Candidatos à implosão
segunda-feira, setembro 24, 2007
Carrilho, no papel de intelectual, em crónica no DN, dá o mote: é preciso mudar para que tudo fique diferente, com os mesmos. Vital, sequencial e em exercício de nunciatura, aproveita para apoiar essa mudança paradoxal.
Uma frase que é um lema, resume tudo: A reconquista da credibilidade dos partidos e dos políticos passa hoje por uma porta estreita, que é a da coerência com que praticam aquilo que proclamam.
Ora muito bem. Seja, por isso, bem vinda a mudança . Como? “Dinamizando think tanks de referência e diversos blogs. “
Portanto, a mudança, particularmente no PS que é a que está em causa nos dois escritos, vai com certeza ser uma realidade através do think tank, tipo causa nossa e dos blogs tipo canhoto que nem linko.
Mudança implica substituição, alteração, movimento. O PS, ao longo de décadas, tem-se revelado um dos mais dinâmicos partidos portugueses. Para além do grupo inicial de pais fundadores, centrado
De resto, para aquilatar da real potencialidade desta mudança requerida, basta ler a lista dos membros da Comissão Política, pensar nas estruturas locais do partido; nos seus intelectuais visíveis, ( como Carrilho e Vital), nas suas ramificações em empresas do Estado e temos o panorama do nosso desenvolvimento recente, bem à vista.
Nenhum dos nomes que seguem, aceitam ganhar menos do que o salário de deputado, sendo certo que a maioria, sempre viveu à sombra do Estado, ou co-optado pelo estado dos amigos e correligionários que foram para o Estado e entidades adjacentes. Quanto são, ao todo? Mil? Cinco mil? Em tempos, alguém determinou por alto que os cargos de confiança política, na dança de cadeiras habitual, logo que muda a música do governo situado, andaria por esse número. Cinco mil lugares de eleição, portanto, para os boys and girls, de cor mutante.
Carrilho deve sonhar alto quando escreve estas benevolências, esquecendo que atrás dos cinco mil, andam outros tantos que se multiplicam indefinidamente por filhos, sobrinhas, amigos e sócios ideológicos, pelas autarquias todas, pelas comissões todas, pelas sinecuras sem número e pelo modo de ganhar a vida, sempre à custa do erário público.
O número exacto deste funcionalismo oculto e misturado, fornecerá com precisão a medida do bloqueio do sistema político-partidário. Falar em think tanks e blogs, com este pântano à vista, só mesmo para líricos do campo das ideias feitas.
Senão, vejam-se os nomes da Comissão Política nacional do tal partido a renovar em think tank. Detenhamo-nos em cada um deles, demoradamente, procurando saber a proveniência, a obra e o valor real e intrínseco. Há-dem ver que sairemos varados de tal tarefa ingrata.
Depois, se quisermos aplicar o mesmo método cartesiano, podemos ir para outras paragens de cor diversa: laranja, amarela ou vermelha ao vivo ou às bolinhas e veremos que Portugal está num beco. Sem saída? Não. Para Carrilho ainda vamos lá com think tanks e blogs. Lírico? Filósofo, talvez.
Estoutro iconoclasta, designa certos hospedeiros instalados no Estado, como disfuncionários de uma Disfunção Pública a cavalgar na regular função, durante anos a fio e empenhados em desbastar o número de funcionários públicos enquanto aumentam desmesuradamente o dos pares, com vista à disfuncionalidade mais acabada. Enfim, tirado o humor bem à Swift, sobra a triste realidade que é mais estranha que a ficção. Ora vejam lá a lista dos candidatos à implosão, receada pela dupla Carrilho/Vital:
• José Sócrates
Presidente do Partido
• António Almeida Santos
Secretariado Nacional
• Alberto Martins
• Ana Paula Vitorino
• António Costa
• Ascenso Simões
• Augusto Santos Silva
• Carlos César
• Carlos Lage
• Edite Estrela
• Fernando Serrasqueiro
• Idália Moniz
• Jacinto Serrão
• José Lello
• Luís Amado
• Marcos Perestrello
• Maria Manuela Augusto
• Miranda Calha
• Pedro Nuno Santos
• Pedro Silva Pereira
• Vieira da Silva
• Vitalino Canas
Presidente do Grupo Parlamentar na Assembleia da República
• Alberto Martins
Presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores
• Francisco Coelho
Presidente do Grupo Parlamentar do PS/Madeira
• Bernardo Martins
Director do "Acção Socialista"
• Jorge Seguro
Director do "Portugal Socialista"
• José Augusto Carvalho
Presidente da ANA/PS
• Rui Solheiro
Efectivos:
Jaime Gama
António Vitorino
Maria Carrilho
Jorge Coelho
Alberto Costa
Maria de Belém Roseira
Francisco Assis
João Cravinho
Maria da Luz Rosinha
Sérgio Sousa Pinto
Capoulas Santos
Susana Amador
José Vera Jardim
Jorge Lacão
Maria Amélia Antunes
João Soares
Armando Vara
Maria do Carmo Sequeira
António Braga
Laurentino Dias
Leonor Coutinho
Eduardo Cabrita
Joaquim Pina Moura
Alzira Serrasqueiro
António José Seguro
Joaquim Raposo
Maria Antónia Almeida Santos
Carlos Zorrinho
Renato Sampaio
Celeste Correia
José Contente
Mota Andrade
Custódia Fernandes
José Junqueiro
Joaquim Morão
Isabel Oneto
Mesquita Machado
José Lamego
Rosalina Martins
Victor Baptista
Mário de Almeida
Jamila Madeira
Osvaldo Castro
Paulo Pedroso
Isabel Sena Lino
António Magalhães
Manuel Maria Carrilho
Ana Catarina Mendes
Afonso Candal
Marques Júnior
Sónia Fertuzinhos
Miguel Coelho
José Mota
Maria Helena André
Luís Ameixa
Orlando Gaspar
Marta Rebelo
Castro Fernandes
João Paulo Pedrosa
Rosa Albernaz
José Apolinário
António Rodrigues
Eurídice Pereira
Fernando Rocha Andrade
Pedro Marques
Suplentes:
António Galamba
Fernando Medina
Maria do Carmo Borges
João Tiago Silveira
Carlos Teixeira
Ângela Pinto Correia
Joel Hasse Ferreira
Rui Oliveira e Costa
Carla Tavares
Guilherme Pinto
Correia da Luz
Romana Romão
Miguel Ginestal
Luís Vaz
Maria José Baptista
João Vasconcelos
André Figueiredo
Teresa Almeida
José Alberto Alves
José João Carias
Carla Violante
Horácio Barra
Paula de Deus
Ricardo Gonçalves
Isabel Raminhas
Luís Carito
Teresa Pedro
Maria da Luz
Rui Prudêncio
Ana Couto
Andreia Cardoso
Manuel Pizarro
Dalila Araújo
Margarida Moreira
Filipe Neto Brandão
Teresa Diniz
Ana Elisa Costa Santos
Victor Hugo Sequeira
Palmira Maciel
Paula Barros
Mário Mourão
Fausto Correia
Publicado por josé 22:25:00
Será um facto inocente?
Serei eu que sou esquisito?
Eu achei o tema interessante, e a explanação igualmente interessante,como não vi nenhum comentário... a minha mente conspirativa começou a imaginar o medo de muita gente em opinar, ao reconhecer, na lista concreta de nomes, pessoas com poderzinho e influênciazinha...