OTA - Uma questão de Credibilidade

No fim-de-semana voltamos a ouvir Luís Marques Mendes, líder do PSD, a falar da OTA.

Afirmou que :

  1. A OTA é um erro.
  2. Que em vez da OTA era melhor que o governo aproveitasse os fundos que ali vai gastar e reconduzi-los para apoiar as PME´s.
  3. Que o custo com a OTA ia aumentar 3 mil milhões de euros.

Para quem ambiciona um dia chegar a líder do país, não basta dizer que a OTA é um erro, e aqui tem a enormíssima vantagem de o governo quando demitiu Campos e Cunha há mais de 1 ano, ter demonstrado que acima de tudo a OTA era uma questão de fé.

A quem ambiciona mais, exigem-se soluções, porque numa matéria este governo tem razão – talvez a única na questão do aeroporto – se as coisas se mantiverem como estão, a Portela em 2017 não terá capacidade de escoamento. Que solução tem o PSD, para o esgotamento da capacidade no aeroporto da Portela em 2017 ? Por os aviões a aterrar nas PME`S ?

Erro 1

Quanto a soluções concretas, o líder do PSD não as deu e remeteu-se num custo de oportunidade discutível de apoio ás PME´s. Ou melhor, sabe-se que não concorda com a OTA, mas não se sabe que solução tem. Quanto ao custo de oportunidade de não construir a OTA e apoiar mais as PME´s é discutível porque uma vez mais, a impressão que fica é uma vez mais a utilização do Estado como intrumento financeiro, política aliás seguida há muito anos em Portugal e com os tristes resultados que se conhecessem. Não percebeu, mas ao dar esta solução, esta implicitamente a aumentar a despesa pública, e infelizmente temos que reconhecer que entre a OTA e o apoio ás PME´s, a taxa de retorno será maior na OTA. Se o governo precisava de um argumento Luís Marques Mendes, deu-o de bandeja.

Que solução tem o líder do PSD, para o esgotamento da capacidade no aeroporto da Portela em 2017 ? Por os aviões a aterrar nas PME`S ?

Erro 2

O adiamento da OTA para 2017, não aumentará os custos da obra em 3 mil milhões. O custo da obra estimado será de 3,2 mil milhões de euros.

Aparte dos erros, o que mais incomoda, é a falta de uma solução.

A OTA não é uma arma de arremesso político. É um assunto sério, que não pode ser misturado com demagogia. A bem do país.

Publicado por António Duarte 11:21:00  

4 Comments:

  1. Kane said...
    Obviamente. É uma oposição sem credibilidade e sem destino.

    E ainda mais esta pérola de Marques Mendes sobre este governo:
    “ está a tirar dinheiro às empresas e às pessoas, através dos impostos, para tornar o Estado cada vez maior “. É mais um erro de cálculo ou ilusão (afinal, quem está a ficar maior não é o Estado…)

    Temos fado!
    Maria said...
    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
    Maria said...
    Mas não seria uma atitude sensata baixar o IVA e IRC de modo a atrair investimento? Porque é que a nossa vizinha Espanha consegue manter um IVA de 16% e custos de electricidade e água mais baratos? O que o governo fez português foi aumentar impostos estrangulando o investimento e agora vai gastar o dinheiro todo no projecto OTA cujo retorno é duvidoso.
    Kane said...
    É facto que os impostos vão pesando sobre os nossos ombros, de cidadãos e de empresas. Em relação ao IVA, como estamos lembrados, tivemos mesmo direito a rábula.
    Mas vamos por os pontos nos is: o dinheiro dos impostos não é seguramente para fazer crescer o Estado. A patenteada desorçamentação para 2007, aliás, alvo de crítica de toda a oposição na discussão do OE, é prova disso mesmo.
    Certamente, quem vai crescer mais será a Brisa, a Mota-Engil ( que pretende afirmar-se como operador de infra-estruturas logísticas, além de construtor), etc.

    Quanto ao novo aeroporto, na Ota como tudo indica, considero-o como necessário a prazo. Não me choca tal decisão. A sua calendarização poderá no entanto ser questionada.
    Além do apontado sub-dimensionamento da Portela, parece evidente que o avião será, por excelência, o meio de transporte de passageiros no futuro. Sem concorrência. Aliás, já hoje é essa a tendência.

    No entanto a dúvida que me assalta como cidadão reside noutra questão: na forma de gestão dos dinheiros públicos, esses mesmos que resultam dos impostos, agora que a Ota aparece sem recuo.
    A forma de criação e de contrato de uma empresa F9 para o estudo das portagens nas Scuts, a forma de adjudicação sem concurso de mais de 200 milhões de euros de obras por empresas públicas, são os casos mais recentes que nos levam a duvidar destas operações, especialmente porque o dinheiro é escasso.
    E lá que a promiscuidade existe, existe…

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