A caminho de 4 de Novembro (XX): Obama escolheu mesmo Joe Biden



A Grande Loja avançou, na passada terça-feira, que era a hipótese mais provável -- e hoje confirmou-se mesmo: Joe Biden é o «vice» no ticket democrata, liderado por Barack Obama.

Nos últimos dias, os media americanos (e portugueses, também, por arrasto...) falavam, com mais insistência, de Evan Bayh e, sobretudo ontem, houve um zunzum de que a escolhida seria Hillary (o Sol foi atrás, como se pode ver na última página de hoje no jornal de José António Saraiva...). Até Al Gore foi referido como hipótese.

Mas sempre nos pareceu que Joe Biden era a cartada mais forte: confere uma enorme solidez no plano da política internacional (lidera a Comissão de Relações Externas do Senado e está no Capitólio há três décadas), uma mais-valia fundamental para Obama, que terá na sua falta de experiência internacional o seu maior calcanhar d'Aquiles.

Como em tudo na vida, esta é, também, uma solução com alguns contras: Biden é pouco conhecido do grande público, teve uma corrida presidencial fraca (desistiu logo após o Iowa, no arranque das primárias) e vem de um dos estados menos relevantes na política americana (o Delaware).

Além de tudo isto, Obama, ao escolher Biden, assumiu um risco de que, certamente, está consciente: com esta dupla, os democratas voltam a compor um «ticket» composto por dois senadores, uma solução que há quatro anos deu maus resultados, com Kerry/Edwards.

Somados os prós e contras, terá sido esta uma boa escolha? Acreditamos que sim. Mas a resposta, como é óbvio, só surgirá a 4 de Novembro...

No próximo dia 29 de Agosto, sexta-feira, será conhecida a escolha de John McCain. A Grande Loja voltará a tentar acertar na escolha dentro de poucos dias. Antes da aposta final, aqui vai a shortlist dos três mais prováveis:

-- Mitt Romney, ex-governador do Massachussets, filho de um antigo governador do Michigan, terceiro classificado nas primárias de 2008
-- Mike Huckabee, ex-governador do Arkansas, segundo classificado nas primárias de 2008
-- Joe Lieberman, senador independente pelo Connecticut, candidato a «vice» do lado democrata, em 2000, com Al Gore

Barómetro diário GALLUP:
-- Obama 46
-- McCain 44


(faltam 73 dias)

Publicado por André 15:04:00  

4 Comments:

  1. António said...
    André,

    "Nos últimos dias, os media americanos (e portugueses, também, por arrasto...) falavam, com mais insistência, de Evan Bayh"

    A ser verdade como explica este gráfico?
    André said...
    Caro António,

    Biden foi sempre hipótese referida, desde a nomeação de Obama, num lote de mais de dez nomes.

    O gráfico de que fala aponta, precisamente, a média dos últimos 30 dias. O que digo no post é que nos últimos dias (quarta, quinta e sobretudo ontem), Evan Bayh e Hillary Clinton foram os nomes mais apontados nos media americanos.

    Há cerca de uma semana, Biden era apontado como a hipótese mais forte, de tal modo que chegou a ter as televisões americanas à porta de sua casa, no Delaware. Para afastar atenções ou, simplesmente, porque ainda não tinha a certeza que era ele, chegou a dizer aos jornalistas que não valia a pena estarem ali: «Sorry, but I'm not the guy...»

    Ontem, circulou um zunzum de que Hillary ou Al Gore seriam soluções de emergência de Obama, para que Barack tentasse inverter a tendência de queda que tem sofrido nas sondagens (é essa a tese defendida na notícia de hoje no Sol).

    O que digo, e insisto, é que este foi mais um exemplo de como a vertigem da informação é vítima do imediatismo: Hillary ou Gore seriam péssimas escolhas para Obama,

    Biden, embora com os contras que apontei, dá mais-valias importantes para o ticket democrata.

    Um abraço
    Paulo said...
    América....
    Abraço
    MARIA said...
    Se eu não conhecesse a excelência dos Autores desta Grande Loja, onde se inclui o André, diria que no post anterior que dedicou a este tema se fez futurologia.
    Mas não... é qualidade mesmo .

    Bingo, Joe Biden em cheio!
    Parabéns pela perspicácia.

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