Notas breves de um terramoto político


... neste caso, o termo «terramoto» não significa, necessariamente algo de negativo.

O quinto lugar do Likud constitui uma revolução no mapa político de Israel. A derrocada do inenarrável Netanyahu é, obviamente, uma boa notícia. (baixar o Likud, partido de poder desde 1948, para 11 lugares no Knesset é a melhor prova de que a posição de 'duro' está ultrapassada na forma de encarar o conflito)

O Kadima venceu, como se esperava, ainda que por uma margem mais curta do que se previa. Olmert era a única solução viável para dar seguimento à linha traçada desde 2002. Peretz é, ainda, uma incógnita, mas colocou-se, com um bom resultado do Labour, como o aliado natural do Kadima.

Um governo de aliança de centro-esquerda, falta saber com a presença de que pequeno partido, surge como o máximo denominador comum de uma enorme vontade expressa pelo eleitorado israelita em prosseguir a via da cedência gradual (no seguimento da saída de Gaza), do diálogo (possível) perante uma liderança palestiniana bicéfala (e, neste caso, só se poderá dialogar com Abbas e alguma Fatah, obviamente que está fora de causa encarar um Hamas que continua, mesmo no Governo, a falar na 'extinção de Israel').

Pode ser pouco claro mas, dentro do mapa complexo que o presente afigura para o conflito israelo-árabe, era o melhor que se podia arranjar. Tente-se, então, o impossível.

Publicado por André 01:55:00  

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