Alguém tem dúvidas?

Pelo que se lê aqui (clicar em cultura) a Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, vai discutir com o grupo de fundadores privados convidados para a Fundação Casa da Música o valor do subsídio anual do Estado à fundação. Segundo a mesma notícia "As entidades convidadas para fundadores deliberaram, em reunião do dia 4 de Março, que só estão interessadas e abertas se o Governo mantiver para os anos seguintes, subsídio igual ao de 2005, 10 milhões de euros."

Sobre o valor do subsídio em causa, como já aqui foi dito, é irrelevante, pois depende, essencialmente da forma como irá ser gasto e do retorno (cultural) alcançado. Um aprendiz desta venerável Loja (que pela sua qualidade não está autorizado a falar) garante-me, e eu acredito que esteja próximo da realidade, pois basta passar pela rotunda da Boavista e constatar apenas a quantidade de pessoas sentadas nas secretária, que a manutenção daquela estrutura importará qualquer coisa como 5 milhões de euros, imaginado que neste valor, estão também incluídos os custos com a energia, a água, a segurança (à distância já contei um quantos securitas), a limpeza dos janelões, os contratos de manutenção (que há sempre), etc, etc, etc. , sendo o resto, presumo, para financiar as actividades e, eventualmente, adquirir material e equipamento. Perante isto, acho que também mais ou menos irrelevante discutir se 10 milhões de euros é muito ou é pouco, pois, no fim, o valor em causa vai acabar por ser necessário, independentemente de quem o vá administrar no início.

Um ponto que, no entanto, me parece relevante e que deve ser havido em consideração, é o facto de os fundadores privados querem apenas a garantia de um subsídio para os anos seguintes (2006 em diante) igual ao de 2005 – os tais 10 milhões de euros. Isto pode querer dizer muito. Homens como Artur Santos Silva, por exemplo, sabem muito bem que os 10 milhões de euros valerão cada vez menos à medida que os anos passem. Só podem portanto ter a ideia que havendo boa gestão, a reestruturação adequada da dimensão do estabelecimento e o potenciar a médio e longo prazo de receitas de bilhetes e de sponsors (eu por exemplo ainda não percebi a política de preço dos bilhetes, nem como irão aplicar o conceito de “elasticidade de preço na procura” pois o dito preço já está fixado igual para todos e, seguramente, que os espectáculos não serão todos iguais) haverá condições para, a prazo, garantir o equilíbrio a e sustentabilidade do edifício. Falta é saber se há quem ache que outras pessoas – aquela em especial, estão em melhores condições para o conseguir.
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Publicado por contra-baixo 13:42:00  

2 Comments:

  1. Anónimo said...
    Por este bocado de prosa, toda a gente se prepara para roubar...sim roubar!
    Fala-se em subsidio, mas não se fala em despesas fixas de funcionamento. Não se fala em programa para 3 anos, porque os artistas, não se alugam e m feiras!
    Afinal è o contribuinte de Tras os Montes que nunca irá à casa da musica vai pagar aos gatunos?
    Sejamos honestos a cultura em Portugal, não passa de um bluff
    para uns quantso(muito) terem bilhetes à borla e o desgoverno ser total............
    zazie said...
    moneys à parte passem por aqui e digam-me lá se os transmontanos não deviam ver isto:

    http://www.last-tapes.blogspot.com/

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