Segurança, precisa-se

Porto, 10 Dez (Lusa) - Um segurança foi assassinado domingo ao fim da noite em Gaia, disse à Lusa fonte policial salientando tratar-se, aparentemente, do mesmo homem que acompanhava o empresário da noite Aurélio Palha, morto a tiro no final de Agosto, no Porto.
Segundo a fonte, o segurança foi abatido com vários tiros quando saia da sua residência, nas proximidades da Rotunda de Santo Ovídeo, em Gaia, na companhia do seu irmão.
À sua espera estavam vários indivíduos encapuzados, dentro de um carro, que dispararam e puseram-se em fuga.
"Não há dúvida de que o alvo era ele, porque o irmão ficou ileso", frisou a fonte.
A vítima mortal, conhecido como "Berto", ainda foi transportado para o hospital de S. João, no Porto, mas acabou por morrer.
"O homem ficou cravejado de balas", frisou a mesma fonte.
Este tipo de notícias, até há uns meses atrás, costumava indicar fenómenos italianos, da região da Calábria ou Sicília, onde a Mafia e a N´Dranghetta, dominam o submundo dos negócios ilícitos e competem pela manutenção do satus quo.
No Porto, de há meses, ou mesmo anos, a esta parte, instalou-se igualmente um submundo, ligado às actividades para-futebolísticas, bares de alterne, clubes de dança e actividades de prostituição mais ou menos de luxo. Os nomes dos donos dos sítios são conhecidos, para quem sai e pergunta por eles.
Estas actividades altamente liberais, até agora, tiveram livre trânsito das autoridades policiais, por completa omissão de controlo mínimo e preventivo, como aliás já foi denunciado pelo sindicalista da PJ, Carlos Anjos.
Com o aparecimento dos primeiros sinais de alarme,- um dos mais relevantes foi o que se passou no âmbito do Apito Dourado, com a visibilidade de uma força de segurança privada, ao serviço de determinadas figuras- mesmo assim nada aconteceu em termos de visibilidade preventiva.
Agora, as polícias, mostraram-se completamente à deriva de indícios seguros, sobre a autoria de crimes graves, incluindo os de homicídio "à italiana".
Esta situação alarmante, como o próprio ministro da Administração Interna já reconheceu, ( o da Justiça anda desaparecido) mitigando a evidência com uma assumida preocupação, tem que terminar, sob pena de nunca mais o Porto conseguir ser uma cidade segura, para andar de noite e frequentar determinadas lugares de diversão.
Torna-se já notório que os mandantes dos crimes de sangue, entretanto ocorridos e que já chegam à meia dúzia em poucos meses, são criaturas da noite. Em diversos sentidos.
Se a polícia Judiciária só anda de dia e fica sentada em secretárias, à espera de ouvir pessoas que lhe contem o que ainda não sabem, não admira que fiquem espantados com a falta de pistas para topar quem anda a matar. A matar, note-se bem. O homicídio é o crime mais grave que alguém pode cometer. Individual ou de grupo. No Porto, mata-se já em grupo. E a polícia pairou, durante tempo demais , algures, alheia ao fenómeno.
Nota: O título do postal não pretende ironizar com mau gosto. É apenas, de significado literal.

Publicado por josé 09:46:00  

3 Comments:

  1. lusitânea said...
    Quem nos tem governado fala sempre em produtividade do país.Mas tudo faz para que ela vá pelo esgoto abaixo.A segurança foi deixada ao Deua dará para que criar mercado aos privados.Agora existem verdadeiros exércitos que se fazem contratar, usando das técnicas sicilianas.Alguém tem que pagar duas vezes o mesmo produto(a segurança).É o falhanço maior do estado, aquele para que deve viver em primeiro lugar.
    Por acaso gostaria de ver a reacção "humanista" dos políticos se eles começarem a ser alvos escolhidos...
    Luís Negroni said...
    Como não estou para gastar muito paleio com coisas néscias, típicas de frustrados clubísticos que extravasam a clubite, como quem não quer a coisa, para outros campos da vida social, só digo: Vão-se amanhar vermelhos, o que vocês queriam sei eu mas o Dr. Salazar já morreu há muito tempo. Aguentem a frustração que vão ter muito que aguentar.

    PS Já agora, para quando um post com as incidências recentes da violência da "noite" lisboeta (tiroteios com feridos e mortos, explosões de automóveis com gente dentro, etc.)? É que na noite lisboeta também há bares e bares de alterne e discotecas e em muito maior número que no Porto e quase todos ilegais e controlados por gente do submundo. E também matam e em gang. E o assassínio através de explosão de viaturas, também é à italiana ou é só à lisboeta?
    zazie said...
    ahahahahaha


    O bairrismo é muito patusco. Este Luís está-se nas tintas para a violência e para Portugal, desde que não lhe toquem no clube

    ":O))))

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