Negócios sem alma

Concordo com o ministro Mário Lino quando este afirma que a “Falta de informação sobre Ota e TGV é mentira descarada”, aliás poderia o ministro também ter dito que a informação sobre o novo aeroporto foi suficientemente escancarada ao ponto de hoje a Ota ser, provavelmente, o micro-território em Portugal à volta do qual mais se negociou nos últimos tempos e se calhar logo a partir da publicação do estudo de impacto ambiental feito em 1999. Por mim, este motivo seria mais do que suficiente para que o governo anunciasse a decisão de não construir ali o aeroporto, com fundamento no agravamento do preço do terreno que entretanto ocorreu, já que não existe um quadro legal que proteja o Estado da habitual especulação que surge no período compreendido entre a decisão política baseada numa necessidade, passando pelo estudo das várias opções, e o avançar da operação, atendendo também a que os negócios com obras públicas não podem ser feitos em segredo.

A ver também se alguns dos que criticam agora a decisão de construir o aeroporto naquele local, não iriam, a seguir, criticá-lo por ter causado prejuízos aos que já investiram na compra de terra, reclamando pesadas indemnizações pelo gorar das expectativas.

Publicado por contra-baixo 15:40:00  

0 Comments:

Post a Comment