Nova política educativa


Para variar um pouco a discussão sobre a Educação, olhando para outros lados, de onde costumamos importar modelos, podemos dar um pouco de atenção a um artigo de uma revista inglesa, neste caso, a conservadora Spectator.

O artigo começa assim, numa tradução ad hoc:

Este Verão, pelo menos 250 000 crianças, sairão das escolas inglesas, sem uma única qualificação a atestar os anos que passaram no ensino obrigatório. 240 000, terminarão o ensino básico, sem saberem ler ou escrever correctamente. No Outono, umas 250 escolas consideradas como fracassos, acolherão uma nova fornada de alunos. O desemprego jovem, atingirá provavelmente um novo máximo, como acontece de há 11 anos a esta parte. Será, tragicamente, mais um ano, deste sistema de ensino, um dos mais subsidiados do mundo.

Duas estratégias se deparam a David Cameron, para enfrentar este escândalo, se chegar ao nº 10. Poderia aplicar medidas cirúrgicas ao sistema, com o objectivo, comum a todos os primeiros-ministros, de mostrar que tem o controlo.
As Autoridades Locais de Educação, onde reside o verdadeiro poder de facto, certamente o ignorariam, como fizeram com Tony Blair. Ou poderia seguir uma nova política. Convidar alguém para montar uma nova escola pública, com gestão independente do Governo e receber para isso, uma soma equivalente a 6,000 libras por aluno.

O resto continua aqui.

Publicado por josé 22:37:00  

4 Comments:

  1. JOSÉ LUIZ FERREIRA said...
    E há quem chame «reformas» às lampedusianas mudanças de Maria de Lurdes Rodrigues...
    miguel said...
    Talvez pela próximidade da Páscoa, do Diário Económico saltou um Coelho.

    E que perorou o omnisciente láparo?

    Que nestas décadas de conceitos errados, salva-se a reforma introduzida pelo seu camarada Ferro, revelou a independente personagem.

    Verdadeiro enciclopedista, elencou todas as maleitas e retirou do seu bestunto a confiança nos poderes sobrenaturais de Maria de Lurdes.

    Não poupou nos encómios à "equipa" da ministra, cujas reformas não podem ser compreendidas por seres humanos,dada a complexidade.

    Não duvido,aleluia!
    zazie said...
    Ah, mas o problema inglês do analfabetismo é muito mais complicado.

    Até digo mais, é um dos exemplos que melhor serve para questionar o liberalismo total como o paraíso para o desenvolvimento.

    Aquilo por lá tornou-se tão chunga ser prof que é profissão das mais baixas na socieadade. Porque, o que é valorizado é o que dá lucro.

    E, o paradoxo inglês está a acontecer. Cada vez são precisos mais imigrantes para lugares de topo. Porque a famosa formação universitária inglesa também vai atrás da degradação geral, já que é das mais mal remuneradas.

    Há quem chegue a empresas e precise depois de pagar balúrdios para fazer cursos de formação em matemática que cá correspondem ao 12º ano.

    Existe até um negócio paralelo de mini-cursos pagos a peso de ouro que cá teriam equiparação a explicações para acompanhar alunos do 10 ou 11º ano.


    Quanto à escola pública, até vêm buscar profs aos centros de desemprego de cá e da Austrália.
    zazie said...
    Eu conheço histórias incríveis passadas com quem cai na asneira de ir dar aulas para Inglaterra.
    E estou a falr de Londres- centro de Londres.

    Uma delas até acabou a pedir ajuda na Embaixada porque nem conseguia pagar a renda da casa. E só não dormiu na rua com os filhos, porque uma senhora portuguesa que lá vive desde o pós-guerra lhe deu abrigo e ainda pagou a viagem de regresso.

    Estas coisas não vêm no jornal e deviam de vir. A Embaixada baldou-se e limitou-se a dar a morada da portuguesa reformada.

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