Depois é tarde ...

O Público dá conta de uma greve decretada pelos funcionários do teatro Scala de Milão. Sobre o conflito propriamente dito que está subjacente a uma decisão da administração que os trabalhadores contestam e que envolve o maestro Riccardo Muti e o superintendente Carlo Fontana a notícia nada diz. Imagina-se que está relacionado com o desejo de um dos lados da busca do equilíbrio financeiro com alguma interferência na programação e do outro a defesa exclusiva da sua qualidade, sem ter em consideração os custos. Neste binómio, acontece que são raras as vezes em que a razão pode ser exclusivamente atribuída a uma das partes, sendo que apenas reflecte os desejos de protagonismos de uns e os interesses e as estratégias pessoais de outros que, em ambos os casos, estão muito para além das organizações de produção artística e dos quais elas próprias e o público raramente saem beneficiados.

Atenção pois a este assunto por parte de quem vai administrar a futura Fundação Casa da Música a quem recomendo que ao seu director artístico sejam transmitidos objectivos de programação muito claros e exigido o melhor resultado possível com o menos possível de recursos financeiros, e uma atitude de total neutralidade face àquelas que forem as suas opções, sem prescindir do prévio controlo e avaliação dos seus resultados que, por contraditório que pareça, são melhor garante da autonomia no exercício do cargo.
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Publicado por contra-baixo 18:24:00  

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