Um pouco mais de vergonha, sff

O inevitável e impagável Vital Moreira, blogger e figura pública que felizmente vai contribuindo, generosamente, para uma glosa da politiquice nacional, excedeu-se mais uma vez, na atenção lógica aos argumentos de autoridade moral.

Num postal sobre dinheiros públicos e particulares, com favores misturados sem distinção, comenta o caso Bragaparques de Domingos Névoa, com acinte de insídia. Insinua que a Bragaparques gosta tanto do PSD que lhe deu dinheiro indevidamente, em troca de favor politicamente relevante, traduzido na aprovação de uma “negociata”.
Tirando eventualmente as da EDP, onde assenta no Conselho de Supervisão, Vital Moreira, de negociatas, pouco entenderá.
Assim, para equilibrar o postal, poderia sempre, ler o que se anda por aí a dizer e escrever, em lugares de má língua, sobre a Bragaparques e o seu sócio principal, Domingos Névoa. Nesses lugares, escreve-se assim:
"Muita gente em Braga sabe das associações perigosas entre empreiteiros e Mesquita Machado, sempre visando o patrocínio do Partido Socialista. Há alguns anos quando levei estas denúncias ao Largo do Rato, ouvi de um dos históricos do PS, a seguinte ” lição de moral”: ” O que havemos de fazer a um tipo que converteu todas as juntas de freguesia do Concelho de Braga ao socialismo e que, quando puxamos a parte financeira nos aparece como o segundo maior patrocinador do nosso Partido? Achas que campanhas políticas fazem-se à custa de feijões?”.
Mas nem seria preciso recorrer aos generosos serviços de informação em Rede, muitas vezes mal frequentados e enganadores e, por isso, a ler cum grano salis, como neste caso concreto se aconselha, para evitar chatices e equívocos.

Bastar-lhe-ia, no entanto, perguntar a um dos seus colegas de assento, o que se passou em Braga, com a Bragaparques e um determinado parque de estacionamento, no antigo Campo da Vinha. Tal foi já notícia do mesmo jornal, de onde respiga o tema do comentário.
Mesmo assim, se não fosse muito pedir, sempre seria preferível ir à própria fonte da sabedoria nestas matérias: Mesquita Machado, um socialista de gema, há longas décadas autarca de Braga.
Depois disso, e de escutar as razões prós e prós, calar-se ou ter mais vergonha e pudor, sempre que entender sectarizar estas problemática, para tirar dividendos políticos ou desacreditar adversários.

Sobre as remunerações da função pública, e à queda do poder de compra dos funcionários públicos, sempre poderia escrever um pouco mais do que o banal “Era o que faltava se não fosse assim ("ou há moralidade ou comem todos")!
De facto, a haver moralidade, muitos que trabalham na função pública, deveriam ter os mesmos direitos dos que participam nos corpos sociais de empresas públicas, com vencimentos fixados por comissões ad hoc, com membros escolhidos pelos próprios elementos desses corpos sociais…
O caso da EDP, já citado, é exemplar. Esses, não têm perdido regalias substanciais, em relação aos funcionários. Só as perderam quando verificaram que a falta de vergonha tinha limites e por isso, eliminaram prestações regulares com incidência no vencimento, como por exemplo, os faraminosos planos complementares de reforma…
Mas ainda que não queira abordar essa perspectiva milionária para funcionários públicos encapotados, sempre poderia ponderar o que seria do médio funcionário se lhe dessem a oportunidade, de acumular empregos, lugares e prebendas em diversos sítios, mesmo de ensino, onde as regras são "privadas".

Publicado por josé 11:29:00  

2 Comments:

  1. lusitânea said...
    Caramba que o VM não pode meter o pé em ramo verde...
    As eleições cubanas decorreram sem surpresas e aliás com muita pouca atenção dos seus camaradas portugas.Porque será?
    josé said...
    É preciso dar atenção ao camarada Vital. Ele dá. Assim, o dever de reciprocidade conta como um valor.

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