Que cena, meu!

Em dois blogs que leio- Blasfémias e Do Portugal Profundo- dá-se conta da circulação no YouTube, de um video caseiro (melhor dizendo, escolar e feito através da moderna tecnologia dos telemóveis de geração avançada), mostrando uma cena ( na terminologia apropriada) numa sala de aula, com alunos adolescentes e uma professora.

A cena, mostra o ambiente natural de uma sala de aula, actual, de uma escola pública portuguesa, do Porto.
Aparentemente, os alunos, são adolescentes normais que frequentam o ensino público que temos.

No video, colocado no You Tube, pelo autor ou um dos autores do mesmo, ( depois retirado e posteriormente recolocado por outrém) é possível perceber várias coisas. Uma delas, à vista desarmada de qualquer preconceito, é simplesmente a falência do sistema de ensino que temos, no que se refere à disciplina numa sala de aula. Ponto final e parágrafo.

Espera-se que este video seja o sinal de alarme, audível e visível pelos burocratas do Ministério da Educação, sobre o estado a que deixaram chegar o nosso ensino público.
Da ministra, nem vale a pena falar. É um caso perdido. Dos Secretários de Estado, talvez o dr. Pedreira, tenha um módico de senso para perceber que este caminho leva à desgraça. Em que aliás, já nos encontramos.
E não serão os discursos eloquentes, sobre as avaliações dos professores que permitirão olvidar a avaliação que todos podem fazer do Estado que permitiu que isto chegasse onde chegou.

O dr. Grilo, esse extraordinário coleccionador de coleópteros, antigo ministro da Educação da era da paixão, já há alguns anos tinha colocado o selo no álbum, ao escrever o título do seu livro inútil: "O difícil, é sentá-los!"

Não é só isso, professor Grilo. O difícil, mesmo, mesmo difícil; difícil mesmo... está a perceber? Difícil, difícil, a valer, é...tirar os burocratas e génios variados, vindos do ISCTE e dos doutoramentos "lá fora", das comissões que fazem os programas e legislação que depois dão nisto que se pode ver.

Isso é que é difícil, professor Grilo!

NOTA: o vídeo é esse, colocado agora, pelo Manuel.

Publicado por josé 18:50:00  

24 Comments:

  1. Tino said...
    Este video faz-me lembrar o filme de Steve Cox, do Massacre de Santa Cruz.

    O massacre em Timor existia há muitos anos, mas foi preciso um filme para o mostrar.

    O que mostra este video do Youtube é a realidade de todos os dias em todas as escolas.

    Há uma violência permanente, diária, em todas as escolas.

    Todos os dias se repetem centenas de pequenos episódios como este.

    É a imagem das famílias e das escolas portuguesas.

    Nas escolas há uma guerra civil diária, que se tornou normal.

    Todos os professores viram centenas de cenas como aquelas.

    O que todos os professores desejam é que a ministra, os secretários de estado e os iluminados da 5 de Outubro vão para as escolas pôr em prática as suas iluminadas doutrinas. Basta-lhes uma aula, se conseguirem chegar ao fim...
    Brotero said...
    O vídeo foi novamente retirado. Mais uma mãozinha da Milu e do Valter. Comportam-se como a clique dirigente da Coreia do Norte. Uma vergonha. O país precisa saber a verdade do que se passa em muitas escolas. Vamos novamente colocar o vídeo na net.
    josé said...
    As tv´s já o passaram. A TVI e a SIC, entenda-se.

    Já não é preciso mais nada, a não ser pedir comentários ao primeiro-ministro.

    À ministra não vale a pena.

    E ao primeiro-ministro também não vale muito porque é assunto que o tipo não sabe sequer o que há-de dizer.
    Vai tomar conselhos de especialistas e depois lá dirá o que é politicamente correcto.

    Não me admirava nada que pedisse um parecer jurídico...

    Este primeiro-ministro, é uma figura tipo fantoche que voluntariamente se prendeu a opiniões alheias.
    Manuel said...
    video up again...
    Tino said...
    Caro José

    Mussolini, na sua infância, comportava-se tão mal que era sistematicamente expulso das aulas. E no entanto chegou a Mestre-escola, o equivalente a professor da escola primária.

    E pouco depois passou a governar a Itália.

    Há outros casos na História de personagens que têm incompatibilidades com a escola e que chegam a governantes.

    José de Sousa é um deles.

    Foi um aluno baldas, que não aproveitou as capacidades que a natureza lhe deu. Contentou-se em ir passando. Para fugir a uma licenciatura, foi tirar um bacharelato.

    Só depois percebeu a conveniência de ter uma licenciatura e é sabido o que fez para a obter.

    Nunca foi verdadeiramente avaliado na Universidade Independente, mas tem a obsessão de avaliar os professores, ele que não gosta de ser avaliado nas suas funções; prefere ser adulado por personagens como a Maria de Lurdes.

    Nos conselhos directivos de algumas escolas há gente desta. Foram baldas como alunos e como professores. Depois de irem para os conselhos directivos, hoje executivos, tornaram-se uns tiraninhos.

    A pequenez é irmã gémea da mesquinhez...

    Isto é uma corja...
    josé said...
    Eu suspeito que a ideia sobre a avaliação dos professores não é dele. Dali, não sairia tal ideia peregrina. Pegou nela, porque lhe parece "porreira,pá", mas foram outras que a trouxeram.

    Pessoas do ISCTE. Sociólogos de pacotilha. Como a ministra.

    O nosso problema mais sério de governo, é que estas pessoas não sabem exactamente o que devem fazer.

    Vão pelo que lhes parece.
    homoclinica said...
    Porque será que o vídeo já foi retirado, pelo menos 2 vezes, do youtube?

    Não há dúvida que ser professor do ensino secundário é uma profissão de risco.

    É necessário criar um centro de apoio ao professor vítima de violência.

    Isto passou-se numa escola secundária numa zona central do Porto. Imaginem como é nalgumas escolas da linha de Sintra, tipo Amadora, Rio de Mouro, etc.

    O Estatuto do Aluno impede um professor de expulsar um aluno da aula.

    Sócrates que impõe com arrogância e totalitarismo as suas ideias é o primeiro a incentivar nas escolas a indisciplina. Os alunos estão isentos de avaliação e de ir às aulas. Realmente, Sócrates, que não queimou muito as pestanas a estudar, tem um grave trauma relativamente à escola e aos professores.
    OSCAR ALHINHOS said...
    Este comentário foi removido pelo autor.
    Luís Bonifácio said...
    Mas a TV já mostrou há uns anos uma sala de aulas a ser destruida pelos alunos. E qual foi o resultado, os jornalistas quase foram presos por violação da privacidade.

    Acreditem, os técnicos do Ministério da educação devem ter visto este vídeo e todos eles devem ter dito.
    PARABÉN, CONSEGUIMOS
    Tino said...
    Caro José

    Não tenho conhecimentos na área da Psicologia, mas parece-me que devido a um certo passado da MLR e de JS há por ali um recalcamento contra os professores. Têm uma obsessão doentia.

    Quanto à avaliação dos professores, havia uma enormíssima variedade de modelos que os professores aceitariam ser reclamar.

    Mas seguiram dois caminhos completamente errados:

    a) Promover o sucesso estatístico incluindo na avaliação a apreciação feita pelos encarregados de educação (que passou a ser facultativa) e os resultados internos dos alunos.

    b) Poupar dinheiro bloqueando o acesso ao 10.º escalão com base em requisitos duvidosos. Tinham pelo menos duas alternativas. Permitir que todos chegassem ao 10.º escalão, mas suavizando progressivamente a escandalosa diferença salarial que existe entre os professores em início de carreia e os do 9.º e 10.º escalões que ganham quase o dobro daqueles, fazendo bastante menos trabalho. Em termos da OCDE os professores portugueses destes escalões ganham mais do que financeiramente o Estado português pode suportar.

    Ou podiam condicionar o acesso aos escalões de topo a quem tivesse determinadas habilitações, como Pós-graduação, Mestrado ou Doutoramento. Pelo menos este critério teria o mérito de estimular os professores a quererem avançar na carreira com o seu próprio esforço e permitia ao Estado poupar dinheiro impedindo que todos chegassem ao 10.º Escalão.

    Preferiram inventar os professores titulares e acabaram por dividir uma profissão em duas castas artificialmente.

    São uns desajeitados e ainda por cima teimosos como todos os burros...

    Há professores que entraram para os quadros no 25 de Abril. Não têm nenhuma licenciatura. Estão no 9.º ou no 10.º escalão. São já Titulares, e ficarão eternamente à frente de professores com duas licenciaturas, com mestrados ou doutoramentos...
    Há presidentes de conselhos executivos que têm o equivalente ao 12.º ano que vão avaliar professores que têm mestrado ou doutoramento...
    hkt said...
    O "Nouvel Observateur"! publicou recentemente um artigo intitulado "Prof à beira de um ataque de nervos". As situações descritas não diferem muito desta. Na realidade, comparativamente esta poderia ser considerada ligeira. O bullying a que os professores estão sujeitos é muitas vezes descartado. Os nossos burocratas sentados nas suas cadeiras da 5 de outubro continuam a pensar nos alunos como se de "bons selvagens" se traassem ew recusam ver a realidade. A realidade é que cada vez mais chegam à escola crianças/jovens oriundas de famílias disfuncionais e de meio socio-económicos carenciados que não têm qualquer tipo de apoio, para os quais a escola nada significa. Estes alunos não têm sequer um encarregado de educação que veja utilidade na frequência das aulas, antes pelo contrário...
    O uso do telemóvel é proibido nos estabelecimentos escolares mas, é recorrente os alunos procurarem (com maior ou menor sucesso) jogar, enviar mensagens ou mesmo receber chamadas... além de que o telemóvel em meio escolar é um problema sério pois a tendência para levarem "sumiço" é enorme com todas as contrariedades que se adivinham para os professores que têm de se armar em detectives e procurar deslindr a situação.
    jbp said...
    aproveitem enquanto isso está up...eu tinha colocado uma cópia do video e recebi hoje uma mensagem a ameaçar-me...
    zazie said...
    Isto lá fora ainda é pior... mil vezes pior. A verdade é essa.

    De qualquer forma, desta vez quebro unanimidades pois acho que foi tudo demasiado anormal, incluindo a professora.

    É totalmente impensável que uma professora não saiba manter as devidas distâncias e tente arrancar um telemóvel a uma matulona daquelas.

    Isto é como tudo, há que ter estilo e nunca se envolver em touradas.

    E ter estilo pode até consistir em mandar uma porrada de palavrões aos gandulos ou fazê-los em cacos com humor negro e de forma mais inteligente.

    Sei de uma antiga professora que era assim que mantinha a ordem na General Roçadas, onde metade da turma tinha como profissão do encarregado de educação prisioneiro e da mãe dançarina no Intendente.
    .....
    Mas deixem-me que vos diga que v.s devem ter vivido a leste do paraíso. Nada disto é novidade.
    Há décadas que acontecem coisas bem piores, com verdadeiros espancamentos a professores, dentro da própria sala de aula.
    zazie said...
    Sei histórias engraçadíssimas dessa professora. Ela era senhora toda bem mas com imensa piada.

    Quando esteve na Direcção da escola era ela quem resolvia os problemas que nem os contínuos mais brutos conseguiam.

    Uma vez também houve tourada do género, com insultos brutais a uma professora mais novinha.

    Ela chegou à porta, mandou sair a professora e virou-se para os gajos e começou a perguntar quem tinha sido o filho-da-puta que tinha dito os palavrões.

    Como ninguém respondia, vá de insultar um a um, cada um dos melros e respectivas mãezinhas duranto mais de um quarto de hora.

    No fim ainda acrescentou: agora ficam aí fechados sozinhos e sem aula para aprenderem a respeitar a senhora professora.

    ":O)))))
    OSCAR ALHINHOS said...
    Que mal lhes pergunte:

    Ao que parece o Governo mandou retirar o vídeo do You Tube por violação do direito à imagem...
    Ora, segundo creio, este direito só podia ser ou da professra ou dos alunos em causa...
    E não sendo verosímil que tenha sido qualquer um deles a fazer esse pedido ao Governo, o comportamento deste órgão de soberania em mandar retirar esse vídeo, revela um profundo e preocupante AUTORITARISMO..., isto para ser simpático.
    E perante este autoritarismo, o que faz o Sr. PR que devia zelar pelo regular funcionamento das instituições?
    Será que temos um Américo Tomaz, conhecido pelo corta-fitas?
    David R. Oliveira said...
    O vídeo nunca saíu da rede... conseguiram encerrar umas portas. Já lá está outra vez. O link está disponível em
    http://www.youtube.com/v/lfi0MX_F4lY&hl
    Joana said...
    Se me permitem, eu discordo que o facto da Patrícia ter agredido a professora de francês seja da culpa da Maria de Lurdes Rodrigues, do José Sócrates, do 25 de Abril, do 5 de Outubro, do 10 de Junho, do Governo PS, ou do Governo PSD, ou do raio-qu’a-parta.
    A culpa é de uma falta enorme de desresponsabilização no que toca à educação das crianças pelos pais e/ou encarregados de educação. Que eu saiba ainda não há nenhuma lei que penalize os maus pais e/ou encarregados de educação. E quando refiro maus, não me refiro estritamente ao pai alcoólico, desempregado, drogado, ... E os pais que se demitem da sua função de ser pais?
    Agora alguém me explique, como é que o 25 de Abril, o 5 de Outubro, o José Socrates, a Maria de Lurdes Rodrigues, e o raio-qu’a-parta, estão relacionados com o facto de os pais da Patrícia não lhe terem chegado “com a roupa ao pêlo” quando ela bem o merecia?
    zazie said...
    O que me continua a espantar é este efeito mediático de uma banalíssima tourada que nem para exemplo da realidade serve.

    Palavra. Ou estão a fingir ou então vivem noutro planeta.

    E até penso mais- que muitos meninos e meninas que conhecem farão pior.

    Ou será que acordou tudo agora por uma mera reactiva política?

    Eu já tinha dito- nem os porfessores têm grande qualidade, quanto mais a gandulagem que é obrigada a andar em escolaridade obrigatória até tão tarde?

    Vou-lhes deixar aqui um link das normas de defesa de professores das escolas públicas inglesas para terem uma ideia do que é a boa da modernidade.

    É que este até é mero exemplo de miuda mal educada e professora descabelada. Há-os de autênticos bandidos.
    zazie said...
    OSCAR ALHINHOS said...
    Este Gov. iniciou funções a denegrir a imagem de várias classes profissionais, entre elas, os professores, os magistrados, os médicos, os funcionários públicos e a fomentar as invejas entre os portugueses, dizendo que aquelas profissões eram dos privilegiados...

    Verdade seja dita que depois de se saber o que se sabe do PM e da forma como ele foi avaliado para conseguir tirar um canudo; construiu uma espécie de barracas, contornando a lei, etc..., ninguém num país decente lhe deveria dar ouvidos e já o deveriam ter apeado.
    Mas enfim, estamos em Portugal...

    Claro que como consequência óbvia daquele comportamento do Governo é a manifesta e crescente FALTA DE RESPEITO pelos professores, pelos médicos pelos tribunais, pelas polícias, etc...

    E essa falta de respeito leva à degradação social, ao aumento da violência, da criminalidade e ao sentimento crescente de impunidade, vejam-se os casos mais recentes de alunos a baterem em professores em escolas chamadas de bem; doentes a baterem em enfermeiros e em médicos; e os crescentes casos de carjacking e de assaltos, em plena luz do dia, com armas a pastelarias na zona de Sintra; em comboios, etc...

    Será que as iluminárias do ISCTE não conseguem ver isto????

    Como diz o povo na sua sabedoria, quem semeia ventos, colhe tempestades....

    E oxalá não me engane, essa FALTA DE RESPEITO que este Governo semeou há-de-se virar contra si ( e contra todos os políticos ), há-de provar do seu próprio veneno...

    E convenhamos, ontem já era tarde!....
    Unknown said...
    Muito haveria SEGURAMENTE a comentar sobre esta "selvajada", são os erros da Prof. por se ter exposto a uma situação destas (situação que ao que li nos comentários, já não é nova!!!)é o da aluna, que cometeu mais que uma falta de educação, para mim cometeu um crime, é o dos contínuos, que não percebo onde andavam, tal os gritos e a duração da "tourada" não apareceram, enfim são muitas as situações erradas com este video... Fico curioso, o que teria a mensagem ou as mensagens do telemóvel para levarem uma aluna a tamanho desespero!

    De qualquer forma, parece-me absolutamente errado, porque se está num momento de discussão de avaliação dos Profs. que se faça um aproveitamento politíco deste vídeo.

    Entendam, isto aconteceu na década de oitenta quando eu estava no liceu, aconteceu na de Noventa, aconteceu agora, e vai SEGURAMENTE continuar a acontecer em decadas futuras. Por muito bons que estejam o nosso sistema e a nossa educação. Alguem ainda falou no sistema Ingles, por favor, que se cale, que fale apenas do que sabe, acontecem situações destas raramente, mas quando acontecem lá são 100 vezes piores que aqui.

    Quanto á protecção dos Profs. num gabinete, considero isso uma medida terapêutica, quanto a mim, deveria apostar-se na prevenção.

    Formação, formação e mais formação, que andam aí, ainda muitos Profs. que não sabem o que é pedagogia.
    Anónimo said...
    «O Estatuto do Aluno impede um professor de expulsar um aluno da aula.»

    Homoclínica,

    o Estatuto do aluno não impede o professor de expulsar um aluno da sala de aula. Pelo contrário, o Estatuto do Aluno, no artº 26, alínea b), prevê a expulsão do aluno da sala de aula, precisamente como medida cautelar, "preventiva, dissuasora e de integração, visando, de forma sustentada, o cumprimento dos deveres do aluno" (artº 24º).
    Anónimo said...
    Aliás, o Estatuto do Aluno, no artº 15º, alínea q), também diz que é dever do aluno: «Não transportar quaisquer materiais, equipamentos
    tecnológicos, instrumentos ou engenhos, passíveis de,
    objectivamente, perturbarem o normal funcionamento
    das actividades lectivas». Como me parece que é o caso do telemóvel.
    Era importante que todos lessem o Estatuto do Aluno e se lembrassem que é uma Lei da República (Lei nº 3/2008)
    Unknown said...
    tenho uma dúvida, esta "meninna" será filha dessa "sra"???

    http://www.24horasnewspaper.com/total.php?numero=2799&link=09

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