Marques Mendes perdeu ontem uma oportunidade soberana de mostrar que é diferente. Não é que formalmente tenha estado mal, não esteve, fez aliás o papel tradicional que se espera de um líder da oposição mas isso, hoje, na presente situação não chega. Não basta dizer que o PS tem anestesiado o país, é verdade, nem basta exigir medidas. Falta a Marques Mendes aprender uma coisa ou outra com o Prof. Cavaco e marcar a diferença. Já toda a gente percebeu que o problema não está no PS contra o PSD, há no PS e no governo quem perceba muito bem a dimensão grave dos problemas, e há quem não perceba. Entre os primeiros conta-se o Ministro das Finanças que ainda há poucos dias ensaiou a presentação de um pacote corajoso de reformas e cortes orçamentais para grande desgosto e irritação dos seus pares no executivo, assim o que se espera do PSD é que apoie Campos e Cunhe na sua luta contra os da situação. A não ser, claro, que o PSD queira reformas mas não se queira comprometer com a dor que elas inevitavelmente irão, no curto prazo, causar.

Marques Mendes ainda vai a tempo de pedir uma reunião a Campos e Cunha para saber onde é que o PSD pode ser útil, no Parlamento, e no País, a convencer os cépticos, nomeadamente os do PS, e eventualmente o próprio eng. Sócrates, da inevitabilidade de cortes e reformas drásticas, como a de que afinal em algumas SCUTs lá será mesmo implementar portagens...

Às vezes, a forma mais eficaz e mortifera de fazer oposição não é dizer mal, é dizer bem. O sucesso ou insucesso de Campos e Cunha não é um problema interno do PS e do Governo, é um problema de todo o país.
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Publicado por Manuel 21:37:00  

3 Comments:

  1. O Reformista said...
    Estou de acordo e no O Reformista declaro o meu apoio ao Ministro das Finanças apesar de ser do PSD. Aliás a minha tese secreta é que o melhor para o País é neste momento um Governo PS com um bom Ministro das Finaças apoiado pelo maior partido da opsição e pelo Presidente da República (Cavaco).

    Mas atençãO. É preciso que o Primeiro Ministro o queira.

    Marques Mendes não tem que se pronunciar sobre textos dos Jornais que são simples atirar barro à parede.

    Neste momento cabe-lhe o que fez. Exigir que o Ministro das Finanças e o Primeiro Ministro apareçam.

    Não esqueçamos que ainda há três dias o PS fazia uma crítica feroz ao discurso da tanga.

    António Alvim
    Anónimo said...
    É óbvio que a manchete do Expresso, intitulada "Choque no governo" não faz qualquer sentido, não é verdadeira. Basta conhecer minimamente Sócrates e os ministros do governo. Quanto a Marques Mendes, esse está sempre numa posição falsa, a menos que tivesse a coragem de assumir os erros do governo de que fez parte (coisa em que não acredito), e qualquer crítica ou exigência que faça cai no ridículo. Porque se manteve calado durante 3 anos? Só agora é que se apercebeu dos problemas? Mais vale estar agora calado, para não fazer figura de parvo.
    Anónimo said...
    UM LÍDER POLÍTICO SEM ESCRÚPULOS

    Marques Mendes que foi um aliado de Durão Barroso e fez parte do seu governo sabe que se Sócrates fosse da mesma índole do seu antigo líder faria as contas do Estado relativamente a 2004 e muito provavelmente poria em causa a credibilidade externa de Portugal, como sucedeu em 2002. Marques Mendes sabe muito bem que muito provavelmente Portugal não cumpriu o défice, e restava-lhe manter uma posição humilde, já que o PS optou por não assacar as responsabilidades. Apontar críticas ao Governo, aproveitando o facto de Constâncio não ter analisado as contas de 2004 só revela que Marques Mendes é um líder político sem escrúpulos. A ler in "O Jumento"

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