a insustentável leveza do silêncio

José António Barreiros, em comentário a ele próprio... Discurso directo e na primeira pessoa!

Um comentário meu ao meu próprio postal. Há quem veja nesta minha afirmação três coisas: uma insinuação, uma vontade de emporcalhar, um desejo de ser mediático. Li isto mesmo em outros blogs que tiveram a gentileza de divulgarem este postal.Ora
  • (i) não se trata de uma insinuação, antes de uma pergunta, pois de há muito que estamos todos à espera de uma explicação que dê racionalidade ao comportamento de quem antes tudo ambicionava e em parte com motivos para tal e agora nada quer, sejam quais forem os motivos
  • (ii) não se trata de vontade de emporcalhar, pois até podem existir razões nobres, legítimas e pessoais a justificarem o insólito de ter o reiterado desistente gerado expectativas responsáveis e ter deixado todos boquiabertos ao defraudá-las, e sem ao menos o favor de uma explicação
  • (iii) não há nisto vontade de me exibir, porque, façam ao menos o favor de pensar que, se o quisesse, fazia o que todos fazem, que não perdem oportunidade de aparecer em tudo quanto é social e comunicação social, para que saibamos onde andam e com quem e o que pensam.
Em suma, talvez em vez de perderem tempo comigo, que interesso pouco, preocupem-se mais com a questão: nós, os cidadãos, os que alimentamos com o nosso voto esta gente que se diz querer ser poder e o é à nossa conta, sabemos qual a razão pela qual tudo isto aconteceu e continua a acontecer? E sabem porque é que António Guterres disse que não queria conviver com «o pântano», quando largou o Governo à sua sorte? A que pântano se referia?

Quem souber que o diga! Eu não sei, por isso pergunto. Começamos a ter desistentes a mais e silêncios a mais!

Publicado por Manuel 17:14:00  

7 Comments:

  1. Manuel said...
    O título, que recorda Macau, não é da responsabilidade do Dr. José António Barreiros. Nós, GLQL, quando republicamos o texto dele, originalmente publicado no 'A revolta das palavras' é que lhe atribiumos aquele título.
    Anónimo said...
    No entanto falam falam, mas não dizem nada.
    A falta de tomates no nosso país é um problema grave.
    Anónimo said...
    Uma sondagem da EUROSONDAGEM mostra que o PS de Sócrates continua com grande apoio do povo português.
    Nessa sondagem o PS aparece com 42,4% das intenções de voto. Desceu ligeiramente relativamente a idêntica sondagem feita um mês antes pela mesm empresa e segundo os mesmos critérios.
    O PSD aparece com 33% das intenções de voto, embora o seu líder ainda continue com nota negativa. O PSD subiu também ligeiramente.
    Houve uma descida do BE e uma subida do CDS, que ultrapassou o BE.

    Ora sabemos bem que uma grande parte do eleitorado que vota no PSD concorda com todas as reformas de fundo que Sócrates está a levar a cabo. Concorda mas já se sabe também que quando no poder não teve coragem para as fazer. Compreende-se se virmos que a base social de apoio do PSD não conseguiria impor estas reformas de fundo de Sócrates.

    Portanto, além dos 42,4% do PS nesta sondagem pode-se somar à vontade mais 10 ou 20% do eleitorado do PSD e quase todo o eleitorado do CDS, no apoio às reformas de Sócrates, com excepção na questão do aborto. Este eleitorado é fiel ao PSD e ao CDS, mas claramente apoia as reformas de Sócrates. Quem não apoia de certeza são os eleitores do PCP e BE.

    Pode-se dizer portanto que, face ao ruído sobre as reformas de fundo de Sócrates, uma confortável maioria do povo português o apoia.

    Isto é de uma lógica cristalina.
    Anónimo said...
    De facto, eu tb gostaria de saber a que pântano o Guterres se referia... Até sei que o Barreiros sabe... ou que pleo menos tem a obrigação de saber... Não devia ocultá-lo dos veneráveis irmãos.
    Anónimo said...
    Ora, meu caro anónimo das 9 e 54, agora é que V. disse tudo! O Venerável irmão JAB sabe muito. Olá se sabe.
    Então sobre Macau... E sobre lojas...
    José António Barreiros said...
    Agradeço ao anónimo «alf» ter descoberto que eu ou sou parvo ou me faço de parvo. E agradeço ao «Manuel» ter explicado que o meu postal não tinha, nem no título nem no texto, nada que referenciasse Macau. As pessoas é que, sabe-se lá porquê, pensam logo nisso! De facto, nem são parvas nem disso se fazem.
    Teófilo M. said...
    Eu fui dos que vi no seu artigo uma insinuação, uma vontade de emporcalhar, um desejo de ser mediático, e por isso aqui estou a responder.

    1. Não foi uma pergunta, pois as perguntas fazem-se de maneira diversa. Não se começa uma pergunta com 'Há quem diga' ou 'O que mais parece...';

    2. Trata-se de vontade de emporcalhar, porque se fala de perseguir objectivos escondidos, alguma coisa escondida que o persegue (ao Vitorino) e se desconfia que é a tranquilidade que nem o dinheiro compra;

    3. quanto à vontade de exibição, foi o que de mais inocente me veio à ideia, e para não lhe copiar o estilo e desatar a dizer que com a sua opinião me parecia isto ou aquilo. Frontalmente afirmei que se porventura sabia de alguma coisa o dissesse claramente e fugisse das insunuações.

    Já agora, e em tempo:

    Parecer:

    verbo intransitivo
    1. ter parecença com; ser semelhante a; ser parecido com;
    2. ter determinada aparência;
    3. dar mostras de; patentear; evidenciar;
    4. tornar-se crível ou provável;
    5. afigurar-se;
    6. constar;
    7. ser verosímil;
    verbo reflexo
    assemelhar-se (a); ser parecido (com);
    substantivo masculino
    1. voto;
    2. juízo;
    3. opinião;
    4. aspecto; aparência; presença;
    5. opinião jurídica;
    6. doutrina;
    7. interpretação fundamentada de um professor de Direito, de um causídico, de um juiz;
    (Do lat. *parescère, de parére, «aparecer»)

    in Dicionário da Porto Editora.

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