Os servos do Poder

Depois de conhecido o teor da sentença da acção cível contra o Estado, proposta por Celso Cruzeiro, ainda não li uma única opinião, de qualquer juiz de Direito que concorde com a mesma. Em termos jurídicos, entenda-se.
Este silêncio dos inocentes, parece-me sintomático de um profundo mal-estar que esta sentença está a provocar.
Pode sempre argumentar-se, como é cada vez mais usual, que a reacção dos pares, se mede em grau de corporativismo. Pode mesmo dizer-se que a reacção judicial, repele o excesso de carga política que o processo casapiano assumiu.
Mas não é tanto assim. As críticas que vejo escritas em relação ao teor da sentença da acção proposta por Celso Cruzeiro, nem salientam esse aspecto de arremedada vexata quaestio. Primam pela apreciação técnico-juídica, para a demolir in totum.
Até o ubíquo Rui Rangel, desembargador, hoje no 24 Horas, se demarca da peculiar concepção de erro grosseiro que eiva a sentença de uma juíza cujo nome nem se menciona.
Não se menciona o nome da juíza Amélia, mas cita-se com profusão profissionalmente assassina, o nome de Rui Teixeira. O ogre do PS de Ferro Rodrigues, Pedroso e Ana Gomes. O agente da decapitação exautorada. O carrasco potencial, da boa vidinha política de uns tantos.
Alguns, escrevem crónicas de maledicência sobre o erro grosseiro que nem compreendem juridicamente, mas acolitam politicamente. O caso, aliás, deixou de ter relevância jurídica e passou, desde muito cedo, a assumir todo o contorno dos casos políticos. Isto porém, não se denuncia, não constitui escândalo público e é aceite na mais perfeita normalidade democrática.
Em Portugal, a democracia ainda vai nisto.
Juristas, como o docente universitário CAA, do blog Blasfémias, numa croniqueta no Correio da Manhã de ontem, afinam pelo mesmíssimo diapasão do relevo político e dispensam, como é o caso, uma particularidade sintomática de uma estranheza estudada: "Rui Teixeira ainda é juiz" .
Subjacente à frase, encontra-se a natureza do comentário: a responsabilidade de um juiz, assenta na aparência dos factos. Tal como na política, aliás. Logo, erro de juiz, mesmo insindicável ou tão só aparente, deve implicar demissão. Como na política. Mas não em todos os casos, como se vê...
Estamos assim, plenamente na política, neste caso. É nessa vertente que o mesmo vai prosseguir, como adiantou ontem Pacheco Pereira, na Quadratura do Círculo. Entende que as acusações de Ana Gomes, no blog Causa Nossa, que já nem são veladas mas abertas e insidiosas, devem merecer investigação. Uma investigação à urdidura denunciada pelo mesmo Celso Cruzeiro, indivíduo muito esquecido nestas andanças.
Que se faça, então. Mas por quem? Por uma Comissão de Inquérito, na AR, com o modelo que temos? Seria uma perfeita anedota, mais completa do que aquela que resultou do caso do envelope nove. Um Camarate em miniatura? Um fait-divers para entretimento de deputados?
Pela PGR, com mais uma equipa especial? E como, se não há crime de urdidura no Còdigo Penal?
Pelos media? E como, se estão completamente manietados pelo poder económido ligado a este Estado de governo? Já alguém leu os editoriais da Sábado, por exemplo? Já alguém reparou quem manda na informação televisiva em Portugal?
Quem comanda os destinos das notíticias que nos são transmitidas e dos comentadores que as glosam no écran?
Os nomes desses responsáveis, têm biografia. Percurso profissional, político até.
Vamos confiar nessas pessoas, atadas de pés e mãos ao poder tentacular que lhes asssegura uma boa vida, muito para além da que alguma vez sonharam, para nos contarem a verdade?
A Verdade, senhores?
A Verdade é só uma: o Poder é a Verdade. E eles são os seus servos.

Publicado por josé 12:14:00  

5 Comments:

  1. Tino said...
    Então foi uma amélia da jurspridência jurisdicional a autora de tão especiosa sentença?!...

    O País caiu nas mãos das amélias, que ocupam hoje os mais altos cargos da Nação.

    Ai amélias!...
    Portugal é (quase) todo vosso!...
    cris said...
    Esta gente não tem vergonha nenhuma!

    Paulo Pedroso retoma lugar de deputado na Assembleia da República

    http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1341774&idCanal=23
    zazie said...
    No caso do CAA a pancada 'e antiga a ja vem do "mata-mouros". Tudo por causa do trauma da famosa geminalidade quebrada e anichada no "partido da andorinha"- e talvez uns acess'orios mais mordernos de avental
    zazie said...
    Agora o PS arruma-se de vez com esta.
    Euroliberal said...
    A mafia dos pedófilos anda a prostituir e intimidar a Justiça !

    A sentença nem sequer refere os factos supostamente mal apreciados nem fundamenta a existência de “erro grosseiro”. UM ESCÂNDALO JURÍDICO ! A Mafia pedófila infiltrou a magistratura e intimida-a…Pior que numa republica de bananas ! HÁ DEZENAS DE TESTEMUNHOS DE VÍTIMAS que garantem a culpabilidade do visado ! Não há erro e muito menos grosseiro ! A mafia pedófila prepara-se para absolver todos os outros pedófilos ! Esta sentença é a mais vergonhosa que já li. Vê-se que a pobre juíza está aterrorizada, porque nem o mais estúpido jurista seria capaz de escrever aquilo… UM NOJO !

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