Marques Mendes perdeu ontem uma oportunidade soberana de mostrar que é diferente. Não é que formalmente tenha estado mal, não esteve, fez aliás o papel tradicional que se espera de um líder da oposição mas isso, hoje, na presente situação não chega. Não basta dizer que o PS tem anestesiado o país, é verdade, nem basta exigir medidas. Falta a Marques Mendes aprender uma coisa ou outra com o Prof. Cavaco e marcar a diferença. Já toda a gente percebeu que o problema não está no PS contra o PSD, há no PS e no governo quem perceba muito bem a dimensão grave dos problemas, e há quem não perceba. Entre os primeiros conta-se o Ministro das Finanças que ainda há poucos dias ensaiou a presentação de um pacote corajoso de reformas e cortes orçamentais para grande desgosto e irritação dos seus pares no executivo, assim o que se espera do PSD é que apoie Campos e Cunhe na sua luta contra os da situação. A não ser, claro, que o PSD queira reformas mas não se queira comprometer com a dor que elas inevitavelmente irão, no curto prazo, causar.
Marques Mendes ainda vai a tempo de pedir uma reunião a Campos e Cunha para saber onde é que o PSD pode ser útil, no Parlamento, e no País, a convencer os cépticos, nomeadamente os do PS, e eventualmente o próprio eng. Sócrates, da inevitabilidade de cortes e reformas drásticas, como a de que afinal em algumas SCUTs lá será mesmo implementar portagens...
Às vezes, a forma mais eficaz e mortifera de fazer oposição não é dizer mal, é dizer bem. O sucesso ou insucesso de Campos e Cunha não é um problema interno do PS e do Governo, é um problema de todo o país.
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Publicado por Manuel 21:37:00
Mas atençãO. É preciso que o Primeiro Ministro o queira.
Marques Mendes não tem que se pronunciar sobre textos dos Jornais que são simples atirar barro à parede.
Neste momento cabe-lhe o que fez. Exigir que o Ministro das Finanças e o Primeiro Ministro apareçam.
Não esqueçamos que ainda há três dias o PS fazia uma crítica feroz ao discurso da tanga.
António Alvim
Marques Mendes que foi um aliado de Durão Barroso e fez parte do seu governo sabe que se Sócrates fosse da mesma índole do seu antigo líder faria as contas do Estado relativamente a 2004 e muito provavelmente poria em causa a credibilidade externa de Portugal, como sucedeu em 2002. Marques Mendes sabe muito bem que muito provavelmente Portugal não cumpriu o défice, e restava-lhe manter uma posição humilde, já que o PS optou por não assacar as responsabilidades. Apontar críticas ao Governo, aproveitando o facto de Constâncio não ter analisado as contas de 2004 só revela que Marques Mendes é um líder político sem escrúpulos. A ler in "O Jumento"