Maio de 1968: vermelho em fundo negro


O Maio de 1968, em França, faz agora 40 anos. Em França mesmo, já se comemora, há algumas semanas, em papel de jornal e revista. Porém, com pouco sucesso. A revista Nouvel Observateur, com excertos do livro "provocador" e imagem na capa, de Daniel Cohn-Bendit, um dos ícones do movimento, terá sido um flop nas vendas e até a especial emissão de tv, na France 2, foi pouco vista.
Pelos vistos, Maio de 68, em França, interessa pouca gente. Mesmo com a ajuda de Sarkozy, que há uns meses, prometeu acabar, liquidando completamente, a herança de 68. "Vocês destruiram a sociedade!", atira Sarkozy. "Nós mudamos a sociedade!", riposta-lhe Cohn-Bendit.
E, no entanto, Sarkozy, tem vários tiques de sessentaeoitista, segundo a revista Marianne desta semana que não poupa nas palavras da capa: "Comemoração do Maio 68, armadilha para palermas!" ( um trocadilho entre o slogan de 68, "Elections, piège a cons" e agora, "Commémoration, piège à cons")

E deixa uma pergunta, com resposta engatilhada:
"Quarenta anos depois, qual é o maior problema da esquerda ( francesa)? O povo. Uma herança de 68. " É que o povo francês, desertou os partidos da esquerda tradicional...

Quem estiver interessado em saber mais e ainda o que se passou por cá, pode entrar e espreitar Daloja.


Publicado por josé 22:42:00  

2 Comments:

  1. Manuel said...
    Leia-se o artigo de Alain de Benoist:
    http://viriatos.blogspot.com/2008/04/maio-68.html
    Josão said...
    Riqueza e santidade, nem a metade da metade.



    Em 1919 foi criada a OIT na dependência da ONU. Era, então, Presidente da Câmara de Lisboa Ângelo Sampaio Maia que em 15 de Fevereiro de 1925 veio a fazer parte do 36º governo republicano e assumiu a pasta de Ministro do Trabalho.
    Foi este Ministro quem estabeleceu a jornada de 8 horas diárias de trabalho.
    Passados 83 anos nada de novo a assinalar, a não ser a comemoração do 1º de Maio, justamente a propósito da reivindicação de que o trabalho só devia ocupar 1/3 do dia, o descanso e a vida os 2/3 restantes.

    Nos tribunais, porém, não há lembrança dos 2/3. Descansa-se ½ (ou menos, de preferência) e trabalha-se outro tanto. Trabalha-se para a estatística. Venha o trabalho (sempre a crescer) e há que dar resposta. Os mapas exigem! E as inspecções valorizam. Qualidade, a ver vamos. Para uns, porém, há válvulas de escape (não sei o que é, mas vende-se bem); para outros, mais vale a justiça pronta e menos boa do que demorada mas mais acertada (mais justa).

    Soluções para manter os níveis de qualidade, isso não. Desentupir o funil, nunca! Há que andar em cima da prescrição e da prioridade (da normal e da especial!). Uma e outra estão equiparadas. Em França, há mais de uma dezena de anos que a injúria e a difamação deixaram de ser crime. Quem quiser lavar a honra atira-se à acção cível. Dignidade Penal é conceito sério.

    Noutros países também o princípio da legalidade exige que todos os crimes denunciados (quer dependentes de queixa dos ofendidos, quer os “verdadeiros” crimes) sejam investigados, mas sem prejuízo da investigação dos mais graves. A solução é simples: começa-se por admitir que o sistema policial e judicial não é elástico e restringe-se a investigação dos crimes menos graves. Deixa-se-lhes uma cota estabelecida em função da realidade funcional. Estabelecida a possibilidade percentual, sorteiam-se aleatoriamente os que por aplicação do princípio da legalidade à verdade da realidade serão investigados. Os mais ficam à espera de ocasião ou da prescrição. E sem mais.

    A esta verdadeira legalidade na aplicação do princípio da legalidade chama-se Política Criminal. Também se podia apelidá-la de Política legal.

    O resto (os nossos “restos” do princípio da legalidade - a metade da metade), fazem estatística para “inglês ver”.

    Pois, 2008-05-01

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