A liberdade, não é...vital?
sexta-feira, julho 06, 2007
Vital Moreira, fazendo-se desentendido, escreve que há uma confusão de papéis no caso das denúncias públicas, apresentadas por patrões de imprensa ( como é o caso notório de Francisco Balsemão que o cronista não nomeia…) e escreve:
Não consigo ouvir sem desconfiança um empresário ou gestor da comunicação social a arvorar-se em defensor da liberdade de imprensa e de opinião. Primeiro, porque a liberdade de negócios na imprensa não tem de coincidir com a liberdade de imprensa; segundo, porque a experiência mostra que os interesses dos donos dos media podem ser um dos principais limites à liberdade de opinião nos respectivos meios.
[Publicado por vital moreira] 6.7.07 .
Ora bem. Vital Moreira poderia recuar no tempo uns 33 anos, precisamente à época da Revolução portuguesa e relembrar algo que se passou na…América, com o caso Watergate.
Além de ser muito útil a lembrança, é bom que se diga que Balsemão nessa altura escreveu um editorial a realçar o feito do Washington Post, ao lograr investigar, em 1972, a conduta de um presidente, Richard Nixon, que levou directamente à sua resignação, em Agosto de 1974.
Não consigo ouvir sem desconfiança um empresário ou gestor da comunicação social a arvorar-se em defensor da liberdade de imprensa e de opinião. Primeiro, porque a liberdade de negócios na imprensa não tem de coincidir com a liberdade de imprensa; segundo, porque a experiência mostra que os interesses dos donos dos media podem ser um dos principais limites à liberdade de opinião nos respectivos meios.
[Publicado por vital moreira] 6.7.07 .
Ora bem. Vital Moreira poderia recuar no tempo uns 33 anos, precisamente à época da Revolução portuguesa e relembrar algo que se passou na…América, com o caso Watergate.
Além de ser muito útil a lembrança, é bom que se diga que Balsemão nessa altura escreveu um editorial a realçar o feito do Washington Post, ao lograr investigar, em 1972, a conduta de um presidente, Richard Nixon, que levou directamente à sua resignação, em Agosto de 1974.
Francisco Pinto Balsemão realçou num editorial no Expresso que então dirigia, em Agosto de 1974, a propósito do caso Watergate, que o problema que se colocava à sociedade americana, nessa altura, era o da liberdade de a imprensa relatar factos conhecidos que poderiam apontar para outros, desconhecidos.
No Expresso de 10 de Agosto de 1974, escrevia assim sobre o assunto:
No Expresso de 10 de Agosto de 1974, escrevia assim sobre o assunto:
Watergate, para nós significa essencialmente liberdade de imprensa. Porque não esqueçamos, tudo começou com a curiosidade de um grupo de jornalistas do Washington Post apoiado incondicionalmente pelo seu director. O mérito da sua acção não está em terem feito cair um Presidente. O mérito está em terem denunciado publicamente o clima de ilegalidade, o gangsterismo que se instalara na Casa Branca, que tudo corrompia, que tudo e todos procurava comprar.Ao longo destes dois anos, o Washington Post e os seus jornalistas sofreram toda a espécie de pressões para se calarem. Mas eles, conscientes dos seus direitos ( e deveres) não cederam."
Fica a imagem do editorial, aliás já glosado em tempos, nesta Loja. Em 1974, Balsemão pugnava efectivamente pela liberdade de escrever na imprensa e já era dono do jornal. Vital Moreira pugnava então, como é sabido, pelas amplas liberdades à moda da URSS. Estas coisas nunca se esquecem...e devem cobrar-se sempre porque o fervor dos neófitos da liberdade, é sempre de desconfiar.
Sobre este assunto das liberdades e suas ameaças, leia-se este texto d´Oliveira. E sendo este da Figueira, mesmo em época de vilegiatura, merece figurar como texto de referância, numas Farpas modernas.
Publicado por josé 16:51:00
2 Comments:
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Figos pouco maduros?