pequenos crimes entre amigos (act.)

É das regras: matematicamente, a única maneira de não se perder num casino é apostar sempre na jogada seguinte o dobro do que se apostou anteriormente (pressupondo fundos ilimitados...). Hoje à tarde, escrevia que o Dr. Portas tinha um problema no Dr. Bagão. Ora o Dr. Portas e o seu gurú, o Dr. Guedes, podem não perceber de números, mas sabem uma coisa ou outra de teoria de jogos. Agora à noitinha, ficámos a saber que o Dr. Nobre Guedes se picou com o Dr. Lopes. Demasiados voluntários para anunciar coisas a menos. O Dr. Lopes pôs-se a jeito, como habitualmente. O Dr. Guedes, e o PP, têm assim uma oportunidade soberana de fazer um hat-trick: fazem esquecer as trapalhadas do Dr. Bagão, humilham, e põem no sítio, o Dr. Lopes e o PSD, e marcam pontos numa área sensível e muito cara ao Eng. Sócrates - o Ambiente. Perverso, mas genialmente eficaz. [Ler mais aqui.]

P.S. a resposta à questão levantada por nós ontem sobre o Sr. Miguel Almeida, parece estar afinal no DN aqui... Nos entretantos, o Dr. Lopes rachou. Quem pode, pode.
P.S. 2. A Não perder os comentários, onde um expert em finanças públicas disserta sobre matemática orçamental...


Publicado por Manuel 21:20:00  

12 Comments:

  1. Anónimo said...
    Venerável Irmão Manuel:
    Embora pareça, garanto que isto não é a embirrar consigo...

    A sua análise parece correcta e tem a virtude de fazer imenso sentido. As notícias (especialmente notícias destas, muito especialmente quando saem no Público...) nunca devem ser tomadas pelo seu valor facial... há sempre motivos ulteriores a explicar bizarrias como estas... agora, se isto foi motivado pelo seu post sobre o M. das Finanças ou se faz parte de um plano maquiavelicamente pensado, com antecedência, é que é coisa que não é óbvia na sua análise...

    O que pode parecer embirração é o seguinte: aquela parte de haver uma maneira de não se perder num casino é treta, sabe? Por muitas voltas que você dê à Teoria das Probabilidades, por muitas jogadas que faça com apostas crescentes (em progressão geométrica), não há fuga às Leis da Natureza (e a Ciência Matemática faz parte da Natureza...): a sua expectativa de ganho é sempre a mesma e, em qualquer casino que preste, será sempre negativa...

    Dar pareceres jurídicos é maneira mais segura de ganhar dinheiro... (já que, hoje em dia, a TVI é o que se sabe...)
    Manuel said...
    Ao Anónimo Comentador que não quer embirrar comigo,

    Não é a matemática que se rege pelas Leis da Natureza, é esta que se rege pela matemática.

    Assim voltemos ao casino; Imagine uma sucessão infinita de jogadas; agora aplique o seguinte algoritmo:

    1) se for a primeira jogada 1 apostar X ;

    2) se for uma jogada posterior X vezes 2

    3) se ganhar para;

    4) se perder volta a 2)

    Assim admitindo que a máquina do casino não está ganzada (i.e. que não está lá para lavar dinheiro) e por mais baixas que sejam as probabilidades mais tarde ou mais cedo, admitindo fundos infinitos, esta é a única maneira legítima de ganhar com 100% de probabilidade à banca. Continue a ver, pois a TVI.
    Anónimo said...
    Venerável Irmão:
    Até o Dr. santana Lopes lhe explicava esta (que ele de Casinos sabe...). A sua expectativa de ganho mantém-se seja como fôr... faça lá as contas...(finja, para ser mais fácil, que você só ganha em metade dos casos).
    Não se esqueça que em qualquer jogada a probabilidade de ganhar é a mesma (a hipótese inicial é que isto não é um Casino da treta). O que significa que mesmo depois de perder 1000 vezes (e estar a apostar 2 levantado a mil da aposta inicial) continua a ter só 50% de hipóteses de ganhar na jogada seguinte... a probabilidade de ganhar (ou de perder) em qualquer jogada não se altera em função do número de vezes que você perdeu nas jogadas anteriores... e portanto a sua expectativa de ganho (ie: probabilidade de ganhar vezes valor da aposta menos probabilidade de perder vezes valor da aposta) fica rigorosamente no mesmo sítio...
    Existe uma probabilidade superior a zero de você ser forçado a apostar tantos euros como atomos existem no Universo... e, tristemente, continua a ser verdade que você ganha 2 Universos em metade dos casos, mas perde 1 na outra metade...expectativa de ganho universal: 0... Como dizia o outro: é a vida...

    Os casinos não ganham dinheiro por limitar o montante da aposta (embora isto também ajude...). Ganham-no por terem invenções como o Zero (e até o duplo Zero) na roleta (assim são 37 ou 38 números, mas você só ganha 36 vezes a aposta inicial).

    PS: Não tenho acesso à TVI... e não lamento...
    Manuel said...
    Irra; Não discuta sobre aquilo que não sabe. A Matemática não é um empirismo.
    Anónimo said...
    Pronto Irmão, não se irrite... eu não estava a tentar embirrar consigo, lembra-se?

    Se você não quer, eu não discuto mais. Permita-me só este desabafo:

    IRRA DIGO EU!

    Eu sei de Matemática, e até sei de Ciência e de empirismo e de Teoria de Jogos e (veja lá você que extraordinário) até de casinos eu percebo qualquer coisa...
    Não que seja eclético, Graças a Deus... (por exemplo, não percebo muito de Direito Constitucional...)

    Vai-lhe parecer aquela anedota do piolhoso, mas (com sua paciência) essa de dobrar a aposta de cada vez que joga no Casino... Nah! não funciona...
    Anónimo said...
    Desculpem meter a colherada mas não resisto. O que o Venerável diz é que a probabilidade de sucesso aumenta e tende para 1 quando o número de jogadas tende para infinito. E está correcto. O que o Embirrador diz é que a probabilidade de um acontecimento (uma jogada) náo se altera devido aos acontecimentos anteriores. E está correcto. São acontecimentos independentes. Porém o Venerável está disposto a jogar até ganhar pelo que a probabilidade de tal acontecer (ganhar) para um acontecimento (que é agora o total das jogadas)tende para 100%. Que tal se se referendasse esta questão ? Referendam-se problemas infinitamente mais complexos e segue-se o princípio da maioria, porque não aplicar o método a este problema ?
    X
    Manuel said...
    O Embirrador faz-me lembrar Zenão, um filósofo grego sofista, que se saiu há muito tempo com o paradoxo do Aquiles e da Tartaruga. Dizia Zenão que se uma tartaruga estivesse um metro que fosse à frente de Aquiles este nuna a poderia alcançar/ultrapassar já que, estando esta em movimento (lento), sempre que ele chegasse ao ponto onde se encontrava a tartaruga quando ele começou a andar já esta estaria mais adiantada, e assim sucessivamente. Assim Aquiles estaria cada vez mais próximo da tartaruga mas nunca a ultrapassaria... Muito "racional"...

    Como nota de rodapé, recordo ao Embirrador que no post original eu falei expressamente em fundos ilimitados. Se o Embirrador perceber alguma coisinha de matemática deve saber que a probabilidade de qualquer coisa(num casino legal) é sempre maior que zero e menor que 1... Numa iteração infinita o somatório (soma das probabilidades em cada aposta/iteração) afasta-se do zero... capisci?. Bom Natal.

    Quanto a referendos, registo a fina ironia...
    Anónimo said...
    Caro X, anónimo:
    Bem visto... vamos lá referendar a coisa para nos entretermos... (não se esqueça, no entanto, que a Ciência não é coisa muito democrática, ok? Há quem tenha razão e quem não tenha... e não é a opinião da maioria que decide se o Sol gira à volta da Terra, ou o contrário...certo?).
    E você Irmão Manuel? (se lhe tiver passado a irritação) Que diz? Quer referendar isto? e já agora referendemos também as Leis de Mendel... são tão universais como as da Matematica. Por isso: porque não?
    Anónimo said...
    Mais uma colheradazita e depois despeço-me. as Leis de Mendel, que eu vagamente conheço, resultam de observações experimentais e generalização. Têm validade só enquanto outras observações não as falsificarem. A Matemática é lógico-dedutiva, e não depende de observações experimentais. São coisas tão diferentes como alhos e bogalhos.
    Quanto ao referendo que propus voto no casino do Venerável, sem menos respeito pelo Embirrento, e que é muito.
    X
    josé said...
    Bravo! Pelo tema e pelos modos.
    COntudo, fico sempre algo perplexo quando detecto em matemáticos ou em simples amadores de equações, uma dificuldade acentuada em topar as letras certas para as palavras.
    Bugalhos não são bogalhos, mas o raciocínio abstracto, para mim, é mais difícil do que juntar vogais e consoantes. Gostei da discussão.
    Anónimo said...
    Venerável Irmão Manuel:
    Regresso aos comentários para lhe deixar uma pista sobre a minha identidade (essa do 'expert' fez-me sorrir... acredite que não sou digno...).

    Um Bom Natal para si, Irmão Manuel, e para os restantes Veneráveis Irmãos desta Digníssima e Grande Loja.
    Faço votos que os 'posts' do próximo ano sejam ainda melhores, se tal for possível...
    Anónimo said...
    Vi, ontem, a nobre estirpe a almoçar com o grão-mestre da cunha misericordiosa Jorge Bacelar Gouveia, o intelectual do regime, no Restaurante 33, perto do SIS. Os lojeiros ainda não tiveram essa prova da manobra?
    Afonso Henriques, agente nº 1140

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