atenção de um procurador do Ministério Público e de dois agentes da PJ, pela alegada prática de um crime punível com pena até um ano ou pena de multa.

Em Guimarães, um sereno livreiro que expôs em escaparate um livro intitulado "As mulheres não gostam de foder" mereceu igualmente a atenção de um procurador que abriu inquérito em face de uma lei que não conheço e que punirà a exposição de material obsceno ao público. Com esta abertura de inquérito, que me abstenho de comentar pelo absurdo manifesto, gastar-se-à papel, o tempo de alguns funcionários, de alguns agentes policiais em notificações, dispender-se-ão honorários a advogado para defesa, etc.

Isto passa-se no mesmo país em que já ninguém fala de Isaltinos ou de Pretos. Lembram-se? Isto passa-se no mesmo país em que a criminalidade do tráfico de influências, da lavagem de dinheiro e da fraude económico-financeira associada ao financiamento dos partidos parece adormecer em discretas gavetas.

Estando o Ministério Público submetido a um princípio hipócrita de legalidade - que significa que é obrigado a investigar e acusar por todos os crimes, mesmo que os meios sejam limitados - , em lugar de estar submetido a um princípio de oportunidade que fosse rigorosamente sindicável - que lhe permitiria, em face da limitação de meios, dar prioridade à investigação e acusação dos crimes mais complexos e que mais danos geram na comunidade - o resultado de tudo isto é que, na prática, como o panorama confirma, acaba por funcionar o princípio da oportunidade na prática e no pior sentido: como é menos complexo e exige menos meios, é mais fácil e eficaz perseguir os "pilha-galinhas", a pequena criminalidade que se despacha em duas páginas de um despacho de acusação já minutado à saciedade em tantos outros casos idênticos: cheque sem provisão, a agressão entre vizinhos, a injúria, o tabefe, o roubo, o pequeno traficante que teve azar.

Alguém conhece gestores de empresas obscenamente falidas no Vale de Ave ou em Belmonte, em cujas comarcas os senhores procuradores tenham com zelo, diligência e eficácia idênticas à aplicada ao Sr. António Balbino Caldeira, entrado pela porta adentro com mandados de revista para apurarem: as contas bancárias, os bens móveis, a mistura entre dinheiros da empresa e dinheiros da família, o saco comum de onde se paga o jipe pró menino e o mercedes novo para a Patroa e digníssima esposa?

Alguém conhece alguma secretaria-geral de um dos partidos políticos ou casa particular de um dos seus secretários-gerais revistada com a mesma eficácia e zelo aplicada ao Sr. António Balbino Caldeira?

Em suma: a criminalidade económica ou contra o Estado de Direito (corrupção, tráfico de influências, lavagens de dinheiro) fica essencialmente impune. Porquê? Porque, genericamente não há lesados directos: a lesada é a comunidade, é o sistema político, e as pessoas não a sentem, ou pelo menos não a associam depois aos males de que se vão queixando, como por exemplo, o preço exorbitante de uma casa de habitação pelo facto de ter de reflectir as luvas que vários intermediários tiveram de receber na autarquia ou no partido. O que interessa ao povão em eleições é que lhe falem da pequena criminalidade, da insegurança, da velhinha que tem medo do roubo por esticão, ou do sujeito que está preocupado se lhe sacam o auto-rádio da viatura.

Entretanto, importunam-se os Balbinos...É mais fácil e lava mais branco!

in Afixe

Publicado por Manuel 01:00:00 5 comentários  



serviço público é ...

a 2: passar um documentário digno desse nome sobre Leonardo Da Vinci.

Publicado por Manuel 23:02:00 0 comentários  



Cody, a terrier, on the left and Casey, a shitzu, model outfits by E&E Hallstrom Haute Couture, a high-end clothing company for dogs in Hartsdale, N.Y. (AP Photo/Frank Franklin II)

Publicado por Manuel 22:52:00 0 comentários  



O admirável jornalismo novo

O editorial do Público de hoje, assinado por Amílcar Correia, escalpeliza a crescente domesticação da comunicação social pelos poderes político e económico, em virtude do condicionamento adstrito à sua sobrevivência de forma subliminar, negligenciando o seu dever primordial de "informação com significado", de tal modo que nem o mais perspicaz e culto dos cidadãos pode tripudiar doravante sobre o cenário criado por Aldous Huxley.

Publicado por Nino 21:32:00 0 comentários  

Rodrigues Maximiano, Inspector Geral da Administração Interna, dá uma interressante entrevista hoje a' O Independente. Entre outras coisas afirma que "O Ministério Público tem uma crise de liderança", ora como o MP é muito grande presume-se que Rodrigues Maximiano se estava (também) a referir ao vazio que se ergue em redor do DCIAP de Cândida Almeida...

Publicado por Manuel 20:15:00 0 comentários  



Fácil, barato e dá milhões

Mais de metade dos inquilinos residentes nas 141 cidades portuguesas paga uma renda mensal inferior a 60 euros. Ou seja, mais de metade dos inquilinos residentes nas 141 cidades portuguesas vive a expensas dos proprietários. Uma parte substancial daqueles são já descendentes dos titulares dos contratos, a quem a lei ainda em vigor garante habitação desde que não se esforcem por encontrar meritoriamente uma outra. Antes do tempo prometido, o messias Santana chegou para colmatar a injustiça. A nova lei do arrendamento, cujas arestas foram alisadas pelos alvitreiros Francisco Louçã e Odete Santos, faculta a possibilidade dos depauperados inquilinos receberem uma indemnização milionária caso declinem a proposta dos proprietários capitalistas ajustada ao valor de mercado, após avultadas obras de restauro aferidas por idóneo certificado de habitabilidade. Esses portugueses não costumam ser avistados nos arrabaldes das casas de jogo. É que a sorte grande raramente bate duas vezes à mesma porta.

Publicado por Nino 19:11:00 1 comentários  



Pedroso, Pinto Pereira e a mancha humana.

Segundo o Público Paulo Pedroso, o qual recorde-se ainda não está livre de ir a julgamento, resolveu - - pedir uma choruda indeminização ao Estado. O timing é curioso, e, às vezes, nestas coisas é tudo.

Como é do conhecimento público a justiça em Portugal devia ser cega, mas não é. Não é. Trocando por miúdos, e ainda sobre Pedroso, chegou-se a um ponto onde dependendo do colectivo que apreciar o recurso que o Ministério Público interpôs recorrendo da decisão da Juíza Ana Teixeira e Silva de não pronúncia Paulo Pedroso, Paulo Pedroso ora não será pronunciado, ora o poderá vir a ser, tal como foram os outros. É surreal, mas as coisas são como são.

Ora, neste caricato processo, a coisa até já subiu ao Supremo Tribunal de Justiça por via de um incidente de recusa ao Juiz Varges Gomes alegadamente demasiadamente próximo do PS. Em relação a este incidente de recusa interposto por Pinto Pereira, especialista em direito penal venezuelano, defensor nomeado e pago pelo Estado das vítimas, o STJ, bem ou mal, deliberou. E deliberou que não havia matéria de recurso indicando qual deveria ser o colectivo a decidir da bondade de levar ou não Pedroso a Julgamento. Acontece que no vai e leva entre a Tribunal da Relação de Lisboa e o STJ terá havido uma falha de comunicação (chamemos-lhe assim), pelo que tendo os dois asas nomeados para acompanhar Vargas Gomes tomado conhecimento formal do processo (i.e. ao abrigo do Código de Processo Cívil impassíveis de serem substituidos) só o nome de um terá sido comunicado ao STJ pelo que só esse foi considerado na composição do colectivo "sugerida" pelo STJ ao TRL. Ora sabendo-se, que os dois asas já tinham começado a estudar o processo, bastaria um pedido de aclaração ao STJ - fazendo notar a tal falha de comunicação - e tudo estaria resolvido, salvando-se a face de todas as partes, mas não, o Advogado das vítimas, por orgulho, arrogância, ou vá lá saber-se porquê, resolveu foi recorrer da decisão do STJ (acto já em si estranho já que recorde-se na prática o STJ achou inicialmente não ter nada de facto para apreciar).

O corolário é agora muito simples - se o STJ não considerar o recurso (acto muito provável) alegando que não há nada de que decorrer já que inicialmente nem sequer considerou de facto o tal incidente de recusa, o colectivo que vai analisar o recurso de Pedroso será o originalmente indicado no acordão do STJ (não havendo pois qualquer margem de manobra para suprir a tal falta de comunicação, "corrigindo o colectivo"), colectivo esse onde constam dois juizes que já anteriormente se pronunciaram de forma bastante gráfica sobre o tema...

Em suma, pode dizer-se que com esta estratégia de António Pinto Pereira há uma probabilidade extraordinariamente alta - quasi administrativa - de Paulo Pedroso ser mesmo despronunciado, mais, processualmente, o advogado, pago pelo Estado para defender os interesses das vítimas e, presume-se, fazer com que tudo seja esclarecido em tribunal, é neste momento o maior e mais precioso aliado processual da defesa de Paulo Pedroso. Isto no tal sistema judicial que devia ser cego mas que é constituído por homens, por vezes de carne e mente bem fraca, e que só me faz lembrar o último filme de Eric Rohmer - "O Agente Triplo"...

Publicado por Manuel 17:02:00 5 comentários  



Uma vergonhosa greve.

A greve é um direito que assiste a qualquer trabalhador. Este é seguramente um princípio universal e consignado até na própria constituição portuguesa.

Os trabalhadores da CGD estão contra a transferência do Fundo de Pensões da CGD, cerca de 2,5 mil milhões de Euros para a Caixa Geral de Aposentações com o objectivo da redução do défice público.

Não me vou hoje pronunciar sobre a medida, porque sempre defendi por aqui algo bem diferente do que aquilo que na economia portuguesa tem vindo a acontecer nos últimos dois anos, e que assume a forma de receitas extraordinárias. É hoje legítimo afirmar que Portugal desde que a coligação assumiu as rédeas da governação nunca conseguiu ficar com um défice orçamental abaixo dos 3,00 % do PIB. É por isso hoje legítimo afirmar que as finanças públicas portuguesas estão a milhas daquilo que podemos chamar de consolidação orçamental. Mas isso hoje não interessa.

Mas, o problema é que hoje os 14 mil funcionários da CGD, decidiram fazer greve encerrando balcões desde Valença até Vila Real de Santo António.

Em primeiro lugar, hoje é apenas o último dia do mês, um dia onde porventura largas centenas de milhares de clientes, daquele que é o maior banco português recorrem aos balcões para receberem ordenados, efectuarem pagamentos à segurança social ou até mesmo as empresas resolverem problemas que deixam para o final do mês.

Em segundo lugar, e em nada desprezível, segunda-feira é feriado. Ou seja, entre fim-de-semana, o feriado de 1 de Novembro e a greve marcada para hoje, estamos na presença de umas mini-férias de 4 dias, convocadas pelo Sindicato dos Trabalhadores de Empresas do Grupo CGD com a conivência do Sindicato Bancário Sul e Ilhas.

Em terceiro lugar, a transferência do fundo de pensões para a Caixa Geral de Aposentações, continua a garantir todas, e repito todas as regalias aos seus beneficiários e o risco de falência do fundo é igual estando ele desagregado ou consignado à CGA.

Mas mais grave que tudo isto é o facto da CGD ser um banco onde o único accionista é o Estado. O mesmo Estado entendeu não ser necessário recorrer a serviços mínimos que deveriam ter sido imediatamente requisitados. O mesmo Estado, através da Administração que ele próprio nomeia, permitiu assim que a maior sala de mercados do país – a da CGD entenda-se – esteja hoje fechada, e por exemplo que posições abertas ontem no mercado monetário não possam hoje ser fechadas em caso de mais-valia significativa ou de recuperação de perdas anteriores.

O mesmo Estado não percebeu no grave erro que permitiu que a Administração da CGD incorreu, senão vejamos...

  • Um cliente da CGD que possua hoje 50.000 euros aplicados numa conta de poupança e que tenha negociado hoje com outro banco uma aplicação desses mesmos 50.000 euros a uma taxa de 4,5 % líquidos ao ano, ficou hoje impossibilitado de transferir os fundos da conta de poupança para a conta à ordem e dai sacar um cheque a depositar na instituição de crédito concorrente.
  • Um cliente da CGD que hoje tenha uma escritura, ficou impossibilitado de a efectuar porque a emissão de cheques bancários e/ou visados obriga a assinatura de funcionários do balcão.
  • Os funcionários que recebem de empresas que pagam através de cheque da CGD ficaram impossibilitados de efectuar a sua vida normal até 3ª feira, ficando certamente muitos deles sem dinheiro até essa data.
  • O euro vale hoje às 14:00 , 1,2748 dólares . Fechou ontem nos 1,2753. Desconhecendo as posições cambiais em aberto, não é difícil perceber que o prejuízo não será pequeno.
  • As Caixas Multibanco não serão hoje carregadas para uma operação de 3 dias, ficando por isso muitas delas indisponíveis ainda hoje.

Estará a Administração da CGD consciente do volume de prejuízo que esta greve trará, se todos os prejudicados começarem a escrever cartas para o Banco de Portugal, expondo a situação onde se sintam lesados.

Obviamente que aos secretários gerais dos sindicatos isso pouco ou nada importa, o que importa é protagonismo que se consegue com estas greves sejam elas justas ou injustas.

Obviamente que o Governo enquanto órgão decisor e político tem que entender que a Administração da CGD foi incompetente. Obviamente que deviam existir consequências empresariais da mesma. Obviamente que os sindicatos por estarem quase sempre com umas talas na vista semelhantes a dos jumentos, não percebem que o prejuízo elevado da greve será pago pelos trabalhadores por eles incentivados à greve, na redução de prémios e limitações na promoções.

E se assim for é bem feita.


Nota - Segundo os sindicatos a greve teve uma adesão de 95%.

Publicado por António Duarte 14:59:00 6 comentários  



"P e ç o   J u s t i ç a"


Dizem que sou controverso, de mau feitio. Devo ser, e tanto devo ser que, há dezassete anos, com três dezenas de anos de profissão, nunca servi a não ser para alombar com centenas de processos por ano. Mas também devo ser incompetente, com o que tudo isto quer dizer, sou daqueles que o ministro Bagão deve entender que deve ser sujeito, de imediato, a uma medida drástica: reforma antecipada, sem penalizações. Ah, Sr.Ministro, como eu gostaria de tal medida governativa.!!!
Isto não vem a propósito de nada. Só vem a propósito.

Pois também dizem, e dizem bem, que, sendo eu magistrado do clero, e levando a efeito um inquérito onde se recolham indícios fortes (grossos) de que alguém praticou um crime, tenho uma obrigação para com a Comunidade - formular, e ainda que desajeitadamente (não esquecer que sou incompetente), uma acusação contra o autor (es) dos factos.

Dizem bem porque também diz isso a Constituição da República, o Estatuto do Clero, Código de Processo Penal.

A acusação não se limita, mesmo para mim, a uma imputação de factos, ajunta-lhe a incriminação, retracta um mal que se impõe afastar e pretende que o bem se reponha, pela retribuição, ou reposição dos valores abalroados.

Dizem que se um juiz, um elemento da nobreza, for o autor dos factos e for acusado e pronunciado por outro juiz, deve ser julgado por outros juízes.

É equívoco.

Por ser Nobreza!

A nobreza não deve ser acusada
, nem pronunciada, nem julgada.

Quem se atrever a tal (acusador, pronunciador ou julgador) vai ferir o brasão que, sendo sensível, e estando acima das leis do reino, tornará acusador em acusado, pronunciador em pronunciado, julgador em julgado.

Pois não sabem aqueles que, ter a distinta lata de dizer, segundo a lei que vigora na monarquia, os nobres estão lá em cima, fora dela? Se não sabem que saibam, imputar factos delituosos à nobreza é crime de difamação, de injúria, é abuso de poderes que são concedidos pela nobreza ao clero e ao povo, mas nunca, meu DEUS!!!, nunca para usar contra os nobres do reino.

Se o clero esquece e acusa, se outros nobres aceitam, então, zás: o "visado-nobre" queixa-se, é ofendido na sua honra e não há nada que discutir.

Mesmo na monarquia que nos domina no âmbito da justiça, entra pelos olhos dentro que tudo isto não tem sentido nenhum e que a queixa do nobre só deveria ter um destino clericamente entendido: o caixote do lixo.

Mas não, instauram processos contra o padre e o nobre, porque aquele fez a missa e este a sancionou.

O cardeal não teve coragem de dizer ao nobre que a igreja, que acusa, não existe para isso.

Eu, que sou do clero, nunca mais acuso um nobre, não só porque não estou para ser processado, mas ainda porque não tenho pachorra para ser convocado a Lisboa, ser arguido, pagar a um advogado para me defender por ter saído da sacristia e entrar no ducado.

Mas isto já não é sequer monarquia, é jardinismo de terceira, importado de modo caricato para o colonialismo do continente, onde certos nobres se deveriam conter adentro dos limites do seu condado.

B A S T A.

Alberto Pinto Nogueira

(1) Sr. Eurico Reis, o TC já disse que essa norma não é inconstitucional - JN, 28/10/04 -.Já agora, estude o CPP de 1987, pois só fala do de 1929. Tanta pesporrência, não.

Publicado por josé 13:22:00 16 comentários  



A polar bear at the San Diego Zoo gets into the Halloween spirit as he plays with a pumpkin Thursday, Oct. 28, 2004, at the Zoo's Polar Bear Plunge. Kalluk, a 735-pound sub-adult male bear pounced on, tackled and hugged the large plastic jack-o-lantern which provided him hours of amusement. (AP Photo/Zoological Society of San Diego, Tammy Spratt)

Publicado por Manuel 02:30:00 0 comentários  



Parabéns

Publicado por Manuel 22:18:00 1 comentários  



Toto-DN

Miguel Coutinho terá sido (des?)convidado e terá aceite ser o novo director do Diário de Notícias... Não é verdade que Ana Salgueiro vá integrar a futura direcção, pesem as óbvias qualificações da senhora.

Publicado por Manuel 18:34:00 0 comentários  



"Casa Pia - PJ confisca computador a autor de blogue"

do Correio da Manhã...


PORTUGAL PROIBIDO

Eram 7h00 quando dois agentes da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, acompanhados por um procurador adjunto do Ministério Público (MP), bateram à porta de António Caldeira, autor do blogue ‘Do Portugal Profundo’. Um caso de “censura” e “tentativa de intimidação”, considera o professor universitário de Alcobaça, que tem divulgado na internet pormenores do processo Casa Pia.

O blogue ‘Do Portugal Profundo’ continua ‘on-line’, com vários documentos relativos ao processo Casa Pia. “Eles entraram e apreenderam disquetes, CD e o meu computador. Fizeram isso também em casa da minha mãe, de onde levaram um computador que eu já não usava há dez anos”, contou Caldeira ao CM. O professor de Marketing terá sido constituído arguido do crime de desobediência, por ter desrespeitados os autos que proibiram a reprodução das peças processuais ou documentos incorporados no processo Casa Pia. “Sou notificado de desobediência, mas isso pressupõe que eu conhecesse os autos. Como podem eles ter a certeza disso?” Caldeira terá também sido sujeito a termo de identidade e residência.

ENTRE A BÉLGICA E A ITÁLIA

António Caldeira não tem dúvidas: “há uma rede pedófila de controlo do Estado a tentar silenciar o meu blogue e intimidar a minha acção”, considera, dizendo ter sido essa rede a fazer a denúncia que motivou o MP.

O blogue ‘Do Portugal Profundo’ nasceu há mais de um ano como um ‘site’ generalista, e a dada altura passou a dar grande atenção ao processo Casa Pia. “Tomei conhecimento de que a questão era equivalente ao escândalo de pedofilia da Bélgica, só que mais grave. A rede pedófila é semelhante à Máfia de Itália, com a diferença de que ainda não fez mortos”, diz o professor. “Escrevo em nome do País e da democracia. Move-me a necessidade de limpeza do Estado desta rede pedófila.”

Apesar daquilo que considera ser uma “tentativa de intimidação e limitação da liberdade de expressão”, António Caldeira promete continuar a alimentar o seu blogue, que continua activo no endereço http://doportugalprofundo.blogspot.com. “Enquanto eu puder, no cumprimento da lei, continuarei a falar do que acho importante”.

Contactado pelo CM, Jorge van Krieken, autor do ‘site’ ‘ReporterX’, que também publica informação de cariz semelhante, não quis revelar se alguma vez foi alvo de acções do MP. “Não vou prestar quaisquer declarações ao vosso jornal”, disse.

AINDA NO AR

Na sua mensagem mais recente o blogue ‘Do Portugal Profundo’ publica na íntegra o relatório do Serviço de Informações e Segurança (SIS), concluído em 1999, intitulado ‘A Pedofilia em Portugal: ponto da Situação’. “Este documento, apresentado no Conselho de Informações e Segurança, foi transmitido à Polícia Judiciária e motivou a investigação consequente”, explica Caldeira. O ‘site’ nunca divulgou os nomes das vítimas.

Publicado por Carlos 17:46:00 2 comentários  



White House'04
Bush vs Kerry (XXVIII)

Totalmente empatados

A menos que algum factor de enorme relevo, que neste momento seja impossível de prever, venha ainda a ocorrer até ao dia 2 de Novembro, é já um dado praticamente certo que a corrida presidencial norte-americana permanecerá empatada até ao fim da campanha.

Os números que surgem dia após dia dão conta desse equilíbrio. Kerry passou a liderar alguns estudos (como os barómetros diários do Washington Post e do Rasmussen) e já estava à frente em mais dois ou três. Bush diminuiu, nalguns casos para diferenças mínimas, em quase todos os estudos que já liderava.

Nesta altura, os únicos casos de diferenças superiores a 2 ou 3 por cento são os estudos da Fox (canal televisivo), que dá sete pontos de avanço a Bush (49-42) e o do Gallup (cinco pontos de diferença).

Mas, com o devido respeito, a Grande Loja não coloca os números da Fox num plano de igual credibilidade dos outros que aqui citamos. É preciso dizer que esta estação foi a mesma que se apressou a dar a vitória a Bush na Florida, quando todos os estudos davam o triunfo a Al Gore. A história revelou a verdade - a Fox é controlada pela família Bush e o campo republicano utilizou o canal para deturpar a verdade. Gore «venceu» na Florida, como todos sabem: os 537 votos que lhe foram contabilizados a menos seriam, na realidade, invertidos para uma vantagem do democrata na ordem dos 10 a 15 mil votos, se não tivesse ocorrido aquela famosa chapelada.

Buchanan, candidato de extrema-direita, teve uma votação consistente em quase todos os condados da Florida, na ordem dos 0.5 por cento. Em dois deles (Miami Beach e Palm Springs), Buchanan chegou aos... 6 por cento. Porquê? Nesses condados, alguns milhares de votos que seriam para Gore foram contabilizados, erradamente, para Buchanan — para quem não se lembra, a explicação teve a ver com os famosos tallies. Boletins perfurados, nos quais os nomes dos candidatos surgiam lado a lado, com espaços pouco explícitos. Buchanan surgia mesmo ao lado de Gore e foi por demais evidente que houve eleitores induzidos em erro.

Mas isso já foi há quatro anos. De ambos os lados, há receios de novas fraudes eleitorais. E há mesmo quem fale que, desta vez, possa haver... várias Floridas. Esperemos que não — em nome da verdade democrática.

No caso do Gallup, a situação é diferente. É, sem dúvida, um instituto respeitável, mas a forma como tem extrapolado os resultados dos registered voters para os likely voters tem sido muito contestada. Se compararmos com os outros estudos, há, sem dúvida, um favorecimento do campo de Bush. Mas, como é óbvio, só no dia 2 é que saberemos quem está a fazer a leitura certa...


Sondagens do dia...

  • REUTERS/ZOGBY
    • Bush 48
    • Kerry 47
    • Nader 1
  • CNN/USA TODAY/GALLUP
    • Bush 51
    • Kerry 46
      • (entre votantes prováveis)
  • CNN/USA TODAY/GALLUP
    • Bush 49
    • Kerry 47
      • (entre votantes registados)
  • RASMUSSEN
    • Kerry 48.8
    • Bush 48.7
      • (entre votantes prováveis)
  • TIME
    • Kerry 46
    • Bush 46
    • Indecisos 3
  • RACE2004
    • voto popular
      • Kerry 49,6
        • (55 milhões 357 mil votos)
      • Bush 48,6
        • (54 milhões 282 mil votos)
    • Colégio Eleitoral
      • Kerry
        • 273 Grandes Eleitores
      • Bush
        • 265 Grandes Eleitores
  • ELECTORAL VOTE
    • Kerry 260
    • Bush 257
      • Em aberto - 7 votos (Iowa)
  • ELECTION PROJECTION
    • Kerry 269
    • Bush 269
      • (Kerry consegue a Florida nesta projecção)
  • POLL KATZ
    • voto popular
      • Kerry 281
      • Bush 258
    • Colégio Eleitoral
      • Kerry 287 Grandes Eleitores
      • Bush 251 Grandes Eleitores

Contagem decrescente para a Grande Eleição...
Faltam 6 DIAS

Publicado por André 14:59:00 3 comentários  



People shear a llama at the Buenos Aires Zoo, Wednesday, Oct.27, 2004. Members of the indigenous communities from the South American highlands shear llamas to mark the return of spring to the southern hemisphere, and conduct an annual rite to Mother Earth known as the Pachamama. (AP Photo/Natacha Pisarenko)

Publicado por Manuel 11:47:00 0 comentários  



fora da actualidade
financiamento partidário

E o que se vai discutindo pela Alternativa ?

Estava a ouvir a Alexandra Lencastre a tentar racionalizar a exposição da sua vida privada na imprensa (em entrevista a Pedro Rolo Duarte na Sic Mulher). A dado passo a actriz disse que perguntando aos editores do porquê de tal interesse na sua vida privada lhe respondem: “Você vende.

Quem paga a democracia? O nosso colega João Gomes escreveu ser contra o financiamento dos partidos pelo Estado, sendo a favor de listas de contribuições, publicas, auditáveis e com limites. E justificou esta opinião por considerar que os partidos devem trabalhar no sentido da maior politização de todos os cidadãos devendo conseguir envolvê-los ao ponto de contribuírem para suportar as suas causas. E continuou afirmando:


Tal não tem acontecido, porque os partidos não gostem de sociedades politizadas. Depois de uma revolução, a táctica é tipicamente "fechar" o círculo que o acesso ao poder vai começar!! Como é evidente a descolagem da sociedade começa aí: Porque nada tem sido transparente (para não falar no caso obscuro de eleição nos PCP´s deste mundo; E não esquecendo que os restantes não são substancialmente diferentes!).
Relativamente ao financiamento do Estado: Já chega! Os partidos ou têm sustentação ou não têm. E todos a têm de ter de forma pública. Dirão vocês... Mas se assim fosse os partidos ficavam imediatamente descapitalizados... pois é. Ninguém gosta de descobrir as misérias da economia familiar, mas com isso talvez lhe passasse alguma da arrogância! Resumindo numa série de equivalências:
Não Dinheiro=> Não ostentação do que se não tem= Mais humildade e pés na terra!


Tendo dito isto o Nuno Peralta simpatizou com esta sugestão afirmando:
O financiamento deve ser privado, mas de forma regulamentada, obrigando à sua publicação (na prática, como se os partidos fossem empresas cotadas em bolsa, com contas auditadas periodicamente por entidades independentes).
O facto de o financiamento ser privado obrigaria os partidos a estarem mais abertos à sociedade civil, a "falarem" para a sociedade, de forma a cativarem os eleitores.
Não duvido que isto implicaria de alguma forma distorções na capacidade financeira dos partidos, mas tornava o modelo mais credível.
Não acredito que uma das funções do Estado seja sustentar partidos, pelo menos enquanto for viável à sociedade manter um mínimo de duas alternativas de poder.


Considerando estas opiniões, que não são novas e duvido que sejam marginais, tenho de discordar delas.
Se bem percebo defende-se que a prova de sucesso e de utilidade social e política de um partido deve medir-se pela sua capacidade de cativar indivíduos a um nível suficientemente profundo de forma a que estes sejam a sua forma de sustentação financeira.

Um partido será o que financeiramente conseguir cativar, admitindo-se que a contribuição financeira é a melhor medida de envolvimento, dedicação e motivação para o envolvimento político que este consegue promover. Por outro lado, esta opinião completa-se elegendo os partidos como móbil do afastamento da vida política porque, tendo cativas verbas do Estado, não têm estímulo à abertura, a procurar recursos junto de potenciais militantes. Em suma, vêem-se os partidos como empresas: ou têm sustentação ou não têm.

Independentemente, das críticas que podemos partilhar quanto à forma de organização interna dos partidos que podem ser uma parte importante do problema da qualidade média dos quadros que os frequentam e que vêm a exercer funções de representação política, parece-me uma atitude irreflectida pôr as coisas nestes termos, digamos, orientados pela economia de mercado.

Não vejo como principal função dos partidos “vender” literalmente como a Alexandra Lencastre e muito menos evangelizar como a Igreja Universal do Reino de Deus, sustentando-se do dízimo e - a distância é mínima - existindo para se sustentar do dízimo. Aliás é esse espírito de vendilhão, de vendedor de banha da cobra e de camaleão que vejo outros políticos de outros países assumirem para obterem os tostões para pagar publicidade negativa sobre o seu opositor nas televisões nacionais que me repugna e me alerta para um qualquer mau cheiro e maus destino para aquelas que identifico como as principais vantagem do regime democrático.

A relevância e interesse de um partido para a democracia de um país mede-se, sim senhor, pelo seu poder de cativar pessoas para um projecto mas a medida desse sucesso estabelece-se contando votos de eleitores e não cartões de militantes. Defender tão simplisticamente o financiamento priva(tiza)do dos partidos poderia simplesmente levar-nos a um retrocesso democrático – e se calhar é exactamente para aí que caminhamos já com este sistema mal tratado. Espera-se que exista uma relação entre militantes e eleitores. São os primeiros que dão forma ao partido, que deverão ser responsáveis pelo ideário e pela capacidade de actuação do partido. É neles, nos líderes que eles elegem e nos princípios que defendem que votamos... ou não.

A democracia tem custos e há várias formas de participação na vida política e de envolvimento na vida partidária. Ser militante é apenas uma das formas de participar na democracia. Posso identificar-me muito bem com um partido e não ter vocação de militância ou mesmo recursos para contribuir significativamente para o partido que melhor me representa e, contudo, posso demonstrar essa minha identificação com o meu direito de voto. Por ventura, a capacidade de financiamento está igualmente distribuída pelos potenciais militantes/financiadores partidários? Seguindo esta lógica de auto-sustentação dos partidos pelas contribuições de militantes, de empresas e sem limitações de contribuição, está bom de ver quão desiguais seriam os recursos para o combate político mediático e como caminharíamos para a ausência de visibilidade de movimentos políticos próximos de partes da sociedade menos favorecidas financeiramente.

Outra coisa que perpassa no raciocínio do João e do Nuno é o típica não identificação do Estado. O Estado não deve sustentar partidos. Mas o que é o Estado? E o que deverão ser os partidos? No nosso regime faz sentido Estado sem partidos? E o que é isso de “sustentar”? O Nuno estabelece um limite, falando de um número mínimo de partidos abaixo do qual o Estado então sim, deveria intervir. Dois partidos? Não é essa uma falha de base da própria solução?
Quando dizemos que os partidos fogem a divulgar as suas contas genuínas, pensava que tínhamos percebido que a fatia que recebem do Estado, sendo pública, se apresenta apenas como uma pequena parcela. A maquilhagem das contas não se faz para esconder mais fundos do Estado que os malandros dos partidos “roubam” directamente. Talvez escondam, isso sim o pagamento de favores – esses envolvendo concursos públicos e afins – que empresários e outros detentores de interesses vão gerindo na troca de favores com os potenciais gestores da coisa pública.

Resumindo, acho que o processo de selecção natural dos partidos deve ter apenas um pouco a ver com a sua capacidade intrínseca de recolher verbas além das transferências do Estado.

A selecção natural dos partidos começa desde logo nas restrições à sua criação. Para nascerem precisam desde logo de um número mínimo de cidadãos que se dispõem a avalizar a sua formação. Podemos discutir o número e ele não será irrelevante pois a meu ver o Estado deve comparticipar desde logo com um conjunto mínimo de meios para auxiliar a dinamização desse partido – concedendo algum apoio financeiro para gastos de estabelecimento de um espaço próprio e todo um enquadramento jurídico que preveja a integração e o acesso à comunicação social (direitos de antena, etc). Não nego que deva existir a possibilidade de premiar os partidos particularmente dinâmicos e mobilizadores possibilitando quotizações de militantes e doações que defendo devem ser limitadas a um montante fixo por eleitor. E fixo este valor para alisar propositadamente as diferenças de poder económico dos apoiantes de partidos distintos. Não deverá ser a lei do mais forte financeiramente a dominar uma campanha eleitoral.

Por outro lado, não consigo perceber a racionalidade dentro de uma democracia para se aceitar contributos financeiros oriundos de uma esfera aparte o universo dos eleitores, como sejam, contributos de empresas. Um partido não é uma empresa, ou “sendo” cada accionista terá acesso a um mesmo número de acções... Mais uma vez no espírito de que “Em democracia, devemos antes multiplicar o número dos que pagam e a pluralidade de interesses que representam” e tendo ainda bem presente que “Nas sociedades democráticas quem paga tende a ver os seus desejos satisfeitos.” Logo quem paga mais... Que os partidos fiquem a dever iguais favores a todos os seus militantes.

Por fim, a selecção natural culmina com a capacidade de angariar o apoio de eleitores, eles sim a peça basilar de qualquer regime democrático. Se uma maioria de leitores apostou num partido o Estado – nós todos – devemos financiar preferencialmente esta que parece ser uma solução promissora para o pais. Desta forma estimulamos os partidos a cativar eleitores. Aqui e apenas aqui deverá haver discriminação: quando se contam os votos.

Não me fico ainda por aqui, defendo que os gastos possíveis em campanha sejam limitados, ou por outras, acho que enquanto Estado nada temos a ganhar em admitir publicidade paga por partidos fora dos espaços e formatos pré-definidos, acho que temos a perder se não tivermos forma de impor um debate plural e igual acesso aos media a todos os partidos quando em campanha. Para que serve a verba extra que atribuímos os maiores partidos? Para mais facilmente cativarem quadros técnicos que suportem o próprio partido, para que se financie o pensamento e a qualidade de propostas e pessoas que se apresentam a votos.

Finalmente a última fatia do financiamento partidário poderia advir de parcelas das remunerações dos cargos de representação política obtidos.

Bom... Mas em que é que esta proposta se distingue da lei em vigor?

Tanto quanto sei há diversos pontos comuns e o espírito da lei é comum ao que defendo em muitos casos mas... Como tudo seria diferente se os partidos não pudesse apresentar-se a votos caso não apresentassem contas de acordo com as mais básicas regras de reporte contabilísticos. Como seria diferente se o financiamento público ficasse automaticamente suspenso caso as entidades auditoras encontrassem não conformidades graves. Como se respiraria ar mais limpo se todos soubessem tudo e se todos tivessem de se valer mais das suas capacidades e dotes políticos e menos da capacidade de condicionarem eleitores pela propaganda pura e dura e o manobrismo e amiguismo passasse a ser a excepção e não a regra vigente, descaradamente vigente!

Publicado por Rui MCB 23:00:00 7 comentários  



E agora, Dr. Lopes ?



Pais do Amaral considerava-o «um obstáculo»
Marcelo confirma pressões
Marcelo confirma pressões
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou hoje que o fim da sua colaboração com a TVI se deveu a pressões de Pais do Amaral, que lhe terá dito ser «inaceitável que houvesse uma opinião [na TVI] sistematicamente antigovernamental», convidando-o a repensar as suas intervenções. »


Publicado por Manuel 18:49:00 0 comentários  



"o  s o c o"


Conheci há muitos anos (já sou velho) um jornalista em Paris. Tivemos grande proximidade, pois que ele mantinha relações de amizade com amigos meus que viviam na capital gaulesa.

Como seria natural, as nossas conversa gravitavam à volta do direito e do jornalismo.

Lembro-me, como se fora agora, que, segundo ele, não interessava propriamente a notícia, mas antes o empolgamento que o jornalista conseguia transmitir. Se um comboio descarrilava, como aconteceu à data, não relevava o descarrilamento e consequências nefastas, mas o modo como o jornal conseguia, e fazia por chegar isso ao público.

No diário onde trabalhava, logo na primeira página, acentuava-se o drama, as mortes e fotos com pessoas tragicamente falecidas.

Tendo protestado pelo que achava ser de exploração da situação das vítimas, tive por resposta...

...você não percebe nada disto, o que interessa é o soco no estômago, sem isso o jornal não se vende...

Nos dias que correm, isto é o pão nosso de cada dia. Nos jornais e nas televisões. Basta abrir um jornal, ligar um telejornal, logo se encontrando o drama, a focagem do acessório, o empolgamento dos factos, os títulos que nada têm a dizer com o texto desenvolvido. Mercado.

Jean-Jacques Jesper, na sua obra "Jornalismo Televisivo" afirma que o público exige emissões de "qualidade, mas prefere programas demagógicos". Chama a isto fenómenos de esquizofrenia. E é.

Esquizofrenia que a comunicação social sabe explorar.

Veja-se aquela televisão que, ante uma tragédia, e ante um familiar de uma vítima, perguntava... "...e a srª., como se sente?...". Como se pode sentir um familiar de alguém que, momentos antes viu o filho falecer pela queda de uma ponte?

Por outro lado, como se escreveu no Le Monde, em 15/4/91, citado pelo autor antes apontado, " para ser ouvido por muitos é preciso não incomodar ninguém...".

O que, como é bom de ver, igualiza tudo por baixo, ao nível inferior do sensacionalismo. Este é, nos dias que correm, o tal "soco no estômago" de que falava o meu amigo francês.

Veja-se outra pancada no estômago.

Há uns anos, um jornal dizia que um juiz fora acusado "por ter opinião". Em título.

Aparentemente, o magistrado fora acusado por um delito de opinião contra todas as regras da democracia e de liberdade de expressão e pensamento que, evidentemente, um juiz tem.

Ao ler-se a notícia, via-se que não era nada disso, antes o magistrado contra as regras processuais, publicitara o seu voto, coisa que, em termos de julgamento dos factos, a lei não permite para salvaguarda do próprio juiz e para salvaguarda da liberdade de julgamento, protegendo-o, assim, e aos pares, de especulações e mesmo de vindictas.

Há duas horas atrás, assistimos estupefactos à transmissão em directo de um tribunal do protesto desesperado, e humanamente compreensível, de um agente da BT que, de modo dramaticamente perceptível, protestava a sua inocência pelos factos em que o tribunal o condenara. A televisão transmitiu, por diversas vezes, aquela cena dorida de um homem condenado e que se tinha por inocente.

Não se trata, nem trataria da inocência ou culpabilidade do agente, antes da exploração jornalística de sentimentos emocionais que todos compreendemos. Poderia esperar-se que o jornal anunciasse a condenação, mas não se ficou por aí.

Ao proceder, como procedeu, os objectivos são claros: subliminarmente, a televisão deixava no ar a hipótese da inocência de quem protestava pateticamente, depois, e mais à superfície, explorava sentimentos de solidariedade dos telespectadores. E explorava de jeito condenável a dor de um condenado.

Se o agente tivesse sido absolvido, a estação iria rebuscar nos arquivos o momento da prisão preventiva de todos os que foram arguidos no processo, a acção policial desencadeada a seu tempo e ela, televisão, julgava culpados, mesmo os inocentes. Porque, como se sabe, os cidadãos vão à televisão "buscar a justiça que os tribunais não dão...".

Chama-se a isto o tal "SOCO NO ESTÔMAGO" e que hoje tem uma designação mais eufemística, o sensacionalismo.

Lembrem-se os jornalistas, e nós também, que hoje é o dia do jornalismo para paz.

Alberto Pinto Nogueira

Publicado por josé 13:48:00 11 comentários  



Com moedas também se abate(m)....

Onde é que para a escritura pública da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa ?

Ou será que a mesma existe?

Um dia isto tinha acontecer. Um dia alguém mais curioso tinha que meter o "bedelho" pelos notários e descobrir que afinal a escritura pública da EMEL-Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa não existe. Ou melhor a empresa não existe.

A lei é simples, até 1998, não havia lei das empresas municipais, por isso, estas eram constituídas por escritura pública ou por decreto. A partir de 1998 as empresas municipais apenas podem ser criadas empresas municipais por escritura pública conforme consta no Artigo 5º 58/98 de 18 de Agosto (alínea 1), publicado em Diário da República.

Ora perante esta situação a EMEL - Empresa Municipal de Estacionamento de Lsiboa não existe. E não existindo terá entre outras coisas que ressarcir todos aqueles que foram indevidamente autuados por uma entidade que não tem base legal que a sustente do ponto de vista jurídico.

Percebe-se hoje a pressa que quer Santana Lopes primeiro, quer Carmona Rodrigues depois, têm em privatizar a empresa.

À atenção do Exmo Senhor Procurador Geral da República

Publicado por António Duarte 13:20:00 0 comentários  



A four-day-old baby hippopotamus stays close to its mother Nakham in Bangkok's Dusit Zoo on October 25, 2004. Zoo veterinarians, who said the name of the 13 kilogram baby hippo will be picked in a contest, have not identified its gender. REUTERS/Adrees Latif

Publicado por Manuel 01:27:00 0 comentários  

Fernando Lima demitiu-se da direção do DN. Depois disto era inevitável...

Publicado por Manuel 00:06:00 0 comentários  



White House'04
Bush vs Kerry (XXVII)

Jornais com Kerry e... quanto valerá Nader?

John Kerry recebeu o apoio dos principais jornais norte-americanos e goza de uma vantagem nos «endorsements» (tradição nos EUA que contrasta que a suposta neutralidade existente nos media portugueses quando de uma eleição presidencial): até ao momento, o senador democrata recebeu o apoio de 112 jornais, contra apenas 76 de Bush.

Grandes títulos como o «Washington Post», o «New York Times» ou o «Finantial Times» tornaram pública a sua preferência por Kerry. No casos dos dois primeiros, apesar da grande expansão de ambos, acabam por não ser apoios muito relevantes, dado que são lidos, maioritariamente, em estados que já iriam dar a vitória ao senador pelo Massachussets.

Embora com menos apoios em termos numéricos, Bush conseguiu alguns jornais importantes em estados cruciais como o Colorado, a Florida e o Ohio. No entanto, Kerry tem vantagem na Florida e na Pennsylvania, dois estados em que os dados mais recentes dão sinais animadores para o campo democrata (ver números abaixo).

Depois da entrada em campo de Bill Clinton (ver post de ontem), Bush respondeu com trunfos que já tinha usado na Convenção Republicana: Schwarzenegger, o popular governador da Califórnia, e Rudy Giuliani, antigo mayor de Nova Iorque. Uma insistência curiosa, se tivermos em conta que tanto Rudy como Arnold pouco têm a ver com as concepções políticas de Bush (o Presidente é muito mais da ala direita do Partido Republicano, embora, no caso de Giuliani, haja pontos em comum em matérias como a oposição ao aborto ou o reforço de políticas securitárias).

Falando um pouco mais no que poderá vir a acontecer no dia 2, vale a pena debruçarmo-nos no efeito Nader - há quatro anos, o então candidato do Partido Ecologista chegou aos 2,7 por cento, impedindo assim a eleição de Al Gore, a quem terá roubado, pelo menos, dois milhões de votos.

Este ano, as coisas estão bem diferente - a polarização da corrida em dois candidatos muito diferentes, mas muito próximos nas sondagens tem levado a que muitos potenciais votantes de Nader prefiram votar «útil» em John Kerry.

Por outro lado, Nader está agora no Partido Reformista, uma espécia de albergue espanhol que em 2000 apoiou... Pat Buchanan, um extremista da direita (Nader é da esquerda radical, o que diz bem da coerência deste Partido Reformista...)

Resultado - o actual candidato dos Verdes não passa dos 0.5 por cento, Nader também perderá grande parte do seu eleitorado. Falta saber quanto. As sondagens são, neste ponto, muito contraditórias: algumas não lhe dão mais de um por cento, mas outras abordam a possibilidade de chegar aos 3 por cento (resultado acima do que teve há quatro anos).

Os principais analistas consideram que muitos dos que respondem, nas sondagens, que irão votar Nader poderão, no segredo da urna, optar por Kerry, votando assim de uma forma mais eficaz na luta contra Bush. Se tal acontecer, este é mais um ponto que as sondagens não estarão a prever, apontando, ainda mais, para a possibilidade de Kerry vir a ter a uma votação real um pouco superior àquela que as sondagens mostram neste momento.

SONDAGENS DO DIA...

  • ABC/WASHINGTON POST
    • Kerry 50
    • Bush 48
    • Nader 1
    • Outros 1
  • ZOGBY
    • Bush 49
    • Kerry 46
    • Nader 1
  • TIPP
    • Bush 49
    • Kerry 43
    • Nader 2
  • DEM CORPS
    • Kerry 49
    • Bush 47
    • Nader 1
  • RASMUSSEN REPORTS
    • Kerry 47.8
    • Bush 47.8
    • Outros 1.5
    • Indecisos 2.9

DADOS DO DIA NOS ESTADOS CRUCIAIS

  • FLORIDA
    • Kerry 49-Bush 46 (American Research Group)
  • OHIO
    • Kerry 49-Bush 47 (ARG)
    • Bush 50-Kerry 46 (Rasmussen)
  • PENNSYLVANIA
    • Kerry 50-Bush 47 (ARG)

Contagem decrescente para a Grande Eleição...
Faltam 7 DIAS

Publicado por André 23:29:00 1 comentários  



rezar não chega; é preciso acção, acção executiva...


Rezemos para que o nosso poder político não lance Portugal em outra crise de finanças públicas


Anibal Cavaco Silva, "Perspectivas de Economia Portuguesa e o papel do sector social", Vila Franca de Xira, 26/10'04

Publicado por Manuel 22:31:00  



"e q u í v o c o s"

De um colaborador devidamente identificado, recebeu-se o seguinte postal que se publica e que notoriamente tem a ver com este artigo de opinião...


Um tal de Gouveia, em dia tórrido de Verão agreste, foi conduzido à pia baptismal da Igreja mais próxima do Limoeiro. Baptizado foi com as benditas águas provindas do Além. Tornou-se juiz.

Por obra de Deus e dos homens - recebeu, de uma assentada, tudo quanto é independência, isenção e imparcialidade. Mesmo os seus pares, por bem deles e nosso, deixaram para outros, mesmo em doses insignificantes, algo daquelas virtudes.

GOUVEIA, sim, é o supra sumo, em forma de teoria e prática, das benditas benções do Senhor: ele é a judicatura, a virtude, NUNCA PECOU.

Dão-lhe de quando em vez uma página de um jornal, onde junta enormidades e ignorância, ao mesmo tempo “destilando ódio, como diria o ministro dos assuntos “para lamentar”, ódio a uma instituição, que a Constituição lhe diz, a ele juiz, que é constituída por magistrados e não por funcionários, como quer, sem que se diga que nada se tem contra, e a sério, os funcionários .

GOUVEIA é juiz de círculo, mas não se esperará muito que seja secretário do CSM, pois para isso faz tirocínio, finalidade para a qual é necessário vomitar asneiras sobre o Ministério Público.

GOUVEIA não tem a mínima ideia do que seja a autonomia do MP, mas fala sobre ela, prega a submissão daquele ao Governo, como ele e este eram ao ministro sujeitos antes do 25 de Abril, data que, naturalmente, lhe causa arrepios. GOUVEIA não se cala, candidata-se aos píncaros da asneira nacional e local, a do seu círculo, onde deve prevalecer a benção que recebeu de Deus.

É daqueles que se supõe capaz de tudo - investigar, fazer o inquérito, acusar, pronunciar, conhecer dos recursos, apresentar as petições. No fundo, o que tal inspirada personagem acha é que, para além dele, ou deles, nada existe, nem precisa de existir. O tribunal é ele, ou eles, os advogados são prescindíveis, o Ministério Público deve ser extinto, os funcionários devem engrossar o número infindo de desempregados e alimentados pela segurança social.

GOUVEIA para curricular deveria ser o director do CEJ, o ministro deveria ser demitido por ele, Gouveia, ele deveria cooptar os elementos do CEJ, entre os amigos da SINDICATA. Quem saísse do CEJ teria sempre de ter a benção do oráculo.

O teórico, acha e bem, que a autonomia do MP não é dele, Ministério Público, mas está ao serviço da comunidade, do Estado. Mas já acha que a “sua” independência “é dele, está ao “seu serviço”. Ao ponto a que se pode chegar!

São juízes destes que nos julgam, ou melhor, é com este pensamento político que se julgam os cidadãos. Será que o guru da magistratura judicial se deu conta da grandeza filosófica (!!!) do que escreveu, ou é apenas desconhecimento?

Há um ponto em que se tem de concordar com GOUVEIA e que é aquele em que afirma que o Ministério Público não é irresponsável. Não é, não senhor, ele, Gouveia, como juiz, é. Que prove merecê-lo.


Agente do Ministério Público

P.S. O PGR pode falar sobre os processos que entender, Sr. Juiz de Círculo (artigo 84, Lei,nº60/98,de 27 de Agosto).

Publicado por josé 18:07:00 7 comentários  



singela sugestão à imprensa tradicional...

Entrevistem, com urgência, o Domingos Piedade...

N.A. esta sugestão não se aplica a obreiros do Grupo Lusomundo, sob pena de perderem rapidamente o emprego...

Publicado por Manuel 15:53:00 1 comentários  



shorts

  • Horta e Costa, o Barão da PT, confessou recentemente, há dez dias atrás, num lânguido monólogo ao Diário Económico que «de facto, nunca houve qualquer interferência do Estado na Lusomundo Media».

    Mas interferência para quê ? Se Miguel Horta e Costa - o pai - que vai casar uma filha, um destes dias em happening de arromba, libertou - i.e. desconvidou - o Prof. Marcelo, o ex-pregador dominical da TVI, do convite que previamente lhe tinha formulado de assistir ao evento para assim não importunar (!) o nosso primeiro-ministro, que também foi convidado e - esse sim - convém estar presente, que se espera de Miguel Horta e Costa - o CEO da PT ? Que espere pelas interferências externas ou que interfira em antecipação, sendo quiçá mais papista que o papa ? Q.E.D.

    Ainda sobre Miguel Horta e Costa consta que Proença de Carvalho é seu representante legal, mas não será por causa de casamentos, será antes por via de splits, ou de um grande split... Apesar disso ainda é CEO da PT só que se calhar nem os convites certos para um casamento um dia destes lhe vão valer... O que tem que ser tem muita força.


  • [P]or muita turbulência que se venha a verificar na vida política portuguesa e por mais deslizes que o Governo de Pedro Santana Lopes cometa, antes do referendo e da consequente ratificação parlamentar da Constituição europeia, dificilmente Jorge Sampaio avançará para a utilização da bomba atómica constitucional, ou seja, o uso da sua prerrogativa política de dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas.

    São José Almeida, "Aprovação da Constituição Europeia É a Prioridade de Sampaio", Público, 24 de Outubro de 2004.


    O que quer dizer que a haver crise, que a haverá, esta fará com que as putativas legislativas antecipadas calhem... aquando das autárquicas. timings...
  • Parece que Fernando Ruas, Presidente da Associação Nacional de Munícipios, "admite" vetar o OE/2005. Não se sabe em que qualidade mas não deixa de ser de qualquer modo mais um triste sinal dos tempos...
  • Questionado sobre as estratégias da câmara da Maia e da Covilhã, que vão vender à banca as rendas da habitação social dos próximos 20 a 25 anos, para anteciparem receitas, Álvaro Barreto não condenou a opção, sublinhando que até «é uma ideia original ao nível camarário». Sem comentários, até porque Vital Moreira disse tudo sobre esta "original" operação de factoring invertida...
  • O José Manuel Barroso é(ra) esse génio, orgulho da nação, certo ? Quem torto nasce...

Publicado por Manuel 13:23:00 0 comentários  



Nyah, a three-year-old boxer, turns to see what's going on behind her while sitting with her owner Casey Whatley during the Capital Area Animal Welfare Society (CAAWS) 25-Year-Celebration Sunday, Oct. 24, 2004, at Forest Park in Baton Rouge, La. The pair won the look-a-like contest. (AP Photo/The Advocate, Patrick Dennis)

Publicado por Manuel 08:19:00 0 comentários  



White House'04
Bush vs Kerry (XXVI)

A ajuda de Clinton e os milhões que eles já gastaram

Já todos sabíamos que ser eleito Presidente dos EUA custa muito dinheiro, mas uma breve consulta pelos valores já reunidos pelos dois principais campos até arrepiam.

Os republicanos já angariaram 141 milhões 653 mil 604 dólares. Os democratas ficam-se bastante atrás, mas também não se pode dizer que sejam pobrezinhos: 87 milhões 105 mil 673 dólares…

Numa eleição tão renhida, todo o dinheiro é pouco. Há centenas de viagens a fazer, anúncios bem caros a produzir e a comprar. Grande parte dos valores acima expostos já foram gastos. Mas até 2 de Novembro, muito mais dólares vão ainda ser consumidos.

Se calhar, mesmo depois dessa data — é que com uma luta assim taco-a-taco, cresce a ideia de que não será a 2 de Novembro que se ficará a saber quem será o próximo Presidente: um batalhão de advogados está já reunida, em cada um dos campos, para se pôr em acção nos estados com resultados muito próximos. E não é preciso ter uma bola de cristal para se imaginar que vão ser alguns…

Outro indicador impressionante — e que mostra bem a enorme maratona que é esta corrida presidencial — tem a ver com os trajectos dos candidatos: Kerry já foi 25 vezes ao Ohio, 25 vezes à Florida, 22 à Pennsylvania e 15 ao Wisconsin. Bush visitou a Florida e a Pennsylvania 16 vezes cada uma, desde o início desta longa campanha, foi 15 vezes ao Ohio e 12 ao Texas.

John Kerry confirmou, esta segunda-feira, uma subida consistente (ver números abaixo) e parte para a última semana de campanha com um élan muito positivo. E desde ontem com uma presença muito importante nos comícios: Bill Clinton, o Presidente dos empregos e da confiança económica.

Ultrapassada a convalescença (foi sujeito a uma delicada intervenção cirúrgica ao coração), Clinton apareceu ontem num comício em Philadelphia e, pouco depois, noutro em Miami. Falou em «esperança», associando este conceito a Kerry, e contrapôs este factor positivo com o «medo» que conotou com Bush.

A popularidade de Clinton pode ser uma grande ajuda para o discreto Kerry. Al Gore terá negligenciado a herança daquele que foi o seu número 1 entre 1992 e 2000. E John Kerry tem mostrado que não quer repetir os erros de Gore…

SONDAGENS DO DIA:

RASMUSSEN
— Kerry 48.4
— Bush 46.4
— Outros 1.7
— Indecisos 3.5

ZOGBY
— Bush 48
— Kerry 45
— Nader 1
— Indecisos 5

WASHINGTON POST
— Kerry 49
— Bush 48
— Nader 1

ELECTION PROJECTION
— Bush 49.9
— Kerry 48.3

— Outros 1.8

Total equilíbrio, portanto: Kerry lidera dois estudos, Bush vence outros dois. Mas há um dado muito significativo: há menos de uma semana, o republicano aparecia à frente no barómetro do Washington Post por 51/46. Hoje, o senador democrata passou para a frente.

O «Rasmussen Reports», o primeiro barómetro diário desta campanha, não mostrava Kerry a liderar desde 23 de Agosto. Significativo.

Nos estados cruciais, a indefinição é cada vez maior. Dentro dos dez estados que a Grande Loja elegeu como fundamentais (Florida, Ohio, Pennsylvania, Iowa, Wisconsin, Virgínia Ocidental, Colorado, Novo México, Minnesota e New Hampshire), há um leque de seis ou sete que irão permanecer empatadíssimos até 2 de Novembro. É quase certo afirmar isso a esta distância, tal é a disparidade de sinais. O caso do Colorado, então, é impressionante: Kerry surge à frente num estudo com quatro pontos de avanço; Bush lidera outra sondagem por… sete por cento!

Vejamos…

FLORIDA (27): Bush 49-Kerry 46 (Zogby); Kerry 50-Bush 48 (Survey USA)

OHIO (20): Kerry 49-Bush 48 (Gallup); Kerry 49-Bush 45 (Universidade do Ohio); Bush 48-Kerry 47 (Zogby)

PENNSYLVANIA (21): Kerry 47-Bush 45 (Zogby)

WISCONSIN (10): Bush 48-Kerry (Zogby); Bush 50-Kerry 44 (Gallup)

MINNESOTA (10): Kerry 46-Bush 45 (Rasmussen); Kerry 50-Bush 45 (Zogby)

NOVO MÉXICO (5): Bush 49-Kerry 44 (Zogby); Kerry 48-Bush 46 (American Research Group)

COLORADO (9): Kerry 49-Bush 45 (Zogby); Bush 52-Kerry 45 (Survey USA)


Contagem decrescente para a Grande Eleição…

Faltam 8 DIAS

Publicado por André 07:58:00 1 comentários  



Outono



A squirrel stands on the ground among fallen leaves in a Moscow park, October 25, 2004. REUTERS/Viktor Korotayev

Publicado por Manuel 20:25:00 1 comentários  



Porno & hard-core but so what ? ...

Depois de Clara Ferreira Alves ter sido objectivamente posta de fora da corrida - foi vetada - por se ter recusado a pedir desculpas a Nuno Morais Sarmento, e presume-se também a Rui Gomes da Silva, por via da sua última prosa, aqui aliás anotada, eis que Carlos Magno é o novo putativo Director do Diário de Notícias...

Publicado por Manuel 17:46:00 3 comentários  



i n a c r e d i t á v e l


Concorde-se, ou não, com ele, Mário Mesquita (MQ) é um intelectual de valor superior, um professor universitário que, todos os domingos, nos premeia com crónicas cuja qualidade são, do meu ponto de vista, do melhor que há na comunicação social escrita cá do "beco".

Homens como MQ, ou o que eles nos transmitem, têm sempre de ser tidos em consideração, pelo rigor e fundamentação das suas opiniões e análises. É o que penso dele desde que, invariavelmente, lhe leio as colunas que escreve em certo jornal diário.

Numa dessas crónicas em que, entre o que expressamente afirmava e deixava subentender, o professor afirmou para quem quiser ler, entre muito mais e que dá muito que pensar:

...Em determinadas circunstâncias, o jornalismo pode ajudar a corrigir o "erro judiciário", ou evitar que certo processo adormeça esquecido nos arquivos, sob o peso da influência que porventura, pretendam boicotá-lo...

Explicitada, a asserção do professor universitário só quer dizer uma coisa : o jornalismo pode impedir que processos arquivados por razões inaceitávies, por corrupção, outras de idêntico valor, não fiquem sepultados no coro dos necrófilos. E tem ainda outro significado: há agentes judiciários que, por meios condenáveis, arquivam processos que os jornalistas, com sua acção, conseguem desenterrar.

Dado o rigor que MQ exige, no mesmo texto, à terminologia de um alto representante do estado, que já nem sei se ainda é democrático, permito-me concluir que o mesmo autor fala do que sabe e com rigor, ou seja, sabe que jornalistas têm impedido que processos judicias têm sido "abafados" por interesses inconfessados e inconfessáveis.

Ora, eu sei, e toda a gente sabe, que milhares de processos se findam por prescrição, milhares de processos são resolvidos anos e dezenas de anos após os os factos, outros tantos nunca se resolvem por muitas razões que são tantas que é tarefa hercúlea estar a enumerar.

Mas não sabia o que MQ diz, ouvia "umas coisitas vagas", algumas suspeitas aqui e ali, mas daí a concluir, como sugere, insinua, ou afirma MQ, vai uma diferença tão grande como a que se encontra entre a existência de ética e sua ausência completa.

Se MQ tem razão, e deve saber do que fala, por mim, tenho duas afirmações a fazer: em primeiro lugar o estado de direito está mesmo canceroso, em segundo lugar o mesmo estado terá que, mui celeramente, ser internado, na quimioterapia do Instituto de Oncologia.

Pessoalmente, tudo é INACREDITÁVEL.

Que Desalento...

Alberto Pinto Nogueira

Publicado por josé 13:18:00 2 comentários