A Boa Moeda e Má Moeda...e os Camelos na Margem Sul.

Alguns milhões de portugueses, estão há muito a fazer as contas á vida.
Inicialmente pensaram que tinham eleito um governo que teria como objectivo a prosperidade, mas souberam que afinal o objectivo deste governo é transformar Portugal num país mais pobre, tarefa que diga-se em abono da verdade, esta a ser exemplarmente cumprida.
Ouviram, promessas de 150 mil empregos líquidos em 4 anos, e a verdade é que passados dois anos, estão apenas criados 3.700 postos de trabalho. Ouviram, promessas de auto-estradas gratuitas porque beneficiavam o desenvolvimento e em 2 anos o imposto sobre produtos petrolíferos já aumentou 0,50 cêntimos apenas para pagar as mesmas autoestradas. Ouviram, os mais jovens, de que tinham a sua reforma assegurada, e passados dois anos, um jovem de 25 anos pode contar com um corte na sua pensão futura em 38%.
Mas nos últimos dias ficaram com um problema que dificilmente conseguirão resolver. Ontem. ficaram a saber que já não poderão ir de férias para o Algarve nos seus automóveis particulares, pois a travessia de um deserto que começa logo ali em pleno samouco de alcochete é de dificuldade extrema e fica certamente completo com o surgimento de camelos em pleno alentejo.
Também ontem, uma zona onde habitam seguramente mais de 1 milhão de portugueses, ficou reduzida a uma zona de ninguém, onde não há gente, não há escolas, nao há hospitais, não há comércio, não há indústrias, ficando apenas por explicar, se na margem sul não existe nada, não se percebe porque continua o governo a gastar milhões de euros numa zona onde não existe nada. Não se percebe porque fez o governo uma ponte para o deserto, como o fez no Carregado. Aliás este será seguramente o paradigma de um país mais pobre, como o primeiro-ministro bem afirmou e pretende.
Finalmente, os portugueses depois de tudo o que acima foi escrito e que tomaram conhecimento esta semana, ficaram a saber que estamos em alerta laranja contra atentados terroristas. Diariamente, os milhões que passam nas pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, não sabem a sorte que tem em estarem vivos e ainda não terem visto um míssil "Tomahawk" esventrar-lhe a viatura já adaptada a troços de areia-mole. Talvez seja aqui que o governo tenha a esperança de reduzir os funcionários públicos que moram em palhotas e se deslocam em camelos na margem sul.
Valha-nos ao menos uma boa notícia. Teremos um novo aeroporto num local onde existem pessoas, hospitais, casas, empresas como bem se vê hoje quando passamos na Ota. Aliás o movimento migratório de milhões de pessoas para a margem sul deixam de ser necessários, porque na a cidade da Ota é como sabem a maior cidade deste país imaginário. Bom, talvez os portugueses não entendam lá muito bem se uma das razões para sair da Portela é a existência de casas, pessoas, hospitais e o risco de um acidente, se não seria essa uma das razões para localizar um novo aeroporto.
É caso para dizermos que apenas falta que a má moeda seja expulsa e a boa moeda esteja de regresso. Quanto a nós comuns mortais, resta-nos ir de camelo para o allgarve, nos poucos dias de férias que teremos deste país cada vez mais pobre conforme tanto deseja o primeiro ministro.

Publicado por António Duarte 23:01:00  

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