Ângela

A esta hora ainda não é claro se a CDU/CSU e o FDP vão obter maioria absoluta nas legislativas alemãs, mas desde já duas ilações podem ser retiradas. A primeira é de que para se 'ganhar', ou pelo menos ser levado a sério, na política não é afinal preciso, nem imperativo, ser(-se) fotogénico, fútil, vestir bem, falar melhor, enfim 'parecer' acima de tudo por oposição ao ser e ao pensar, a segunda, é que não obstante a primeira conclusão, não bastam apenas boas ideias e melhores intenções, é fundamental conhecer as 'regras' e saber de 'política', se se quiser chegar a algum lado. A primeira ilação está a retirá-la o 'galã' Schroeder, que nunca levou muito a sério a 'tosca' da alemanha do leste, líder da CDU/CSU, a segunda tirou-a, em tempo real e 'in extremis', Ângela Merkel, que precisou de passar pelas agruras de uma campanha eleitoral dura para também ela perceber que a política podendo não ser uma ciência exacta é sobretudo uma arte. Em suma, duas lições que servem a muita gente cá no rectângulo.

Publicado por Manuel 17:16:00  

4 Comments:

  1. Anónimo said...
    Nessa matéria somos mestres.
    Anónimo said...
    Schroeder...go away to frie asparagous....!
    Anónimo said...
    Schroeder,fora...Chirac... e o Sapateiro, a puta rua....!
    Anónimo said...
    Provavelmente nunca uma vitória eleitoral teve tanto sabor a derrota; e nunca uma derrota deu tanto a sensação de vitória.

    A inicial vantagem de 20 pontos percentuais da CDU sobre o SPD esfumaram-se no dia das eleições. Segundo as últimas projecções, Angela Merkl consegue menos de 1 ponto de vantagem nos votos e somente uns 3 ou 4 deputados a mais do que Schroeder (e tudo isto ainda dependente das eleições em Dresden, adiadas para daqui a duas semanas, que podem alterar os dados).

    Em vez da esperada vitória em toda a linha, a coligação de direita (CDU/CSU mais liberais) é claramente superada pela esquerda, perde terreno em relação a 2002 e fica longe da maioria absoluta, pelo que não conseguirá formar governo (a não ser que -- hipótese pouco provável -- consiga a tolerância de algum outro partido para um governo minoritário).

    Mesmo que venha a formar-se um governo de "grande coligação", compreeendendo os dois grandes partidos, não será certamente com Merkl, rejeitada à partida pelo SPD, nem com as políticas da coligação de direita. A "salvadora" da direita europeia termina a carreira antes de a começar.

    Com Merkl e a CDU saem também derrotadas as ideias-base da sua proposta política, designadamente a visão neoliberal na política social, o "partido" norte-americano na política externa (o insucesso de Merkl é também a derrota de Bush), a ideia de taxa única no imposto de rendimento, a substituição do eixo Paris-Berlim pelo eixo Londres-Berlim como espinha dorsal da UE, o veto da entrada da Turquia na UE.
    Os que se preparavam para rezar o requiem pelo modelo social europeu têm de adiar as suas exéquias.
    (Vital Moreira, in Causa Nossa]

Post a Comment