A continuidade deste Governo é de todo insustentável. Nunca na história recente da democracia portuguesa um governante se demitiu, não por divergências políticas com o primeiro-ministro, mas em total ruptura com este chamando-o de mentiroso e manipulador, nunca um primeiro-ministro foi acusado de traidor pelos seus pares, e mais, por aqueles que deviam ser, e foram, os seus maiores fiéis. Nunca um ministro se demitiu, para no momento da saída vir dizer que saía porque não o deixavam - e logoo PM - fazer coisa alguma. Quantos ministérios e secretarias de estado virtuais haverá mais ainda ? Quantas figuras decorativas haverá ainda neste governo ? Poder-se-á cair na tentação de desvalorizar as declarações de Henriques Chaves, já que há bem poucos dias dizia que tinha sido aliviado de funções porque tinha trabalho a mais, mas de qualquer forma Chaves é o espelho do Santanismo, para o melhor e para o pior. A sua saída prenuncia o inevitável - a queda deste Governo. Resta saber se ainda haverá uma réstia de dignidade ou de Santana ou de um ou outro membro mais lúcido da Corte que evite a putrefação completa das coisas, e permita que as coisas acabem com a hombriedade possível, mas conhecendo do que a casa gasta as ilusões são muito poucas... É possível enganar muita gente durane muito tempo, mas não toda a gente todo o tempo, nem mesmo Santana Lopes, com todos os spins do mundo. É a vida.

É claro que seria o cúmulo da ironia se de repente todo o sentido de estado e de responsabilidade deste Governo aparecessem bem concentradinhos no PP... Nobre Guedes e Paulo Portas, ao menos, sabem-na toda, e lata nunca lhes faltou... Depois de Santana ser fulminado por um dos seus seria mesmo irónico.

Publicado por Manuel 18:25:00  

1 Comment:

  1. Anónimo said...
    Afinal também há uma versão laranja do pântano: nem governa nem deixa governar.A vertigem do abismo assusta o lúcido e o distraído.
    Haverá quem queira assumir a responsabilidade pelo desemprego sem novas empresas competitivas, do sobreendividamento sem investimentos produtivos, da desregulação sem vantagens competitivas, da antecipação de receitas sem hipotecar o presente e o futuro?
    Dos eventos efémeros que mostram a nossa grandeza, mas que só mostram a nossa faceta superficial, escondem a miséria atávica apesar do prémio do Euro Milhões?
    Portugal,Portugal de que é que tu estás à espera?
    Onde é que param o humanismo cristão, o reformismo, a social-democracia, o socialismo reformista?
    Recuso a alternativa entre o populismo de tipo A e o populismo de tipo B.
    Os portugueses deixaram de falar uns com os outros; falam entre si por intermediários que não querem nada com eles.
    Esta intermediação só provoca ruído e confusão:
    Vamos lá a voltar a falar directamente todos, com todos!!

    Ass. Maria da Fonte II

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