Jorge Palma, tão actual


«Tiveste gente de muita coragem

E acreditaste na tua mensagem

Foste ganhando terreno

E foste perdendo a memória


Já tinhas meio mundo na mão

Quiseste impor a tua religião

E acabaste por perder a liberdade

A caminho da glória


Ai, Portugal, Portugal

De que é que tu estás à espera?

Tens um pé numa galera

E outro no fundo do mar...


Ai, Portugal, Portugal

Enquanto ficares à espera

Ninguém te pode ajudar


Tiveste muita carta para bater

Quem joga deve aprender a perder

Que a sorte nunca vem só

Quando bate à nossa porta


Esbanjaste muita vida nas apostas

E agora trazes o desgosto às costas

Não se pode estar direito

Quando se tem a espinha torta

Ai, Portugal, Portugal

De que é que tu estás à espera?

Tens um pé numa galera

E outro no fundo do mar


Ai, Portugal, Portugal

Enquanto ficares à espera

Ninguém te pode ajudar


Fizeste cegos de quem olhos tinha

Quiseste pôr toda a gente na linha

Trocaste a alma e o coração

Pela ponta das tuas lanças


Difamaste quem verdades dizia

Confundiste amor com pornografia

E depois perdeste o gosto

De brincar com as tuas crianças


Ai, Portugal, Portugal

De que é que tu estás à espera?

Tens um pé numa galera

E outro no fundo do mar


Ai, Portugal, Portugal

Enquanto ficares à espera

Ninguém te pode ajudar

Ai, Portugal, Portugal

De que é que tu estás à espera?

Tens um pé numa galera

E outro no fundo do mar...


Ai, Portugal, Portugal

Enquanto ficares à espera

Ninguém te pode ajudar»


«Portugal, Portugal», Jorge Palma

Publicado por André 14:44:00  

1 Comment:

  1. MARIA said...
    Muito actual mesmo...
    Aliás é um poema magnífico, pleno de significado a cada verso.
    Um beijinho André.
    Maria

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