a pista angolana, ou porque é que os diamantes são mesmo eternos...

OTA

Reparei que no BdE tem havido um certo défice de debate sobre a grande questão do momento - a OTA e o TGV. Tenho de confessar que, pela minha parte, tal se deve a uma enorme falta de informação pertinente.

Mas há uma questão que, por ser cada vez mais recorrente, me intrigou: os terrenos. O Paulo Gorjão, dia sim dia sim, quer saber de quem são os terrenos do futuro aeroporto. Eu não sei se tal será um argumento válido ou um mero deslize para a demagogia. Afinal, os defensores da Ota há algum tempo que esgrimem a mesma pergunta contra o aeroporto em Rio Frio. Mas, sem outros meios disponíveis para ter informações mais fidedignas, atirei-me ao Google para tentar descobrir. Não demorou muito até encontrar um dossier do Diário Económico onde se afirma que a maior parte dos terrenos envolvidos no aeroporto da Ota pertencem às empresas Tiner/Renit, Turiprojecto e ESAF. Indo um pouco mais longe, concluí que a Tiner/Renit é um grupo empresarial de capitais brasileiros do imobiliário e construção civil, com ligações à aeronáutica e responsável pelos principais retail e outlet parks lusos. A Turiprojecto é um aglomerado de empresas ligadas ao imobiliário, à engenharia e à construção civil, liderado por um tal José António Carmo, que incidentalmente é também membro da direcção da Associação Empresarial de Lisboa. ESAF é, palpite meu, o acrónimo de Espírito Santo Activos Financeiros, uma holding de investimentos mobiliários e imobiliários do Grupo Banco Espírito Santo e, coincidência talvez, cliente do grupo Turiprojecto.

Isto foi o que descobri com uns minutos de pesquisa. Talvez alguém com mais conhecimentos dos meandros políticos e económicos que eu possa fornecer mais dados ou unir mais pontinhos. Quanto à minha opinião sobre a Ota, ela continua pouco esclarecida, mas os posts que li que me pareceram mais informativos e equilibrados foram este e este.

Adenda: Repito que eu não estou suficientemente informado para tirar conclusões, afirmar ou insinuar nada. Só penso que se fosse ministro com uma nota de rodapé destas teria a precaução deixar tudo muito bem esclarecido. E, se fosse um grupo bancário que teve problemas com um governo recente, gostaria de garantir que era tudo muito clarinho como a proverbial água.

in BDE


A linha recta nem sempre é a mais curta distância entre dois pontos

Publicado por Manuel 19:08:00  

9 Comments:

  1. Anónimo said...
    O verdadeiro Big Brother, anunciado há duas décadas num livro com um sugestivo título.
    Anónimo said...
    Meu muito Venerável Irmão:

    Esta é subtil demais para mim. Faça-me lá o favor de deixar mais uma ou outra pista...

    É que apenas com a mera transcripção deste texto sem autor e mais uma lição de geometria não-euclidiana, eu não vou lá...
    zazie said...
    Pois para quem precisa de uma ajudinha aconselha-se a leitura dos comentários no Blasfemas. Este post do Palinhos é de tal modo excelente que até estou tentada a interromper as férias do blogue para o linkar...
    Anónimo said...
    Eh pá, ó zazie:

    Li os comentários todos e não percebi o que é que o 007 está a fazer neste filme...

    Dá-me lá outra pista, anda lá, que eu depois conto-te como é que acaba a Guerra dos Mundos...
    zazie said...
    bem... a minha "leitura" do 006.5 em questão é que a "coisa está preta"...

    e ainda por cima por razões de "lavagem" idêntica ao do senhor da foto.

    ":O.
    Anónimo said...
    zazie:

    Obrigado

    Pronto... então vai-se a ver e não é que os marcianos não são capazes de resistir às infecções que apanham assim que começam a respirar a nossa atmosfera? (é assim como que um ar que lhes dá...).
    Se os tontos soubessem, é claro que nunca se tinham metido cá co'a gente, não é???????

    (aqui entre nós aquilo pareciam amibas, mas acho que qualquer bactéria serve...)
    zazie said...
    e não sei estão lembrados mas na história o verdadeiro Howard Hughes tinhasido raptado e substituído por um impostor. Ora nesta história parece que também temos uma relação de duplo que virá a ser enquanto já é...
    Anónimo said...
    O Palinhos acertou na borda do alvo, mas ainda falta chegar à mouche. Isso consegue-se com três coisas
    Fazer uma travessia do atlântico;
    A "Rolha" é importante, mas neste caso só protege (Lava) o vinho que a garrafa contém;
    Como escreve no BdE, deduzo que não entenda de economia, pois o dinheiro não está nos terrenos que vão ser ocupados pelo aeroporta, mas sim aqueles que estão na sua órbita.
    António Maria said...
    Actualização do LINK relativo à referência neste post ao que dizem os blogs do Antonio Maria e do Grande Estuário sobre a Ota -- provavelmente uma das maiores burrices e teimosias políticas e um dos mais escandalosos negócios depois de 25 de Abril de 1974. O burro teimoso chama-se João Cravinho. E a teia de interesses sem escrúpulos começa no BES, passa provavelmente por Luanda, e continua a espalhar-se como uma nódoa de ganância inimaginável. -- AC-P

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