Uma pena
sábado, setembro 17, 2005
Ao autoritarismo jacobino de Mário Soares, seguiu-se, na mesma semana, o jacobinismo senil de Almeida Santos, uma espécie de "vaca sagrada" do "regime", por causa de Cavaco Silva. Na "convenção autárquica" do PS, em Coimbra, o "ex-número dois" da nação comparou Cavaco a Salazar, aparentemente por ele ter dito que se considerava "muito independente" de partidos políticos. Este maravilhoso linguarejar, mais adequado ao evangelista Louçã, irá sendo apurado, tudo o indica, com o decurso do tempo. Tal como Soares, Almeida Santos devia ter um pouco mais de respeito por si próprio e pela sua "história". O caprichismo arrogante e anti-democrático que vêm demonstrando, em vez de desqualificar os adversários, só os diminui a eles e ao que representavam aos olhos dos portugueses. E isso é manifestamente uma pena.
Publicado por João Gonçalves 19:38:00
29 Comments:
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Só não entende quem não quiser entender.
Um []
e também...
como foi a estória do solar em Lagoaça!
ISTO QUE SE SEGUE É QUE INTERESSA AO POVO
Ouvi o discurso de Marques Mendes em Portalegre, numa rentrée política. Uma pobreza de discurso, não há uma ideia AFIRMATIVA concreta sobre nada, apenas críticas gerais e banais ao executivo do PS. Pobre PSD... Merece melhor.
Ouvi também o discurso de Sócrates na convenção autárquica do partido, em Coimbra. Aparte algumas (raras) tiradas comicieiras sobre as oposições, apresentou ideias concretas, como foi a de transferir para o poder autárquico certas funções sociais centralizadas em Lisboa, nos domínios da saúde, educação e assistência aos idosos. Além de defender um novo urbanismo e de explicar que uma cidade ou vila bem arrumada e limpa atrai mais investimento de qualidade.
É bom que alguém diga isto, porque há parolos que julgam que gastar dinheiro na arrumação de uma cidade ou vila, ou aldeia, é dinheiro mal gasto. Basta irmos a Espanha para aprendermos.
O programa POLIS, lançado por Sócrates quando era ministro de Guterres, aí está para mostrar a importância de termos cidades, vilas e aldeias arrumadas e atraentes. Não há bons investidores em choldras terceiro-mundistas.
Ora aqui estão duas grandes reformas por fazer, descentralizar funções do Estado central que os poderes locais podem fazer mais perto das pessoas e arrumar cidades, vilas e aldeias.
Um Estado moderno é isto que deve fazer, partilhar poderes, porque se assim fizer, as funções actuais do Estado central podem ser melhor e mais rapidamente executadas. Poupam-se burocracias centrais e intermédias e atingem-se os objectivos com mais eficácia.
Vamos ter novas grandes reformas, pelos vistos, a juntar às outras que já estão em andamento. Aliás, uma delas, encarnada pelo POLIS de Sócrates, já está em marcha.
Finalmente Portugal vai ter outra cara e outra largueza de vistas. Não era sem tempo. Só espero que o PSD encontre uma nova solução AFIRMATIVA, para no caso de ser Governo não se entreter apenas com negociatas como os dois anteriores (des)governos.
Sá Carneiro, na altura a preparar a AD, criticou fortemente esse aumento. A AD ganhou a seguir as eleições e foi para o governo, com Cavaco Silva em ministro das Finanças. Não tardou muito e fez novo aumento dessas pensões, o que fez com que num só ano essas pensões tivessem aumentado cerca de 45%. Começou aqui o descalabro despesista do Estado.
Mas, como o preço do petróleo entretanto tinha subido muito, de 12$/barril, para perto de 40$/barril, e como Sá Carneiro faleceu no acidente de Camarate, e era depois Pinto Balsemão o primeiro ministro, Cavaco Silva, prevendo mau tempo no canal para a economia mundial e portuguesa abandonou o barco da AD e recusou ser ministro do governo de Balsemão. Este ficou amuado e com o tempo se veria que nunca lhe perdoou este abandono do barco em pleno naufrágio.
A AD, esfrangalhada por lutas intestinas e pela crise económica que levou o país à beira da bancarrota, acaba por perder as eleições em 1983 e dá lugar a um governo de salvação nacional presidido por Mário Soares, com Mota Pinto em vice-primeio ministro. Foi o governo do bloco central.
Mário Soares teve de recorrer ao FMI para resolver a situação, com a ajuda do seu ministro das Finanças, Hernani Lopes. Em 1985 as contas públicas estavam recuperadas e o caso deu brado nos meios financeiros internacionais. Portugal passou a ser um exemplo de bom aluno do FMI.
Mas esta recuperação das finanças públicas custou popularidade a Mário Soares e ao PS, que na altura fez outra grande reforma, a do arrendamento, matéria tabú para os governos anteriores. E o PSD, com Cavaco Silva, sobe ao poder.
Iniciava-se na altura a recuperação da economia mundial depois do choque do petróleo de 1980/81, com a descida forte do preço do petróleo. Cavaco Silva, bem infomado sobre os ciclos económicos, viu que teria um período de vacas gordas para fazer figuraço, até porque Portugal se preparava para entrar na CEE e iria receber chorudos fundos comunitários.
Cavaco Silva passou então a governar com três Orçamentos, o geral do Estado, o dos fundos comunitários e o das privatizações da banca, seguros, etc.
Foi um fartar vilanagem, dinheiro a rodos para distribuir pela clientela, incluindo centenas de milhares de funcionários públicos. O despesismo estatal no seu melhor! Fez obras, sim senhor, incluindo o CCB, que era para custar 6 milhões de contos e custou 40 milhões, segundo se disse na época. O rigor cavaquista no seu melhor!
Anos depois vem a guerra do Golfo, com implicações económicas fortes a nível internacional, e Cavaco Silva, prevendo período de vacas magras e já com ele em andamento, resolveu abandonar o barco e parar de governar e entregou o testemunho ao seu ex-ministro Nogueira. Este perdeu as eleições para Guterres e em 1996 iniciava-se a recuperação da economia mundial. Foi um bom período para Guterres, que continuou o despesismo de Cavaco Silva, já que este último tinha deixado o campo minado por sistemas automáticos de aumento da despesa pública, o MONSTRO cavaquista de que viria a falar Miguel Cadilhe, além de milhares de contratados a recibos verdes no aparelho do Estado, que Guterres teve de integrar nos quadros do Estado para não ter de mandar para a rua gente que há anos não fazia outra coisa senão trabalhar para e dentro do aparelho de Estado.
Foi este o percurso do despesista Cavaco Silva, o que como ministro das finanças da AD aumentou num ano, pela segunda vez, milhares de pensionistas, e o que, como primeiro ministro, aumentou a despesa pública de tal ordem que os défices públicos da sua governação, se limpos das receitas extraordinárias, subiram tanto (chegou a 9% do PIB) que o actual défice das contas públicas é apenas mais um no oceano despesista inventado por Cavaco Silva nos longínquos tempos da AD e continuado nos tempos em que foi primeiro ministro, depois da recuperação heroica dos tempos de Mário Soares e Hernani Lopes, nos anos 1983-85.
É neste despesista disfarçado de rigor que devemos votar para PR? Desculpem, se quiserem propor Hernani Lopes para PR, podem contar com o meu voto. Mas como ele não aparece a candidatar-se a PR, vou votar em quem o ajudou a salvar Portugal da bancarrota provocada pela AD de Cavaco Silva. E esse alguém é Mário Soares.
Estes os factos. E eu voto em factos, não em mitos e miragens. Mário Soares tem um brilhante CV em controlo da despesa pública (governos de 1977/78 e 1983-85). Cavaco Silva tem um brilhante CV no descalabro das contas públicas.
Qualquer economista, se intelectualmente honesto e conhecer um pouco da nossa História recente, rejeita liminarmente este embuste chamado Cavaco Silva. Se ele for presidente da República, como pode ele pregar moralidade económico-financeira quando ele foi e é ainda o pai do MONSTRO? Monstro que agora Sócrates se esforça por abater com as reformas profundas que está a fazer.
Para os mais novos aqui fica a radiografia do embuste chamado Cavaco Silva.
Quanto a Almeida Santos, perguntem aos retornados qual o lugar que a História lhe reserva...
É longo mas vale a pena: escrita brilhante e pormenores fabulosos sobre o "pensamento político" soarista.
Está lá o inefável Almeida Santos, como não podia deixar de acontecer!
Disponível em http://kapa.blogspot.com/2005/09/uma-aventura-com-o-dr-mrio-soares.html
"... o dr. Cavaco entrou em cena, afirmando classicamente a imoralidade da política (...) Em 1978, expusera com inteira franqueza, as suas opiniões sobre o assunto na revista Economia: nomeadamente a de que «o político como criatura dedicada à prossecução dos interesses da sociedade como um todo» era um mito. Os políticos, segundo o dr. Cavaco, só se movem por duas ordens de 'objectivos': «o seu próprio bem-estar» e a sua «permanência do poder». Donde resulta, como ele a seguir minuciosamente argumenta, que a política constitui o principal impedimento a que uma sociedade seja bem governada. Num mundo ideal, não existiria política, isto é, não existiria partidos: existiria apenas a vontade de competência (...)
Esse 'homem de Boliqueime', que chegava do 'nada', magro e esfomeado, cumpridor e virtuoso, endurecido pelas humilhações e pelos começos difíceis, reflectia a multidão que rilhava o seu ódio aos políticos nas universidades e nos ministérios, nos jornais e nas empresas públicas. Cavaco era a própria essência do arrivismo. Sendo um autêntico reacionário, detestava a burguesia tradicional e proclamava a sua dedicação ao povo: queria o prestígio da autoridade, o amor do trabalho e o fortalecimento da família; vivia obcecado com a sua própria competência, a sua importância e os sinais exteriores da sua dignidade. E não conseguia impedir que transparecesse, sob este já desagradável exterior, uma vaidade ingénua e vertiginosa, que apregoava as suas proezas atléticas, a sua perene juventude, os seus graus académicos, o seu saber, a sua clarividência e até, constantemente, os elogios que recebia do estrangeiro, como se a sua fama, partindo de Boliqueime e parando em Lisboa, fosse o caminho do mundo (...)
Ele sente-se como o proverbial menino holandês com o dedo no dique. Se alguém o mover um só milímetro segue-se o desastre. Ceder uma vez significa animar as fúrias e frustrações portuguesas, que já de si andam agitadas. Ele não cede. Dá audiência real à oposição e chama à conversa 'diálogo'. Não se corrige, mesmo quando erra, e, se se corrige, nega que se corrigiu (...)
Cavaco supõe que a sua impassividade inspira confiança. Inspira, pelo menos, uma certa apatia e tende a desencorajar as partes queixosas, que se cansam de bater com a cabeça num muro. Ele acha isso óptimo, sem perceber que perde no processo. O principio fundamental do cavaquismo não lhe permite perceber (...)
[Vasco Pulido Valente, "Cavaco: retrato de um português muito conhecido", in O Independente, 15 de Maio de 1998]
Já vai sendo tempo de deixarem de nos ameaçar com D.Sebastiões que tudo sabem, em vez de procurarem alguém que de facto queira fazer alguma coisa pelo País!
Os retornados ainda estão convencidos que o colonialismo devia continuar?
Valha-os Deus!
Ler: http://homem-ao-mar.blogspot.com
tive ontem um debate com um homem a sério,
o Adelino Faria diz-me pouco,
porque tem aqueles olhos desnivelados, homens com olhos desnivelados são sempre passivos.
Mas excitou-me imenso estar naquele frente a frente com o Carmona... O Carmona é óptimo, levantou-me logo a hormona,
um pouco bexigoso,
mas parece que os bexigosos são todos muito abonados.
Passámos o tempo todo a falar do túnel, e eu a olhar para ele e a pensar "gostava tanto que tu deixasses de falar do Túnel do Marquês e pensasses... no meu túnel".
Querido diário,
como poderei convencê-lo a contemplar o meu túnel?
Eu encolhi-me na cadeira
dei aos ombros,
agitei as nalgas,
deixei descair aqueles meus olhos de gueixa da funerária Servilusa,
e ele... nada.
Quando saímos, fiz uma derradeira tentativa: virei-lhe as costas, e foi então que ele me chamou nomes.
E eu,
isso,
meu machão,
chama-me nomes,
e deixa-me ser já a tua pu*ta...
Querido diário:
Será que um dia ele fará de mim a sua?...
Esqueceu-se de dizer, fê-lo intencionalmente, ou não sabe, que o 'Pai dos Recibos Verdes' - contractos a prazo - verdadeira tortura para os jovens e não só, pela insegurança que lhes cria, nomeadamente a impossibilidade de pedirem um empréstimo para comprar um 'T qualquer coisa' num País onde deixou de haver casas para alugar, foi Mário Soares?
E antes de terminar, porque não se identificou? Tem medo que os vizinhos e/ou os colegas o reconheçam? Sente-se comprometido por emitir a sua opinião?
O seu comentário, embora tendencialmente de cariz partidário, está bem articulado e não enferma de nenhuma atitude agressiva ou vulgar, pelo que - em abono da verdade - não entendo a necessidade de se esconder. A menos que seja um dos 'Boys' a quem, por rifa, saiu um 'Job'.
Se o Cavaco é um embuste, o sr deve ter vivido estes anos todos noutro planeta porque eu vivi sempre cá e o que li nos vários jornais é um bocado diferente do que acima diz. E a senhora aí de cima tb se esqueceu de lhe dizer uma coisa, é que o Sócrates, anda a limpar o caos deixado pelo Guterres, aquele que em noite de eleições abandonou o barco a meio da viagem e deixou os passageiros à deriva.
E tb não lhe disse, mas digo eu, que quem deitou abaixo o 2º mandato do Prof Cavaco foi o seu querido e idoso ex e futuro do mesmo Mário Fundação Soares, com as tais presidencias abertas onde denegria o governo.
E também não disse aos jovens deste país que o Soares, ex filiado na Juventude Comunista Portuguesa traíu os comunistas e é por isso que eles vão votar no Poeta Alegre se o Jerónimo de Sousa desistir.
Aqui está uma histório que este blogue deveria aprofundar...
"Os retornados ainda estão convencidos que o colonialismo devia continuar?"
Os ignorantes da matéria jamais deveriam tocar nela.
Ó grande estúpido: Não se pretendia continuar o colonialismo.
Pretendeu-se, apenas, que a descolonização tivesse sido conduzida por forma a salvaguardar as vidas e os bens dos portugueses e dos angolanos.
Nada mais.
E isso não foi feito.
E os culpados directos e coveiros, entre outros, foram o Mário Soares, o Almeida Santos e o Rosa Coutinho.
Percebes ou comes palha?
Acordei hoje toda arrepiada,
o Carmona quer voltar a debater-se todo comigo,
mas só na condição de eu lhe apresentar o meu programa,
ora,
eu não sou uma moça de programa,
sou falsa,
premeditada,
capaz de tudo,
mas uma "rapariga" com um carácter sádico/colérico,
como o meu,
não programa,
sonha,
impulsiva-se,
vai implodindo e explodindo,
de acordo com as situações,
e a necessidade de semear cadáveres.
A Carrilha sonha,
a facada dá-se,
a ascensão nasce.
.
Querido diário,
eu quero MESMO voltar a ter um debate com aqueles braços fortes de homem camarário,
mas não sei o que lhe vou apresentar como programa...
Talvez improvisando,
dizendo-lhe "chama-me cadela!...",
deixa-me ajoelhar-me aos teus pés e lamber-te as solas,
em directo,
na TVI.
"Queres,
meu macho,
que traga umas cuequinhas de renda e me ponha como uma podenga,
a quatro patas,
em cima da mesa do debate,
e a Man'ela Boca Guedes puxa-me as calças para baixo,
e tu afagas-me as rendinhas,
enquanto eu dou ao tutu?..."
.
Para quê andarmos a enganar mais uma vez o público?
No fundo,
eu sou fiel,
ou infiel,
sempre fui,
podemos discutir o meu túnel de metrossexual,
sei lá,
de quilómetr'óssexual,
tu a passares essa mão robusta pelas minhas zonas verdes todas,
eu serei filosófica,
metafórica,
poética,
uma catedrática da golpada e da pornografia,
todas aquelas pequenas porcarias que tu quiseres e de que os homens todos tanto gostam...
Vamos falar de buracos,
dos buracos de Lisboa e dos meus,
"cada buraco meu será um lugar teu",
eu,
de camisa de noite,
tu a meteres-me a mão em directo nas zonas perigosas todas,
e a sermos vídeo-vigiados,
em pleno coito,
a encher Lisboa com "outdoors" desses,
não vermelhos,
mas todos com fundo cor de rosa,
na foto,
de rolos na cabeça,
eu evitarei olhar os munícipes de frente,
baixarei os olhos como uma mulher modesta e doméstica dos Anos 50.
Falaremos de coligações pós-eleitorais
e do leite das orais,
eu far-te-ei olhinhos de abutra gulosa,
serei a tua escola segura daquelas posições e daqueles pratos todos que tu ainda não sabes,
e,
quando me der a tusa,
entramos num vão de escada,
baixas-me as ceroulas e dás-me ali uma injecção assistida,
comigo aos gritos, como uma vénus vulgar,
vamos ter sexo em todos os sanitários de Lisboa,
meter 20 cêntimos e ficar lá dentro duas horas,
até a porta estoirar e ficar aberta,
com toda a gente a ver,
e a lavagame automática a encher-nos de espuma e água,
e eu a ganir,
como a Carmen Maura,
"rega-me,
rega-me toda!..."
Eu serei a tua central de tratamento de resíduos líquidos,
a ser co-incinerada numa sombra qualquer,
como uma vulgar mulher da vida do Intendente,
e tu acabarás por cair nos meus braços, para todo o sempre,
até sermos decrépitas e velhinhas e andarmos de mão dada e aos linguados,
no banco traseiros dos táxis sociais gratuitos.
Carmona,
meu amor:
quero que me comas toda,
primeiro,
à frente do público,
depois,
só à frente da minha querida Bocarra Guimarães,
para ela aprender o que é ser "m'lher" e satisfazer um homem a sério,
e o Dinis a perguntar,
"-- Ó mãe, ó mãe, o que é que o papá está a fazer com o sr. eng. Carmona?..."
"--Estão a coligar-se, meu amor, vai-te deitar...".
.
Querido diário,
eu quero TANTO voltar a debater-me toda com aquele homem!...
.
Eu preciso tanto de ser eleita com ele,
para,
no final de Novembro,
já estar a abandonar a Câmara para me apresentar às eleições presidenciais,
como candidadata,
uma chancelera portuguesa,
como na Alemanha,
a primeira "m'lher" lusitana a chegar a tão alto cargo.
.
Querido diário:
ajuda-me,
e dá-me ideias, coragem, imaginação
e um programa,
nesta instante de tanta ânsia e prova,
assim como na hora da nossa morte...
e veio roubar para Portugal!
mais escremento do que isto?
Tomara esta animal, chegar aos joelhos do Salazar..........
diogenes
Parte 1, publicado a 3 de Setembro de 2005, na Grande Reportagem nº 243.
Além da brigada do reumático que é agora a sua comissão, outra faceta distingue a candidatura de Mário Soares a Belém das anteriores: surge após a edição de Contos Proibidos - Memórias de um PS desconhecido, do seu ex-companheiro de partido Rui Mateus.
O livro, que noutra democracia europeia daria escândalo e inquérito judicial, veio a público nos últimos meses do segundo mandato presidencial de Soares e foi ignorado pelos poderes da República.
Em síntese, que diz Mateus? Que, após ganhar as primeiras presidenciais, 1986, Soares fundou com alguns amigos políticos um grupo empresarial destinado a usar os fundos financeiros remanescentes da campanha. Que a esse grupo competia canalizar apoios monetários antes dirigidos ao PS, tanto mais que Soares detestava quem lhe sucedeu no partido, Vítor Constâncio (um anti-soarista), e procurava uma dócil alternativa a essa liderança.
Que um dos objectivos da recolha de dinheiros era para financiar a reeleição de Soares. Que, não podendo presidir ao grupo por razões óbvias, Soares colocou os amigos como testas-de-ferro, embora reunisse amiúde com eles para orientar a estratégia das empresas, tanto em Belém como nas suas residências particulares.
Que, no exercício do seu “magistério de influência” (palavras suas noutro contexto), convocou alguns magnatas internacinais – Rupert Murdoch, Sílvio Berlusconi, Robert Maxwell e Stanley Ho – para o visitarem na Presidência da República e se associarem ao grupo, a troco de avultadas quantias que pagariam para facilitação dos seus investimentos em Portugal.
Note-se que o “Presidente de todos os portugueses” não convidou os empresários a investir na economia nacional, mas apenas no seu grupo, apesar dos contribuintes suportarem despesas de estada.
Que moral tem um país para criticar Avelino Ferreira Torres, Isaltino Morais, Valentim Loureiro ou Fátima Felgueiras se acha normal uma candidatura presidencial manchada por estas revelações? E que foi feito dos negócios do Presidente Soares? Pela relevância do tema, ficará para próximo desenvolvimento.
Posted by anti-comuna
Parte 2, publicado a 10 de Setembro de 2005, na Grande Reportagem nº 244.
A rede de negócios que Soares dirigiu enquanto Presidente foi sedeada na empresa Emaudio, agrupando um núcleo de próximos seus, dos quais António Almeida Santos, eterna ponte entre política e vida económica, Carlos Melancia, seu ex-ministro, e o próprio filho, João.
A figura central era Rui Mateus, que detinha 60 mil acções da Fundação de Relações Internacionais (subtraída por Soares à influência do PS após abandonar a sua liderança), as quais eram do Presidente mas de que fizera o outro fiel depositário na sua permanência em Belém – relata Mateus em Contos Proibidos.
Soares controlaria assim a Emaudio pelo seu principal testa-de-ferro no grupo empresarial. Diz Mateus que o Presidente queria investir nos média: daí o convite inicial para Sílvio Berlusconi (o grande senhor da TV italiana, mas ainda longe de conquistar o governo) visitar Belém.
Acordou-se a sua entrada com 40% numa empresa em que o grupo de Soares reteria o resto, mas tudo se gorou por divergências no investimento. Soares tentou então a sorte com Rupert Murdoch, que chegou a Lisboa munido de um memorando interno sobre a associação a “amigos íntimos e apoiantes do Presidente Soares”, com vista a “garantir o controlo de interesses nos média favoráveis ao Presidente Soares e, assumimos, apoiar a sua reeleição”.
Interpôs-se porém outro magnata, Robert Maxwell, arqui-rival de Murdoch, que invocou em Belém credenciais socialistas. Soares daria ordem para se fazer o negócio com este. O empresário inglês passou a enviar à Emaudio 30 mil euros mensais. Apesar de os projectos tardarem, a equipa de Soares garantira o seu “mensalão”.
Só há quatro anos foi criminalizado o tráfico de influências em Portugal, com a adesão à Convenção Penal Europeia contra a Corrupção. Mas a ética política é um valor permanente, e as suas violações não prescrevem. Daí a actualidade destes factos, com a recandidatura de Soares. O então Presidente ficaria aliás nervoso com a entrada em cena das autoridades judiciais – episódio a merecer análise própria.
Posted by anti-comuna
Parte 3, publicado a 17 de Setembro de 2005, na Grande Reportagem nº 245.
A empresa Emaudio, dirigida na sombra pelo Presidente Soares, arrancou pouco após a sua eleição e, segundo Rui Mateus em Contos Proibidos, contava “com muitas dezenas de milhares de contos “oferecidos” por (Robert) Maxwell (…), consideráveis valores oriundos do “ex-MASP” e uma importante contribuição de uma empresa próxima de Almeida Santos.”
Ao nomear governador de Macau um homem da Emaudio, Carlos Melancia, Soares permite juntar no território administração pública e negócios privados. Acena-se a Maxwell a entrega da estação pública de TV local, com a promessa de fabulosas receitas publicitárias. Mas, face a dificuldades técnicas, o inglês, tido por Mateus como “um dos grandes vigaristas internacionais”, recua.
O esquema vem a público, e Soares acusa os gestores da Emaudio de lhe causarem perda de popularidade, anuncia-lhes alterações ao projecto e exige a Mateus as acções de que é depositário e permitem controlar a empresa.
O testa-de-ferro, fiel soarista, será cilindrado – tal como há semanas sucedeu noutro contexto a Manuel Alegre. Mas antes resiste, recusando devolver as acções e esperando a reformulação do negócio. E, quando uma empresa reclama por não ter contrapartida dos 50 mil contos (250 mil euros) pagos para obter um contrato na construção do novo aeroporto de Macau, Mateus propõe o envio do fax a Melancia exigindo a devolução da verba.
O Governador cala-se. Almeida Santos leva a mensagem a Soares, que também se cala. Então Mateus dá o documento a’O Independente, daqui nascendo o “escândalo do fax de Macau”. Em plena visita de Estado a Marrocos, ao saber que o Ministério Público está a revistar a sede da Emaudio, o Presidente envia de urgência a Lisboa Almeida Santos (membro da sua comitiva) para minimizar os estragos. Mas o processo é inevitável.
Se Melancia acaba absolvido, Mateus e colegas são condenados como corruptores. Uma das revelações mais curiosas do seu livro é que o suborno (sob o eufemismo de “dádiva pública”) não se destinou de facto a Melancia mas “à Emaudio ou a quem o Presidente da República decidisse”.
Quem afinal devia ser réu?
Posted by anti-comuna
Está a querer inferir que, desde que a Sacyr Vallehermoso comprou a Somague, também comprou as "diligências socialistas"?
E talvez por isso Espanha se prepara para o take over sobre a grande maioria dos grandes portugueses?
E o Interesse Nacional está em perigo?
"Yo no creo en brujas, pero vuelam..."
Posted by anti-comuna