Ainda são precisos mais estudos...

As tendências demográficas constantes nos últimos anos, resultante de uma melhoria clara da esperança média de vida a nível global, diminuição das taxas de mortalidade infantil, associada ao facto de os incentivos a uma política de natalidade no quadro sociológico português, conduziram o sistema de segurança social português para uma quase falência financeira.

Em 2004, a estrutura da população portuguesa estava definida da seguinte forma...

  • Dos 0 aos 14 anos : 15,7 %
  • Dos 15 aos 65 anos : 67,4 %
  • Acima dos 65 anos : 16,9 %

Segundo os dados do Eurostat
, divulgados hoje, em 2050 teremos...

  • Dos 0 aos 14 anos : 13,1 %
  • Dos 15 aos 65 anos : 55,0%
  • Acima dos 65 anos : 31,9 %

O que equivale a tirarmos desde já duas conclusões ...
  1. Em 2050, 55 % da população portuguesa descontará para pagar reformas e subsídios de 31,9 %. No mesmo ano, Portugal terá 45 % da população em estado inactivo.
  2. Se em 2004, 67,4 % da população trabalhava para pagar as reformas de 16,9 % da mesma população, é caso para afirmar taxativamente que em 2050, Portugal não terá segurança social, pois a mesma não terá capacidade para assegurar as contribuições.

Não querendo entrar pela necessidade de reafirmar ao primeiro-ministro a inutilidade de novos estudos nesta matéria, a divulgação dos dados do Eurostat, alerta para aquilo que há muito se fala.

A base da segurança social, e da sua sustentabilidade, resulta claramente de equilíbrio constante entre o número de contribuintes activos e do número de beneficiários do mesmo sistema. A política de natalidade resultante da 2ª guerra mundial e que ficou conhecida como o baby-boom, cobra agora ao Estado esse notável esforço de rejuvenescimento da população, com a pirâmide demográfica a apresentar um alargamento do topo.

Nota : Está na hora caríssimo Rodrigo Moita de Deus.
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Publicado por António Duarte 13:04:00  

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