idiotas úteis.

Vital Moreira insurge-se, bem, contra aquilo que chama de direita nacionalista, e a patética manif contra o lobby gay. Acontece, que o drama, e o perigo, não estão - felizmente - nessa 'microscópica' direita nacionalista, como Vital sabe muito bem. Como antes o ami Mitterand, nos anos 80 em França, que lançou o Le Pen para ensandwichar a direita, este PS, no poder, deseja ardentemente senão o sucesso pelo menos a maior das visibilidades desse bando de irresponsáveis. Só assim se compreende a viabilização por parte do Governo Civil de Lisboa, de uma manif de cariz declaradamente descriminatório, como esta, como no passado de cariz xenófobo e racista, e a ausência da mais leve crítica, a essa autorização, por parte de Vital & companhia. A malta de Vital acha que a hipotética emergência de grupelhos radicais a berrar sobre os "intelectuais degenerados", os "políticos corruptos", os "comunistas", e a "mentira democrática", trará credibilidade a um sistema caduco. Não traz.

Para terminar, não deixa de ser curiosa esta súbita preocupação com a extrema direita, pela mesma altura em que Almeida Santos disparata sobre Salazar. Há umas semanas hiperbolicamente avisei que nas presidenciais iria valer tudo, o que até no sismógrafo do Inimigo Público foi registado, os factos, esses, andam por aí.

Publicado por Manuel 19:06:00  

7 Comments:

  1. Anónimo said...
    "Como antes o ami Mitterand, nos anos 80 em França, que lançou o Le Pen para ensandwichar a direita, este PS, no poder, deseja ardentemente senão o sucesso pelo menos a maior das visibilidades desse bando de irresponsáveis. Só assim se compreende a viabilização por parte do Governo Civil de Lisboa, de uma manif de cariz declaradamente descriminatório, como esta, como no passado de cariz xenófobo e racista, e a ausência da mais leve crítica, a essa autorização, por parte de Vital & companhia."

    Totalmente de acordo. O azar dos socialistas é que os nazis portugueses são um conjunto de idiotas, em tudo semelhantes nas suas propostas, ao BE. E aqui, o "brilho" dos seus dirigentes tapa-lhes os anseios políticos.

    Mas é interessante vermos em Portugal um poder político que proibe manifestações dos militares, mas permite manifestações fascistas e xenófobas, ao arrepio das regras na nossa própria Constituição.

    É o socialismo nepótico desesperado à procura de uma "Marinha Grande". Mas a população já não é tão analfabeta como então. Nem existe só a imprensa tradicional a permitir outras visões do que se passa em Portugal.
    Conservador said...
    Anos atrás dizia-se que para PR era preciso ser supra-partidário...agora aparece o nónó do Almeida Santos (lembram-se deleem Moçambique?...) a dizer que tem de ser partidário. Esta cambada que nos governa precisava de um excerto...Haja democracia, haja gente que governe bem, que vá ao concreto, que conheça o terreno...
    Anónimo said...
    "Cavaco: retrato de um português muito conhecido"
    "... o dr. Cavaco entrou em cena, afirmando classicamente a imoralidade da política (...) Em 1978, expusera com inteira franqueza, as suas opiniões sobre o assunto na revista Economia: nomeadamente a de que «o político como criatura dedicada à prossecução dos interesses da sociedade como um todo» era um mito. Os políticos, segundo o dr. Cavaco, só se movem por duas ordens de 'objectivos': «o seu próprio bem-estar» e a sua «permanência do poder». Donde resulta, como ele a seguir minuciosamente argumenta, que a política constitui o principal impedimento a que uma sociedade seja bem governada. Num mundo ideal, não existiria política, isto é, não existiria partidos: existiria apenas a vontade de competência (...)Esse 'homem de Boliqueime', que chegava do 'nada', magro e esfomeado, cumpridor e virtuoso, endurecido pelas humilhações e pelos começos difíceis, reflectia a multidão que rilhava o seu ódio aos políticos nas universidades e nos ministérios, nos jornais e nas empresas públicas. Cavaco era a própria essência do arrivismo. Sendo um autêntico reacionário, detestava a burguesia tradicional e proclamava a sua dedicação ao povo: queria o prestígio da autoridade, o amor do trabalho e o fortalecimento da família; vivia obcecado com a sua própria competência, a sua importância e os sinais exteriores da sua dignidade. E não conseguia impedir que transparecesse, sob este já desagradável exterior, uma vaidade ingénua e vertiginosa, que apregoava as suas proezas atléticas, a sua perene juventude, os seus graus académicos, o seu saber, a sua clarividência e até, constantemente, os elogios que recebia do estrangeiro, como se a sua fama, partindo de Boliqueime e parando em Lisboa, fosse o caminho do mundo (...) Ele sente-se como o proverbial menino holandês com o dedo no dique. Se alguém o mover um só milímetro segue-se o desastre. Ceder uma vez significa animar as fúrias e frustrações portuguesas, que já de si andam agitadas. Ele não cede. Dá audiência real à oposição e chama à conversa 'diálogo'. Não se corrige, mesmo quando erra, e, se se corrige, nega que se corrigiu (...)Cavaco supõe que a sua impassividade inspira confiança. Inspira, pelo menos, uma certa apatia e tende a desencorajar as partes queixosas, que se cansam de bater com a cabeça num muro. Ele acha isso óptimo, sem perceber que perde no processo. O principio fundamental do cavaquismo não lhe permite perceber (...)
    [Vasco Pulido Valente, "Cavaco: retrato de um português muito conhecido", in O Independente, 15 de Maio de 1998]
    .............................

    Afinal há muita gente que pensa como Almeida Santos, incluindo gente afecta ao PSD, como Vasco Pulido Valente.
    josé said...
    Subscrevo o escrito de VPV. Subscrevo a essência do que se escreve, diga-se.
    Mas há algum tempo que começo a ter dúvidas e nunca tive a pretensão de nunca me enganar.

    Para mim, o pior de Cavaco, é a sua idiossincrasia, bem esplanada por VPV, mas escondida numa circunstância que temo bem seja real e ainda por descobrir inteiramente: e se Cavaco fosse exactamente o contrário daquilo que afirmou ser?!

    E se Cavaco, afinal, se afirmasse como homem de todas as certezas e todas as medidas certas, para esconder as dúvidas e a ignorância terrível que o assola?!
    Ao longo dos anos da sua governação fui dando atenção ao tipo:
    gosto do seu apego à essência de um Portugal antigo, de valores como a honestidade. Não gosto que tenha deixado medrar, mesmo á sua volta e com toda a certeza mesmo debaixo do seu nariz de farejador de oportunistas,certos indivíduos que ele mesmo trouxe para a ribalta, por via do partido que alguns dizem que o tipo tanto execra.Claro que falo de Dias Loureiro, para ficar aqui tudo clarinho. Mas há muitos outros.

    Quanto ao partido, Cavaco parece-me até que terá a medida certa: o partido para ele, conta, ao contrário do que o melífluo Almeida Santos, com efeitos retóricos, quer deixar passar. Mas conta, como deveria contar para toda a gente: o partido não é , para Cavaco uma máquina de assalto ao poder como disse António Borges. O partido, para Cavaco, será uma forma de as pessoas se reunirem e conquistarem votos em eleições, para governar.E depoois do partido haverá outros partidos e quem manda neles deve revezar-se, periódica e frequentemente.
    Se for assim, Cavaco tem razão e nesta matéria nunca se enganou- e ainda bem.

    Mas há ainda uma circunstância que me repele a ideia de Cavaco presidente: é a simbolizada pelo episódio do bolo rei no Natal.
    Cavaco, nessa altura, já andaria com muitas dúvidas sobre a sua popularidade e alguém ( terá sido a Maria sua mulher que dizem ter muita ascendência sobre ele?) e- erro fatal!- admitiu a coscuvilhice das tv´s na sua própria casa!!! Inédito e- suspeito bem-, um sacrífício pelo país: um primeiro ministro que se deixa entrever em família a comer bolo rei e é apanhado com a boca cheia e a mastigar de modo improvável!
    O que esse episódio revela de mais cru, não é o grau de cozedura do bolo: é o grau de educação cívica do putativo candidato a presidente da República. O actual foi educado em escolas finas e vem de famílias seguras e nunca será nem perceberá bem o povo português.
    Cavaco vem do povo mais profundo da nossa terra. É da fibra dos campónios e dos percadores que nunca foram bem educados a usar os talheres de prata e a distinguir os copos de tinto e branco.
    Se por um lado, essa característica me provoca a maior das simpatias e muito apreço pelas características inerentes a este nobre povo e nação valente, temo também que a figura de um Cavaco na Presdiência, e principalmente a sua sempre presente Maria, simplesmente descambe em sucessão de gaffes desonrosas para um estado que já o é desde 1143.
    E este Estado não é só feito de campónios e padrecas. Também teve cavaleiros e nobres, embora uma boa parte destes, resignasse da condição logo no início do sec XIV e entregasse o poder a umas donas leonores teles, acolitadas pelos pinas mou,, perdão, condes de andeiro.
    Em suma, precisamos de alguém que represente Portugal numa reprise da ínclita geração que eram od filhos de D. João I. Precisamos novamente do espírito de um Condestável.
    E não é Cavaco que nem sabe quantos cantos tem os Lusíadas que nos dará esse prestígio e essa nobreza. Nem com a sua Maria que sabe tudo isso, mas de cor.
    Além disso, capónios a liderar um povo já tivemos um- e chegou.
    josé said...
    Explanei mal, mas fica corrigido.
    André Carvalho said...
    Numa sociedade como a nossa, onde os media - na tentativa de aumentarem as suas audiências - apresentam em prime-time, homossexuais estereotipados como atracções circenses, o que ainda me surpreende é a existência de cidadãos que ousam indignar-se.
    josé said...
    REcuso-me e não é só por isso, mas também pela informação e pelos programas desse outro desgraçado chamado Herman, a ver a SIC.
    Nem sinal sintonizado tenho.
    A TVI apanha mal e porcamente e apesar de protestos cá em casa, para se verem as telenovelas portuguesas dos morangos etc., fica mesmo assim: distorcida a imagem e com pouco interesse.

    Esse programa da paneleiragem( não consigo ser politicamente correcto com estas coisas) circense, será mais un degrau que se desce na escada para o fundo.

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