As memórias selectivas
quinta-feira, janeiro 31, 2008
Silva Lopes, o economista, próximo do PS que está no Montepio, fala agora na Sic-Notícias, sobre a...corrupção. Também ele, Silva Lopes, acha que por cá...no pasa nada. Comparando com Espanha, por exemplo e que o mesmo assegura, ter menos corrupção que por cá, não há prisões. Lá, vai havendo.
E cita então os casos recentes que aconteceram em Portugal, - supõe-se que por causa da banca - e que Silva Lopes acha que se fosse nos USA, já tinha havido prisões.
Silva Lopes, Silva Lopes, tem a memória curta. Aquando daquele caso muito curioso do fax de Macau, com julgamento e tudo, e por causa daquele livro muitíssimo curioso sobre o PS desconhecido ( e que Silva Lopes deve conhecer um pouco mais que o comum dos mortais), nunca o ouvimos falar. No pasa nada de nada.
Enfim.
Publicado por josé 23:53:00 2 comentários
Pérolas do Marinho
Algumas passagens, quase ipsis verbis, mas de sentido exacto, tendo presente o sentido da liberdade de expressão, para Marinho e Pinto:" não é o direito de estar calado, ou de elogiar; é sobretudo o direito de denunciar."
" Pessoas que sairam há duas décadas e até um pouco mais das suas terras, sem meios de fortuna, e agora ostentam grandes meios financeiros". Esta, é tão directa que até dói. Foi ministro e avisou, jubiloso, que o era, quando o foi...
Mesmo assim, Marinho assegurou durante a entrevista que não ia dizer nomes, nem fazer denúncias criminais, porque isso não lhe compete a ele, mas sim ao MP e às polícias.
Sobre estas entidades, não poupa nas palavras:
"A minha denúncia foi política. O MP é o principal responsável pelo arquivamento dos processos. Não tenho em meu poder elementos que possam ser úteis á investigação."
"O MP em Portugal, faz muito espectáculo para a comunicação social. E a PJ também. O MP não faz a perseguição de crimes que deveria fazer. As cadeias estão cheias de pobres....a PJ está em roda livre. Depende mais do governo ( que nomeia as chefias) do que do MP. E a lei diz que depende funcionalmente do MP, portante em relação a quem tem a titularidade da acção penal. "
"A PJ é que faz a hierarquização dos crimes".
Em relação aos grandes negócios do Estado, diz Marinho e Pinto:
" Há contas na Suíça de ministros que depois, afinal, são de familiares"...
" O Secretário de Estado que saiu agora [ Amaral Tomás], diz que há fraude fiscal nos grandes grupos económicos."
Finalmente, para compor o ramalhete, Marinho e Pinto, estraga a pintura toda, ao falar sobre o processo Casa Pia. Para Marinho e Pinto esse processo é a prova de uma cabala, de uma conjura, em que apresenta o antigo director da PJ, o juiz Adelino Salvado ( um dos que interveio no caso das FP 25, é bom lembrar, mas que Marinho não cita, porque "não cita nomes"), como a prova última cabala por causa das escutas telefónicas publicadas em que o mesmo falava abertamente com um jornalista do Correio da Manhã. Marinho e Pinto, acha que o processo Casa Pia serviu para "esfrangalhar o PS".
E aponta como é que se descobriu a cabala ( palavra que não usou, mas abusou intencional e objectivamente): "E depois veio a saber-se como é que estas coisas vieram para os jornais, com as gravações do antigo director da PJ".
Marinho e Pinto, saberá o que diz, sobre isto? Lembra-se exactamente do que foram as tais conversetas telefónicas do juiz Salvado, sobre o assunto? Recorda-se da matéria totalmente inócua a esse propósito e que nem sequer constituiam qualquer violação do segredo de justiça?
Marinho e Pinto, sobre o processo Casa Pia devia estar calado, porque fala do que aparentemente nem quer saber. Sabe apenas que serviu para "esfrangalhar o PS". Para dizer isso, já há gente a mais, a começar pela Ana Gomes e acabar naqueles que fizeram a reforma das leis penais. Gente interessada e despeitada pela alteração do equilíbrio político-partidário e que nunca perdoou a quem agiu profissionalmente e com a honra do dever a cumprir, sem dar atenção aos poderes que estavam ou que viriam a estar: Souto Moura.
Se as declarações de Marinho e Pinto, sobre a corrupção, assentam nas mesmas bases com que se pronuncia sobre o processo Casa Pia, pode muito bem dar uma volta ao bilhar grande.
Bugiar, é o termo corrente, porque a credibilidade que merece, assente no conhecimento da realidade, aproxima-se do zero.
Ora bolas, Marinho e Pinto.
Publicado por josé 21:41:00 14 comentários
Ubu no governo
De acordo com indícios apontados, tudo se teria ficado a dever a equívocos nos telefonemas e confirmações...
Publicado por josé 15:46:00 18 comentários
Observatório 2008: Caroline Kennedy explica apoio a Obama
Publicado por André 14:29:00 1 comentários
Observatório 2008: Giuliani apoia McCain
Publicado por André 14:28:00 0 comentários
O paradoxo
"A promoção da igualdade (ou a luta contra as desigualdades) continua a ser o principal critério de diferenciação da esquerda face à direita."- Vital Moreira, no blog Causa Nossa.
Para não ir mais longe, fico por aqui:
Publicado por josé 12:44:00 0 comentários
A arte de se governar
Publicado por josé 11:53:00 0 comentários
A sabedoria de Jorge Coelho
quarta-feira, janeiro 30, 2008
"A corrupção corrói a sociedade."- Jorge Coelho, há momentos, na Quadratura do Círculo, da Sic-Notícias.
Publicado por josé 23:49:00 1 comentários
Observatório 2008: os «endorsments» da Grande Loja
Trata-se de uma tomada de posição que entendemos ser vantajosa — a partir de agora, e até à eleição geral de 4 de Novembro, quem nos ler saberá quem consideramos serem os candidatos mais adequados para exercer o lugar mais desejado da política mundial.
Quando, lá para Abril ou Maio (ou talvez ainda mais tarde...) se confirmarem os nomeados, faremos, também, uma declaração de apoio por um dos dois campos.
E, então, as escolhas da Grande Loja são...
— John McCain pelo lado republicano
3 razões para apoiar Obama:
— está a conduzir uma das campanhas mais estimulantes e inspiradoras da história americana. A «mudança geracional» e o espírito de «transformação pela positiva» que corporiza tem mobilizado milhões de americanos, de todas as raças, idades e estratos sociais. É, nesse aspecto, o candidato mais capaz de unir e «reconciliar» a América
— transmite uma imagem de verdade e «boas vibrações». Depois de anos de tensões e crispações na política americana, a eleição de Obama poderá constituir uma espécie de «lua de mel» para a América — até mesmo nas suas relações com o resto do Mundo
— se ganhar, olhará não só para a Europa e para o Médio-Oriente, como têm feito todos os Presidentes americanos (e como fará Hillary) e passará a lançar novas pontes para pólos emergentes como a China, a Índia, outros pontos na Ásia e, claro, África. Nesse sentido, Obama é o «candidato do futuro»
3 razões para apoiar McCain:
— é um político com uma carreira longa e respeitada, um maratonista de enorme resistência, que não vai atrás do «politicamente correcto» e já provou que não se assusta com a linha mais dura do Partido Republicano
— se for ele o nomeado, garantirá um duelo aceso, renhido, mas elevado com o nomeado democrata. Qualquer outra escolha do lado republicano implicaria uma vitória antecipada de Hillary ou Obama
— tem ideias válidas para a América e não as esconde. Quem votar nele sabe aquilo com que pode contar
Publicado por André 19:50:00 2 comentários
É preciso ter galo!
Publicado por Carlos 19:28:00 0 comentários
Observatório 2008: o discurso de vitória de John McCain
Publicado por André 18:16:00 0 comentários
Observatório 2008: a situação dos delegados
CONTAGEM
DOS DELEGADOS
DEMOCRATAS
(2025 chegam para a nomeação)
— Barack Obama 63
-- Hillary Clinton 48
-- John Edwards 26
REPUBLICANOS
(1191 para garantir a nomeação)
-- John McCain 95
-- Mitt Romney 67
— Mike Huckabee 26
— Ron Paul 6
— Rudy Giuliani 1
-- Rudy Giuliani deverá desistir em breve e apoiar John McCain
-- John Edwards desistiu hoje, mas mantém a dúvida sobre quem apoiará. Tendo em conta o seu discurso «anti-Washington», o mais provável é que apoie Obama. Mas também pode manter os seus 26 delegados até à Convenção: serão relevantes?
(os ENDORSMENTS da Grande Loja e comentário aprofundado das primárias mais ao final do dia...)
Publicado por André 18:12:00 0 comentários
As ruas da amargura andam cheias de vergonha.
Já é a segunda citação, hoje. É com gosto que o faço e desgosto que leio o que nele se contém.
Para além de escrito com arte de mestre, diz o que é preciso, este postal, tirado do lança-chamas:
A nova ministra da saúde vem recheada das melhores recomendações. Arguida num processo do Tribunal de Contas por descaminho de milhões do erário público, é, de facto, um pergaminho enaltecedor. Fala por si. E vale, no mínimo, dois ou três MBAs, daqueles extraídos de brinde na Farinha Amparo.
Num país normal, haveria um resquício de pudor a recomendar alguma sobriedade e contenção nestas trampolinices. Mas num país maravilhoso, como o nosso, a arrogância descarada de quem desgoverna até permite cortejos grotescos destes. E o país inteiro estaca, embasbacado, diante do espectáculo gratuito do desmazelo aos pinotes, rua abaixo, com o indecoro às cavalitas.
De facto, num país sério, um ministro indiciado, automaticamente, e por uma questão básica de ética, demite-se. Aqui, um político indiciado, além de indemnizado, sobe a ministro. Eis um regime de patas para o ar - uma república, mais que de bananas, de pantanas!
É mesmo caso para dizer, paraglosando o Camões: mudam-se os tempos, mudam-se os "à vontades". Agora, à mulher de César não basta parecer uma rameira: faz questão de exibir-se no Coliseu toda ataviada!
Publicado por josé 15:21:00 2 comentários
Observatório 2008: McCain vence na Florida
Resultados finais das primárias na Florida:
REPUBLICANOS:
-- John McCain 36% (693 mil votos, 57 delegados)
-- Mitt Romney 32% (599 mil votos)
-- Rudy Giuliani 15% (282 mil)
-- Mike Huckabee 14% (260 mil)
-- Ron Paul 3% (62 mil)
-- Fred Thompson 1% (22 mil)
-- Duncan Hunter 0% (2 mil)
DEMOCRATAS:
-- Hillary Clinton 50% (857 mil votos, 0 delegados)*
-- Barack Obama 33% (569 mil votos)
-- John Edwards 14% (249 mil)
-- Dennis Kucinich 1% (10 mil)
* as primárias dos democratas não serão válidas para a Convenção de Denver, dado que o Comité Nacional puniu o estado da Florida pela antecipação eleitoral
(comentário aprofundado e ENDORSMENTS da Grande Loja, mais ao final do dia...)
Publicado por André 14:28:00 0 comentários
A quadratura de um círculo
Não se admite uma inversão tão descabelada de valores. Man Long deitou-se com a civilização e acordou no no meio da barbárie.
Com arbitrariedades intempestivas destas, o que poderão pensar os nossos coelhistas e outros aparelhistas do PS, os comendadores da melancia, as afundações Oriente, os Stanley-Ho-ho-hos, em suma, o Dr. Mário Soares, decano da Mama e Pai adoptivo da Democracia?
Dirão que ainda não chegámos à Madeira, quanto mais à China. O Marinho que se cuide.
Publicado por josé 12:25:00 1 comentários
Não se assustem rapazes... é na China...
O Tribunal de Última Instância de Macau condenou esta quarta-feira o antigo governante Ao Man Long a 27 anos de cadeia por crimes de corrupção, branqueamento de capitais, abuso de poder e riqueza injustificada, escreve a Lusa. O antigo secretário para as Obras Públicas do Governo de Macau foi ainda condenado a uma multa de 240 mil patacas (mais de 20 mil euros).
Publicado por Manuel 11:25:00 1 comentários
O estranho caso do ministro asssassinado...
Publicado por josé 10:21:00 1 comentários
humor negro
O Procurador-Geral da República (PGR) considerou, esta terça-feira, fundamental que «todos saibam» que os crimes «serão punidos independentemente da escala social, da fortuna ou da posição política». (TSF)
Publicado por Manuel 09:11:00 2 comentários
Corrupção, bibliografia
Alertado pela Kamikaze, sempre atenta às "novidades" editoriais, fica aqui o link para o download de uma obra indispensável.
Publicado por Carlos 00:32:00 6 comentários
por curiosidade
terça-feira, janeiro 29, 2008
Publicado por contra-baixo 20:17:00 6 comentários
A razão das asneiras
Publicado por josé 17:11:00 3 comentários
Observatório 2008: Caroline Kennedy aponta Barack Obama como o sucessor do pai
Publicado por André 16:30:00 0 comentários
A caminho da Florida: McCain e Romney taco-a-taco
Esta madrugada há primárias na Florida -- mas só a disputa no campo republicano terá interesse.
Do lado dos democratas, a antecipação da data à margem da convenção fez com que os delegados na Florida sejam anulados.
Mas entre os republicanos será uma etapa decisiva para se perceber três coisas:
-- se John McCain se confirma como grande favorito à nomeação
-- se Mitt Romney pode obter uma vitória que o coloca bem lançado para disputar o primeiro lugar
-- se Rudy Giuliani conseguirá o 'milagre' de reentrar na corrida
SONDAGEM INSIDER ADVANTAGE:
-- McCain 31
-- Romney 30
-- Giuliani 15
-- Huckabee 13
-- Paul 2
Publicado por André 16:06:00 0 comentários
verdade e consequência...
Confesso¸ a prosa lancinante de Ana Gomes sobre a... corrupção não me impressiona, muito menos comove. A senhora não se leva a sério, nem fala a sério. Se falasse a sério - e dado que o inquilino em exercício do Palácio de Palmela já disse que não lia blogs - Ana Gomes era consequente e era ela própria que pedia para ser ouvida pela dupla Cândida Almeida/Pinto Monteiro. Já pediu ?
P.S. Sócrates 'remodelou'. Mudou alguma coisa para que ficasse tudo na mesma... Alberto euromineiro Costa continua na Justiça.
Publicado por Manuel 16:01:00 1 comentários
Anita nos blogs
É muito significativo o clamor dos “meninos de coro”, armados em ofendidos pela denúncia do óbvio, por parte do novo Bastonário da Ordem dos Advogados:
- que este país está minado pela falta de ética e pela corrupção infiltrada a altos níveis do Estado; pela promiscuidade entre políticos, deputados (também advogados ou não) e todo o tipo de traficantes de influências; pela aviltante remuneração de magistrados judiciais por jeitos futebolisticos e outros; e uma desconcertantemente fácil “passerelle” entre governantes, autarcas, gestores públicos e banqueiros, empresários, patrões futebolitiscos, etc...; e sobretudo pela gritante impunidade – judicial e política - em que tem vivido a maior parte dos corruptos e corruptores neste país, os maiores ladrões e desfalcantes do Estado, além de todos os que têm grosseiramente desbaratado o erário público por desleixo ou incompetência.
Claro que nem todos os altos funcionários, nem todos os deputados, nem todos os dirigentes políticos, nem todos os governantes são corruptos ou delinquentes, tal como nem todos os banqueiros e patrões são desonestos e corruptores.
Eu não temo. E por isso as palavras do Dr. Marinho Pinto em nada me incomodam, nem me beliscam a reputação, como responsável política, deputada e alta funcionária do Estado que sou. E por isso as aplaudo.
Precisamos de pedradas no charco. Precisamos de bastonadas do Bastonário. Para ver se Portugal abana, admite a doença e começa a combater o mal sinistro que o empobrece, lhe corroi a Democracia e lhe destroi o Estado de direito.
Ó Ana! Escreva sobre o Vitalino, carago! V. conhece-o. Força na tecla!
Publicado por josé 13:25:00 1 comentários
O código genético da nossa democracia
Publicado por josé 09:59:00 5 comentários
(Des)Ordem
segunda-feira, janeiro 28, 2008
Dr. José António Barreiros:
Veremos o que a PGR e o DCIAP fazem. Veremos.
Publicado por josé 21:36:00 3 comentários
Marinho entre os advogados
Pegando numa crónica de Manuel António Pina que há muito não citava:
Foi conhecido um estudo realizado pela Gallup para o Fórum Económico Mundial que revela que quase metade (48%) dos portugueses considera os políticos desonestos. Abra-se também um inquérito aos portugueses.
Repescando ainda as declarações de Marinho e Pinto, sobre o assunto do costume e particularmente as avenças do Estado a escritórios de advocacia, trazemos na mesma rede as do antigo bastonário José Miguel Júdice que comentou hoje aquelas, em modo altamente depreciativo, dizendo que este bastonário vai ser a desgraça da classe...
Seja ou não, importaria voltar a perguntar ao antigo bastonário Júdice, que faz parte de uma notória sociedade de advogados, a PLMJ, relativamente à qual já defendeu dever ser uma das três avençadas permanentes do Estado ( e por isso levou com um processo na Ordem), o seguinte:
Será possível saber quanto é que o Estado português pagou, concretamente àquela sociedade de advogados, desde finais de 2003, através da Parpública, para acompanhar o processo negocial de uma privatização da Galp que nunca chegou a concretizar-se?
O requerimento do deputadodo PS, António Galamba, efectuado no Parlamento, dirigido ao governo de então, jamais obteve resposta pública. Mencionava honorários àquela sociedade da ordem do milhão de dólares de quinze em quinze dias… como é que foi isto?
E para não cingir estas coisas apenas a um lado, mesmo que esteja no centro, importaria também saber como é que em finais de 2005 entrou no sector, na Galp Energia que contratou a sociedade de advogados de António Vitorino,- a Sociedade Gonçalves Pereira, Castelo Branco & Associados (GPCB), para assessoria nas conversações em curso, sobre a reestruturação da Empresa.
Quanto é que o Estado gastou com estas assessorias?
Perguntas fáceis para respostas ainda mais fáceis. Haja vontade de as dar ou coragem de as exigir. No Parlamento, pois claro.
Publicado por josé 19:19:00 0 comentários
Coimbra é uma lição
Um dos factos concretos adiantados por Marinho e Pinto para fundamentar as suas denúncias publicadas de existência de corrupção no Estado, em alta escala, é o da venda de um edifício pertencente aos CTT, em Coimbra.
Segundo a SIC explicou e o Público também referencia, o imóvel dos CTT, foi vendido por duas vezes, no mesmo dia, gerando uma mais valia impressionante, de vários milhões de euros, para o segundo vendedor, com os CTT, na figura triste do enganado,..
O último comprador é um fundo de investimento ( estão na moda, como se confirma com o caso da Herdade de Rio Frio), desta vez do BES. Actualmente, o edifício continua a albergar no rés-do-chão, uma agência dos CTT e nos pisos de cima, além do mais…o Tribunal Fiscal de Coimbra.
Quando é que o negócio se realizou? Há muito, mas a noticia do Público e a SIC não dizem. Custa-lhes investigar e as notícias bombásticas perdem gás, com esta coisa prosaica que se chama investigação jornalística. Valham por isso, os blogs.
Em lugares eventualmente mal frequentados, línguas viperinas já se pronunciaram sobre o caso, mas com alvos concretos e definidos. Assim, esta história tem barbas e conta-se por esses lados, de modo um pouco mais especioso.
Assim:
PRÉDIO VENDIDO POR 14,8 MILHÕES JÁ VALE 34
O prédio que os CTT venderam à Demagre a 20 de Março de 2003 (na altura em que a empresa era presidida por Carlos Horta e Costa), por 14,8 milhões de euros e que no mesmo dia foi adquirido pela Gespatrimónio (empresa do Grupo Espírito Santo) por 20 milhões, tem hoje em dia um valor contabilístico de 34 milhões de euros. Esta é a verba que consta no relatório e contas de 2005 da Gespatrimónio. Confrontado com este valor, Júlio Macedo, presidente do conselho de administração da Demagre e da TCN, disse ao CM: “Essa valorização tem a ver com os inquilinos que lá estão – CTT, uma clínica, um Tribunal e a Associação de Informática da Região Centro.”Além dos 20 milhões da venda do antigo edifício dos CTT, a Gespatrimónio deu à Demagre um prémio de 12,5 milhões de euros. Macedo confirma a verba, mas assegura que a Demagre só teve um lucro de 200 mil euros com o negócio: “O resto do dinheiro que recebemos foi para pagar as inúmeras obras que fizemos num prédio que encontrámos totalmente degradado. Além disso, fomos nós que pagámos a instalação de todas as entidades que foram ocupar o local. Gastámos mais de 17 milhões de euros em obras. Houve uma altura em que chegámos a pensar que íamos ter prejuízo. Felizmente, tivemos um lucro de 200 mil euros.”
Em que ficamos? Melhor ainda: como é que se vai investigar, a quase cinco anos de distância, um negócio deste teor, todo ele aparentando a completa legalidade e normalidade?
Onde residirá o problema, neste caso concreto? A montante ou a jusante? Parece que será na fonte. No seio dos CTT, precisamente.
O Conselho de Supervisão dos CTT tem nada a dizer sobre isto? É bem capaz de haver por lá alguém que explique estes mistérios do capitalismo, aos restantes membros que só recentemente acordaram para as delícias das mais valias...depois de as terem execrado durante anos a fio, como exemplo da exploração do homem pelo homem.
Publicado por josé 18:11:00 1 comentários
O azar da ASAE
Publicado por josé 12:47:00 9 comentários
Bombeiros e INEM
Publicado por Carlos 12:35:00 1 comentários
«Endorsments»
Um dos pontos importantes das campanhas nos EUA são os «endorsments», os apoios declarados de figuras relevantes da política aos candidatos.
Este fim-de-semana, houve declarações influentes: Charlie Crist, governador da Florida, apoia John McCain.
Do lado democrata, dois membros do clã Kennedy -- Caroline, filha de JFK, e Ted, senador pelo Massachussets e irmão de John e Bobby -- estão com Barack Obama.
Publicado por André 01:06:00 0 comentários
Observatório 2008: até queima na luta entre Hillary e Obama pela nomeação democrata
O triunfo esmagador de Barack Obama na Carolina do Sul relançou o clima efervescente na luta pela nomeação democrata, de onde deverá sair o próximo Presidente dos EUA.
Depois das vitórias no New Hampshire, Michigan e Nevada, parecia que Hillary Clinton tinha conseguir refrear a Obamania, que desde o Iowa ameaçara ser imparável.
Mas a forma arrasadora como Obama ganhou na Carolina do Sul (55 contra 27) provou que o senador do Illinois tem mesmo condições de disputar a nomeação com Hillary.
Obama ganhou por 80/20 o voto negro e, surpresa das surpresas, esteve perto de Hillary no voto branco: Hillary arrebatou 36 por cento, Obama 24, tendo John Edwards sido o primeiro no votos dos brancos, com 39 por cento.
Na contagem dos delegados eleitos por votação, Barack aumentou a sua vantagem sobre Hillary para 15: neste momento, está 63 para Barack, 48 para Hillary e 26 para Edwards.
As primárias de terça, na Florida, não vão contar para o lado democrata, devido à antecipação ilegal decretada pelo sunshine state, pelo que Obama parte para a Super Terça-Feira, do próximo dia 5 de Fevereiro, com uma dinâmica renovada.
É certo que os dois maiores estados que vão a votos na Super Duper Tuesday, Califórnia e Nova Iorque, continuam a ser território Hillary, mas é bem possível que, entre os 22 estados em que os democratas vão participar a 5 de Fevereiro, Obama consiga mais vitórias.
Tudo aponta, pois, para que o duelo Hillary e Obama se prolongue para lá da Super Terça Feira.
Já no campo republicano, uma eventual (e provável) vitória de John McCain na Flórida (no GOP, vai mesmo contar) colocá-lo-á em excelente posição de obter a nomeação já na Super Terça-Feira -- isto porque o senador do Arizona está, surpreendentemente, à frente de Giuliani na Califórnia e em NY.
Os próximos dias vão ser, pois, cruciais, para a longa corrida à sucessão de Bush.
Publicado por André 00:52:00 1 comentários
Observatório 2008: o discurso de vitória de Obama
Publicado por André 00:48:00 0 comentários
Um ministro atento
domingo, janeiro 27, 2008
Há dias, tinha dito que nós não vivemos numa república que tenha deferido o poder de legislar a procuradores-gerais-adjuntos.”
Ficamos agora a saber que o ministro da Justiça, se assume como o novel garante e também vigilante executivo, do regular funcionamento das instituições democráticas.
Uma vocação abrangente, a deste ministro.
Publicado por josé 23:37:00 1 comentários
A impossibilidade de uma comissão de inquérito ao caso BCP
António Sampaio e Mello (ex-director do Departamento de Estatísticas do Banco de Portugal) escreve hoje no Público um dos melhores artigos sobre a crise do BCP e os reguladores.
Nos milhares de caracteres, Sampaio e Mello descreve vários motivos mais que suficientes para a realização de uma comissão de inquérito ao caso. A saber:
"Do processo BCP fica a impressão nítida de que a supervisão se contentou em pedir esclarecimentos aos suspeitos quando havia indícios anormais e depois esperar que estes lhe enviasse a informação que entendessem. Em lugar de se fazeren acções de investigação discretas e sem aviso prévio, com buscas a computadores, inquirição de funcionários e arrolamento de documentação, cumpriram-se apenas formalidades processuais"
"A segunda razão vem de fazer as coisas à maneira do sistema. Um sistema que consiste na teia de cumplicidades e de fidelidades que se protegem mutuamente sob a batuta omnipresente do poder que está. Ele envolve políticos, burocratas, carreiristas de empresas públicas e semiprivadas e empresários alinhados. Os seus membros usam influências e servem-se de compromissos para resolver de forma hermética e opaca os assuntos do país e, por isso, pouca importância dão à necessidade de dotar Portugal de instituições autónomas e de uma cultura de rigor e transparência(...)"
"Quem seguiu de perto oerno, processo de eleição da nova administração do BCP reparou que foi evidentemente a lista do sistema que saiu vencedora: com o beneplácito do Banco de Portugal e a bênção do governo, esta haveria também de ser consegrada pelos grandes accionistas(...)"
Apesar de, como já se disse, tais razões deveriam levar a abertura de uma comissão de inquérito, porém, no mesmo artigo, Sampaio e Mello viaja até ao Japão para explicar porque é que a tal comissão será impossível. A propósito da crise que afectou o sistema bancário nipónico nos anos noventa, citou um resposável pela Union des Banques Suisses de Tóquio: "As pessoas honradas só podem ir até certo ponto para além do qual são agarradas pelo sistema. Os japoneses têm este péssimo hábito de proteger a tribo a todo o custo. Coisas que são consideradas criminosas noutro lugar, no Japão são aceites desde que feitas para proteger e manter o sistema". No Japão?
Publicado por Carlos 22:56:00 2 comentários
Observatório 2008: Obama esmaga na Carolina do Sul
Barack Obama conseguiu, esta madrugada, uma vitória arrasadora na Carolina do Sul.
Bateu Hilary Clinton por 28 pontos percentuais, o dobro do que as sondagens previam. Quatro em cada cinco negros preferiram Obama.
Aqui vão os resultados finais:
Obama 55% (295 mil votos)
Hillary 27% (141 mil)
Edwards 18% (93 mil)
Publicado por André 13:44:00 0 comentários
Aventuras na terra do Nunca
sábado, janeiro 26, 2008
Segundo o jornal, dias antes de o LNEC entregar ao Governo o relatório do aeroporto, a Sociedade Agrícola do Rio Frio mudou de mãos. A pergunta que naturalmente se coloca e: a que mãos foi parar? Não se sabe. É segredo guardado por uma off-shore, a Trasset Investments BV, com sede em Amesterdão.
Sendo naturalíssimo, segundo as regras de mercado em que estamos inseridos, estes negócios de trocas e baldrocas, com muito dinheiro misturado, parece deveras interessante como é que uma sociedade secreta ( não se conhecem os sócios...tentem apanhar um único nome que seja, aqui) adquire por um valor muitíssimo superior ao real, na altura do negócio, uma extensão de terra tão grande, ANTES de se saber sequer oficiosamente, que o aeroporto a construir, afinal seria na terra do... Nunca. Jamais!
Vejamos, então, Marinho e Pinto: que pensa disto? Não quer dar mais uma entrevista, comentando as declarações risíveis de um primeiro- ministro que anda a gozar connosco?
Melhor ainda: se o negócio foi precedido de informações de pessoas que exercem funções em entidades oficiais, a actuar em nome do Estado ou com influência directa no Estado-Administração-Governo ( e só o poderia ter sido se de facto o negócio se realizou com a certeza de que a opção do Governo seria mesmo a de construir naquele local o aeroporto), então temos aqui suspeitas fortes da existência de influências traficadas. Crime de catálogo.
Exagero? Pois então, desmintam-me. E se o não fizerem, sempre quero ver como é que se investiga criminalmente uma coisa destas.
No DCIAP? Do modo como funciona e com as leis que temos?
Repito: é virtualmente improvável qualquer investigação a coisas como esta. Seja de que natureza for: criminal, parlamentar, jornalística ( para além da excelente cacha do Sol), da opinião pública, em blogs, seja onde for.
A impunidade está instalada em Portugal. Completamente à vontade.
Publicado por josé 18:41:00 5 comentários
A chover no Pântano
A corrupção e fenómenos associados, anda de novo na ordem do dia, com as declarações últimas do Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho e Pinto e a instauração de ( mais um) Inquérito, no MP de Cândida de Almeida, o departamento do MP especialmente destinado a investigação desta criminalidade e para averiguar factos ainda não conhecidos, mas de acordo com “ a gravidade das afirmações feitas e a repercussão social das mesmas”.
O anúncio destes Inquéritos tem sempre o efeito de criar na opinião pública uma ideia de que alguma coisa se irá fazer, para perceber, investigar e determinar se os factos merecem a atenção criminal que justificam a própria investigação.
No entanto, a mera enunciação da intenção de investigação, com o espavento da “autoridade de supervisão” da acção criminal, também tem um efeito perverso: como é sabido, nenhuma destas investigações rapidamente anunciadas pelos vários procuradores gerais, de há anos a esta parte, chegou a lugar algum que se visse.
Não chegou no tempo de Cunha Rodrigues e das denúncias da CIP de Ferraz da Costa ou da JAE de Garcia dos Santos, que em 1998, afirmava ainda mais alto e de modo sonoro, no Independente ( por onde passara Paulo Portas), que havia corrupção na JAE, com financiamento de partidos políticos.
Esta afirmação, de grande firmeza e certeza, assumida publicamente como verdade insofismável, foi completamente espezinhada nos anos que seguiram, por força de vários factores que importa relembrar, com amplo destaque para os factores judiciários e judiciais que não conseguem levar avante e com sucesso, uma investigação criminal, julgá-la e aplicar a lei e do Direito, como deve ser, num país com mais de trinta anos de democracia.
Recorde-se assim este caso JAE, para perceber o que se passou. O asunto já foi tratado aqui mesmo nesta Loja, em tempos. Para poupar o clique no link, vou transcrever parte do postalzito de Fevereiro de 2005 ( quase três anos em cima do despacho de arquivamento e dez após a denúncia de Garcia dos Santos:
Em Outubro de 1998, Garcia dos Santos dizia ao Expresso...
“existe corrupção na JAE em termos pessoais e em termos de financiamento dos partidos políticos”
Nesse mês e ano, João Cravinho, ministro do PS, mandou realizar uma sindicância à JAE, que foi dirigida por Pinto dos Santos, magistrado do MP. O relatório dessa sindicância é impressionante quanto a escândalos e revelador de uma anomia generalizada. Em Fevereiro de 1999, propôs-se aí a instauração de 10 Inquéritos.
E foi apenas a investigação no âmbito de uma sindicância! Sem investigação criminal! Sem escutas, sem buscas, sem bisbilhotice em contas particulares, e chegou-se a números e a indícios graves.
A Inspecção Geral de Finanças, em Outubro de 1999, indicava a saída de 650 mil contos da JAE, sem que fumo se lhe visse; uma auditoria da Roland Berger indicava que entre 1993 e
Em Junho de 1999, o Tribunal de Contas escreveu que a gestão eficaz da JAE teria poupado ao Estado cerca 44% do custo geral das obras e que o desvio médio das mesmas atingia 77%.
Para que é que adiantaram estas denúncias, estes números de assustar qualquer gestor privado e liberal? Para investigar em força e rapidez tamanho escândalo com dinheiros públicos e as enormes suspeitas conhecidas de todos, como dizia Garcia dos Santos?! Não propriamente. Adiantaram, sim, para abrir uma guerrilha institucional entre Cunha Rodrigues e o então director da PJ, o empertigado Fernando Negrão.
Em 17/10/1998, o jornal 24 horas, noticiava que o então PGR dizia que a PJ só tinha apenas um agente a investigar o caso JAE. O Sindicato da PJ negou tal facto e o director afinal acabou por confirmar: um agente responsável pelo processo!
Em 5/12/1998, Cunha Rodrigues dizia ao Expresso que
(…) Em nome do rigor histórico e da distinção entre as esferas do político e do judicial, vim a público esclarecer que nem uma palavra se dizia no relatório da Inspecção Geral de Finanças sobre corrupção ou financiamento partidário” “Os factos estavam a ser investigados pela PJ e não directamente pelo MP. Mandei avocar o processo porque foi levantada uma suspeição generalizada sobre a transparência do Estado e, em especial, do poder político.
A uma pergunta do jornalista sobre se não caberia ao MP ter interpretado melhor os sinais do relatório da IGF, Cunha Rodrigues respondeu assim...
Interpretou-os bem e remeteu o processo para a PJ. O modo como estava a ser feita a investigação era correcto no contexto dos meios de que PJ dispõe.
E a seguir, depois de ouvir do jornalista que o caso não dera resultados, e à pergunta sobre se o MP não tinha sempre a tutela do processo, disse...
Tem a tutela funcional, mas não tem os meios. Que imposta ter a tutela funcional se não adjudicados meios ao processo? (…) A PJ tem excelentes investigadores. Interrogo-me: então porque é que investiga bem certos crimes e não outros? Não será por problemas de organização, de meios e de métodos?
Em 15 de Janeiro de 2000, no Expresso, Saldanha Sanches escrevia, sobre o assunto (As Comissões) e o facto de Cravinho mandar fazer a sindicância...
“Sabendo que pedir um Inquérito à PGR para uma situação como estas só iria suscitar o gáudio público e provocar comentários cínicos foi desencantar um magistrado que fizesse uma investigação séria: mas nem assim as coisas correram bem para Cravinho. O seu afastamento do governo tem pois um sentido muito claro: as obras públicas foram entregues ao homem do aparelho.” Quem?! Vocês há-dem ver!
Isto foi em 2000, em pleno início do séc XXI. No ano da graça de 2005, o Inquérito da JAE onde se acusavam os “pobres” engenheiros da antiga junta, Botto e Pantaleão, de corrupção por causa de umas viagenzitas de férias, pagas pelo empreiteiro, foi agora rematado para canto, para o cesto da não pronúncia, pela juíza Mata-Mouros! Com que fundamento, perguntam os curiosos?
Com este:
Mata-Mouros, rejeitou a acusação do MP, de corrupção, contra Donas Botto e José Pantaleão (antigos responsáveis da JAE) e António Mota (presidente da Mota & Companhia, agora Mota/Engil) e não os pronunciou, por falta de indícios.
Pelos vistos, na altura, não havia indícios, para a juíza Mata-Mouros. Para Garcia dos Santos havia evidências. Como compreender a diferença de apreciação? O segredo reside no estudo da doutrina e jurisprudência alemãs, ultra-garantística para arguidos excelentíssimos. É por esse prisma que o direito penal português, incluindo o processo penal, tem sido visto e aplicado pelos tribunais e é por isso que onde alguns vêem cordas, outros mostram mosquitos...
A consequência prática destes entendimentos teóricos do direito Penal, objectivamente do lado dos inimigos da lei material e até do direito natural, garantindo-lhes todos os direitos processuais, por vezes à outrance, é forçosamente uma Justiça que de Justiça releva apenas os aspectos eminentemente formais, em detrimento da verdade material, subjugada sempre a um anunciado e temidíssimo perigo de violação de direitos, liberdades e garantias individuais, cuja expressão máxima ocorre no erro judiciário. Este fantasma que se alimenta de medos atávicos, hoje em dia, amplia-se ainda mais, pela recente lei de responsabilidade civil dos magistrados, por via indirecta da directa responsabilização do Estado...
Os nossos políticos, sabem fazer as coisas como deve ser. A maioria das pessoas, nem se deu conta, mas depois da revisão processual penal, feita à medida das conveniências de um certo grupo, com esta lei de responsabilização civil, podemos todos ter esta certeza: é virtualmente improvável e será tendencialmente impossível, qualquer condenação penal, de qualquer político no activo ou fora dele, por corrupção, em Portugal, nos tempos mais próximos.
Condenação de político, em Portugal e por esse crime, nos anos que aí vêm, será mais rara que no Brasil.
O medo de errar, condenando acusados com indícios certos, para certos juízes, leva-os constantemente ao medo de acertar. Porque quando não se punem culpados, castigam-se inocentes, neste caso, toda uma sociedade. E não há sofisma relevante nesta afirmação, porque a inocência formal, não pode nem deve sobrepor-se à verdade material que todos percebem e entendem, menos certos práticos do Direito, cultores extravagantes de um ultra-rigorismo formalista, em nome das sagradas garantias nem se sabe bem de quê e que na Itália produziu os Corrados Carnevale e outros quejandos. Por causa deles, morreram os Falcone e Borselino…
Onde pára então a corrupção? Onde estará o financiamento dos partidos?
Bem, em princípio este tipo de assuntos, por obrigação institucional deviam estar a ser tratados no… DCIAP, dirigido pela sucessora daquele Daniel Sanches - Cândida de Almeida.
Em entrevista à Visão, de 20/5/2004, esta dizia assim, quando lhe fizeram o reparo de que “Os media relatam suspeitas de corrupção…”...
- As pessoas falam à vontade sobre corrupção na imprensa, mas quando chegam aqui dizem que não sabem, que ouviram falar. É fácil falar.
Pois é… é um problema! As pessoas não falam. E não há carros. E faltam meios e ainda faltam meios e voltam a faltar meios…
De facto, não há meio de sair destes fiascos anunciados.
Assim, este remake, em Janeiro de 2008, de anúncio de Inquérito rigoroso, por causa das declarações bombásticas de Marinho e Pinto, é chuva no charco ( ou no Pântano) e tem já um destino anunciado: o arquivamento por uma qualquer juíza de instrução que leia o Código segundo os rigores teóricos da doutrina alemã, aplicada com muitas citações ao espírito português de chico-espertice saloia, que nem ler sabe mas percebe muito bem o que quer dizer a palavra impunidade.
Isso, se alguma vez chegar ao âmbito do juiz de Instrução, porque o mais certo, com o Código que nos apresentaram, é o arquivamento liminar no departamento da dr.ª Cândida de Almeida. Com mais um comunicado público, daqui a uns anos....
Sendo isto notório, torna-se perigoso andar sempre a anunciar falhanços esperados, porque tal cria um sentimento de ainda maior impunidade e de pendor deletério na sociedade portuguesa, cimentando cada vez mais, um cinismo já instalado.
Nota para rir: o primeiro ministro, José Sócrates já veio comentar estas declarações de Marinho e Pinto:
Publicado por josé 17:01:00 6 comentários
tic-tac, tic-tac
Vizinhos de um septuagenário falecido sexta-feira no Hospital de Vila Real acusam a unidade hospitalar de «falta de humanidade», depois de terem encontrado o idoso «numa maca completamente nu», disse à Agência Lusa o taxista e vizinho que o transportou. O vizinho e taxista José Carvalho contou que Manuel Pinto, de 79 anos, entrou na urgência do Hospital de Vila Real ao início da noite de quinta-feira, queixando-se de dores, gripe e fraqueza. Depois de ter sido avaliado pelos médicos, teve alta às 02:00 da madrugada de sexta-feira. José Carvalho contou ainda que recebeu um telefonema de uma vizinha para ir buscar o idoso ao Hospital de Vila Real, onde o encontrou numa maca, completamente nu e num estado que considerou muito debilitado.
«Tive que gritar por ajuda, para que alguém me auxiliasse a levantá-lo, sentá-lo numa cadeira de rodas e transportá-lo até ao carro. E isto depois de ter sido eu também a procurar um casaco para o tapar, porque estava sem roupas», descreveu. O idoso regressou a casa, em Godim, Peso da Régua, onde vivia com a mulher, de 80 anos, e durante a manhã sentiu-se cada vez pior. Regressou à urgência do Hospital de Vila Real ao início da tarde de sexta-feira, transportados pelos bombeiros do Peso da Régua, onde faleceu a meio da tarde. Em declarações à TVI, a viúva do idoso, explicou que ainda não sabe o que vai fazer. Primeiro tem de falar com as filhas que estão emigradas na Bélgica. O Conselho de Amdinistração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, no qual está inserido o Hospital de Vila Real, já anunciou que vai avaliar a ocorrência e pronunciar-se no início da próxima semana.
Publicado por Manuel 16:24:00 0 comentários
E o burro sou eu? Descubra as diferenças
Saldanha Saches
"Nas autarquias da província há casos frequentíssimos da captura do Ministério Público (MP) pela estrutura autárquica. Há ali uma relação de amizade e de cumplicidade, no aspecto bom e mau do termo, que põe em causa a independência do poder judicial".
DESPACHO
Exposição subscrita pelo Doutor em Direito, José Luís Saldanha Sanches*, na sequência da deliberação do CSMP em sessão de 6/6/2007. O Conselho deliberou dar por encerrado o caso uma vez que não foi especificado qualquer caso concreto que não tenha sido já averiguado e objecto de apreciação pelo Conselho e, por outro lado, as restantes considerações gerais constantes da exposição em causa constitui um exercício livre de crítica num regime democrático. Aqui
António Marinho Pinto
"Existe em Portugal uma criminalidade muito importante, do mais nocivo para o Estado e para a sociedade, e que andam por aí impunemente alguns a exibir os benefícios e os lucros dessa criminalidade e não há mecanismos de lhes tocar. Alguns até ostensivamente ocupam cargos relevantes no Estado Português".
DESPACHO
Tendo em consideração as declarações do Senhor Bastonário da Ordem dos Advogados proferidas em entrevista dada a um órgão de comunicação social, a gravidade das afirmações feitas e a repercussão social das mesmas, determino:
Ao abrigo do disposto nos artigos 241º e 262º do Código de Processo Penal, a abertura de inquérito e, nos termos do artigo 68º do Estatuto do Ministério Público, designo, para dirigir a investigação de tais factos, a Senhora Procuradora-Geral Adjunta, Drª Maria Cândida Guimarães Pinto de Almeida, Directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, que será coadjuvada pela Senhora Procuradora-Adjunta, Drª Carla Margarida das Neves Dias, do mesmo departamento. Aqui
Publicado por Carlos 01:02:00 4 comentários
Marinho e PInto no seu esplendor.
sexta-feira, janeiro 25, 2008
Em entrevista à Antena 1, o bastonário da Ordem dos Advogados revelou que há pessoas com cargos de relevo no Estado português que cometem crimes «impunemente» e que em breve poderá avançar com casos concretos.
Ainda segundo António Marinho Pinto, «o fenómeno da corrupção é um dos cenários que mais ameaça a saúde do Estado de direito em Portugal».
Pronto. Enganei-me. Previ aqui, há umas semanas atrás que Marinho e Pinto , como bastonário da Ordem dos Advogados, iria conter os seus ditos, que alguns julgam desbocados, mas algo certeiros, acerca da sociedade portuguesa em geral e certas classes profissionais em particular.
Nesta semana que corre, é a segunda vez que as declarações fortes de Marinho e Pinto, atingem o coração da democracia, com alusões explícitas a várias disfunções.
Ao O Diabo, de terça-feira, Marinho e Pinto, acutilou em duas páginas várias instituições e grupos de pessoas em modo firme e determinado. Só um pequeno exemplo:
“ Não há uma semana que não vejamos magistrados a insurgir-se, a insubordinarem-se publicamente contra as leis da República. As leis são feitas no Parlamento e não por magistrados.”
Algumas frases atrás, o próprio Marinho e Pinto, dizia ao jornal:
“ Um credor não pode ir hoje a tribunal cobrar uma dívida.(…)e isto aconteceu porque o actual Governo retirou a cobrança de dívidas dos tribunais”.
Quer dizer: os magistrados não podem criticar leis. Marinho e Pinto, enquanto Bastonário, pode. E pode falar alto e com bom som, como se comprova agora pela entrevista à Antena 1.
E repete o que disse já várias vezes, como na referida entrevista ao jornal O Diabo: “ Eu sou contra os advogados que são ao mesmo tempo deputados. É incompatível.” “Há suspeitas de que algumas sociedades ou alguns escritórios de advogados são preferidos pelo Estado em detrimento de outros. Iremos por cobro a isso.” “Quem faz leis no Parlamento não pode ter clientes privados.”
Agora, pelos vistos, na entrevista à Antena1 avançou um pouco mais nas denúncias de corrupção concretas e definidas. Bem haja. Não lhe doa a vontade, nem fraqueje a língua.
Marinho e Pinto, é bom recordar, foi jornalista assinalado num jornal do centro. Precisamente o Diário do Centro. Num pequeno texto publicado no jornal Diário do Centro, de 15.3.2000, escreveu coisas admiráveis, como esta:
Publicado por josé 20:20:00 3 comentários
era uma vez um País... (alijóGATE)
Publicado por Manuel 19:40:00 1 comentários
uma voz no deserto
O Ministério do Interior
Houve tempos em que o Ministério da Justiça era o Ministério das Leis. Depois, com Santana Lopes como Secretário de Estado, as leis passaram para a Presidência do Conselho de Ministros. Almeida Santos e Mário Raposo passaram a ser os últimos guarda-selos da legalidade.
Um dia, ironizando, escrevi que o Ministério da Justiça era o Ministério dos Equipamentos Judiciários - por mandar construir tribunais e mobilá-los - e dos Monumentos Legislativos - por encomendar Códigos a professores e a comissões -. Vem agora o líder do PSD sugerir que se integrem num Ministério só o da Justiça e o da Administração Interna. No bojo de tal pensamento não está tornar a segurança interna uma dependência da Justiça, fazendo triunfar a Lei sobre a Ordem. Está precisamente o contrário.
A seguir-se este caminho, os juízes, os procuradores e os advogados, que de vez em quando ainda pensam que é Alberto Costa o seu interlocutor, que se preparem. No futuro tratarão dos seus assuntos directamente no Governo Civil. José Sócrates bem pode agradecer a Luís Filipe Menezes. Ambos são o verso e o reverso do mesmo, a ânsia de autoridade, o triunfo da ambição. Gonçalves Rapazote era capaz de ter vergonha de pensar isso. Tinha Manuel Cavaleiro de Ferreira e António de Oliveira Salazar que não lhe permitiriam tanto.
José António Barreiros
Publicado por Manuel 12:53:00 1 comentários
Observatório 2008: Obama escapa com «problemas técnicos» a pergunta incómoda de Meredith Vieira, na CBS
Publicado por André 01:39:00 0 comentários
Observatório 2008: Giuliani sabe que se não ganhar a Flórida está, simplesmente, arrumado...
... o que lhe terá dado na cabeça para esperar tanto até aparecer? Já passaram seis (!) estados no campo republicano e Rudy nem um terceiro lugar conseguiu!
É certo que estados como o Iowa, New Hampshire ou Nevada não o favoreciam (por terem estruturas demográficas muito conservadores, com forte componente religiosa, o que favoreceu Huckabee e Romney, sobretudo), mas, mesmo assim, havia que começar a marcar terriório.
Giuliani esperou demais. Tinha grandes avanços na Flórida, na Califórnia e em Nova Iorque, mas corre o risco de perder os primeiros dois para McCain e, surpresa das surpresas, mesmo a «sua» NY pode parar nas mãos de McCain ou Romney.
Um autêntico «case-study» de inabilidade política e mau aconselhamento dos «spins».
Rudy tinha 10 ou 15 pontos de avanço nas national polls antes de começarem as primárias, agora aparece em... quarto lugar, muito atrás de McCain e bem atrás de Romney e mesmo de Huckabee.
Agora, é o tudo por tudo na Flórida -- se não ganhar o sunshine state, será mesmo... bye bye Giuliani. Que loucura!
Publicado por André 01:03:00 1 comentários
De quem é a culpa?
quinta-feira, janeiro 24, 2008
Visão- Um dos seus objectos preferidos de insultos, o José Alberto Carvalho, acaba de ser nomeado director de informação da RTP…
MMG-De insultos, por amor de Deus! Não é um insulto chamar-lhe burro. Tratou-se de uma apreciação, não de um insulto…Há duas coisas que as pessoas não têm culpa de ter ou não ter e que influenciam imenso na vida delas: uma é a beleza, outra a inteligência. Ele, coitadinho, não tem culpa nenhuma. E se eu disser “não é brilhante” já estou a ser politicamente correcta? Mas há uma coisa de que não me esquecerei…
Visão- Que é?
MMG- Aquela nódoa de entrevista que ele fez, com a Flor Pedroso, ao Sócrates. Acabei a protestar para a RTP.
Visão- A protestar?
MMG- No final do programa liguei para as relações públicas da RTP e disse que como espectadora, tinha vergonha de pertencer à mesma classe que aqueles dois senhores. Estava toda a gente à espera da entrevista e eles limitaram-se a fazer o jogo do José Sócrates, a darem-lhe tempo de antena.
Visão- Ficou surpreendida quando ele foi nomeado director de informação da RTP?
MMG- Já acho tudo natural. Chegámos a um ponto em que começo a surpreender-me comigo.
Visão- Que ponto é esse?
MMG- O que está a acontecer no país. É premiado tudo o que não devia ser- a falta de espinha dorsal, o carreirismo, o ser cinzento, o politicamente correcto.
Visão- A culpa é de quem?
MMG- De quem faz as normas e de quem não se insurge contra elas.
Ora bem. Então agora, descubram lá, neste organigrama sui generis, aqueles a quem se aplicam os prémios da jornalista.
Não é difícil. Fazem todos o pleno do tipo de profissional que não deveria estar na tv portuguesa, se Portugal fosse outro país: mais moderno, mais civilizado e mais evoluído culturalmente.
No que respeita à informação televisiva, direcção da mesma, programas informativos, entrevistas seleccionadas, com entrevistadores de estalo, estamos entendidos. Confesso: o meu preferido é aquele contentinho de apelido Costa. Transpira cretinice quando aparece na tv. E parafraseando a Manuela, nem é insulto. É apenas uma opinião.
A imagem é da Visão ( é só clicar para ver maior)
Publicado por josé 23:07:00 1 comentários
A caminho da Carolina do Sul: Obama com 15 pontos de avanço
Faltam 3 dias para as primárias na Carolina do Sul, momento decisivo para se perceber o futuro da corrida pela nomeação democrata à Casa Branca.
Sondagem do Rasmussen Reports:
-- Barack Obama 43
-- Hillary Clinton 28
-- John Edwards 17
-- Outros+indecisos 11
(dados recolhidos a 21 de Janeiro)
Publicado por André 17:17:00 0 comentários
A caminho da Carolina do Sul: vantagem de Obama gera nervosismo no «campo Clinton»
Publicado por André 16:06:00 1 comentários
Soros, George Soros
The worst market crisis in 60 years
No Finantial Times, não é parco nas palavras...
Publicado por Manuel 10:59:00 1 comentários
Ok TeleSeguro, fala a Marta!
quarta-feira, janeiro 23, 2008
Segundo se lê no site do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público: «No final do mês entrará em vigor a Lei nº 67/2007, de 31 de Dezembro (Regime da Responsabilidade Extracontratual do Estado e Demais Entidades Públicas).O diploma mencionado prevê a responsabilidade civil do Estado por danos decorrentes do exercício da função jurisdicional, gozando o Estado do direito de regresso contra os Magistrados quando estes tenham agido com dolo ou culpa grave. Por forma a acautelar a situação patrimonial dos sócios em eventuais acções de regresso, o SMMP subscreveu já há algum tempo um protocolo com a Caixa Geral de Depósitos em que se associou um seguro de responsabilidade civil profissional de 50.000 Euros a um cartão de crédito personalizado com o símbolo do Sindicato. De modo a usufruírem desta vantagem os sócios deverão subscrever o cartão de crédito».
Eis o MP a jogar pelo seguro. Um desses dias as acusações penais terminarão com a assinatura do magistrado que as subscreve - em vez do gatafunho ilegível que por vezes ali surge a dar-lhes o benefício do anonimato - e a indicação do valor da apólice do seu subscritor.
(JAB)
Publicado por Carlos 23:07:00 3 comentários
Terrorismo e reuniões de emergência
O melhor é ler aqui
Publicado por Carlos 22:38:00 2 comentários
Um serviço ao público
No editorial do Público de hoje, José Manuel Fernandes, escreve a dado passo, sobre o Inspector-Geral da ASAE e a sua prestação televisiva do dia anterior, no Parlamento.
“ Notemos, por exemplo, no que disse sobre os restaurantes e cafés deste país: ´Para se cumprirem hoje os regulamentos comunitários como estão na lei, 50 por cento dos restaurantes e cafés não estão aptos` disse, acrescentando que Portugal tem ´três vezes mais restaurantes por habitante do que a média europeia`, logo estabelecimentos sem ´viabilidade económica`. O que significa que, depois de terem desaparecido as tabernas e de ser impossível pedir em Mogadouro um jarro de vinho como os que servem em qualquer restaurante de Paris, o polícia dos costumes que gosta de fumar nos casinos ( seria interessante saber se foi ele a pagar o bilhete ou se estava lá a convite…) ainda perora sobre a viabilidade dos pequenos estabelecimentos de restauração.”
A referência aparentemente anódina, ao facto desconhecido do (P)público, no sentido de o Inspector-geral da ASAE, em veste privada e, portanto, o senhor António Nunes, ter sido convidade de alguém para frequentar o Casino Estoril na noite de passagem de ano, não é assunto menor, neste caso.
O director ou responsável pelo Casino, Assis Ferreira, chegou a dizer em público, na tv, que o referido senhor Nunes, não tinha sido convidado pelo Casino do senhor Stanley.Ho. Mas referiu também que o referido senhor Nunes, tinha entrado, num grupo de outras pessoas, à semelhança do que ocorrera em anos anteriores. Nesse grupo, era notória a presença de alguns socialistas de renome e também o sub-inspector da ASAE, cujo nome foi relegado para trás do cargo público.
Esta circunstância agora aduzida pelo director do Público, na nota en passant, do seu editorial de hoje, precisa obviamente de ser esclarecida. Até porque a tv SIC, passou na altura uma notícia, algo equívoca a esse respeito.
E ninguém melhor colocado para tal do que ...o director de um jornal (P)público. Que tal uma investigação jornalística que nem sequer precisa de grandes meios, bastando meia dúzia de telefonemas?
O Público não é capaz disso? O serviço é público...
Publicado por josé 22:37:00 0 comentários