74% já está!

O Simplex , mais um Teseu armado de 333 medidas para enfrentar o mostrengo burocrático, foi apanhado no labirinto da Administração Pública. Segundo notícias, o ministro das burocracias internas, António Costa, envolto no manto de fantasia da propaganda, declarou que 74% (!) das medidas já estão cumpridas!

Caros Sofia Carvalho, Carolina Ferra, Miguel Alves, Isabel Vaz, Cristina Bento, João Ramos, e, claro, Maria Manuel Leitão Marques:
Há uma arma secreta que não usaram e deveriam ponderar adquirir: humildade. E outra ainda que não se compra nas feiras de cebolas: saber.
Sem elas, vão ser devorados. E é pena.

Publicado por josé 18:52:00  

4 Comments:

  1. Arrebenta said...
    A Cornucópia da Abundância, seguido de um Elogio do Capachinho

    Portugal é um país em risco.
    Há 800 anos que ele está para ser barbaramente devorado pela España, e só escapou da coisa, porque os estados de Sua Majestade Catolissíma têm medo de não ter dinheiro para o Alka-Seltzer necessário: reza a História que tentaram uma vez, mas que o vómito foi tal, que, desde então, decidiram tratar-nos com longas pinças...

    De aqui para ali, são terras de Portugal, despejemos o entulho e fomente-se o consumo do monturo.
    Palavras sábias: já temos as prateleiras do El Corte Ingles cheias de tanques de guerra, muito bem blindados e camuflados em latas de sardinhas: um dia que, em Madrid, toque altissimamente a rebate, elas subitamente insuflar-se-ão, e marcharão sobre o Quartel do Carmo, para dizer que a farsa acabou, e que nos tornámos, para sempre, numa pobre província espanhola.

    Obviamente que um país debaixo deste permanente risco tem de apostar em fortíssimas Forças Armadas, e no mais moderno equipamento. As fortíssimas não discuto, porque nunca andei a jogar braço-de-ferro com elas. Apenas sei que, de aqui a dezoito anos, já todos os mancebos terão nascido em Badajoz, terra do cruel inimigo: o Sultão dos Turcos usava a mesma táctica, e recrutava as suas tropas de "elite", os Janízaros, entre os jovens nascidos no seio de famílias cristãs. Tremei, pois. Quanto ao equipamento, ele oscila entre a sucata de parada e o pretenso moderno, mas tão moderno, que, às vezes, até acaba a ser vendido, ainda antes de ser estreado.
    Luxos de países ricos, e até os submarinos da "Fardas", que entraram para a heráldica do imaginário reles de todas as anedotas porcas a que Paulo Portas, durante o seu curto pontificado, tão bem se prestou, deu o flanco, e, parece, até adorou,
    dizia eu
    de
    que
    até esses célebres submarinos corremos nós o risco de ver um dia destes à venda, nos cobertores inclinados da Feira da Ladra.

    No meio disto tudo, de tanta Crise e necessidade de defesa contra o papão invasor, subitamente aparece o Nuno Severiano Teixeira, mais um cangalho do Regime, para afirmar que "iria dar continuidade à política do seu antecessor". Como nunca se soube qual era a política do antecessor, passou imediatamente a estar protegido pela transitividade do raciocínio: dar continuidade a uma coisa sólida mas imprecisável, logo para durar para sempre.
    Há nisto tudo um pouco do Princípio da Incerteza, de Heinsenberg, mas eu até preferia nem ir por aí, e morder directamente o osso, pelo lado da Fisiognomonia.

    Acontece que o Severiano Teixeira, mais o seu alarve sorriso de auto-complacência, tem tudo escrito na cara, ou, mais claramente ainda, tem escrito na cara que é daqueles capazes de tudo: do meu ponto de vista, fortemente marcado pela humildade de raciocínio deformado pelo sistema de ensino português, ele pertence, mesmo, ao terrível Clube do Capachinho, e devia ser imediatamente arrumado ao lado do Armando Vara, do celebrado Fernando Gomes (que é feito desse?...) ou do Luís Filipe Menezes, daqueles que me lembro, e lembro-me de poucos, porque hoje, por acaso, até nem estou em dia de Cena do Ódio.

    Já tínhamos a Severa, e a Severina: suponho que o Severiano deva ser o glutão que vem papar as duas, e à canzana. Portanto, pior do que o capachinho exterior do Severiano, só o seu capachinho interior.
    A verdade é que perfis e faciés destes nunca deveriam passar das bordas do simples alguidar autárquico, o que até já seria bastante, com o seu típico pendor para arranjar poleiros para familiares, desviar fundos, e manter a Cultura ao nível da Filarmónica.

    Filarmonique-se, e, pelo Princípio de Peter, promova-se, promova-se, daquela já alta patente de Cara-de-Capaz-de-Tudo ao ainda mais alto posto de "Condottieri", defensor de Portugal, nesta horrenda Guerra das Latas de Sardinhas.
    josé said...
    Arrebenta:

    V. parece ser o verdadeiro cuco da blogosfera, mas este texto está bem escrito e bem posto.

    Que fique então aqui, neste ninho.
    Anónimo said...
    O Simplex perdeu-se no labirinto do monstro! Outra coisa não era de esperar. Direcções gerais, institutos públicos, organismos, continuam ( ainda ) a ser as estruturas gordas que se conhecem, feitas à medida de interesses particulares e dirigidas por pessoas, que na sua maioria, não têm a competência necessária, nem se esforçaram para tal.
    Enfim, são o resultado de uma certa lógica de nomeação que tem sido a norma desde há muito tempo.

    Descoordenação entre ministérios? Nada de novo. Lê-se pelos media que ainda há ministérios que não conhecem o número exacto de funcionários! Ouve-se também que existem Serviços incapazes de formular objectivos!

    Pretender alcançar o sucesso do Simplex nesta situação, seria voar alto…Há muito dirigente intermédio manga-de-alpaca, que quer resistir à perda do seu poderzito, das suas vantagens e do poder do papel.

    Um vaticínio: a inteligência ao poder!!!
    josé said...
    Concordando integralmente com este comentário kafkiano, outro vaticínio:

    Saber e humildade. Nada disto se mostra existir na equipa.

    Quem dirige uma equipa destas, dizendo antes( como disse) que o blog onde escrevia- o causa nossa- era um think tank, mostra bem o nível de saber e compreensão que terá destes fenómenos.

    E por isso, para mal de todos nós, vai ser o falhanço total. COmo a arrogância não falta neste tipo de pessoas, o que se nota no tal blog, vai ser ainda pior: a negação das evidências até à última.
    Aliás, já começou.

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