De quem é a culpa?

Manuela Moura Guedes , jornalista da TVI, entrevistada hoje, pela Visão, expende uns dizeres interessantes sobre o nosso panorama televisivo. Não tem papas na língua e sobre um dos pivots mais conhecidos, não poupa nada nas palavras directas:

Visão- Um dos seus objectos preferidos de insultos, o José Alberto Carvalho, acaba de ser nomeado director de informação da RTP…

MMG-De insultos, por amor de Deus! Não é um insulto chamar-lhe burro. Tratou-se de uma apreciação, não de um insulto…Há duas coisas que as pessoas não têm culpa de ter ou não ter e que influenciam imenso na vida delas: uma é a beleza, outra a inteligência. Ele, coitadinho, não tem culpa nenhuma. E se eu disser “não é brilhante” já estou a ser politicamente correcta? Mas há uma coisa de que não me esquecerei…

Visão- Que é?

MMG- Aquela nódoa de entrevista que ele fez, com a Flor Pedroso, ao Sócrates. Acabei a protestar para a RTP.

Visão- A protestar?

MMG- No final do programa liguei para as relações públicas da RTP e disse que como espectadora, tinha vergonha de pertencer à mesma classe que aqueles dois senhores. Estava toda a gente à espera da entrevista e eles limitaram-se a fazer o jogo do José Sócrates, a darem-lhe tempo de antena.

Visão- Ficou surpreendida quando ele foi nomeado director de informação da RTP?

MMG- Já acho tudo natural. Chegámos a um ponto em que começo a surpreender-me comigo.

Visão- Que ponto é esse?

MMG- O que está a acontecer no país. É premiado tudo o que não devia ser- a falta de espinha dorsal, o carreirismo, o ser cinzento, o politicamente correcto.

Visão- A culpa é de quem?

MMG- De quem faz as normas e de quem não se insurge contra elas.

Ora bem. Então agora, descubram lá, neste organigrama sui generis, aqueles a quem se aplicam os prémios da jornalista.

Não é difícil. Fazem todos o pleno do tipo de profissional que não deveria estar na tv portuguesa, se Portugal fosse outro país: mais moderno, mais civilizado e mais evoluído culturalmente.

No que respeita à informação televisiva, direcção da mesma, programas informativos, entrevistas seleccionadas, com entrevistadores de estalo, estamos entendidos. Confesso: o meu preferido é aquele contentinho de apelido Costa. Transpira cretinice quando aparece na tv. E parafraseando a Manuela, nem é insulto. É apenas uma opinião.

A imagem é da Visão ( é só clicar para ver maior)

Publicado por josé 23:07:00  

1 Comment:

  1. Zé Luís said...
    OK, josé, se bem percebi a Manuela não seria bom exemplo televisivo.
    Contudo, prefiro gente revoltada, no sentido de ter capacidade de se indignar, do que gente acomodada.
    No que toca à entrevista do Sótraques, pois eu achei a mesmíssima coisa da Manuela: um frete ao senhor primeiro-ministro. Logo, jornalisticamente, uma vergonha!
    Neste caso a Manuela teve razão.

    Como tem o josé razão quanto ao Costa.
    Ainda ontem, no jornal da noite da sic, deixaram o Ulrich falar no BPI e as inquetudes bancárias várias. Quanto à crítica, que eu ouvira na rádio a caminho de casa, sobre o comportamento do BdP e do Constâncio, a voz off da peça jornalística referiu que Ulrich as disse. Mas de tantos trechos do discurso do Ulrich logo omitiram aquele em que ele pedia pedagogia e investigação a sério às coisas do BCP.
    Fico fulo com estas coisas.

Post a Comment