O direito à indignação
quarta-feira, março 19, 2008
O problema dos privilegiados da Função Pública, um dia destes a abranger a totalidade dos funcionários, diabolizados como responsáveis pelas desigualdades sociais, por luminárias tipo Vital Moreira, tem uma explicação que qualquer pessoa pode entender, se perder uns minutos em consultas na Rede.
Só no sítio do Público, podem encontrar-se artigos que retratam fielmente, o historial deste progressivo embuste da classe política que tem acesso generalizado aos media e portanto à propaganda mais pura e directa, mesmo quando discursam em modo sério, medidas de contenção orçamental.
Para resumir em poucas linhas, os privilegiados, nem sempre o foram.
A partir de finais de 1989, o poder político, entendeu, sem oposição de relevo dos que agora contestam os “privilégios”, que os funcionários públicos, mereciam um pouco mais de atenção e justificaram legislativamente, a concessão de regimes diferenciados a certas categorias profissionais, em função do nível de responsabilidade, estatuto, exigência, perigosidade, requisitos ou conteúdos funcionais especializados, para o regime específico de retribuição.
Os corpos especiais na FP, surgiram em 1989, ano da introdução no novo regime de fiscalidade com o IRS e IRC e quando o Governo de Cavaco Silva, apoiado num estudo de uma comissão presidida por Sousa Franco, decidiu rever a vertente remuneratória e de carreiras de certas categorias profissionais da função pública que tinham já regimes diferenciados. Mais não foi, portanto, que uma oficialização dos privilégios, segundo o Público.
Em meia dúzia de anos, por motivos diversos, os governos que presidiram aos destinos da Nação, acumularam dívidas, sangraram as contas públicas e chegaram a um Estado de lástima tal que em Maio de 2005, segundo o Público, o PSD responsabilizou o PS e o Governo de António Guterres, pelo valor de 6,35 por cento , no défice das contas públicas nacionais, imputando-lhe directamente a responsabilidade em “ter deixado aumentar a dimensão do Estado”.
Nesses anos, ninguém ouviu Vital Moreira, ou os jumentos todos deste país, a reclamar contra tais políticas. Só agora se ouvem a zurrar ( os que se auto-designam como jumentos, entenda-se; os outros, é mais de regougos que se trata...) .
No entanto, não faltou então quem se manifestasse contra e quem dissesse alto e bom som que a responsabilidade directa deste descalabro das contas nacionais, imputava-se inteirinha ao Governo socialista de Guterres, apoiado vibrantemente pelos vitais e jumentos do país.
E que as causa directas se reviam nas políticas de aumento, sem controlo, da dimensão do Estado. Nessa altura, o Estado era o modelo. Agora, passou a ser o mercado liberal, para estes indivíduos de cata vento no lugar de bestunto.
E para que esta responsabilidade grave não fique casada com os privilegiados da Função Pública que repudiam tal megera sem eira nem beira, fica aqui outra notícia do Público de 23.5.2005:
O governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, disse hoje, em conferência de imprensa, que a derrapagem orçamental de 6,83 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) ficou a dever-se à desorçamentação na saúde, salários dos funcionários públicos, Instituto de Estradas de Portugal, segurança social e Caixa Geral de Aposentações. O Serviço Nacional de Saúde apresenta um défice previsível de mais 1512 milhões de euros, "que não estavam orçamentados", referiu Vítor Constâncio.
Os fundos para os serviços dos funcionários públicos, relativos aos salários e às progressões automáticas das carreiras, indicam uma insuficiência de 360 milhões de euros que terão de ser repostos pelo actual Governo.
Mais 458 milhões de euros dizem respeito ao buraco do Instituto de Estradas de Portugal; 599 milhões de euros são atribuídos à segurança social; e 228,3 milhões representam fundos da Caixa Geral de Aposentações, que não estavam inscritos no Orçamento de Estado, aprovado pelo anterior Executivo PSD/CDS-PP.
Todas estas situações, associadas à desorçamentação, deve merecer especial atenção dos governantes, sublinhou Vítor Constâncio.
Passados estes anos de má governação, imputável aos mesmos que agora apelidam e vituperam os privilégios, como se os beneficiários fossem os responsáveis pelos mesmos e nunca os tivessem merecido, ou até como se os tivessem usurpado, vemos tais luminárias, responsáveis pelos desmandos que denunciam, a dizer, escrever e proclamar como insustentáveis, tais privilégios!
É preciso ter lata.
Fazem o mal, a caramunha e logo a seguir, implicam as vítimas como autores dos próprios delitos de que são os únicos responsáveis.
E tanto pior, quanto sabemos todos muito bem que foi nesse período em que se alargaram generosamente os cordões da bolsa pública, para pagar aos gestores de tretas de empresas públicas, com única qualificação nos cartões de partido e influência directa de apaniguados.
Milhões em indemnizações compensatórias por saídas intempestivas de comissões acordadas e milhões pagos em suplementos obscenos, não fazem corar estes tartufos de ópera bufa.
O mal, todo o mal, está nos "privilégios".
Até apetece, dizer um palavrão. Daqueles bem soezes.
A partir de finais de 1989, o poder político, entendeu, sem oposição de relevo dos que agora contestam os “privilégios”, que os funcionários públicos, mereciam um pouco mais de atenção e justificaram legislativamente, a concessão de regimes diferenciados a certas categorias profissionais, em função do nível de responsabilidade, estatuto, exigência, perigosidade, requisitos ou conteúdos funcionais especializados, para o regime específico de retribuição.
Os corpos especiais na FP, surgiram em 1989, ano da introdução no novo regime de fiscalidade com o IRS e IRC e quando o Governo de Cavaco Silva, apoiado num estudo de uma comissão presidida por Sousa Franco, decidiu rever a vertente remuneratória e de carreiras de certas categorias profissionais da função pública que tinham já regimes diferenciados. Mais não foi, portanto, que uma oficialização dos privilégios, segundo o Público.
Em meia dúzia de anos, por motivos diversos, os governos que presidiram aos destinos da Nação, acumularam dívidas, sangraram as contas públicas e chegaram a um Estado de lástima tal que em Maio de 2005, segundo o Público, o PSD responsabilizou o PS e o Governo de António Guterres, pelo valor de 6,35 por cento , no défice das contas públicas nacionais, imputando-lhe directamente a responsabilidade em “ter deixado aumentar a dimensão do Estado”.
Nesses anos, ninguém ouviu Vital Moreira, ou os jumentos todos deste país, a reclamar contra tais políticas. Só agora se ouvem a zurrar ( os que se auto-designam como jumentos, entenda-se; os outros, é mais de regougos que se trata...) .
No entanto, não faltou então quem se manifestasse contra e quem dissesse alto e bom som que a responsabilidade directa deste descalabro das contas nacionais, imputava-se inteirinha ao Governo socialista de Guterres, apoiado vibrantemente pelos vitais e jumentos do país.
E que as causa directas se reviam nas políticas de aumento, sem controlo, da dimensão do Estado. Nessa altura, o Estado era o modelo. Agora, passou a ser o mercado liberal, para estes indivíduos de cata vento no lugar de bestunto.
E para que esta responsabilidade grave não fique casada com os privilegiados da Função Pública que repudiam tal megera sem eira nem beira, fica aqui outra notícia do Público de 23.5.2005:
O governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, disse hoje, em conferência de imprensa, que a derrapagem orçamental de 6,83 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) ficou a dever-se à desorçamentação na saúde, salários dos funcionários públicos, Instituto de Estradas de Portugal, segurança social e Caixa Geral de Aposentações. O Serviço Nacional de Saúde apresenta um défice previsível de mais 1512 milhões de euros, "que não estavam orçamentados", referiu Vítor Constâncio.
Os fundos para os serviços dos funcionários públicos, relativos aos salários e às progressões automáticas das carreiras, indicam uma insuficiência de 360 milhões de euros que terão de ser repostos pelo actual Governo.
Mais 458 milhões de euros dizem respeito ao buraco do Instituto de Estradas de Portugal; 599 milhões de euros são atribuídos à segurança social; e 228,3 milhões representam fundos da Caixa Geral de Aposentações, que não estavam inscritos no Orçamento de Estado, aprovado pelo anterior Executivo PSD/CDS-PP.
Todas estas situações, associadas à desorçamentação, deve merecer especial atenção dos governantes, sublinhou Vítor Constâncio.
Passados estes anos de má governação, imputável aos mesmos que agora apelidam e vituperam os privilégios, como se os beneficiários fossem os responsáveis pelos mesmos e nunca os tivessem merecido, ou até como se os tivessem usurpado, vemos tais luminárias, responsáveis pelos desmandos que denunciam, a dizer, escrever e proclamar como insustentáveis, tais privilégios!
É preciso ter lata.
Fazem o mal, a caramunha e logo a seguir, implicam as vítimas como autores dos próprios delitos de que são os únicos responsáveis.
E tanto pior, quanto sabemos todos muito bem que foi nesse período em que se alargaram generosamente os cordões da bolsa pública, para pagar aos gestores de tretas de empresas públicas, com única qualificação nos cartões de partido e influência directa de apaniguados.
Milhões em indemnizações compensatórias por saídas intempestivas de comissões acordadas e milhões pagos em suplementos obscenos, não fazem corar estes tartufos de ópera bufa.
O mal, todo o mal, está nos "privilégios".
Até apetece, dizer um palavrão. Daqueles bem soezes.
Publicado por josé 16:50:00
10 Comments:
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E atinge-se o desplante de mal acabam de sair do Poder e vêm para a oposição, têm logo receitas para todas as maleitas do país, sendo certo que quando lá estiveram nada fizeram de jeito.
E a mentira que essa CORJA usa, é ofensiva para todas as pessoas de bem:
Dizem que fehcam urgências para bem da saúde; escolas para bem do ensino; alteram o código penal e de processo penal para bem da justiça, ETC., quando tudo não passa de medidas economicistas de um Estado depauperado e delapidado do seu património por culpa desses INCOMPETENTES e dos seus amigos e assalariados Vitais, Júdices e Cª...
No caso da justiça, aquelas alterações tiveram tb o propósto de ajustar contas, em especial com o Ministério Público, por causa da Casa Pia e, segundo diziam pretenderam " partir a espinha aos juízes "...
E o drama nacional é que não se antevêem alternativas credíveis...
Parece-me que a única solução será ir para a rua manifestar o desagrado e a revolta por esta CAMBADA DE PARASITAS que tenta fazer de nós parvos e, se necessário, tomar medidas mais enérgicas...
Aliás, não percebo a posição dos militares que tb comem, calam e continuam a assistir...
-Cooperação a que chamo custos do ex-império
-Imigração desnecessária mas rapidamente legalizada e nacionalizada e de que a justiça terá uma ideia mais apurada do que eu, dos malefícios, em termos de insegurança, que o custo dos bairros sociais e dos rendimentos mínimos não é de certeza pequeno, pois existem vários municipios na bancarrota por causa disso.
Governam mal sim.Só se têm interessado em tratar dos seus assuntos, de se fazerem amigos dos capitalistas, de se venderem.
Interesse nacional é coisa para "fassistas"...
Quanto aos militares, quem é que os escolhe?E porque são escolhidos?
http://democraciaemportugal.blogspot.com
Já era.
Já se foi.
DEMISSÃO.
http://asvicentinasdebraganza.blogspot.com/2008/03/o-sonho-da-reforma-educativa-de-scrates.html
Eu sou fp e começo a estar farto de pagar por más decisões de ... políticos, que apenas são avaliados em eleições que limpam todas as asneiras que fazem.
E já agora, diga a asneira. Eu digo-a todos os dias.