Ir além dos demagógicos submarinos

O Jornal de Notícias do passado dia 1 dava conta das dificuldades de equipamento enfrentadas pela companhia de comandos que vai partir para o Afeganistão, numa missão NATO que será, provavelmente, a mais arriscada desde a guerra colonial envolvendo militares portugueses. A uma semana da partida, ainda não havia blindados disponíveis. E a espingarda que a companhia vai usar será a velha G3. Isto porque a actual arma "não inspira confiança numa zona de guerra como o Afeganistão, por encravar com frequência". Faltavam, ainda, os novos coletes de protecção, pois os actuais são demasiado pesados para a missão em causa.
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Temos aqui um exemplo, lamentável, de como funcionam(?) as nossas finanças públicas. Gasta-se cada vez mais - a despesa corrente tem aumentado sem parar desde há muitos anos (ao contrário dos nosso parceiros europeus, que a meio da década de 90 começaram a cortar nos gastos do Estado). No entanto, para funções de soberania, como são as das Forças Armadas, e para missões militares no estrangeiro onde está em jogo o prestígio do país, para isso não há verba a tempo. Aliás, por causa das compras feitas à pressa, gasta-se mais do que se tudo estivesse financeiramente programado.
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Francisco Sarsfield Cabral em coluna do opinião no Diário de Notícias, hoje.

Haverá por aí investigador/jornalista que permita que a avaliação da novíssima metralhadora (e do contrato e despesa que esteve na sua base) vá além de um artigo de opinião? Que terá Paulo Portas a dizer sobre esta análise?
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Publicado por Rui MCB 10:46:00  

2 Comments:

  1. Anónimo said...
    Jornalistas não percebem nada de Defesa. Chamam "Tanque" a qualquer veiculo militar com lagartas quando para não fazer figuras tristes podiam ao menos chamar "Blindado"

    Quando fomos para a Bósnia ou Kosovo vi soldados com Galil Israelitas penso que se comprou uma pequena remessa só para essa operação.

    Note-se que a G3 têm calibre 7.62mm o calibre da arma individual Nato dos anos 50-60 enquanto as armas dos nossos Aliados têm calibre 5,56mm que substituiu esse. É certo que não haverá problema logístico uma vez que a maior parte dos veículos blindados têm armas coaxiais de 7,62mm mas num combate poderão sempre ocorrer problemas graves.

    No entanto o novo Ministro da Defesa diz que que o Exército Português não está desactualizado...e congelou os veículos Pandur de rodas deve ser porque prefer gastar dinheiro com os Chaimite ou os M-113. São as poupanças! usamos corvetas de há 30 anos em patrulha da ZEE quando navios patrulhas oceânicos próprios para o efeito consomem menos, tem metade da tripulação e são mais eficientes em manutenção.

    lucklucky
    Anónimo said...
    Voltei
    Reli o texto e não quis acreditar Saarsfield Cabral parece dizer " actual arma " por oposição á G3? Bom a actual arma é a G3 e encrava !!

    Só agora percebi a referência a Paulo Portas...parece que por aqui se pensa que já existe nova arma e querem entalar o PP...A não ser que talvez RuiMCB me possa esclarecer qual o nome dessa misteriosa arma.


    lucklucky

    A propósito, armas ligeiras más são coisa do passado.

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