A 4 dias da decisão: Hillary regressa à estratégia do medo...
sexta-feira, fevereiro 29, 2008
... que, geralmente, não resulta.
Publicado por André 19:23:00 0 comentários
A 4 dias da decisão: Hillary, a «lutadora» «vs» Obama, o «inspirador»
Os dados estão lançados e, a menos que algo de dramático ocorra até terça-feira, Barack Obama vai mesmo obter a nomeação democrata.
Publicado por André 14:54:00 0 comentários
A 4 dias da decisão: Obama à frente no Texas e quase, quase a apanhar Hillary no Ohio
TEXAS
-- Barack Obama 48
-- Hillary Clinton 42
(fonte: Reuters/zogby)
OHIO
-- Hillary 44
-- Obama 42
(fonte: Reuters/Zogby)
Publicado por André 14:50:00 2 comentários
Os sapatos de Pinho
Manuel Pinho, minsitro deste Governo fantástico, entrevistado pela tv nacional, não encontrou nada de melhor para dizer, desta iniciativa e convite, do que isto:
"Eu vinha cá comprar sapatos italianos, mas fiquei tão impressionado com a qualidade dos sapatos portugueses que vou levar sapatos portugueses. Vinha comprar sapatos italianos porque têm um óptimo nome em termos de design".
Publicado por josé 14:32:00 6 comentários
Publicado por contra-baixo 21:58:00 7 comentários
A última da ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) "aconselhou" a centenária fábrica das amêndoas de Portalegre a encerrar as portas, por falta de espaço, disse a proprietária, Joaquina Vintém, à Agência Lusa.
"A ASAE exigiu que a fábrica tivesse mais espaço para poder laborar e nós não temos para já essas condições. Por isso, aconselhou-nos a encerrar", declarou.
Para não fazer como certos jornalistas que escrevem segundo o que lhes parece, escrevi no Google, três palavras “amêndoas Portalegre Asae” e surgiu isto.
Numa das entradas, dá-se conta que o deputado Pedro Mota Soares, do CDS, já se pronunciou sobre o... “excesso de zelo”.
Mesmo sem procurar saber muito mais, o excesso aqui já nem é de zelo: é de ridículo.
E parece que não se pode exterminar…
Depois do que se passou no salão do Casino Estoril com a cigarrilha do Inspector-geral, não há ridículo que mate seja o que for.
Publicado por josé 15:52:00 9 comentários
"I'm in heaven, And my heart beats so that I can hardly speak..."
quarta-feira, fevereiro 27, 2008
Publicado por Carlos 23:34:00 3 comentários
As regras do jogo
Há notoriamente um problema de comunicação entre os jornalistas e os profissionais de outras áreas, mais específicas, da actividade humana. Os jornalistas lidam com as notícias veiculadas por agências, ou as recolhidas directamente pelos mesmos. São mensageiros.
Os jornalistas dão a conhecer realidades diversas de outros tantos campos de actividade e conhecimento. Os jornalistas são repórteres de casos vividos; de ideias documentadas e de acontecimentos que modificam vidas, costumes e atitudes políticas.
O jornalismo, nessa actividade, é fascinante para quem depara todos os dias, com a vida que vai correndo, ao ritmo acelerado da necessidade de dar a conhecer aos outros, factos e realidades, para assim levar a vida.
No que se refere a determinadas actividades específicas da vivência em comunidade há, da parte desses profissionais da notícia e do relato de acontecimentos, uma atitude , muito bem espelhada num comentário de um leitor- henrique- ao postal sobre jornalismo e justiça, sobre esse assunto específico. Diz assim o comentador,sobre o comentarista que escreveu o postal:
Segundo o 'comentarista' José, até a mais óbvia constatação sobre matéria de Direito está reservada ao pedestal da classe. Logo, só ao alcance da opinião pública quando os iluminados descerem aos jornais para dar brilhante, isento e rigoroso parecer. Recordo-lhe que o sensacionalista em causa, não sendo doutorado em Direito e consequentemente na sua humilde ignorância, se limitou a fazer uso do pouco que sabe: ler e escrever.
Sendo uma evidência que um henrique, mesmo sem pretender ser sensacionalista, pode muito bem sê-lo, malgré lui, ao usar e escolher palavras e conceitos que apanha en vol d´oiseau, pela leitura de um documento técnico que pretende explicar uma realidade, será interessante reflectir brevemente nesse fenómeno.
Um jornalista que pretenda relatar um acontecimento sobre futebol, mormente um jogo, bastar-lhe-á observar o jogo em si, sem lhe conhecer as as regras mínimas?
Seria razoável esperar um bom relato de um jogo de futebol americano, feito por um jornalista europeu que nunca viu um melão a saltar num campo marcado por linhas e traços semelhantes, mas completamente diferenciados dos do futebol?
Passando da comparação futeboleira e lúdica, para os assuntos da Justiça que lidam com realidades comezinhas, da vida do cidadão mais comum, será de esperar um bom relato jornalístico de uma decisão judicial, que se seguiu a um processo de Inquérito, formal, com regas processuais específicas e muitas vezes difíceis de entender e interpretar para os próprios profissionais da área, sem que o jornalista perceba minimamente como se enunciam essas regras?
Será suficiente, a um jornalista que não pretenda sensações estrepidantes de primeira página, conhecer os factos naturais, adaptando o juizo comum que deles fará, às decisões judiciais que tomam esses factos como factos jurídicos e lhes emprestam um valor próprio?
Ao escrever sobre assuntos judiciários que lidam com aspectos da vida corrente, como sejam um acidente de viação, um homicídio, assalto ou corrupção,fenómenos que toda a gente entende na sua singela ocorrência naturalística, bastará ao jornalista essa simples gnosiologia, esse entendimento corrente de que qualquer pessoa média é capaz, para julgar, aplicando a lei vigente , com a propriedade exigível aos tribunais e agentes judiciários?
É esse o problema que a resposta do comentador coloca. O jornalista corrente, tal como o comentador henrique, acha-se capaz de aquilatar o acontecimento , muitas vezes sem os factos integrais, e ainda julgar os julgadores, desconhecendo ao mesmo tempo os critérios que conduzem esses mesmos julgadores, às decisões concretas.
Esta atitude jornalística, espalhada e corrente, significa o mesmo, retomando o exemplo anterior, que um relato de futebol americano efectuado por um relatador de futebol europeu.
Há duas equipas; há disputa de uma bola; há correrias e faltas; há golos ou marcações de pontos; há regras comuns. Há observadores que entendem um e outro e todos entendem o essencial: quem ganha ou perde. E no entanto, os relatos são necessariamente diferenciados.
Para um bom relato, é necessário conhecer as regas básicas e algumas específicas.
Do mesmo modo, um jornalista pode comentar um acórdão, como o apresentado sobre um acidente de viação, com referências factuais que todos entendem, excepto as que são específicas da profissão de jurista e que existem para servir a verdade material, em primeiro lugar, mas por vezes não servem . Algumas dessas regras necessitam de descodificação por profissionais. E isso acontece na Justiça como noutras áreas.
Como essa verdade pode ser cognoscível pelo apresentação e relato naturalístico dos factos, o jornalista cria a ilusão de que domina os factores de argumento e passa a conhecer toda a realidade aparente, ao ler um acórdão em que a mesma, por vezes, está oculta em jogos de argumentação juridicamente específica.
Esta realidade, em muitas ocasiões, não dispensa intérprete. É por isso que reafirmo que nos jornais, os assuntos judiciários deveriam ser acompanhados por especialistas que entendam bem as regras, algumas delas difíceis, que se aplicam nos processos, aos casos aparentemente simples.
Enquanto tal não suceder, continuaremos a ler cachas altas em que se proclama sem qualquer rebuço deontológico que “Birra na justiça deixa morte sem castigo”.
A primeira vítima desta guerra de cachas para vender papel, tal como na guerra a sério, costuma ser a...verdade. Neste caso, é mais do que isso: é a presunção de inocência, em prol daquilo que alguns apelidam, impropriamente, de... "justicialismo".
Publicado por josé 23:26:00 3 comentários
Está a chegar
Publicado por Carlos 23:08:00 0 comentários
A 6 dias da decisão: já começou o ataque dos conservadores
Publicado por André 20:39:00 1 comentários
A 6 dias da decisão: Obama tenta conquistar os latinos, que são um terço dos votantes no Texas
Publicado por André 20:27:00 0 comentários
A 6 dias da decisão: Obama à frente no Texas
SONDAGENS fresquinhas...
TEXAS
-- Obama 49
-- Hillary 45
(fonte: Insider Advantage)
OHIO
-- Hillary 48
-- Obama 43
(fonte: Rasmussen Reports)
Análise aos últimos acontecimentos do duelo Hillary/Obama em breve na Grande Loja...
Publicado por André 19:43:00 0 comentários
Ensino à distância
O editorial do Público de hoje, da autoria de Manuel Carvalho, sobre a educação e a sua tensa ministra, apetece comentar, porque parece colocar o ponto chave da questão educativa, em Portugal, no lugar da sala dos professores.
Em resumo, a ideia é esta: as reformas educativas em curso, “vegetam há décadas no limbo do conservadorismo e da indecisão”. Deinde, o louvor pela “coragem pelo empenho” com que a ministra as defende. E no entanto, as reformas continuam a deixar muito a desejar e revelam-se um profundo logro. Em quê, afinal, se serão tão urgentes que já tardam há décadas?
No modo de execução das mesmas, no paradoxo que em si transportam, ao afirmarem princípios e valores proclamados mas que não são executados, porque não fazem parte da sua essência. A perplexidade agora manifestada publicamente por milhares de professores, resume o estado geral de estupefacção, perante um autismo notório da ministra que os proclama.
A figura de professor titular, revela-se agora, com inúmeros exemplos, que é uma reforma falhada porque a selecção engendrada pela ministra atrabiliária e seu staff de Valter Lemos e outros, provoca injustiças flagrantes que se contam aos milhares.
Os professores, aliás, já perceberam a essência do problema: poupar dinnheiro no Orçamento do Estado, simplesmente, reduzindo milhares de progressões na carreira e aposentações subsequentes.
O Estado português, gasta milhões na Educação, tanto ou mais que os parceiros europeus e não há meio de descolar da mediocridade, sempre a aumentar de ano para ano. Este governo, julgou encontrar a chave para resolver o problema: atacar uma classe de milhares que depende do Estado, para viver condignamente. Tal como outras, aliás, numa matriz simbólica de contornos algo psicóticos.
Assim, não se trata de uma verdadeira reforma, mas um modo de juntar o útil ao agradável que rapidamente descambou em manifestações muito desagradáveis.
Depois vêm, naturalmente, os problemas de explicação de políticas que naturalmente não podem ser explicadas. Tal como na Saúde. Tal como noutras áreas que envolvem cortes drásticos de recursos financeiros.
A seguir, outra reforma de vulto: a avaliação de professores. Um princípio inatacável, proclamado como incontornável. Surge, porém a questão fundamental e de forma: os professores são avaliados por quem? A ministra que não ri, explicou publica e candidamente que o vão ser ...pelos pares. Antes isso do que pelos superiores intelectos dos universitários ou ainda pelos elevados quocientes que vicejam no ISCTE e outros lugares de culto, manifestou a seráfica ministra.
Ora aqui é que a porca torce o rabo todo enroscadinho. Os avaliadores, afinal, são pares escolhidos pela selecção natural da progressão para a titularidade. E isso , os professores em paridade, não aceitam de bom grado, porque não lhes reconhecem autoridade suficiente para tal, tanto mais que muitos dos avaliadores são de competência duvidosa perante os critérios de aferição básica. Uma medida deste jaez, para ser aceite genericamente, tem de implicar uma credibilidade acrescida. Senão, torna-se evidente motivo de escárnio, mal -dizer e desconforto justificado.
Os problemas da ministra que acabou de entrar no seu labirinto, são por isso de ordem mística: de crença na bondade de medidas políticas erráticas, entendidas como sagradas pela equipa que dirige e julgadas blasfemas pelos alvos a quem se aplicam.
A análise empírica dos problemas, permite ainda lançar algumas dúvidas metódicas:
Como se formam os professores hoje em dia, para as escolas do ensino básico e secundário? Nas Escolas Superiores de Educação, muitos deles.
Pergunte-se a um qualquer professor um pouco mais antigo e com um grau médio de inteligência crítica, o que pensa da qualidade de ensino nessas ESE´s . Vá-se saber quem as criou, alimentou, acalentou e promoveu e depois, vão a um Prós & Contras falar desse problema básico: a formação de professores. Antes de se falar em qualquer avaliação pelos pares.
O mote do programa poderia ser este: o estado do ensino em Portugal, é o espelho do Estado que governa.
Publicado por josé 18:15:00 9 comentários
Jornalismo e Justiça
Do jornal Diário do Minho, uma notícia de relato judiciário, citada pela revista digital InVerbis:
Prosseguindo em tom crítico, o novo presidente da Relação de Guimarães advertiu para a gravidade dos boatos e das notícias falsas, acusando a imprensa de dar «mais relevo a uma novidade isenta de seriedade alguma do que a uma comum certificação que se impõe pela sua verticalidade». Colocando a vida privada e a verdade como valores sublimes na abordagem informativa, António Gonçalves considerou que «o embuste passou a ser manifestação de talento; a mera hipótese passou a ser a exteriorização da veracidade; o equivoco alcança maior fortuna do que a exactidão».
Tudo numa altura em que «particularizadas de cisões dos nossos tribunais têm ultimamente sido mal dadas a conhecer, incompreensivelmente encaminhadas de forma defeituosa para o público anónimo», sentenciou.
Querem um exemplo, concreto, de hoje mesmo, do que fica escrito?
A capa do Correio da Manhã, expõe para todos lerem, uma “birra na justiça deixa morte sem castigo”. E em subtítulo:
“Jovem de 15 anos foi atropelada mas condutor escapou por causa de magistrados.”
No miolo da notícia, assinada por Henrique Machado, dá-se conta de que a “birra na justiça”, consistiu numa divergência de opiniões jurídicas, entre o MP e o JIC, ainda na fase de instrução, preliminar a um eventual julgamento.
O jornalista escreve que o MP, deduziu acusação contra o automobilista atropelante, por homicídio negligente, imputando-lhe o crime com base nos factos seguintes: “ o condutor omitiu deveres de cuidado que devia ter respeitado(...)conhecia o local, sabia estar próximo de uma escola, apercebeu-se da presença do peão mas, apesar disso, animava o veículo com velocidade desapropriada(...), o que não lhe permitiu pará-lo(...) por forma a evitar(...), a violência do embate.”
Perantes estes factos e segundo o jornalista, o juiz de instrução achou que tal não chegava para levar o caso a julgamento. Argumento? Faltava a indicação concreta da velocidade. O MP insistiu no entanto que os factos eram suficientes para admissão a julgamento, e o JIC manteve a decisão que foi objecto de recurso, segundo o jornal, interposto pelo “pai da vítima”.
Onde a birra judicial, então?
Segundo o jornalista, na decisão da Relação de Lisboa, que critica abertamente o MP, apontando-lhe um “incompreensível desprezo pelos interesses em jogo-a morte de uma menor”.
E ficamos assim, a desejar mais informação.
Por exemplo: qual o fundamento do recurso; qual a resposta do MP; qual o entendimento da Relação sobre os factos da acusação e a rejeição da mesma pelo JIC; qual o entendimento jurídico, sobre factos baseados em presunções ( a velocidade do veículo, impossível de medir instantaneamente, só pode presumir-se com um grau de falibilidade imensa que não pode admitir imputações objectivas) etc etc.
Fica, para o público ler, a cacha gorda que enche o cofre. Sobram, para a Justiça, as orelhas de burro e o labéu da lavra do jornalista: “ Tribunal superior acusa magistrado de estragar investigação em guerra com juiz”. "Morte sem castigo por `birra´ judicial"
Guerra? Alguém falou em guerra? Estamos em estado de sítio, de facto, mas no que se refere à informação sobre assuntos judiciais.
No entanto, o estado de sítio, deriva, como refere o presidente da Relação de Guimarães, de um fenómeno crescente e imparável:
um profundo desconhecimento jornalístico e ao mesmo tempo uma permanente arrogância em sobrepor o senso comum, apanhado com dados dispersos, ao conhecimento exacto, preciso e rigoroso das regras e procedimentos com que a justiça se cose, em processos de garantia de direitos e liberdades.
Publicado por josé 12:57:00 24 comentários
O desporto nacional
Finalmente, existe aquela outra razão capital para o luso-maledichote galopante que eu prometi detalhar. Consiste num indivíduo que açambarca e megafoneia de tal ordem todo o bem que se poderia dizer do país, que mesmo todos os outros juntos a debitarem mal não são suficientes para equilibrarem minimamente balança - e a maior chatice é que acumula com as funções de primeiro-ministro.
Publicado por josé 09:51:00 1 comentários
Velhas tácticas: propaganda para iniciados.
terça-feira, fevereiro 26, 2008
Promessa, enquanto substantivo, é uma afirmativa, dirigida a outrém ou ao próprio, no sentido de se cumprir algo. O verbo prometer, significa, por outro lado, obrigar-se verbalmente ou por escrito, a fazer ou dar alguma coisa.
Por exemplo, neste caso concreto, relatado e documentado, de Janeiro de 2005:
José Sócrates prometeu, esta segunda-feira, recuperar no período de uma legislatura os 150 mil empregos perdidos nos últimos três anos pelos governos PSD/CDS-PP, caso os socialistas vençam as eleições legislativas de 20 de Fevereiro.
2. Cartaz de propaganda.
Cartaz é um suporte, geralmente em papel grande, contendo um anúncio, afixado em lugar público.
Já propaganda, é um substantivo que refere o acto ou efeito de propagar. Pode ser uma doutrina ou uma ideia qualquer. Uma mentira também. Um desejo inalcançável. Uma aldrabice, por suposto.
Por exemplo, fazer passar a ideia de que um partido político, em véspera de eleições, tem como objectivo concreto e realizável, recuperar 150 mil empregos perdidos pelo partido rival.
Mensagem subliminar: os 150 mil, estão no papo de todos, se votarem em nós, em vez dos outros que os deitaram a perder.
Aldrabice, em bom português, é uma patranha. Uma trapaça. Política, se referida a um objectivo político.
O exemplo anterior serve perfeitamente, como modelo:
Num cartaz de propaganda política, um partido fixa um objectivo que o dirigente máximo desse partido, apresentou publicamente como uma promessa.
Não conseguindo o objectivo, uma vez tomado o poder de os recuperar, e por incompetência política, a aldrabice ressalta à vista de todos, como uma promessa incumprida.
E nem é preciso ter feito a quarta classe antiga. Basta ter frequentado qualquer curso das Novas Oportunidades...ou ler certos blogs de propaganda.
Publicado por josé 16:13:00 10 comentários
Perder o Norte
Desta vez, foi em Lisboa, às portas de uma televisão, onde o famoso costuma gastar horas de palavras soltas, a comentar jogos de futebol e assuntos de bastidores.
Secundando observações judiciosas, no índex, "não se admite, nem remotamente, que neste momento não tenham confluído já para o local o piquete da PSP e, quiçá, o procurador-adjunto de turno e que não tenham já feito o reconhecimento do local, recolhido todos os vestígios de cristas papilares e buscas dos barrotes utilizados na agressão."
Publicado por josé 14:54:00 2 comentários
A profissão de fé.
Vital Moreira assina hoje no Público, um artigo de meia página, com duas colunas e meia, em que declara a sua fé inabalável no virtuosismo da esquerda. Para tal, menciona a palavra “esquerda”, vinte uma vezes, incluindo as dos títulos do artigo.
Vinte e uma vezes, para afirmar a ideia de esquerda, em parágrafos como este:
“a esquerda não pode sacrificar a sua perspectiva própria a uma visão tecnocrática, alheia aos seus valores políticos, culturais, ambientais, etc” .
E dá exemplos seguidos, da ideia de esquerda:
A modernização de infra-estruturas, deve levar em conta a ideia de esquerda de defesa do ambiente e coesão territorial; a modernização da economia, para além do aumento da produtividade, tem de levar em conta a ideia de esquerda de “luta pelo emprego e pela sua qualidade e justiça nas relações laborais”; outrossim pela ideia de esquerda de “ obrigações de serviços públicos” nos “serviços de interesse económico geral”.
A modernização da administração pública, tem de assegurar a ideia de esquerda, de melhoria dos serviços públicos para toda a gente. A modernização do sistema político não pode “perder de vista” a ideia de esquerda, “de renovação da democracia, o incentivo a uma maior participação, o aumento da transparência e da responsabilidade política e a descentralização territorial”.
Mas, quanto a esta ideia de esquerda, a pedra de toque continua a ser a “modernização do Estado Social”. Aí sim! A Esquerda esplendorosa, manifesta-se em toda a sua magnificência, para se distinguir da direita vil e apagada que de tão triste, só mostra a cara no “neoliberalismo”. Por isso, a luta da esquerda contra a direita, continua a ser o caminho certo do politicamente correcto.
Com uso da linguagem adequada. Neste caso, vinte vezes, em poucas palavras.
É esta a concepção que Vital Moreira tem da ideologia política, da Esquerda e da Direita.
Tal como os antifascistas só vivem da luta contra o fascismo, também a esquerda vitalícia não prescinde de mitos e lutas contra moinhos de vento.
Com uma pequena correcção, agora introduzida por Vital: entre a esquerda, há também a chamada “ tradicional”. Não a define, só lhe chama tradicional, apontando-lhe o vício do conservadorismo (!) por se opor às reformas profundas, encetadas por esta esquerda moderna que defende os serviços sociais do Estado como uma obrigação pública de “satisfação de direitos sociais de todos, aliás constitucionalmente garantidos” e que garantem o “bem.-estar, a coesão social e a igualdade de oportunidades.”
Eis, aqui, brevemente explanadas, as ideias da esquerda moderna em pouco mais de vinte palavras resumidas.
Ficamos todos mais inteirados, sobre a ideia de esquerda e do que significa tal conceito.
É por isso que devemos considerar a Alemanha, a França, a Espanha, a Itália e mesmo os países nórdicos, como sendo países de esquerda.
Que figura!
Publicado por josé 10:58:00 3 comentários
No "prós & contras" defende-se a "promoção automática" dos alunos (whatever it means). definitivamente ...
Publicado por contra-baixo 00:23:00 3 comentários
Incentivos transplantados
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
Não obstante, essa importância, foi recebida pelo médico cirurgião, como benefício marginal, derivado da circunstância de continuar como médico dirigente, do hospital Curry Cabral, e não por qualquer intervenção prática ou teórica em operações efectuadas. Esteve alhures, durante esses transplantes, sem espiga alguma, no entanto, porque assim ficara definido.
Este sistema de "benefícios" relativos aos transplantes, foi instituido em meados dos anos oitenta e são obviamente uma mina para os médicos, a cargo do Estado. São "dados aos hospitais", explica Maria de Belém, a roseira socialista que foi ministra da saúde. No caso do Curry Cabral, o conselho de administração, generoso, entrega às equipas, 48% dos incentivos vindos do Orçamento do Estado. Que acrescem às generosas remunerações do trabalho prestado, mesmo em horas quase sempre extraordinárias.
Esta história foi contada na revista Visão de 7.2.2008. Assinada por J.Plácido Júnior e motivada por alguém que Eduardo Barroso, acaba de apelidar "badameco encomendado" ( uma espécie de mabeco, como é timbre dos insultos cor de rosa).
Eduardo Barroso até nem queria tanto. Chegou a dizer ao badameco da reportagem que os prémios, eram de facto, "exagerados". E era preciso rever a lei dos "incentivos" que a roseira tem deixado intocável, desde os tempos de Maldonado Gonelha.
Mesmo assim, na entrevista que deu hoje a uma televisão, Eduardo Barroso, emocionadamente indignado, comentou que se demitira das funções de presidente da Autoridade para os serviços de Sangue e Transplantações ( Irá ter coragem para assumir o cargo de direcção no Curry Cabral? ), apresentado um razão demasiado prosaica:
"Não estou disposto a ser enxovalhado por um qualquer badameco encomendado".
E teceu depois, considerações esparsas sobre as calúnias que o primeiro dos ministros anda a sofrer, coitado, e que nem sabe como aguenta. Ele, porém, é que não aguenta tal coisa- e deu um murro na mesa.
O cirurgião Manuel Antunes e a sua equipa de Coimbra, relativamente a "incentivos", para transplantes renais e de coração, nada recebem. Sente-se credor, no entanto, de 2,3 milhões de euros, pelos incentivos de cem transplantes de coração, realizados, desde 2003.
Publicado por josé 23:29:00 3 comentários
O país das maravilhas...
...é este, aqui retratado. Um país de um certo grupo, contentinho de si e dos seus extraordinários feitos que, tudo o indica, tirará o país do atraso endémico em que foi mergulhado e finalmente o levará para o pelotão da frente, sempre prometido, nunca alcançado. No Sábado, reuniu no Centro de Congressos de Lisboa, com o seu líder, primeiro-ministro, em mais uma edição do Fórum Novas Fronteiras. O nome, é emprestado. O símbolo, vazio de sentido.
Imagens: Correio da Manhã de ontem.
Publicado por josé 23:01:00 0 comentários
A caminho da decisão: Obama e Hillary empatados no Texas
SONDAGENS fresquinhas para as primárias de 4 de Março:
TEXAS
-- Hillary 46
-- Obama 45
OHIO
-- Hillary 47
-- Obama 39
VERMONT
-- Obama 57
-- Hillay 33
RHODE ISLAND
-- Hillary 53
-- Obama 38
(fonte: Ramsussen Reports)
Publicado por André 19:37:00 0 comentários
Um legislador na pele de sujeito passivo
Paulo Pitta e Cunha, um catedrático de gema do nosso sistema jurídico-político-administrativo-universitário-conferencístico, e outras comendas que o extenso currículo atesta, teve um pequeno desaguisado com o Fisco nacional.
Paulo Pitta e Cunha, é um eminente especialista na matéria e o Público de hoje até lhe atribui a paternidade da própria legislação que agora o tramou.
Por coisa pequena e relacionada com desentendimentos sobre matéria colectável em sede de IRS e que gerou uma dívida de juros de mora. E tudo originado, numa recepção falhada de correspondência...
Paulo Pitta e Cunha, indignou-se com o Fisco e com a lei que ele mesmo gizou, apesar de inspirada nos modelos europeus.
O Público conta assim a história, na primeira pessoa e que é de proveito e exemplo:
A nota de liquidação de IRS tinha, de facto, sido enviada em Agosto de 2006, mas como o contribuinte estava de férias, não se encontrando ninguém em casa, foi devolvida pelos correios à DGCI.
Publicado por josé 16:16:00 3 comentários
Jogos de poder informar
Publicado por josé 10:14:00 11 comentários
O legislador singular
domingo, fevereiro 24, 2008
Sobre o modo como se legisla em Portugal, mormente o papel do chamado poder legislativo, mesmo o delegado, nada melhor do que a leitura da entrevista de Joaquim Caldeira, ex-inspector geral de Jogos, ao jornal Sol desta semana, sobre o Casino de Lisboa e a génese da polémica que atinge o governo de Durão Barroso, quando Santana Lopes, era presidente da Câmara.
Joaquim Caldeira que foi inspector de Jogos durante 20 anos, narra com pormenor de historiador, o percurso de uma lei peregrina que acabou por entregar a um privado, o edifíco do Casino de Lisboa, gerido por um outro privado, no caso a Estoril Sol, representada então e agora, por Mário Assis Ferreira, segundo Caldeira.
Segundo Caldeira, José Luis Arnaut avocou o processo desde o início e as negociações decorreram sempre entre ele e Assis Ferreira. “Eles é que acordaram as condições que deviam presidir à instalação do novo casino.”
E agora repare-se como é que nasce uma lei, em Portugal:
[Tomei conhecimente dessas condições] “Quando me chegou a primeira minuta do ante-projecto, para a Inspecção de Jogos (IPG) fazer a redacção final do diploma que criava o casino. Aí estavam apenas as condições que foram estabelecidas e acordadas nessa negociação. E estava expressamente dito que o casino não era reversível para o Estado e seria propriedade plena da Estoril Sol.”
Fica esclarecida, com esta passagem, de quem é a verdadeira responsabilidade pelas negociações tenderem a conceder a um privado o que era então público.
Mas, no diploma não ficou isso explícito, porque Caldeira, afinal, cometeu um lapso, assumido pelo próprio. Que lapso?
“Nessa altura eu tinha a convicção de que só quando os bens fossem reversíveis para o Estado é que havia necessidade de a lei o dizer expressamente. Não o dizendo, significava que não eram reversíveis. Fui eu, então, por minha iniciativa que retirei do texto do projecto-lei a expressão : “...pelo que o mesmo Casino não é reversível para o Estado, no final da concessão. Foi um lapso de que, aliás, só me apercebi mais tarde, quando a lei (15/2003) já estava publicada."
E explicando melhor o lapso:
“Analisei o anteprojecto à luz da lei do jogo de 1989 ( e que já não estava em vigor)na qual se determinava que os casinos só revertiam para o Estado se os respectivos diplomas o dissessem expressamente. Considerei, por isso, que era uma redundância escrever no diploma que o edifício do Casino de Lisboa seria reversível para a Estoril-Sol. E eliminei a frase do projecto.”
E para que não restem dúvidas, põe o ponto final onde deve ficar: “ O dr. Arnaut é a peça fundamental neste processo: se o contrato é bom para o Estado, devemos agradecer-lhe; se não é, muito mal dr. Arnaut.”
E fica deste modo explicada a alteração à lei do jogo, operada em 2005, pelo governo de Santana Lopes, pela mão de Telmo Correia. Mas esta, é outra história.
A que importa aqui reter, é apenas este assunto da maior importância: há leis em Portugal, com influência na vida de milhares ou milhões de pessoas, que sendo aprovadas pela Assembleia da República, depois de terem sido Propostas de Lei, Projectos de Lei e até projectos de Propostas de lei, apresentadas pelo Governo ou gizadas na própria A.R afinal, se revelam leis de uma pessoa só.
Como afinal, foi o caso da lei do jogo de 2003, alterada em 2005.
Muita gente pode observar que não há nada de especial nesta maneira de legislar. Pois não. O problema é que os envolvidos, às dezenas, em boa parte dos casos, aceitam de bom grado e sem grande escrutínio, o que uma pessoa apenas, afinal...legislou.
Publicado por josé 23:20:00 3 comentários
A caminho da decisão: Hillary, já em desespero, critica Obama em termos nunca vistos até agora no duelo democrata
e a reacção, bem mais serena, de Barack Obama:
Publicado por André 20:44:00 3 comentários
Jogos de poder
A questão essencial, permanece: o DIAP do Porto, portou-se bem, de acordo com a lei e os princípios da isenção?
Segundo a conferência de segunda-feira, parece que sim, mas a exiguidade de explicações, não permite aquilatar, à generalidade da opinião pública e até aos jornalistas, o que realmente se passou.
O Ministério Público, continua com um défice de comunicação eficaz, o que redunda em equívocos e desinformação para o público que tem o direito de saber o que se faz e como se faz, na investigação criminal. Até porque, como se dizia dantes, só a verdade liberta.
Parece que há medo de comunicar e percebe-se esse medo, quando qualquer passo em falso, redunda em procedimentos de natureza disciplinar e prejuízos para a carreira dos visados. Quer dizer, no exercício da liberdade de expressão, os magistrados , ainda têm muito para desejar.
E nos tempos que correm, de matriz italiana, a prudência parece ser o menor dos males.
Publicado por josé 13:43:00 22 comentários
Observatório 2008: o debate do Texas
sexta-feira, fevereiro 22, 2008
Publicado por André 20:07:00 2 comentários
Observatório 2008: Hillary responde a Meredith Vieira
Publicado por André 20:05:00 0 comentários
Metáforas e parábolas
Este vídeo do YouTube, é uma lição do reino animal. É do parque Kruger, na África do Sul e mostra uma disputa, entre búfalos, leões, crocodilos e...vale a pena ver até ao fim. São apenas oito minutos que definem o carácter e a coragem no reino animal.
O video circula por mail e na mensagem, alguém escreveu:
no YouTube, transformou-se num dos grandes fenómenos do portal, atraindo
até ao momento mais de 10 milhões de visualizações.
O vídeo enviado pelo usuário Jason275 e filmado pelo turista David
Budzinski mostra a batalha de um grupo de búfalos contra leões em plena
savana, na reserva de Kruger, na África do Sul.
Sem os recursos técnicos de um documentário real, Budzinski filmou durante
oito minutos, com sua câmera tremida, uma cena que documentaristas não
tiveram a sorte de capturar, conforme noticiou o Guardian Unlimited.
No início do vídeo, um grupo pequeno de búfalos passeia tranqüilamente, com
um filhote entre eles. Mas, quatro leões se esgueiram e armam uma emboscada,
capturando o filhote e jogando-o na água.
Em uma rápida investida, crocodilos tentam ficar com o pequeno búfalo,
contudo os leões conseguem tomar a presa de volta. Os búfalos, que
aparentemente tinham ido embora, retornam depois de alguns segundos com
toda a manada, prontos para resgatar o filhote, que surpreendentemente se
levanta e caminha para a proteção.
Na seqüência as presas se tornam os caçadores. Os leões são postos para
correr.
A cena é tão inusitada que o vídeo é um grande sucesso e já atrai a atenção
da televisão. O vídeo também sendo declarado como o vídeo favorito de um
dos fundadores do YouTube
A popularidade do vídeo está crescendo dada a grande veiculação do link na
mídia internacional: dia 9 de agosto a BBC noticiava 9,5 milhões de
acessos,e hoje, dia 23 de agosto, o vídeo já foi visto quase 15
milhões de vezes.
Publicado por josé 14:39:00 5 comentários
O poder na informação
Só desse modo se entende a pífia entrevista que fez ao primeiro-ministro, com outro enlaçado da nomenklatura da informação, a saber, Nicolau Santos. Este, define as notícias que têm interesse para o público, no Expresso.
Na informação em geral, pouca coisa há, mais triste, do que verificar quem são os aparatchicks do status quo. Jornalistas que se prestam a obliterar informação, em favor do poder, porque se identificam com os interessados. Nem precisam de recados, porque são eles quem amavelmente se presta ao serviço, sem necessidade de intervenção central.
São eles, em relação ao poder que agora manda, os actuais Dutras Farias, ou João Coitos, de outros tempos, embora sem a categoria intelectual ou até o carácter destes últimos. São a antítese do jornalismo, porque são tarefeiros da ortodoxia do poder político que desvirtua a informação em favor da propaganda.
Agora, até o 24 Horas, de Pedro Tadeu, descobriu os laços e deu conta dos nós.
Coitados de nós.
Publicado por josé 14:06:00 6 comentários
JOSÉ
quinta-feira, fevereiro 21, 2008
E agora, José ?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?
E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio e agora ?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José !
Sozinho no escuro
qual bicho do mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, para onde ?
Carlos Drummond de Andrade
Publicado por contra-baixo 22:45:00 4 comentários
Pareceres a esmo; dinheiro a rodos
Sobre os pareceres solicitados pela Câmara Municipal de Lisboa, de António Costa, aos três jurisconsultos mediáticos- Jorge Miranda, Marcelo Rebelo de Sousa e Vital Moreira-andei a pensar durante a tarde o que poderia escrever agora.
Afinal, está tudo escrito, já. E por autoridades na matéria: precisamente aqui, num local insuspeito, subscrito por um advogado- Carlos Antunes- de uma sociedade de advogados-a Simmons & Simmons Rebelo de Sousa ( soa uma campainha, não soa?).
Então fica aqui, integralmente, o retrato da nossa miséria. Que é moral, intelectual, de carácter, de qualidade e de competência. Somos um país de opereta, que elegemos perfeitos diletantes que não pescam um boi daquilo que supostamente deveriam perceber.
Só uma indicação: o site da CML, não tem indicação precisa do número de assessores, juristas, e entendidos nestas matérias. Porventura, são às dezenas; porventura custam milhares. Ainda assim, a parecerística de encomenda, tem futuro assegurado, nesta delapidação de recursos públicos, a cargo de diletantes que usam e abusam da paciência do povo que os elege, com base em promessas. Torna-se claro que esta história dos pareceres encomendados às luminárias do costume, é um escândalo. A. Costa, segue, aliás, a rotina inaugurada pelo governo a que pertenceu: não se sabe o que fazer? Pede-se um ( vários, melhor dizendo) parecer. Pago a peso de ouro, aos do costume. É portanto, um escândalo, que nunca veremos denunciado em qualquer causa nossa. Et pour cause...
Fique porém, uma certeza: esta gente ganha balúrdios, com estas brincadeiras de diletantes. E quem paga é o contribuinte. Todos nós. E outra dúvida ainda: até quando, continuará esta debanda de valores, esta tripa-forra, à custa de todos e em proveito de alguns, muito poucos?
O mercado dos pareceres e dos estudos e a corrupção
No Orçamento de Estado para 2008, se a regra ao nível da despesa com o pessoal é de alguma contenção, já o montante previsto para a prestação de serviços de consultadoria provenientes do exterior dispara, revelando uma subida surpreendente.
Efectivamente, para o ano de 2008, no subsector Estado e nos serviços e fundos autónomos o governo decidiu reservar 190,3 milhões de euros para a rubrica «estudos, pareceres, projectos e consultadoria» ou «outros trabalhos especializados», valor que representa um acréscimo face ao orçamentado em 2007 de 63,5%, aumento que se eleva para 76,1% se nos ativermos apenas aos serviços sem autonomia financeira.
A este propósito, será conveniente relembrar a recente notícia de que o governo remeteu nada menos do que cinco (!) pareceres subscritos por professores de Direito Económico/ Fiscal ao Tribunal Constitucional, que tinha sido chamado a pronunciar-se sobre a constitucionalidade da Lei de Finanças Locais, aprovada pelo Parlamento e que o presidente da República; submeteu à apreciação do Tribunal Constitucional antes da sua promulgação, vindo posteriormente a saber-se que cada um desses pareceres custou 30.000,00 euros ao erário público (isto é, aos cidadãos contribuintes), sendo que numa das últimas edições da revista «Visão» esta realçava quão profícua é a actividade dos pareceres jurídicos, cuja remuneração unitária se situa entre 10.000 e os 75.000 euros, ao ponto de um ilustre fiscalista (Saldanha Sanches) ser acusado de que o seu chumbo nas provas para professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa se devia ao interesse de alguns membros do júri de, por essa via, tentarem impedir o seu acesso ao «mercado dos pareceres».
Afinal, o que são e para que servem os pareceres e os estudos?
A localização do novo aeroporto serve de exemplo perfeito para ilustrar a irrelevância dos mesmos – discute-se a necessidade de uma nova infra-estrutura aeroportuária há mais de 30 anos, mas é nas vésperas da «decisão política» que os estudos de universitários e técnicos, antes calados vá-se lá saber por quê, encontraram novo fôlego e dinheiro para, num par de meses, descobrirem e aparecerem a defender milagrosas soluções que em mais de três décadas nunca ninguém descortinou. O que nos ensinaram estes novos estudos sobre a localização do novo aeroporto? Estamos mais bem informados? Claramente que não. Em vez de darem respostas, enchem-nos de dúvidas, tentando em primeiro lugar destruir os outros estudos, impossibilitando que a decisão final seja tomada de forma minimamente racional e consensual.
A importância de tais estudos e pareceres resulta, assim, apenas de terem conseguido gerar um «mercado original, não de criação de valor, mas de mera troca de dinheiros públicos» que influencia decisivamente as relações entre governantes e dos autores de tais estudos, funcionando num primeiro momento como defesa das tomadas de decisão dos políticos no exercício de funções governamentais e, por outro, na respectiva derresponsabilização quando as opções se revelem erradas.
Ou seja, a decisão governamental que se tem por eminentemente «política» e não é, por isso mesmo, «neutra» (por alguma razão a legitimidade dos governantes assenta no voto em eleições) passa a subordinar-se a meros critérios de pretensas tecnicidade, imparcialidade e independência.
Sabe-se como tudo isto funciona – o governante, porque tem total liberdade de escolha (não é certamente por acaso que o novo bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho Pinto, veio defender «a realização de concursos públicos para a contratação pelo Estado de serviços de advocacia» como forma de pôr cobro a «situações de promiscuidade entre o poder político e alguns escritórios de advogados» – entrevista ao «Público» de 09.12.07), começa por comprar a imparcialidade, a independência e a tecnicidade de um ou mais «juristas, economistas ou engenheiros ilustres» (sim, tudo isto, tecnicidade, imparcialidade e independência também estão à venda, como se pode comprovar pelo estudo da Confederação da Indústria Portuguesa, CIP, sobre a localização do novo aeroporto, que defende que toda a população de Cascais, de Sintra, de Lisboa e da margem direita do Tejo atravesse o rio para chegar ao aeroporto, ter tido como um dos financiadores a empresa que detém o monopólio das pontes sobre esse rio). Esses «juristas, economistas ou engenheiros ilustres», a troco dos elevados montantes auferidos, predispõem-se a receber os recados daqueles e a estudar e a apresentar a solução formatada à decisão já pré-determinada (paradigmático do que acabo de afirmar é o caso do estudo de sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde, SNS, encomendado pelo actual titular da pasta da Saúde que, entre outras medidas, propôs o fim da ADSE, e cujo presidente da comissão de peritos autora do referido estudo, quando questionado sobre o fim da ADSE trazer para o SNS 1,3 milhões de portugueses, o que deixaria debilitado o sector privado dependente de convenções, e sobre se o SNS teria capacidade para dar resposta ao acréscimo destes utentes, teve a suprema lata de responder «nós não estudamos até ao fim todas as consequências das medidas, nomeadamente das implicações financeiras, que sugerimos»).
Por fim, o último elo da cadeia deste mercado funciona quando os governantes deixam o exercício das respectivas funções, ao encontrarem de imediato emprego nas sociedades de advogados, gabinetes de engenharia e empresas a quem anteriormente adjudicaram tais estudos e pareceres.
Os governantes começam por ser eleitos pelo voto dos cidadãos em eleições suportadas financeiramente por estes, posteriormente os mesmos cidadãos enquanto contribuintes pagam os estudos e pareceres que sustentam a decisão política dos ditos governantes, para finalmente estes, através do «abuso de poder», do «compadrio» e do «tráfico de influências» transferirem, por via desse mercado, dinheiros públicos para a órbita dos privados, sem qualquer poder de escrutínio por parte dos cidadãos-contribuintes.
Se isto não é «corrupção no sentido de subtracção de dinheiros do Estado em favor de privados», então já não sei o que é corrupção.
A questão é que em Portugal não existe um Estado independente do bloco central da governação (PS e PSD) e muito menos dos negócios que o apoiam e sustentam: da banca, da energia e da construção civil às grandes empresas de consultoria e gestão, de engenharia e projectos, e às sociedades de advogados.
Nota de correcção:
O sítio de pesca, é um lugar de publicitação de recursos humanos, com uma revista digital que publica crónicas avulsas, como é o caso da do jurista Carlos Antunes.
Não desmerece nada, no entanto.
Seria, apesar disso, curioso, saber o que pensa realmente uma sociedade de advogados como a Simmons & Simmons, prestigiada internacionalmente e com currículo de muitos anos, do caso concreto.
Não poderia alguém da dita cuja, dar um parecer sobre o assunto, em modo de crónica de jornal?
É que tirando o caso único de Marinho e Pinto, bastonário dos advogados, não se lêem outros advogados, a assumir o problema do modo apresentado: um escândalo nacional.
Publicado por josé 21:53:00 6 comentários
Observatório 2008: Obama vence primárias fora dos EUA
Já há resultados definitivos das primárias globais entre os democratas que residem fora dos EUA. Obama volta a vencer, ganhando ainda mais balanço para o Texas e Ohio, a 4 de Março:
FORA DOS EUA (22 delegados)
-- Barack Obama 65% (15 delegados)
-- Hillary Clinton 32% (7 delegados)
-- John Edwards 2%
-- Outros 1%
Publicado por André 18:42:00 0 comentários
Observatório 2008: o discurso de Obama após a vitória no Wisconsin - e já com o Texas no horizonte
Publicado por André 18:22:00 0 comentários
Observatório 2008: Jon Stewart faz a análise mais divertida e, também, a mais certeira sobre os falhanços de Giuliani e Clinton
Publicado por André 18:17:00 0 comentários
Parecerística de blog
O presidente da edilidade, o esclarecido A. Costa, em tempos, numa ideia de profunda peregrinação, demonstrou o contra-senso dos transportes automóveis citadinos, nas vias rodoviárias lisboetas, comparando os tempos de percurso, entre um veloz Ferrari e um animal de estimação, no caso um burro, galhardamente seguro pela rédea do futuro edil.
Desta vez, apoucado na decisão do fiscal das Contas públicas, já promete recurso da fiscalização. Para quem? Isso é o que se vai ver. No entretanto, já deu de barato que a coisa não fica assim. Pode lá ser, um tribunal de nomeados políticos, chumbar assim, uma decisão política e ainda por cima, por estritos critérios técnicos!
Para já, segundo noticia o Público, já consultou juristas. Ontem. Os maiores dos media tradicionais e mesmo dos informais: Jorge Miranda, Marcelo Rebelo de Sousa e o incontornável Vital Moreira, do blog da causa.
A todos terá pedido parecer jurídico, sobre a viabilidade de fugir a este controlo do T.Contas, já decidido de modo desfavorável.
Ainda que seja deconhecido o parecer dos dois juristas sobrantes, a saber, os da faculdade de Direito de Lisboa, especialistas em direito constitucional, quanto ao jurista da causa, já sabemos de antemão, o teor do parecer, porque o mesmo já o exarou sumariamente, na causa sempre em aberto:
"Resta saber se uma tal apreciação sobre o mérito do plano municipal, que se traduz num escrutínio jurisdicional sobre as escolhas orçamentais do município, cabe no poder do TC de verificação prévia da legalidade dos empréstimos."
Resta saber?! Mas então... se não sabe, por que pergunta?
Para ganhar algum?
A Câmara de Lisboa, segundo se conta, deve as penas aos pássaros, mas ainda tem dinheiro, certamente a crédito, para pagar pareceres milionários ( não fazem por menos, os jurisconsultos apontados, certamente) a indivíduos, cuja opinião é sabida de antemão: contra e sempre a favor de quem lhe encomenda o parecer.
Para isso, - para dar pareceres- , é que servem os juristas, assessores inúmeros e reputados advogados que se deambulam pelos corredores da autarquia.
O próprio António Costa, licenciado por universidade a sério, jurista pós-graduado em estudos europeus, advogado, não sabe nada destas coisas?
Isto é sempre a mesma pândega. Ao menos no caso do Vital Moreira, ainda podiam poupar uns cobres: já sabemos o que pensa e o que vai dizer no parecer. Para quê pagar, o que podemos aproveitar de borla?
Publicado por josé 12:39:00 4 comentários
Observatório 2008: Hillary em queda livre
DUELOS NACIONAIS:
Obama-McCain: 47/40
Hillary-McCain: 38/50
(fonte: Reuters/Zogby Poll)
É simples: se a «elegibilidade» for a chave no campo democrata -- como foi, sem dúvida, no lado republicano, Barack Obama será o nomeado.
Definitivamente, o último mês está a correr muito mal a Hillary Clinton.
Publicado por André 01:02:00 2 comentários
Três anos de novas oportunidades. Perdidas....
quarta-feira, fevereiro 20, 2008
Mais uma vez, o humor ácido do Dragão:
Escandalinhos da Porcalhota
Quero declarar aqui, solenemente, o seguinte:
Publicado por josé 18:41:00 3 comentários
Os mitos também se abatem
A verdade costuma vir da boca dos simples. É o caso.
Sobre o Fidel Castro que vamos deixar de ter, o presidente brasileiro Lula da Silva disse ontem o essencial: "O grande mito continua. Fidel é o único mito vivo da história da humanidade." Depois da mitologia grega (Atena, Hermes...), romana (Minerva, Juno...), viking (Odin, Valquírias...), temos a mitologia cubana. Com os seus mitos mortos (a liberdade, o trabalho...) e o seu único mito vivo: Fidel Castro.
Os mitos vivos são seres todo-poderosos. Umas vezes sopram as vagas dos oceanos (Neptuno), outras vezes riscam os céus com o trovão (Zeus). O mito Fidel discursava durante oito horas e mandava calar os cubanos no resto do tempo.
Os mitos são péssimos vizinhos de patamar. Quanto mais próximo um mito está de nós mais nos damos conta de um facto terra-a-terra: os mitos existem.
E quanto mais vivo é um mito mais asfixia os humanos e lhes dá vontade de partir. Azar, o mito não deixa. |
Espero pela verdadeira crónica, sobre o desaparecimento da figura mítica e do seu contexto, mesmo por cá.
Publicado por josé 15:56:00 2 comentários
Observatório 2008: começa a «cheirar» a Obama «vs» McCain
Barack Obama voltou a ter uma grande noite e somou mais dois triunfos, no Wisconsin e no Hawaii. São já dez vitórias seguidas após a Super Terça-Feira que o tornam, claramente, o favorito do campo democrata para a nomeação.
Hillary está a perder terreno e ontem não conseguia, até, evitar um certo olhar de derrota, apesar do discurso de negação. A senadora aposta, agora, tudo no Ohio e, sobretudo, no Texas. O Texas é um estado com quase um terço de voto hispânico, segmento onde Hillary se tem revelado particularmente forte.
Mas Obama está a conseguir, estado a estado, retirar as vantagens da senadora. No Wisconsin, obteve uma enorme vitória, conquistando segmentos como quem se preocupa mais com a Economia, os homens brancos e mesmo as mulheres até aos 45 anos – tudo bastiões de Hillary até agora.
Começa a ficar muito estreito o caminho da recuperação para a senadora, como facilmente se depreende da contagem de delegados, que abaixo apresentamos. Obama já tem 22 vitórias por estado, ganhou em todas as regiões: em estados ricos, em estados pobres, em estados com maioria de negros (Carolina do Sul, Louisiana), mas também em estados com percentagens de brancos na ordem dos 97%.
Barack mostra-se o candidato mais forte para derrotar McCain e esse factor poderá garantir-lhe a nomeação. Se vencer um dos dois grandes estados que vão a votos a 4 de Março, tem a nomeação garantida.
WISCONSIN
-- Obama 58% (38 delegados)
-- Hillary 41% (27 delegados)
HAWAI
Obama 76% (21 delegados)
Hillary 24% (8 delegados)
CONTAGEM DOS DELEGADOS
-- Obama 1301 (1140 eleitos+ 161 Super Delegados)
-- Hillary 1239 (1005 eleitos+ 234 Super Delegados)
Publicado por André 14:40:00 3 comentários
Emendas
terça-feira, fevereiro 19, 2008
Do Jornal de Notícias, citado nesta incursão:
Publicado por josé 14:14:00 26 comentários
Observatório 2008: será que «ele» pode ajudar à recuperação «dela»?
Publicado por André 01:03:00 0 comentários
Observatório 2008: será que as palavras de Obama têm mesmo um poder transformador?
Publicado por André 01:02:00 0 comentários
A caminho do Wisconsin: Obama cinco pontos à frente
Esta terça-feira, há primárias democratas no Wisconsin. Estão em causa mais 96 delegados.
Obama deverá confirmar o «momentum» que ganhou após a Super Terça-Feira e prepara-se para arrecadar o 12.º estado consecutivo. A menos que Hillary consiga repetir o «sprint» do New Hampshire...
WISCONSIN
-- Obama 47
-- Hillary 42
-- Indecisos 11
(Fonte: Rechearch 2000)
CONTAGEM DOS DELEGADOS:
-- Obama 1302 (1134 eleitos + 168 Super Delegados)
-- Hillary 1235 (996 eleitos + 239 Super Delegados)
(2025 necessários para a nomeação)
Publicado por André 00:50:00 0 comentários
Enlaçados
Em tempos, na RTP1, outra dupla idêntica, deslassada, já o presenteara com perguntas branqueadas, para fazer brilhar um diploma esconso.
Actualmente, são estes laçarotes, quem manda na informação televisiva, nesses dois canais. Coincidências.
Publicado por josé 00:02:00 6 comentários
project-finance...
segunda-feira, fevereiro 18, 2008
Há anos e anos que observamos o fenómeno: as obras públicas custam os olhos da cara e ainda levam o couro e o cabelo. Durante anos, os comentadores maledicentes, apontaram o dedo acusador das crónicas de jornal, aos empreiteiros de obras públicas. Nenhum se acusou e o sistema funciona como sempre: na mais completa omertà mafiosa. A JAE já lá vai, mas ficaram outras que sugam a seiva do Estado, como crias esfaimadas de um monstro invisível.
É mais do que evidente que aqui, há gato. E não está nada constipado...pois até o presidente do Tribunal de Contas afirma com toda a solenidade do cargo que "não aceito fatalismos de que há sempre erros."
E que erros são esses? Estão identificados: falta de qualidade do projecto; alterações e deficiências de fiscalização. E não vai ser a nova legislação que vai alterar este estado de coisas. Pudera!
Um engenheiro com vontade de se doutorar, publicou uma tese académica, onde aborda o assunto. Segundo conta o Jornal de Notícias:
Pergunta: e se em vez de se andar a dourar apitos, já enferrujados, as entidades que investigam criminalmente estes assuntos ( DCIAP e PJ), fossem directamente à fonte desta corrupção evidente? Ainda por cima, os estádios só foram inaugurados há pouco mais de três anos e as obras do Metro parece que nem sequer acabaram...
Como se faz? Há um ditado popular que ajuda muito: quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vêm. Sinais exteriores de riqueza, em relação aos mandantes das obras, executantes, etc. podem ser recolhidos com facilidade, se vontade existir. Mesmo com este processo penal do inimigo.
Se estiverem à espera da quebra da omertà, então podem esperar deitados porque, afinal, já andam a dormir.
Publicado por josé 19:25:00 13 comentários