Observatório 2008: começa a «cheirar» a Obama «vs» McCain

Barack Obama voltou a ter uma grande noite e somou mais dois triunfos, no Wisconsin e no Hawaii. São já dez vitórias seguidas após a Super Terça-Feira que o tornam, claramente, o favorito do campo democrata para a nomeação.

Hillary está a perder terreno e ontem não conseguia, até, evitar um certo olhar de derrota, apesar do discurso de negação. A senadora aposta, agora, tudo no Ohio e, sobretudo, no Texas. O Texas é um estado com quase um terço de voto hispânico, segmento onde Hillary se tem revelado particularmente forte.

Mas Obama está a conseguir, estado a estado, retirar as vantagens da senadora. No Wisconsin, obteve uma enorme vitória, conquistando segmentos como quem se preocupa mais com a Economia, os homens brancos e mesmo as mulheres até aos 45 anos – tudo bastiões de Hillary até agora.

Começa a ficar muito estreito o caminho da recuperação para a senadora, como facilmente se depreende da contagem de delegados, que abaixo apresentamos. Obama já tem 22 vitórias por estado, ganhou em todas as regiões: em estados ricos, em estados pobres, em estados com maioria de negros (Carolina do Sul, Louisiana), mas também em estados com percentagens de brancos na ordem dos 97%.

Barack mostra-se o candidato mais forte para derrotar McCain e esse factor poderá garantir-lhe a nomeação. Se vencer um dos dois grandes estados que vão a votos a 4 de Março, tem a nomeação garantida.

WISCONSIN
-- Obama 58%
(38 delegados)
-- Hillary 41% (27 delegados)

HAWAI
 Obama 76%
(21 delegados)
 Hillary 24% (8 delegados)

CONTAGEM DOS DELEGADOS
-- Obama 1301 (1140 eleitos+ 161 Super Delegados)
-- Hillary 1239 (1005 eleitos+ 234 Super Delegados)

Publicado por André 14:40:00  

3 Comments:

  1. Jorge Oliveira said...
    Apesar de a campanha parecer ir rolando sobre esferas para Barack Obama, não acredito que este homem venha a ser o próximo presidente dos EUA. E não será por ele ser “negro”, como dizem uns quantos daltónicos que não conseguem distinguir tons de pele. O que vai acontecer é que no dia em que forem votar em definitivo, os americanos vão interrogar-se acerca do que o mundo pensará deles se tiverem um presidente chamado não só Barack mas também Obama, além de Hussein. É muito nome de terrorista junto para satisfazer o eleitorado americano. Se a essência conta, a forma ainda pesa muito numa eleição. É o nome, estúpido…
    André said...
    Compreendo a sua análise e achei interessante a transposição do «É a Economia, estúpido» de 1992, na eleição de Bill Clinton, mas, no essencial, não concordo com a sua visão.

    Creio, até, que o nome do senador do Illinois o está a favorecer: na forte aposta de «mudança», quase ruptura com as regras de Washington, ele tem recordado, nos comícios, que se chama Barack HUSSEIN Obama, mostrando quão improvável seria estar ali.

    Ora, do mesmo modo que já era improvável um filho de um queniano ter chegado onde já chegou, o seu nome, tão «muçulmano» e tão próximo de Osama (já por várias vezes houve esse lapso freudiano nos media internacionais...) ajuda-o a sublinhar a carga quase comovente que a sua vitória poderá representar.

    Há ano e alguns meses, quando, aqui nesta Loja, assinei o primeiro artigo de fundo na blogsofera portuguesa sobre Obama (muito antes de ele lançar a sua candidatura), alguns leitores consideraram «ingénua» a minha referência a que ele iria ser a grande personagem da campanha de 2008. Mas os números, mesmo que ele não venha a ser eleito, falam por si.

    Será, portanto, um... «É a mudança, estúpido».

    Cumprimentos
    Jorge Oliveira said...
    Eu explico melhor : «É o nome estúpido, estúpido»

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