Cadê as provas?

A jornalista-cronista Câncio, escreve hoje no DN que parece haver provas de que Salazar foi um homicida, reincidente.
Como leitor, espero que as provas apareçam quanto antes, mesmo produzidas pelos historiadores Rosas.
Embora não simpatize com a acção política de Salazar, sinto alguma admiração pelo Homem, como muitos outros, aliás. Mesmo opositores políticos, como António José Saraiva, por exemplo.

Assim, ficaria muito desiludido se não me desfizessem esta ilusão que tenho e mantenho, no sentido de que Salazar era uma pessoa de integridade pessoal e moral, incompatível com a índole de um assassino, mesmo político.
Por outro lado, não aceito que me apresentem a tocar, a cassete do PCP, sobre esta matéria. Por duas razões: a primeira é de que nunca conseguiram provar em termos reais e positivos, a imputação, fora do quadro político da época, de ditadura e repressão a quem violasse a legalidade do regime. Tendo todo o tempo para isso, durante o PREC, guardaram os dossiers da Pide e mandaram-nos para parte incerta, num processo que precisa ainda hoje de ser esclarecido e parece que ninguém o exige.
Pura e simplesmente, nunca conseguiram reunir provas concretas, tangíveis e plausíveis, de assassinatos ordenados por Salazar ou mesmo autorizados expressamente pelo mesmo.
Em segundo lugar, porque não tem qualquer autoridade moral para vituperar uma ditadura e repressão política, quem defendia um regime político alagado em sangue desse género. Defendia e continua a defender, objectivamente.

Publicado por josé 14:36:00  

7 Comments:

  1. lusitânea said...
    A rapariga devia estar de ressaca a um produto qualquer que lhe desse inspiração quando escreveu essa blasfémia.
    Mas estas tristes figuras não vêm que já ninguém com juizo perfeito vai no teatro que fazem?
    Que vá mas é lamber as feridas do namorado...
    zazie said...
    o mais asqueroso é que estes tipos até já apresentaram denuncia de crime de racismo, naquela treta do SOS racismo.

    Ao Tavares já lha dei mas isto começa a ser loucura total
    zazie said...
    Sempre que me lembro de chatear aqui o Manel por não dar importância a estes melros...
    Luís Negroni said...
    Percebo, apesar de o detestar como tal, que se goste de Salazar como político. Já não consigo entender, que se aprecie Salazar enquanto homem (pelo menos se se for alguém amante da cultura, da arte, cosmopolita, de mente aberta ao que é novo, ao mundo, à vida).
    Não o conheci pessoalmente, não tenho idade para isso. Mas por tudo o que já vi e ouvi e li acerca dele, não me restam quaisquer dúvidas de que era uma pessoa essencialmente provinciana em extremo, da pior espécie de provincianismo, aquela que Fernando Pessoa designava por Provincianismo Mental. A expressão facial, a forma como falava, como se vestia, os hábitos misantropos e quase incompreensívelmente espartanos, a afabilidade que possuía apenas para as pessoas "muito simples" do povo, tudo nele evidenciava essa incurável tacanhez de espírito que o fazia odiar por desconforto e inferioridade, a beleza, a sofisticação, a elegância, a vida social.
    O mundo ideal para Salazar, seria assim um mundo só de pessoas do povo "simples", que não tinham aquilo que o inferiorizava e com as quais por isso mesmo se sentia confortável. Foi isso que ele tentou e conseguiu fazer de Portugal (exceptuando raras elites), durante décadas. Um país de simplórios. Não consigo apreciar e muito menos admirar um homem assim.
    josé said...
    luis:

    É natural que não perceba. Os seus heróis, são provavelmente o oposto de Salazar, como pessoa.

    Para mim, Salazar não era nada disse que escreveu e tenho a certeza que isso que escreve, é um mito que lhe arranjaram para consumir e debitar em alturas destas.

    Leia o livro de Fernando Dacosta que nisto até é insuspeito, para perceber quem era Salazar.
    E deixe-se de mitos e lêndias.

    Fernando Pessoa escreveu mal acerca de Salazar porque lhe colou o autoritarismo à personalidade. Mas por aí, não se vai a lado nenhum. Estou certo que o Álvaro Cunhal (e até o Soares) foram tanto ou mais autoritários, que Salazar, por muito que lhe custe admitir.

    Agora, valores como a Honra, contam nada para quem vê Salazar como um tacanho de espírito, como quem diz que não se aproveitou do cargo como outros depois o fizeram, porque era burro.

    Valores como o amor à Pátria contam nada para quem não aprecia a ideia, como os mencionados.

    Valores como o respeito pelas qualidades e competência valem nada para quem admira apenas a fidelidade partidária.

    Enfim, podia continuar, mas apenas lembro que o António José Saraiva fez um elogio de Salazar que não coincide em nada com esse retrato de outrém que acaba de fazer.

    Quem é que lhe mostrou esse impostor?
    Luís Negroni said...
    Este comentário foi removido pelo autor.
    Luís Negroni said...
    josé:

    Mas quais mitos e lendas! Quem me mostrou esse "impostor" foram todos os documentários televisivos que vi e artigos de imprensa que li acerca dele. É óbvio que há muita coisa subjectiva nesses documentários e artigos mas há filmagens de época e transcrição de documentos pessoais que são indesmentívelmente objectivos e permitem formar uma ideia bastante rigorosa e global do carácter e personalidade de Salazar. Quem quer ver vê, quem não quer ver não vê.

    P.S. E gosto tanto de Mário Soares e de Cunhal como gosto de Salazar.

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