pero que las hay las hay...

Fontes próximas e autorizadas do Primeiro-Ministro não se tem cansado nas últimas horas de repetir sistematicamente urbi et orbi que o Presidente da República está a ser informado ao minuto dos eventos relacionados com a presente turbulência no sector da Justiça.

Um crente dirá que só fica bem tanta cortesia com Sampaio, um realista - que não precisa de ser constitucionalista - recordará apenas que Sampaio tem de ser informado, e estar ao corrente, num e um único caso - o da hipotética substituição do Procurador Geral da República (pedida explicitamente em editorial soez no Diário Económico e insinuada no 24 Horas)

Souto Moura tem, como já várias vezes aqui se escreveu vários defeitos - o maior dos quais será porventura o de ser excessivamente honesto na medida em que é manifesta e excessivamente crente na bondade humana, mas querer responsabailizar explicitamente Souto Moura por actos de todo e qualquer agente do MP, que não é de todo liquido sequer que sejam sequer aquilo que lhes é imputado/insinuado, não é um exercício de opinião, não é um acto político, é simplesmente um puro exercício de má-fé e cobardia.

Se Souto Moura cair, não cairá por causa das conversas que um dia se descobrirá serem mais ou menos inócuas, mais ou menos coloquiais, gravadas com um quadro da PGR, cai pura e simplesmente porque autorizou que decorresse a investigação ao Processo Casa Pia.

Foi assim desde o início, dissêmo-lo aqui com as letras todas na medida do possível. Agora, não vê quem não quer, e não basta segurar momentaneamente (como Salvado o terá sido no passado sábado) Souto Moura para o ir marinando depois au ralenti com fugas cirúgicas colocadas nos jornais.

Para terminar e ainda a (des)propósito não deixa de ser curioso não haver ainda qualquer - repito qualquer - reação de nenhum dos visados na carta aberta de Moita Flores, e sim eu sei que Pedroso ainda pode teoricamente voltar a ser...

E não, eu também não acredito em bruxas.

Publicado por Manuel 15:10:00  

17 Comments:

  1. CAA said...
    Caro Manuel,
    Inócuas ou não, aquelas conversas com aquele interlocutor e sobre aquele tema nunca deveriam ter acontecido.
    CAA
    Manuel said...
    Meu Caro Carlos Abreu de Amorim,

    Você ouviu as conversas ?! O que você está a dizer implica linearmente que a PGR não tenha um assessor de imprensa... É isso que defende ? Não fale daquilo que não sabe, fica mal...
    CAA said...
    Caro Manuel,
    Não sei do conteúdo das conversas. Para já, essa nem é a questão. O que está em causa é o estranho facto dessas conversas terem existido e sobre esse tema. Quer com Senhor PGR, quer com Director da PJ, quer com o Bastonário da OA, quer com outros magistrados ou outros advogados. Conversas sobre esse tema não são para se terem com um jornalista do CM por parte desses altos responsáveis. Como escreveu a Sara Muller "é uma vergonha", só por si, que existam 50 horas de gravações. E quer-me parecer que vocês, na GLQL, sabem mais e melhor para não concordarem comigo.
    Tem de existir uma distância de decoro entre as figuras mais responsáveis do poder judicial e os jornalistas - julgo ser uma simples questão de senso comum.
    josé said...
    Esse, é também um dos dramas dos media portugueses: qualquer indivíduo se acha habilitado a dar opinião sobre qualquer assunto. Então se for jornalista, especialista em questões generalistas e embrenhado nas veredas do poder político, o direito a perorar já é quase absoluto.
    COmo em terra de cegos quem tem olho é rei, o nosso chama-se Marcelo. E o vice-rei é o Pacheco. Sabe também de tudo e sobretudo política, história e filosofia e ainda...selos!
    É este o triste país em que nos achamos e no qual um director da polícia judiciária acha que foi corrido por causa da "campanha" "orquestrada" de muitos e indistintos indivíduos, entre os quais os dos malfadados blogs. Ridícula, esta tragi-comédia.Uma autêntica opera bufa.
    COmo disse a Sara Muller do Blasfémias, estes tipos nem se apercebem da figura que fazem...
    josé said...
    Meu caro CAA:
    Nesse aspecto, acho que tem toda a razão! Um director da PJ, ou um qualquer investigador da dita ligada ao processo, não devem falar sobre o assunto com um jornalista, pelo telefone e assumindo uma tom coloquial que não lhes deve ser autorizado enquando responsáveis de uma instituição ou do processo em causa.
    Pura e simplesmente deveriam esta calados e recusar comentar ou informar o jornalista, assumindo-se como fontes do mesmo, para todos os efeitos.

    PAra obviar à falta de informações deveria funcionar muito melhor a assessora de imprensa do PGR, Sara PIna. Os comunicados da PGR não servem para esclarecer jornalistas que geralmente são pessoas que pouco sabem de direito e como se está a ver, pouco ou nada percebem do funcionamento das instituições.
    Em Portugal tudo parede funcionar na base do amadorismo e porreirismo e é esse um dos males.

    Se os jornalistas fossem melhores profissionais não precisavam de perguntar ao director da PJ a sua opinião sobre processos crimes delicados. O director nacional da PJ deve ocupar-se de outros assuntos.
    Do mesmo modo os agentes da PJ devem sujeitar-se ao dever de sigilo e respeitar efectivamente o segredo de justiça. Não o fazendo devem sofrer as consequências. Neste caso ou noutros.
    Anónimo said...
    ..."É isso que defende ? Não fale daquilo que não sabe, fica mal..."
    diz o NÉLITO.
    Não vêm que sua Suprema Iminência é Dona de toda a VERDADE...
    O Nélito devia já ser CANONIZADO. Só ele acredita nos Milagres dos Magistrados do MP...
    Anónimo said...
    FOCUS CENSURADA

    Um juiz proibiu a revista FOCUS de publicar qualquer notícia relacionada com as gravações cujo teor criminoso urge ser conhecido pelo povo português.

    Tirano, proibiu até a revista de transcrever o teor completo da providência cautelar.

    Eis Portugal no seu melhor. Um país fascista, tiranizado e acobardado.

    Amanhã, se surgirem umas cassetes "roubadas" que comprovem que um criminoso assassinou uma centena de pessoas, o que farão os jornalistas em Portugal?

    Pedem autorização aos tribunais?..

    Comprem a FOCUS e exponham este exemplar censurado: é a melhor forma de manifestarem a vossa solidariedade e desprezo para com estes fascistas judiciários.

    JVK

    Eu não preciso de dizer mais.
    APOIADO

    Vou comprar a revista, quanto mais não seja par amadar à merda o FDP do Juíz que proferiu tal Providência.

    cadsf@mail.pt
    Luís Bonifácio said...
    O José atirou na "Mouche".
    Independentemente do teor das afirmações do Adilino Salvado, o Director Nacional da PJ não tem que estar a dar entrevistas pelo telefone aos Jornais.
    josé said...
    Uma decisão judicial é um acto fascista?!! Estamos perante um fascismo judiciário, quando, no âmbito de uma providência cautelar, com base no direito português vigente, um juiz decide proibir a publicação de um artigo numa revista, acautelando interesses que o requerente sustentou juridicamente?!!

    É por estas e por outras, caro JVK, que você se descredibiliza. E é pena, porque é um lutador. Mas há regras na luta que é preciso respeitar. N´
    ao vale tudo e chamar o que chamou ao juiz, na qualidade de titular do poder judicial, é um nonsense.
    Pena.
    Anónimo said...
    Uma decisão judicial é uma decisão fascista quando usurpa os outros poderes (legislativo e executivo) através de uma interpretação não democrática das leis, que lhe cabe, e só, cumprir. É fascista quando prende sem dar hipótese de defesa; ou quando censura uma publicação, quando o que está em causa é o interesse público em conhecer o conteúdo de gravações cujo teor, como muito bem diz JVK, é criminoso.
    Em Portugal, o Watergate seria censurado por juízes, e esta é a triste realidade deste medíocre país.

    Sabe porque não se fala nos conteúdos?
    Imagine.........

    Quanto ao JVK, o próximo passo do MP é tentar prendê-lo, nem que seja por mastigar pastilhas elásticas depois do almoço. Verá como tenho razão.
    Anónimo said...
    Fico completamente pasmado com o que vou lendo. Este país está a ficar louco e ingovernável. Não há regras, nem princípios, nem valores, nem referências. Vale tudo!
    Aqui há tempos, um director de televisão afirmava que poderia "vender" um presidente. Hoje confirma-se que, se não se vende, também não se deixa que se compre o que quer que seja.
    Se eu - que sou aquilo a que alguns jornalistas chamam, depreciativamente, um popular - se eu tivesse a ousadia de proceder como procedem alguns dos mais altos "dignatários" destes feudos, já estava preso e condenado sem agravo.
    Não acreditam? Digam-me o que aconteceu com o caso do dinheiro do sobrinho motorista na Suiça, ou com os insultos à magistratura no Marco, ou ... ou... ou com as permanentes quebras do segredo de justiça?
    josé said...
    Quanto ao JVK não acredito que alguém do MP o queira prender. E porque razão o deveria fazer, já agora?!
    Violou ele a lei de forma grave e consistente para que haja um crime público punido com pena de prisão superior a cinco anos? Até agora, do que tenho lido, não me parece.
    O domínio preferido de JVK é a opinião. A qual por vezes me parece delirante em inuendos e ligações conspirativas.
    Nesse aspecto, desacredita-se a si mesma, o que acontece com frequência, parece-me. E desse modo, corre o risco de ninguém lhe ligar- a começar pelos que tem defendido à outrance!
    O JVK , um dia, ainda vai perceber que é assim.E talvez perceba que o MP não é associação de malfeitores e o palácio do duque de Palmela não é habitado por ogres, mas sim por profissionais de boa-fé.
    Haja fé.
    Anónimo said...
    «Até agora, do que tenho lido, não me parece». Tinha que ameaçar e espetar a sua mafiosa percepção da democracia, não é? «até agora...». Quando entrar no seu gabinete, dê graças a Deus por ter trabalho garantido e salário ao fim do mês, pago por nós! E deixe de se armar aqui em padrasto da Justiça. Enquanto você lança bitaites opinativos na penumbra do cobarde anonimato, o JVK e outros dão a cara e assinam por baixo. Quando falar deles, limpe a boca!
    josé said...
    Bem, eu chamo-me josé, caro anónimo...
    Mas já agora que se deu ao trabalho, porque vitupera assim as instâncias judiciais?! Acha mesmo que vivemos num fascismo judiciário?
    Anónimo said...
    Depois de ler as afirmações do José, fui ao ReporterX com olhar crítico acerca do posicionamento do jornalista que mantém aquele site. Vejo que tem as coisas organizadas metodicamente, opinião, investigação, casrtas de leitores, bem dividido. Recomendo ao José que faça o mesmo e que leia antes de escrever. Vá por exemplo aqui: http://www.reporterx.net/default.asp?id=13&mnu=13 e diga-nos onde se encontram esses tais artigos opinativos? A mim parece-me pura investigação, com factos, nomes, datas. Mais uma vez, se constata que neste blog o ruído roça a peixeirada: quanto mais grita numa direcção, mais pensa que afasta as atenções do peixe podre. Só mesmo no Porto....
    josé said...
    Já li. E li isto que não me agradou nada:

    "DESDE O INÍCIO do processo da Casa Pia existiu uma clara estratégia comunicacional para denegrir a imagem dos arguidos, amplificando o pânico moral. Ao mesmo tempo, ocultava-se a verdadeira identidade das testemunhas-chave, apresentadas sempre como “coitadinhos”, “meninos que não mentem”. Agora, comprova-se que os tais “meninos” que apareceram nas televisões e imprensa -- Francisco Guerra, Lavaredas, Pompeu, Márcio Silva, Nuno Duarte, o Metralha, etc) são um bando de delinquentes, proxenetas e ladrões, alguns deles informadores da PJ há vários anos. Por detrás das notícias, vários jornalistas referem um inspector da PJ: Dias André."

    Estas coisas não se devem escrever assim de ânimo leve sem serem acompanhadas de provas. E mesmo assim, não se devem escrever, porque consubstanciam crimes de ofensa à honra e consideração, sendo passíveis de criminalização se os interessados fizerem queixa, nos seis meses a seguir ao conhecimento dos factos.
    O meu caro JVK deve saber muito bem disso. Havia necessidade?!

    Por mim pode muito bem escrever o que quiser. Mas como já disse, desse modo, acho que apenas se descredibiliza. É uma opinião.
    zazie said...
    pois do pouco que li no tal repórter até me causou repugnância. Então aquelas análises das profs e psicos aos miúdos: "é mesquinho e sujo e intriguista..." só pelo que escreveram deviam ser postas na rua imediatamente.
    Eu tenho muito má impressão destas pessoas e pelo pouco contacto que já tive, inclusive de psicos de tribunal são umas analfabetas que leram Freud de algibeira e depois limitam-se a pactuar com o sistema. E aquela gente toda da Casa Pia devia ter ido para a rua porque é totalmente impossível que não estivessem a par dos abusos. E não me refiro apenas a este caso que está em tribunal mas às centenas que foram apuradas nas próprias instituições.
    Era fechar para desinfecção, como disso o VPV e mais nada.

Post a Comment