A delegação da segurança escolar

Da TSF, hoje:
Na 4ª Conferencia Internacional sobre Violência nas Escolas e Políticas Públicas, que decorre na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a ministra da Educação disse que o país tem de ter a noção de que existe uma distinção entre violência escolar e indisciplina.
«Enquanto os fenómenos de violência estão circunscritos, os casos de indisciplina são mais generalizados. Para intervir precisamos de um conhecimento aprofundado desta distinção», disse.

Conclusão prática e segura, derivada da confissão da ministra da Educação, Lurdes Rodrigues:

O Ministério da Educação deste governo, perante notícias alarmantes que já vinham a avolumar-se há meia dúzia de anos, sobre violência escolar ( aqui denunciada pelo CDS), não sabe ainda distinguir a violência, da indisciplina. “Precisamos de um conhecimento aprofundado”, diz a ministra. Estatístico, por suposto…

O seu ajudante, Valter Lemos, em 25 de Março de 2008, na TSF, ( entrevista aqui transcrita) tinha apresentado um panorama um pouco diferente, em que estes desconhecimentos estruturais, não constituíam problema. Tinha estatísticas para mostrar…assim:

O Ministério da Educação, como se sabe, tem tomado um conjunto muito vasto de medidas, que já permitiu uma diminuição de 35% das ocorrências nas escolas no último ano lectivo em relação ao anterior.
É o caso da criação dos coordenadores de segurança dentro das escolas, da constituição de Equipa de Missão para a Segurança Escolar, do reforço do programa Escola Segura, da colocação de 300 professores nas comissões de protecção de crianças e jovens em risco, o que aliás nunca tinha acontecido em Portugal...
Portanto, não me parece de todo que haja qualquer razão para criticar a acção do Ministério, na medida em que esta é visível e produz efeitos.”
(…)
Às medidas que já mencionei, podemos acrescentar a vigilância electrónica ou o cartão do estudante, no âmbito do Plano Tecnológico da Educação, ou a alteração do Estatuto do Aluno, que reforça a autoridade dos professores e a capacidade de intervenção dos órgãos de gestão das escolas..."

Mesmo assim, as Escolas portuguesas e o Ministério da Educação, ainda não sabem como lidar com o fenómeno.
A prova, reside neste comentário de pais de alunos de uma escola- Mafra- onde se coloca o problema de raiz: quem lida directamente com os casos de violência e/ou indisciplina?

Não será muito arriscado afirmar que…ninguém, à partida. Tudo segue o caminho do improviso e da desresponsabilização.
Se assim não fosse e houvesse uma verdadeira consciência cívica da parte dos professores e funcionários das escolas, não era precisa para nada, a criação de uma nova figura institucional nas escolas: o delegado ( ou coordenador) de segurança escolar!
A que acresce, agora, mais uma inovação de vulto: a introdução de mediadores e monitores, para o mesmo fim!!!

Leiam, e pasmem! E conclua-se, mais uma vez, que este Ministério anda ao sabor do improviso, da negação das evidências e das estatísticas na mão, para europeu ver.
A essência da compreensão dos fenómenos; a simples institucionalização do bom senso e a adopção de medidas práticas e eficazes, esbarra sempre com estes conceitos burocratizantes e problemáticos, próprios de quem nunca verdadeiramente ensinou ou educou.
Próprios, antes, de quem sempre tomou conhecimento destes assuntos, pelos livros e aulas de sociologia, ensinada no estrangeiro de costumes sociais diferenciados e alheios.
Uma desgraça nunca vem só. Neste caso, vem em equipa.

Publicado por josé 14:40:00  

17 Comments:

  1. Pedro Luna said...
    E que trio...
    Pacheco-Torgal said...
    Para lá daquilo que é a imcompetencia da equipa Governativa e que o autor do Post dá como adquirida, embora eu ache que a demonstração só está ainda feita para o Sr.Valter Lemos, há que reconhecer algumas pequenas coisinhas de pormenor.Que ficam sempre esquecidas.

    1ª Governar este país não é fácil.Consta que por estas bandas passou quem disse "este povo não se governa nem se deixa governar"

    2º Governar a Educação, é ainda menos fácil.

    Razão pela qual e logo que possa o Governo tratará de passar parte da tarefa para as autarquias. Até porque faz todo o sentido, que outro país na Europa, tem um Ministério da Educação tão centralizado como este. Pelo menos já alteraram esse grnade fenómeno migratório que dava pelo nome de colocações anuais e que só acontecia em Portugal. Neste país há com cada originalidade.

    Contudo os Sindicatos de Professores quando ouvem falar em tal proposta, mostram logo os dentes. Era só o que mais faltava as autarquias a mexer num assunto tão solene como este.

    Ainda por cima, muitos Presidentes de Câmara são quase analfabetos!!
    Ritinha said...
    Governar (este país, a Educação...) não é fácil?
    Então porque é que haverá tantos candidatos aos cargos?
    Não sabiam? Só descobrem depois de lá estarem? Então porque é que não se demitem para darem a vez a quem seja mais competente?
    Isso é uma nova versão da frase lapidar, afixada antanho no meu Liceu: "Se soubesses o que custa mandar, preferias obedecer toda a vida!
    Salazar"
    Dêem a vez.
    Dêem a vez!
    Pacheco-Torgal said...
    As referências ao "botas" parecem-me gratuitas e redundantes.

    A maior ou menor facilidade de Governação não tem que ter qualquer correlação com o númro de candidatos e ainda bem, quer dizer que o cargo ainda tem alguma atractividade, o dia em que isso não acontecer e em que só cadastrados, violadores e pedófilos acharem o cargo apetecivel é que temos razão para sérias preocupações.
    Ritinha said...
    Sempre ouvi dizer que gente da laia dos "cadastrados, violadores e pedófilos" é que se movem por interesses, por "atractividade".
    Os governantes, pelo menos no tempo do "botas" é que se moviam por espírito de "missão".
    A minha interpretação é diferente.
    Os imbecis, por força da sua natureza, nunca se acham imbecis.
    Pacheco-Torgal said...
    Deus nos livre e guarde dos politicos movidos pelo espirito de missão, cujo expoente é protagonizado pelo "Botas".

    Nunca percebi aliás, que porcaria de oposição havia no tempo daquele, quem não houve uma alminha que lhe desse um tiro nas fuças. O "Botas" conseguiu a proeza de ter castrado este país.

    Um politico daqueles a sério, é alguém que tem uma ambição desmedida. Um politicos dessa estirpe não se regem pelas regras dos comuns dos mortais. Esses fazem a história. Aos outros os que assistem resta-lhes colocá-la nos livros.

    D. Fernando o tal que ficou para a história como o Infante Santo, devia ser um politico daqueles honestos, movido pelo tal espirito de missão e que pensou na sua ingenuidade que seria trocado pela Praça Forte de Ceuta. Coitado, mal ele sabia, o que era a razão de Estado e como a própria familia não trocaria um palmo de terra do território português pela sua Real existência.

    Politicos a sério daqueles que movem o mundo e espirito de missão não combinam. E isso do espirito de missão é conversa adequada para padrecos e eunucos.
    zazie said...
    Olha, lá ó papagaio, conta lá coisas do teu curriculo de a"nti-facista" do século XXI.

    Para além do acto heróico de te teres inscrito numa secção do PSD de Coimbra e defenderes os palermas do PS que mais actos históricos é que Portugal te deve?
    António Bramão e Herrera Ramos said...
    Para um professor universitário com cartão laranja, parece-me o Fernando que tem umas posições muito estranhas...

    Não há pr'aí alguém que o conheça o senhor de quem este moço invocou o currículo...? Por acaso gostava de falar com o original, em vez de falar com a cópia...
    Pacheco-Torgal said...
    Querida Zazie,

    como deve compreender não respondo a provocações de tipas que tem por oficio alternar. Vá procurando que talvez a Carolina Salgado lhe dê umas dicas para a "menina" subir na vida.
    Pacheco-Torgal said...
    Caro António Bramão e Herrera Ramos,


    As suas dúvidas sobre originais e cópias, irá óbviamente continuar com elas, até porque eu não dou para esse lado, se é que me entende.

    Compreenderá que eu não fale em discurso directo com Vª Exª, já que não faz parte dos meus hábitos, cultivar esse tipo de familiaridade.

    como não o conheço de parte alguma e como V Exª se permitiu juizos sobre a minha pessoa, fale-me lá então você do seu curriculo.
    zazie said...
    Este comentário foi removido pelo autor.
    zazie said...
    ahahahaha

    O papagaio nonó quer papelada~

    E o cuzinho lavado com água de malvas, já agora, não lhe dão esse tratamento na delegação do PSD de Coimbra?
    ":O))))

    Ele há com cada um
    zazie said...
    Cá pra mim o nonó até é velho cliente da casa, só que desta vez mascarou-se de militante do PSD

    ":O))))
    Pacheco-Torgal said...
    Excerto retirado do blog da menina ZAZIE:

    "O que eu não daria por caçar um papa-formigas albino mesmo que fosse no Alentejo, ainda por cima, em badalhoquices com uma freira"


    Está-se mesmo a ver qual é que é o teu problema querida ZAZIE, querias ser freira, não era?
    Deixa-lá, podes lá não encontrar um papa-formigas, mas talvez aches algum touro de cobrição.
    zazie said...
    Então, ó maluca de beluga agora andas armada em teeneger, meu grande panasca?
    zazie said...
    Este comentário foi removido pelo autor.
    zazie said...
    Uma formiga que entalou o bico no trombone- ó seu aldrabão de Fernando Gonçalves

Post a Comment