(Pequenas) Notas de Verão

  • 1. A papelaria deste fim de mundo onde me encontro vende a revista Veja. O que tem sido um fabuloso escape para o clima de pasmaceira que se começa a instalar. Seguir o "mensalão" é um fabuloso exercício para férias. E, já que as coisas no Brasil andam um pouco confusas, nada melhor do que um português para ajudar a clarificar. A revista recorda as declarações do ex-ministro António Mexia ao Expresso, que confirma ter recebido o "careca" Marcos Valério "na qualidade de consultor do Presidente do Brasil". A oposição a Lula bate palmas. Depois de tantas sessões da Comissão dos Correios em que não se indiciou a relação de Lula com o "mensalão", Mexia deu a ajuda decisiva. Fica bem a qualquer cidadão colaborar com a descoberta da verdade.

    Nas mesmas declarações, Mexia diz que a conversas demorou "10 a 15 minutos" e foi "de circunstância". "Não houve nenhum tópico específico", realçou o ex-ministro de Santana. "Pois é, ministro em Portugal recebe qualquer um para tratar de qualquer coisa - 'você acredita nisso?'", pergunta Jefferson, lê-se na Veja. Mexia, novamente, em grande.
  • 2. Na Veja de 27 de Julho, a deputada brasileira Denise Frassard tem esta tirada...
    O problema é que o PT é o partido que quis calar a imprensa, amarrar as mãos do Ministério Público e controlar o Judiciário.
    Pois é, o PT lá do Brasil, esse país de terceiro mundo, bom para as férias....
  • 3. Nos textos dos jornalistas brasileiros não encontro um "alegadamente" ou um "terá sido". Viva a liberdade de imprensa!
  • 4.Livrinhos para as madrugadas: Contos Proibidos, Memórias de um PS desconhecido, Rui Mateus (já andava pendurado há demasiado tempo no escaparate lá de casa. Como dizem alguns historiadores, para compreender o presente é preciso conhecer o passado). Portugal Hoje, o Medo de Existir, José Gil (genial. É como se transportassemos a "maneira de ser" de um povo na palma da mão). Anjos e Demónios, Dan Brown (três noitadas chegaram para ler outro romance do escritor norte-americano).



P.S. - O procurador Rosário Teixeira diz hoje ao Diário de Notícias que "vai prevalecer o princípio da legalidade, sem se olhar a timings", isto no que diz respeito a investigações relacionadas com autarquias. "É impossível parar as diligências quando as investigações já decorrem há algum tempo, sejam quais forem as circunstâncias, nem mesmo por causa de eleições", acrescentou ainda o magistrado. Mais: "O MP segue o princípio da legalidade e não o da oportunidade". Por isso, "tem de actuar, incluindo a dedução de acusações".

Conclusão: a areia do mar é branca, a água é fria. À noite, o céu é preto. A bata dos médicos é branca. A toga é preta. Os polícias perseguem os ladrões. As ventoinhas refrescam, o ar condicionado ainda mais. Chuva em Novembro, Natal em Dezembro. Ano Novo em Janeiro, Carnaval em Fevereiro.

Boas Férias!

Publicado por Carlos 16:09:00  

1 Comment:

  1. josé said...
    Carlos:

    A foto é da Veja?! Do Expresso, não estou a ver...ahahahah!

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