Da responsabilidade profissional

Tribunal europeu manteve veto à compra da Gás de Portugal pela EDP e Eni


Os advogados e as sociedades de advogados não são diferentes de outros profissionais liberais. Todos têm - são obrigados a tal, por lei, lei essa aprovada durante o consulado de José Miguel Júdice como Bastonário - um seguro de responsabilidade civil profissional.

Se, porventura, eu contratar um gabinete de arquitectura que me cobra um horror de dinheiro por um projecto que é chumbado porque não respeita as leis em vigor e for falar com um advogado este diz-me para não só não pagar os honorários como ainda para processar o gabinete de arquitectura em causa pelos danos causados pela demora inerente à necessidade de preparar e fazer aprovar novo projecto, desta feita conforme à lei.

Já quando uma proeminente sociedade de advogados - a PLMJ - monta uma operação ruinosa para o Estado (de que já falámos inúmeras vezes, mormente aqui, aqui e aqui) e ela acaba chumbada em Tribunal nada acontece.

Não accionar o seguro de responsabilidade civil da PLMJ ao mesmo tempo que se exige em tribunal a devolução dos honorários pagos (595 contos à hora vezes n horas, é fazer as contas) é lesar o erário público de forma evidente.

À atenção de quem de direito, incluindo o Governo, o PGR, o novo Presidente do Tribunal de Contas e a Inspecção-Geral de Finanças. Mais, o nóvel advogado da Galp, António Vitorino, devia ser consultado de imediato...

Publicado por irreflexoes 10:46:00  

4 Comments:

  1. Anónimo said...
    O Dossier para aprovação pelas autoridades da concorrência (que foi chumbado e cujo recurso foi agora recusado) foi preparado não pela PLMJ mas pela Morais Leitão, Soares da Silva e Galvão Teles, e foi liderado pelo Dr. Carlos Botelho Moniz.
    josé said...
    Pela minha parte, muito obrigado por essa informação. Não é costume sabermos quem são os escritórios majors que segundo JMJúdice, deveriam ser consultados sempre que estejam em causa interesses majors do Estado..Porém, a propósito da GALP em comentário já antigo a uma entrevista dada por uma das advogadas da PLMJ ao Di
    ário Económico, deixei exarado:

    "A melhor tirada da ilustre causídica é esta:

    "Das operações em que esteve envolvida qual é que lhe deu mais gozo?

    - Não podendo revelar intervenções que não sejam do conhecimento público posso, porque é pública, mencionar a intervenção no processo de reorganização do sector energético (Galp), que me deu, está a dar e espero que continue a dar um gozo especial. Porque é um processo que envolve múltiplas partes e múltiplos interesses o que nos obriga a sermos criativos e a um esforço de negociação e consenso em várias frentes e em diversos patamares de interesse e porque envolve vários ramos do direito. É o tipo de assunto de que eu gosto particularmente. Há um conjunto de entidades interessadas no processo de concertação, mas com interesses muito diferentes. Todo o esforço de construção de uma solução que seja aceitável para todos é difícil, mas é estimulante, obriga a um trabalho e envolvimento permanentes

    Há quanto tempo estão no processo?

    -A minha intervenção começou com a definição do modelo de reorganização do sector energético, que o XV Governo veio perfilhar. O início do processo negocial, entre os vários accionistas da Galp, começou em final de 2003."

    Ora ficamos a saber que desde 2003, a PLMJ dá cartas, no processo negocial da GALP!
    Porém o que eu tinha lido era mais com a Parpública...

    Seria interessante saber quantos juristas há na GALP Energia e na...Parpública.
    O que fazem; que atribuiçóes lhes deram quando entraram para lá; se foram ouvidos e achados neste processo e se não o foram porque razão, incluindo a respectiva competência em direito comercial, civil e direito europeu da concorrência.

    E fazer-lhes uma simples pergunta que todos os advogados que sabem deste assunto já fizeram de si para si:
    Será que este dinheiro a rodos e aparentmente em segredo de Estado se justifica?!
    e ainda outra:
    Isto é um contrato de prestaçáo de serviço ou uma simples avença temporária e limitada?!

    E mais uma ainda:
    Acham que o GOverno deve divulgar o montante dos honorários já gasto"

    AS perguntas continuam sem resposta pública! Mesmo as perguntas feitas no Parlamento pelo deputado do PS ANtónio Galamba, sobre o montante real dos honorários percebidos ou a perceber pelas tais "majors", continuam sem resposta.

    Isto é ou não um país de bananas e de Oliveiras da Figueira?!
    Estão a ver a Inglaterra com este panorama?!
    irreflexoes said...
    Eu não disse que foi a PLMJ que conduziu o processo perante as autoridades comunitárias da concorrência.

    O que eu disse, e não é desmentido, é que a PLMJ é que montou o modelo.

    Defendê-lo depois, se ele tinha - e tinha - problemas estruturais não era fácil, fosse por quem fosse.
    Anónimo said...
    sr. irreflexões, estou de acordo consigo.

    Esperemos agora que este governo, como já vem fazendo com sucesso em vários casos, resolva o assunto com a prata da casa e sem consultorias milionárias dadas aos amigalhaços.

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