com conta, peso e medida
domingo, janeiro 15, 2006
Ontem, escassas horas depois de aqui se ter cripticamente anunciado o 'nome' de 'regime' que, nos bastidores, esta(va) em cima da mesa para substituir Souto Moura fomos brindados, pelo aclamado 'pai' da blogosfera portuguesa, José Pacheco Pereira com o duvidoso galardão de sermos uma das coisas 'péssimas' da blogosfera em Portugal. Pacheco escreveu assim...
ACRESCENTADO A BOAS / PÉSSIMAS COISAS NA COMUNICAÇÃO SOCIAL PORTUGUESA EM 2005Sejamos claros, José Pacheco Pereira tem todo o direito de não concordar com muito do que cá se escreve. Tem todo o direito de não gostar do 'estilo', tem todo o direito de não gostar da 'pose'. José Pacheco Pereira não tem é o direito de aldrabar, vil e descaradamente, os seus leitores, mentindo-lhes objectivamente, num exercício da mais pura e rasca desonestidade intelectual. Sim, porque Pacheco Pereira mentiu! Porque, ou lê regularmente este blog, e logo sabe que o que escreveu é redondamente falso, ou não lê, e nesse caso, ainda mais grave, se limitou a aviar encomenda alheia.
NAS PÉSSIMAS
Na blogosfera: a utilização do anonimato em blogues estritamente políticos, em particular, os que são escritos a partir de uma perspectiva corporativa ocultada. O caso mais grave é a Grande Loja do Queijo Limiano, um blogue escrito e habitualmente comentado por “agentes da justiça”, sob capa do anonimato, um retrato preocupante de uma mentalidade justicialista arrogante e prepotente. O blogue está cheio de insinuações sobre tudo e todos, alimentando uma atitude policial de desconfiança, sem respeito algum pelas liberdades. Se os seus principais autores são magistrados, procuradores ou juízes, é razão para ter medo, muito medo, das mãos em que está entregue a justiça em Portugal. Infelizmente, a blogosfera paga também este preço pela sua liberdade.
O dr. Pacheco Pereira sabe muito bem que aqui não escrevem maioritariamente "agentes da justiça". Sabe muito bem que a maioria dos membros deste blog não trabalha na área judicial, muitos nem tem formação júridica, a começar por mim, há desde médicos, economistas, jornalistas e matemáticos. Basta consultar o technorati ou o icerocket (dois sites que avaliam o impacto de blogs) para se ter a certeza que a esmagadora maioria daqueles que nos citam o citam por questões que extrapolam em muito o microcosmos judicial. Mas sim, é verdade que escrevem cá magistrados, alguns até com nome próprio. Duvido é que Pacheco Pereira tenha de facto lido o que eles tem escrito, porque se tivesse lido repararia que a multitude de visões que apresentamos são, no conjunto, tudo menos corporativistas, tudo menos afuniladas.
Pacheco fala numa 'mentalidade justicialista, arrogante e prepotente', fala em 'insinuações, e numa atitude polícial de desconfiança sem respeito algum pelas liberdades', mas deve estar a falar de si próprio, e do tom e do conteúdo do post que escreveu. Manifestamente, e a título de exemplo, não leu isto (onde um Procurador Geral Adjunto, a assinar com o nome, muito lucidamente zurze nos abusos às escutas), também, e sobre o tal 'estado polícial', não deve ter lido isto nem isto, onde se apontam excessos é nas teses fascizantes que ele próprio, e não outros, defende. Porque, se tivesse lido, e se lhe restasse um mínimo de sobriedade e seriedade intelectual, não escreveria o que escreveu.
O drama do Dr. Pacheco é outro, mais comezinho. Ele não nos 'conhece', não nos consegue catalogar com facilidade, não organizamos "Noites Limianas" nem "Cafés com Queijo", como outros, transparentes e cristalinos. O problema do Dr. Pacheco é que, connosco, não pode pegar num número de telefone, para tirar 'dúvidas', trocar 'impressões', pôr-se em bicos de pés. Nós não publicamos, nem mais nem menos insinuações que os meios onde o Dr. Pacheco se move, e que o pagam a peso de ouro. Nós damos pistas, apresentamos factos, e fazemos perguntas, o leitor, soberano, avalia, ponto. E o problema, o maior problema, do Dr. Pacheco é que há cada vez mais leitores a avaliar, a ponderar, a pensar, pela sua própria cabeça.
O Dr. Pacheco pode achar-se melhor que os outros, pode achar-se com pinta para dar aulas e lições, desde a agentes do SIS até ao sr. Gorbatchev (que aquando da sua vinda a Lisboa há uns anos publicamente humilhou) mas a nós não nos dá lições. É, por muito que lhe custe, igual aos outros, louvá-mo-lo, quando achamos que deve ser louvado,é critic quando achamos que deve ser criticado, nem mais, nem menos. Por muito que lhe custe é esse, e só esse, o preço da liberdade.
Pacheco prefere obviamente um outro estilo, uma outra estética. Prefere a discusão teórica, palaciana e abstracta. Pediu os Estudos da Ota, mas depois calou-se, nós não, apresentamos alternativas. Fala sobre o sistema político, mas não apresenta alternativas, fala sobre a credibilização da vida pública mas é incapaz de soletrar uma sílaba quando são os amigos, ou os amigos dos amigos, os envolvidos, é incapaz de apresentar propostas sólidas, exequíveis, fala sobre a crise económica, mas não tem propostas para a segurança social, por exemplo, nós temos. E é isso que incomoda o Dr. Pacheco Pereira, fala, fala, mas não diz nada, e as pessoas, a começar pela blogosfera já perceberam isso.
José Pacheco Pereira usou, sobre nós, um tom e um vigor, que cruza o pior dos estilos do Dr. Portas e do Dr. Louçã, só comparável ao que usou contra o 'muito mentiroso'. Infelizmente, para a sua própria credibilidade, o rigor daquilo que escreveu, e para o qual é incapaz, porque não existem, de apresentar, desafiámo-lo, provas, até às intenções, com que o escreveu são, em tudo, iguaizinhas às dos autores do Muito Mentiroso. Pretendeu lançar a suspeita, desacreditar, torpedear. É-lhe mais confortável assim, do que debater leal e cordatamemte. Ao contrário de Pacheco Pereira, que só debate com quem quer, quando quer e nas suas próprias condições, nunca, em tempo algum, fugimos ao debate, ao confronto leal e frontal. Os nossos leitores conhecem-nos, não aparecemos ontem, estamos online deste 2003.
Pacheco Pereira devia era meditar na sua própria ascensão e na sua queda, em curso. A uma dada altura, cai-se lá do alto, sem se perceber muito bem como, e fica-se insuportável para a plateia. Céus, a dor de cotovelo, e o ressabianço, não justificam tudo.
technorati tags: Pacheco Pereira, Abrupto, Justiça, Política, Portugal, grande loja do queijo limiano
Publicado por Manuel 18:01:00
4 Comments:
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Continuem - a dor dos apêndices frontais do JPP não vos deve afectar...