i n a c r e d i t á v e l


Concorde-se, ou não, com ele, Mário Mesquita (MQ) é um intelectual de valor superior, um professor universitário que, todos os domingos, nos premeia com crónicas cuja qualidade são, do meu ponto de vista, do melhor que há na comunicação social escrita cá do "beco".

Homens como MQ, ou o que eles nos transmitem, têm sempre de ser tidos em consideração, pelo rigor e fundamentação das suas opiniões e análises. É o que penso dele desde que, invariavelmente, lhe leio as colunas que escreve em certo jornal diário.

Numa dessas crónicas em que, entre o que expressamente afirmava e deixava subentender, o professor afirmou para quem quiser ler, entre muito mais e que dá muito que pensar:

...Em determinadas circunstâncias, o jornalismo pode ajudar a corrigir o "erro judiciário", ou evitar que certo processo adormeça esquecido nos arquivos, sob o peso da influência que porventura, pretendam boicotá-lo...

Explicitada, a asserção do professor universitário só quer dizer uma coisa : o jornalismo pode impedir que processos arquivados por razões inaceitávies, por corrupção, outras de idêntico valor, não fiquem sepultados no coro dos necrófilos. E tem ainda outro significado: há agentes judiciários que, por meios condenáveis, arquivam processos que os jornalistas, com sua acção, conseguem desenterrar.

Dado o rigor que MQ exige, no mesmo texto, à terminologia de um alto representante do estado, que já nem sei se ainda é democrático, permito-me concluir que o mesmo autor fala do que sabe e com rigor, ou seja, sabe que jornalistas têm impedido que processos judicias têm sido "abafados" por interesses inconfessados e inconfessáveis.

Ora, eu sei, e toda a gente sabe, que milhares de processos se findam por prescrição, milhares de processos são resolvidos anos e dezenas de anos após os os factos, outros tantos nunca se resolvem por muitas razões que são tantas que é tarefa hercúlea estar a enumerar.

Mas não sabia o que MQ diz, ouvia "umas coisitas vagas", algumas suspeitas aqui e ali, mas daí a concluir, como sugere, insinua, ou afirma MQ, vai uma diferença tão grande como a que se encontra entre a existência de ética e sua ausência completa.

Se MQ tem razão, e deve saber do que fala, por mim, tenho duas afirmações a fazer: em primeiro lugar o estado de direito está mesmo canceroso, em segundo lugar o mesmo estado terá que, mui celeramente, ser internado, na quimioterapia do Instituto de Oncologia.

Pessoalmente, tudo é INACREDITÁVEL.

Que Desalento...

Alberto Pinto Nogueira

Publicado por josé 13:18:00  

2 Comments:

  1. Anónimo said...
    Curiosidades:
    1ªPorque é que José publica posts de Pinto Nogueira e o próprio o não faz?
    2ªConsiderando tanto a opinião e repeitabilidade de Mário Mesquita, sem sombra de dúvida que o conteúdo da crónica não será novidade para si. Assim, a pergunta é: O que é que tem sido feito internamente para evitar as situções descritas?
    Cumprimentos,
    Artur Santos
    Luís Bonifácio said...
    Caro Alberto
    Essa é uma das funções que fariam dos jornalistas um verdadeiro 5º poder, com beneficios para toda a nação. No entanto para isso é necessário que a classe seja composta por profissionais de elevada craveira, que saibam com o que estão a lidar. Agora um jornalista para fazer isso é necessário que o fundamente muito bem, não pode é cair no diz-que-disse ou nas "umas coisitas vagas, algumas suspeitas aqui e ali[...]"

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